"O Rádio sob controle"
A MPB no contexto do Estado Novo

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo como requisito para a obtenção do título de bacharel no curso de Rádio e Televisão.

INTRODUÇÃO

Hipótese: O rádio a partir do final dos anos 20 e inicio dos anos 30, funciona como articuladora, do projeto político de participação tutelada das massas, na vida política e da consolidação da MPB.
Este trabalho abordará sinteticamente a invenção do rádio e a chegada do mesmo ao Brasil. Discutiremos sobre o seu desenvolvimento como um meio de comunicação de massa, dentro do contexto do Governo Getúlio Vargas (1930-1945) dando maior ênfase no Estado Novo (1937- 1945). O Estado se utilizou do rádio e da música popular para a divulgação de sua ideologia.
A força intrínseca da musica popular estaria alicerçada basicamente no poder de criação do povo, que tem demonstrado uma riqueza musical equivalente a poucos no mundo. Some-se a isso que, por ser historicamente um povo com baixo índice de alfabetização, a música, como depende apenas de ser ouvida, foi desde sempre o maior e melhor veiculo encontrado para se comunicar. Assim, os interpretes e compositores da musica popular brasileira, por sua força artística, ombrearam sempre ? e algumas vezes ultrapassaram em importância ? com mais significativas figuras da nossa nacionalidade.
A metodologia de trabalho utilizada baseou-se no método de pesquisa, análise e discrição histórica, livros, músicas, documentos e sites são os fundamentos da narrativa apresentada nesse trabalho.
No primeiro capítulo, veremos a invenção do rádio e as primeiras experiências da radiodifusão ocorridas no mundo e sua consolidação. No mesmo capitulo observaremos que a chegada do rádio ao Brasil é marcada em seus primeiros anos, pelas dificuldades técnicas, pelos autos custos dos aparelhos receptores, e pela instabilidade política.
A década de 30 foi o marco do desenvolvimento do rádio no Brasil, foi nessa década que foram criadas leis, como a de regularização da propaganda pelo rádio e a lei que estimulava as atividades artística, obrigando a inclusão de autores brasileiros.
No capítulo dois, observaremos a ditadura imposta por Getulio Vargas no período do Estado Novo. Veremos a censura chegando à música popular brasileira, por intermédio da manipulação das canções para legitimação do governo Vargas, contando com a ajuda do departamento de censura criado pelo estado com essa finalidade. As músicas que não seguissem à arisca as normas de censura eram vetadas e proibidas de tocar no rádio e de participar de concursos musicais.
Os compositores da época tiveram que se adaptar aos temas impostos pelo governo, como exemplo a exaltação do trabalhado. Ficaram assim conhecidos como: samba exaltação e samba positivo.