O ROSTO

O rosto, como manifestação do humano é paradoxal, pois é ao mesmo tempo objetividade e subjetividade, tristeza e alegria, angústia e paz, “totalidade e infinito”. O rosto é manifestação e mistério; é concretude e idealismo. O rosto é a expressão do humano que se impõe ao anti-humanismo pós-moderno. O rosto do excluído é grito e súplica, e é ao mesmo tempo manifestação ética e exigência ética. Assim, o rosto nos aproxima e nos remete a uma necessidade ética universal. É pelo rosto que o outro nos impõe a urgência de uma “alterconsciência”. Essa “consciência do outro” exige a ética da alteridade como filosofia primeira na prática pedagógica, o que pressupõe uma relação norteada pelo princípio do diálogo e da reverência.

A ética da alteridade condena a segregação, a exclusão, os pré-conceitos e pré-juízos, e contempla o acolhimento do outro em sua diversidade. Não é apenas um discurso retórico, mas atitude moral de comprometimento com o diferente.

O rosto de cada aluno é a manifestação universal do humano no ser, do totalmente outro, fragmentado pelo mundo pós-moderno da técnica. É o clamor que se expressa sem palavras e que exige uma resposta ética, e ignorá-lo é viver no vazio egoísta da autoconsciência. Desprezar o rosto e sua manifestação caleidoscópica e concreta diante de nós, equivale a ignorar o transcendente. Pois o rosto é o convite ético do infinito na forma finita. Esse convite exige uma resposta, e essa resposta só pode ser possível por meio da ética da alteridade na educação.

O rosto também impõe responsabilidade moral, e nos conclama à justiça social, pois é o rosto do outro que estabelece os limites éticos e morais de nossas ações como educadores. Portanto, olhar o rosto do outro é o primeiro passo para o comprometimento ético em sala de aula.

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Para saber mais:

http://home.pacbell.net/atterton/levinas/
http://revistacientifica.famec.com.br/ojs/viewarticle.php?id=4
http://www.filosofiaefilosofiadaeducacao.blogspot.com