"AS ÁRVORES SÃO COMO AS PESSOAS: NASCEM E CRESCEM. MAS COMO NÃO TÊM PÉS PARA IR AOS MÉDICOS, VIVEM MAIS". 

                   Infelizmente, fico devendo a autoria desta afirmação. Mas tudo indica que não foi nenhuma pessoa hipocondríaca, com certeza. Particularmente, como a minha saudosa mãe tinha esta tendência, ou seja, a sua via crúcis consistia sempre numa visita a algum médico, este fator ainda bem que não foi hereditário, ainda bem. Só que, feliz ou infelizmente, com a chegada dos sessenta anos, tenho observado que a minha visita aos médicos e hospitais tem sido muito assídua do que quando na minha mocidade, é lógico. Nem mesmo no tempo em que trabalhei em um hospital, por incrível que pareça, eu me consultava tanto com algum médico ou fazia algum exame laboratorial que fosse. Diariamente, eu apenas registrava o meu cartão de ponto naquele recinto impregnado de odor de remédio e executava o meu trabalho e saía dali sem nenhuma receita no bolso. Só que recentemente, após o prenúncio de uma anemia crônica, resultado de uma vida desregrada quando solteiro movida ao álcool e cigarros, após um périplo por vários hospitais, incluindo internações, diga-se de passagem, até que fiquei curado desta doença que me fez emagrecer à minha revelia. Quando já estava levando uma vida normal, eis que num exame de rotina, um médico, após pedir alguns exames, detectou uma anormalidade no meu coração. Quando ele me falou isto quase que o deixei boquiaberto dizendo: "Doutor, isto que o senhor está me falando eu ouvi de um médico da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo quando eu fazia um Exame Admissional, quando eu tinha apenas 21 anos de idade, ou seja, há quase meio século." Ele titubeou, mas mesmo assim resolveu pedir um exame mais detalhado, como por exemplo, um CATETERISMO, um ELETRO e ECOCARDIOGRAMA. Fi-los sem receio algum. Quando levei os resultados, o cardiologista simplesmente falou: "Foi só uma suspeita, mas o seu coração está muito fraco. Vou passar um remédio para fortalecê-lo." Como o respectivo remédio eu consigo pegar num Posto de Saúde da Prefeitura, literalmente, não me custa nada tomá-lo diariamente até quando Deus permitir que eu viva, pois na tal receita está escrito: REMÉDIO CONTÍNUO. Mesmo assim, sendo obrigado a dois comprimidos diariamente, posso garantir que ainda bem bem não me considero um hipocondríaco, graças ao meu Bom Deus! 

                                                              João Bosco de Andrade Araújo