O Realismo foi um movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas do século XIX. O movimento teve maior expressão na França e configurou-se como uma reação ao Romantismo. Uma de suas principais características foi uma maior abordagem de temas sociais e um tratamento objetivo da realidade do ser humano. O forte caráter ideológico, marcado por uma linguagem politizada e preocupada em denunciar problemas sociais trouxe à arte temas como a miséria, pobreza, exploração, corrupção entre outros. As frases de reflexão da época também seguiam as mesmas características.

Com uma linguagem clara e objetiva, os artistas e escritores realistas iam diretamente ao foco da questão, contrapondo-se desta forma ao subjetivismo do Romantismo. Uma das correntes do Realismo foi o Naturalismo, em que a objetividade era a característica principal, porém o conteúdo ideológico foi deixado de lado.

Nas artes plásticas, o realismo manifestou-se essencialmente na pintura. As obras retratavam cenas do cotidiano das classes mais pobres da sociedade. Uma nova tabela de cores começou a ser usada. Para expressar o sentimento de tristeza, por exemplo, cores mais fortes começaram a compor as pinturas. As obras realistas causaram estranhamento e chocaram o público pelo alto grau de realismo e pelos temas sociais abordados. O francês Gustave Coubert destacou-se com as seguintes telas: Os Quebradores de Pedras e Enterro em Ornans. Outros importantes pintores deste período foram Jean-François, Honoré Daumier e Édouard Manet, todos franceses.

No Brasil a estética surgiu inicialmente na prosa. Os romances realistas tornaram-se instrumentos de crítica ao comportamento da minoria burguesa e às instituições sociais. Muitos escritores românticos começaram a entrar para a literatura realista. Muitos críticos literários apontam Memórias Póstumas de Brás Cubas, do escritor Machado de Assis, como o marco inicial do movimento no Brasil. A obra tece duras críticas à sociedade da época.

O Realismo no Brasil não fugiu à regra. Predominou a oposição ideológica ao Romantismo. Cenários urbanos, natureza não mais vista como reflexo dos sentimentos, o amor visto de forma irônica, sem exaltações e idealizações, o casamento realizado para fins de ascensão social, o trabalho como parte da rotina das personagens, dentre outros.