Bom, meu entendimento vai de encontro tanto as idéias de Rousseau (o homem nasce bom e a sociedade o vicia) e de Hobbes (o homem é desde o início mau, perverso e egoísta).

No meu modo de ver, todo homem tem uma essência, algo inato que o predispõe a ser mau ou bom. Contudo, tal predisposição não define se ele externará a bondade ou maldade, tal será definido pelos acontecimentos externos, sem que isso modifique de fato a essência do indivíduo.

Por isso, separo o individuo que é bom na essência do indivíduo que é bom enquanto cidadão, que nem sempre se confundem.

Explico:

Algumas pessoas nascem como predisposição para a bondade a compaixão e etc., enquanto outras nascem com predisposição para a maldade e a perversidade. Exemplos, são as próprias crianças, modelos mais puros, e os menos influenciados pela sociedade que podemos citar. Notamos que há crianças que quando vêem seus coleguinhas caírem correm para socorrê-lo, ficam consternada, ou mesmo quando vêem um pequeno animal machucado buscam socorrê-lo, outras crianças, por outro lado, quando vêem seus colegas tomarem algum tombo, buscam apenas tirar "sarro", isso quando não são as responsáveis por esses "tombos". Além disso, esse segundo exemplo de crianças, quando vêem algum animalzinho ferido, procuram ferí-los ainda mais ou mesmo matá-los.

No entanto nesses dois exemploS que eu citei, não definem qual das duas crianças se tornará quando adulto uma pessoa boa ou má para a sociedade. A criança que na essência é boa, poderá, quando adulto, se tornar um bandido da pior espécie, dadas as circunstâncias de sua vida, mas sofrerá muito no seu íntimo pelos crimes que cometer, sendo que se tiver uma oportunidade mudará, não por medo de ser punido, mas por estar sofrendo internamente.

Por outro lado a criança má, quando adulta, poderá se tornar uma pessoa de bem, um bom médico, até mesmo um filantropo se as circunstancias da vida o levarem a isso. Contudo, sua essência má e egoísta persistirá, e tudo de bom que fizer será apenas para manter sua boa imagem na sociedade. Ele é um bom cidadão, coopera para o bem comum, gosta de ser respeitado e admirado. Não comete crimes ou maldades por que é covarde, têm medo de ser punido e ou perder o prestígio ou respeito que conquistou. Contudo, tendo a oportunidade de cometer ilícitos na certeza da impunidade o fará, sem que isso gere qualquer sentimento de culpa.

Portanto, para mim, o indivíduo completamente bom, não dependerá só de si, mas as circunstancia de sua vida (atuação da sociedade no indivíduo). Ele será o indivíduo que na essência é bom e que a atuação da sociedade o permitiu externar essa bondade. Ele ajuda a seus semelhantes, sem esperar nada em troca, apenas por que se sente bem. Ele não comete crimes não por medo de nada, mas simplesmente por que não concordar, no seu íntimo, com esses atos, isso poderia causar-lhe grande sentimento de culpa. Ainda que esse indivíduo tivesse oportunidade de cometer maldades e crimes na certeza da impunidade, não o faria. Utilizando-me de Kant, posso dizer que esse indivíduo age de acordo com o "imperativo categórico", de modo que suas ações correspondem a maneira como gostaria que todos os demais indivíduos agissem em relação a ele.

Bom acho que é isso. Não sei se consegui me fazer claro, mas é assim que penso.