O salário aumenta, mas sempre será mínimo!

 

        Ouvi dizer que o salário mínimo aumentou. Quero crer que o mesmo seja compatível com o suor derramado por aqueles que constroem uma nação. Estamos pagando o desenvolvimento com o mínimo que nos podem oferecer. O mínimo de educação e saúde, o mínimo de saneamento e moradia, o mínimo para um ser humano sobreviver.

        A propaganda alardeada em todas as mídias mostra uma nação comandada por aqueles que pagam seus deslizes com milhões e deixam o troco da miséria para quem quer apenas a dignidade de sobre(viver). Com o mínimo salarial, veem também os mínimos sonhos, as mínimas esperanças e as mínimas condições de sobrevivência. É como se uma marcha de assalariados caminhasse pelo país mostrando as suas mutilações causadas pelo mínimo oferecido.   O salário aumenta, mas sempre continuará mínimo!

        O mínimo que o governo oferece ao seu povo não se compara com o máximo que é surrupiado pelos “patrões” do país. A cesta básica vai deixando todo mês algum produto nas estantes e obrigando assim o trabalhador a fazer o milagre da multiplicação. O dinheiro contado e as dívidas rolando mostram um novo tipo de escravidão, a que se vive para pagar as sobras da vida. No contracheque da vergonha, o salário mostra que a tão sonhada “mais valia” não vale para cada patrão a gota de suor derramada pelo trabalhador.

       Vamos comemorar esse aumento salarial nos supermercados da vida e ver o que podemos comprar com o troco que nos é dado mensalmente. Sonhemos com dignidade e não nos contentemos com os centavos em nossa carteira, pois ainda há tempo para pedirmos aumento e exigirmos assim o nosso direito de trabalhador. Ou o país nos reconhece como uma mão de obra “moto-contínuo” ou a nossa paralisação vai parar a máquina do desenvolvimento. O poder está nas mãos do povo e dele sempre tem que emanar!