O quê!? Quatro anos no Celibato!?

Essas foram as exclamações dos cavalheiros presentes num convívio de
amigos quando sem problema algum a amiga de uma amiga confessou que há
quatro anos não tinha namorado e que estava a esse tempo todo numa
secura total.

Os presentes do sexo masculino acharam-na no mínimo uma ?alien? e
confesso que também fiquei um pouco surpreendida, pois nos dias de hoje
é um facto raro.

Mas pensando bem, e depois de ouvi-la um pouco mais, não é assim nada de
tão extraordinário. Ela simplesmente deixou de achar piada em fazer por
fazer e gostaria de esperar pela pessoa certa, pelo companheiro ideal.
Que mal há nisso? No fundo todos nós antes de nos rendermos
completamente aos prazeres da carne sonhávamos em encontrar o tal ou a
tal que nos iria completar.

Admiro sinceramente as pessoas que conseguem ter ainda essa esperança e
que acima de tudo se sentem bem nessa condição de pacientes à espera.
Respeito esse tipo de decisões, contudo, gostaria de ter dito a amiga da
minha amiga que infelizmente a vida é muito curta para ficarmos
pacientemente sentados numa sala de espera por tempo indeterminado.

Porque a verdade é que não sabemos quando é que a tão falada porta da
felicidade se vai abrir para nós. E não será melhor, como dizem os
nossos irmãos brasileiros, nos divertirmos com as pessoas erradas até
aparecer a nossa cara-metade que supostamente será a pessoa certa?
Existe também outro factor que é o da experiência. Não será prudente
acumularmos experiências para que possamos aprender a separar o trigo do
joio e dessa forma conseguirmos identificar a pessoa certa quando essa
se dignar a aparecer na nossa frente?

Decidi não dizer nada a essa amiga porque ela não me pareceu incomodada
com essa condição e encara isso com uma naturalidade impressionante.
Quem sou eu para tirá-la desse porto seguro? Porque cá entre nós, não
deixa de ser conveniente para alguns ficar numa posição de defesa, uma
vez que dessa forma não ficam expostos às possíveis consequências de um
mal de amor. Mas como diz um amigo meu, perito em mal de amores, ?porque
não errar se as vezes errar nos trás pequenas amostras de felicidade??