" O que você vai ser quando você crescer "
Publicado em 15 de setembro de 2010 por Diemes Vieira Santos
"O que você vai ser quando você crescer "?
Esta sempre foi à grande pergunta que ouvimos de nossos pais, professores e por todos nossos parentes e amigos. Muitos de nós já sabíamos que iríamos ingressar na carreira jurídica, mas por quê?
Ainda me lembro de quando assisti pela primeira vez "O Sol Nasce para Todos" ou o seriado "Justiça sem limites" e ficava vislumbrado com o mundo a que àqueles homens pertenciam. E após ingressar na faculdade, no curso de direito era latente a afinidade que tinha com os outros alunos, e quando indagava a eles sobre o porquê escolheram o curso de direito. Não raro me respondiam que era pela possibilidade de levar auxilio aos mais necessitados, para terem conhecimento, terem bons salários e, como não poderia ser diferente, para mudar o mundo, ou pelo menos tentar.
Não aceitam e jamais aceitarão "injustiças" que são cometidas. E ao perguntá-los qual a carreira que seguirão após o fim do curso um contingente de 90 % dos alunos pretendiam prestar concurso público. Apesar da identidade que orientou os alunos a decidir pelo curso de direito ser o advogado, muitos almejavam carreira na magistratura, na promotoria ou na polícia, quer na civil ou polícia Federal. Isso soava estranho, pois a idéia que orientou-os a escolha da carreira era a idéia que reflete o mundo da advocacia.
É claro que os filmes de Hollywood refletem a atuação do advogado dentro do sistema da commum Law que é diferente do Sistema Jurídico Brasileiro, mas deixando a sistema de lado o que incentiva é a atuação do advogado tecnicamente.
Aquele que trás para o julgamento crítica pertinente aos fatos, que inova, que surpreende, aquele que aprofunda no tema, que reformula dentro do processo novas perspectivas, ou seja, aquele que influencia a efetiva transformação do mundo. E, a propósito, não era esse um dos critérios que incentivaram a escolher o curso de Direito? A possibilidade de mudar o mundo e ajudar as pessoas?
Nós vemos muitos alunos com entusiasmo, alunos brilhantes, inteligentes de capacidade ilimitada que, talvez, seguirão carreira na Magistratura, na Defensoria ou na Polícia. Essas carreiras têm a suas reservas, tem a suas vantagens, mas tem suas desvantagens e muitas vezes as desvantagens afetam diretamente a todo aquele mundo que orientou o estudante a decidir pela área jurídica que é a possibilidade de ajudar as pessoas.
Não é novidade que o judiciário está transbordando de processos, que defensores chegam a ter 4.000 processos em mãos e que a burocracia suga o precioso tempo que estes profissionais têm para lutar pelo o que eles acreditam, pelo o que eles querem de suas vidas, suga o tempo e muitas vezes trazem grandes decepções e frustrações profissionais.
Entretanto na advocacia é possível que o profissional siga uma linha ética de busca contínua pela realização profissional através da implementação e gestão de seu negócio, buscando sempre o aperfecionamento, o dinamismo e a construção do mundo que ele idealizou quando escolheu o curso de Direito.
Quanto à renumeração de juízes e promotores trata-se também de uma limitação. Enquanto fixada a um determinado valor, mesmo que seja esse valor razoável para a média salarial do país, está limitada a quantia expressa em lei. Assim não importa se o empenho do profissional será demasiadamente grande ? e quase sempre o é devido às exigências de se cumprir um prazo e um fluxo mínimo de processos- sempre será naquele valor fixado e quase sempre imutável.
Enquanto um advogado pode escolher em que causa quer atuar um funcionário público não tem a mesma discricionariedade, e sempre deverá atuar sobre aquilo que lhe é entregue. Veja o caso de um promotor decidir pelo arquivamento de uma denuncia quando no seu oferecimento ao juiz. Ele pode alegar como fundamento impedimento ou suspeição para escusa de atuação pessoal, esse impedimento ou suspeição será analisado pelo seu imediato, o Procurado-Geral que determinará outro promotor para o caso e o promotor que recusou a atuação no caso passará por um processo administrativo e a renúncia será analisada pelos órgãos sensores do Ministério Público.
A renumeração de um advogado é diretamente proporcional ao seu desempenho, a sua dedicação.Vejamos o vida de alguns profissionais como Márcio Thomaz Bastos que é hoje o criminalista mais requisitado do país. Costuma cobrar, no mínimo, 50 000 reais para fazer uma defesa no Tribunal do Júri. Especialista em salvar empresas concordatárias em litígio comercial, o advogado carioca Sérgio Bermudês pode cobrar até 80 000 reais por mês nos casos mais complicados Uma opinião do ex-ministro Saulo Ramos tem peso de ouro junto aos tribunais. Ele cobra cerca de 100 000 reais por um parecer. São inúmeras as ações rescisórias no STJ que tentam reduzir honorários advocatícios de 20 ou 16 milhões de reais para a metade desse valor pelo menos.
Não há dúvidas que o mercado carece sempre de bons profissionais com conhecimento técnico e novas idéias.
O mercado editorial em área jurídica é dominantemente coordenado por advogados. É o advogado que trás novas idéias, que desenvolve novas teorias e defendem teses e inovações no mundo jurídico. E que tempo o juiz tem livre para desenvolver um artigo? Fazer um Mestrado ou um Doutorado se ele chega a ter, no mesmo dia, 2 (duas) ou 3 (três) audiências.
O Ingresso na magistratura requer um preparo e planejamento minucioso, dedicação e anos de estudo genéricos sobre toda arquitetura jurídica. É preciso que se o juíz conheça todos os ramos do direito pois o juiz julgará processos de todas as áreas, inclusive aquelas que não tivemos grande afinidade durante o bacharelado.
Após 3 (três) anos de prática jurídica estará apto e ingressar na magistratura como juiz substituto em uma comarca distante em alguma cidade do interior do Estado para onde você prestou concurso.
O retorno de comarca em comarca para a Capital do Estado é lento e gradativo e quando se alcança já estará próximo de sua aposentadoria. Importante perceber que 3 anos é um período razoável para desenvolver e engrenar sua carreira na advocacia através do seu próprio escritório desde que esse seja o foco.
Segundo dados divulgados pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de Minas Gerais o período para desenvolvimento e formação de uma considerável cartela de clientes em um Escritório de Advocacia é de, aproximadamente, 4 anos. É um período relativamente curto para alcance de uma independência financeira.
Concluindo, é muito importante manter o foco, pesquisar e optar por uma carreira que realmente lhe trará uma realização profissional. "Pipocam" todos os dias cursinhos voltados para concursos públicos e que se tornou um mercado muito lucrativo, o mercado dos concurseiros. É importante saber as reais condições que se encontram alguns profissionais e quais as tarefas efetivamente desempenhadas por eles. O que não gostaríamos é de ver alunos brilhantes se transformando em meros batedores de carimbos.
Esta sempre foi à grande pergunta que ouvimos de nossos pais, professores e por todos nossos parentes e amigos. Muitos de nós já sabíamos que iríamos ingressar na carreira jurídica, mas por quê?
Ainda me lembro de quando assisti pela primeira vez "O Sol Nasce para Todos" ou o seriado "Justiça sem limites" e ficava vislumbrado com o mundo a que àqueles homens pertenciam. E após ingressar na faculdade, no curso de direito era latente a afinidade que tinha com os outros alunos, e quando indagava a eles sobre o porquê escolheram o curso de direito. Não raro me respondiam que era pela possibilidade de levar auxilio aos mais necessitados, para terem conhecimento, terem bons salários e, como não poderia ser diferente, para mudar o mundo, ou pelo menos tentar.
Não aceitam e jamais aceitarão "injustiças" que são cometidas. E ao perguntá-los qual a carreira que seguirão após o fim do curso um contingente de 90 % dos alunos pretendiam prestar concurso público. Apesar da identidade que orientou os alunos a decidir pelo curso de direito ser o advogado, muitos almejavam carreira na magistratura, na promotoria ou na polícia, quer na civil ou polícia Federal. Isso soava estranho, pois a idéia que orientou-os a escolha da carreira era a idéia que reflete o mundo da advocacia.
É claro que os filmes de Hollywood refletem a atuação do advogado dentro do sistema da commum Law que é diferente do Sistema Jurídico Brasileiro, mas deixando a sistema de lado o que incentiva é a atuação do advogado tecnicamente.
Aquele que trás para o julgamento crítica pertinente aos fatos, que inova, que surpreende, aquele que aprofunda no tema, que reformula dentro do processo novas perspectivas, ou seja, aquele que influencia a efetiva transformação do mundo. E, a propósito, não era esse um dos critérios que incentivaram a escolher o curso de Direito? A possibilidade de mudar o mundo e ajudar as pessoas?
Nós vemos muitos alunos com entusiasmo, alunos brilhantes, inteligentes de capacidade ilimitada que, talvez, seguirão carreira na Magistratura, na Defensoria ou na Polícia. Essas carreiras têm a suas reservas, tem a suas vantagens, mas tem suas desvantagens e muitas vezes as desvantagens afetam diretamente a todo aquele mundo que orientou o estudante a decidir pela área jurídica que é a possibilidade de ajudar as pessoas.
Não é novidade que o judiciário está transbordando de processos, que defensores chegam a ter 4.000 processos em mãos e que a burocracia suga o precioso tempo que estes profissionais têm para lutar pelo o que eles acreditam, pelo o que eles querem de suas vidas, suga o tempo e muitas vezes trazem grandes decepções e frustrações profissionais.
Entretanto na advocacia é possível que o profissional siga uma linha ética de busca contínua pela realização profissional através da implementação e gestão de seu negócio, buscando sempre o aperfecionamento, o dinamismo e a construção do mundo que ele idealizou quando escolheu o curso de Direito.
Quanto à renumeração de juízes e promotores trata-se também de uma limitação. Enquanto fixada a um determinado valor, mesmo que seja esse valor razoável para a média salarial do país, está limitada a quantia expressa em lei. Assim não importa se o empenho do profissional será demasiadamente grande ? e quase sempre o é devido às exigências de se cumprir um prazo e um fluxo mínimo de processos- sempre será naquele valor fixado e quase sempre imutável.
Enquanto um advogado pode escolher em que causa quer atuar um funcionário público não tem a mesma discricionariedade, e sempre deverá atuar sobre aquilo que lhe é entregue. Veja o caso de um promotor decidir pelo arquivamento de uma denuncia quando no seu oferecimento ao juiz. Ele pode alegar como fundamento impedimento ou suspeição para escusa de atuação pessoal, esse impedimento ou suspeição será analisado pelo seu imediato, o Procurado-Geral que determinará outro promotor para o caso e o promotor que recusou a atuação no caso passará por um processo administrativo e a renúncia será analisada pelos órgãos sensores do Ministério Público.
A renumeração de um advogado é diretamente proporcional ao seu desempenho, a sua dedicação.Vejamos o vida de alguns profissionais como Márcio Thomaz Bastos que é hoje o criminalista mais requisitado do país. Costuma cobrar, no mínimo, 50 000 reais para fazer uma defesa no Tribunal do Júri. Especialista em salvar empresas concordatárias em litígio comercial, o advogado carioca Sérgio Bermudês pode cobrar até 80 000 reais por mês nos casos mais complicados Uma opinião do ex-ministro Saulo Ramos tem peso de ouro junto aos tribunais. Ele cobra cerca de 100 000 reais por um parecer. São inúmeras as ações rescisórias no STJ que tentam reduzir honorários advocatícios de 20 ou 16 milhões de reais para a metade desse valor pelo menos.
Não há dúvidas que o mercado carece sempre de bons profissionais com conhecimento técnico e novas idéias.
O mercado editorial em área jurídica é dominantemente coordenado por advogados. É o advogado que trás novas idéias, que desenvolve novas teorias e defendem teses e inovações no mundo jurídico. E que tempo o juiz tem livre para desenvolver um artigo? Fazer um Mestrado ou um Doutorado se ele chega a ter, no mesmo dia, 2 (duas) ou 3 (três) audiências.
O Ingresso na magistratura requer um preparo e planejamento minucioso, dedicação e anos de estudo genéricos sobre toda arquitetura jurídica. É preciso que se o juíz conheça todos os ramos do direito pois o juiz julgará processos de todas as áreas, inclusive aquelas que não tivemos grande afinidade durante o bacharelado.
Após 3 (três) anos de prática jurídica estará apto e ingressar na magistratura como juiz substituto em uma comarca distante em alguma cidade do interior do Estado para onde você prestou concurso.
O retorno de comarca em comarca para a Capital do Estado é lento e gradativo e quando se alcança já estará próximo de sua aposentadoria. Importante perceber que 3 anos é um período razoável para desenvolver e engrenar sua carreira na advocacia através do seu próprio escritório desde que esse seja o foco.
Segundo dados divulgados pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de Minas Gerais o período para desenvolvimento e formação de uma considerável cartela de clientes em um Escritório de Advocacia é de, aproximadamente, 4 anos. É um período relativamente curto para alcance de uma independência financeira.
Concluindo, é muito importante manter o foco, pesquisar e optar por uma carreira que realmente lhe trará uma realização profissional. "Pipocam" todos os dias cursinhos voltados para concursos públicos e que se tornou um mercado muito lucrativo, o mercado dos concurseiros. É importante saber as reais condições que se encontram alguns profissionais e quais as tarefas efetivamente desempenhadas por eles. O que não gostaríamos é de ver alunos brilhantes se transformando em meros batedores de carimbos.