Nós, monarquistas por convicção política, já sabemos de trás para frente que o sistema monárquico parlamentar, além de ser o sistema de governo mais legítimo para o Brasil, é o que garantirá uma maior democracia e desenvolvimento humano e social, seja por seus aspectos históricos, sociológicos, jurídicos, políticos e filosóficos.

Contudo, apesar disto, não estamos conseguindo implantar um debate aberto na sociedade que vise discutir propostas neste sentido. Apesar de verificarmos muitas vezes sinais de que a população em seu subconsciente coletivo apoiaria um sistema como este, nós não conseguimos encontrar espaço para resgatar aquilo que certamente seria o desejado pela população, sendo que a mera menção à nossa preferência monárquica causa certo espanto, senão reações jocosas de nossos interlocutores.

Mas porque isto acontece? O que impede as pessoas de nos escutarem, mesmo se nós falarmos abertamente e demonstrarmos com todos os argumentos que a Monarquia Parlamentar é o melhor sistema e mais legítimo para este país?

Pois bem, como quase tudo neste país, os problemas são bem mais complexos, profundos e sistêmicos "do que pode supor nossa vã filosofia", como dizia o dramaturgo bretão.

A defesa do sistema monárquico, bem como qualquer outra linha de pensamento de caráter conservador, encontra óbice em um câncer denominado marxismo cultural, que, trocando em miúdos, destrói silenciosamente todos os postulados e pilares da civilização ocidental com o fito de implantar uma sociedade socialista, em moldes semelhantes aos vistos na União Soviética, China, Camboja, Vietnã e Cuba, que, em conjunto, ocasionaram a morte de mais de cem milhões de pessoas somente no último século, sem contar as prisões e outros cerceamentos de liberdade.

Podem pensar que eu estou vendo fantasmas comunistas vermelhos. Ah, quem me dera, pois fantasmas ? se existissem ? somente assustariam, mas não causariam males aos vivos, como causam os próprios vivos! E o comunismo está vivo, como nunca, só que hiberna tal qual o verme incubado que corrói lentamente seu hospedeiro.

Como o assunto é deveras extenso, não vale a pena transcrever seu teor todo aqui, até porque se isto fosse feito desvirtuaria o intuito deste texto. Assim, sugiro encarecidamente que o tema seja pesquisado em fontes confiáveis, tais como no arquivo de áudio produzido pelo Revmo. Pe. Paulo Ricardo Azevedo, no site http://padrepauloricardo.org/category/audio/, e procurar o arquivo de áudio "Marxismo Cultural" (é uma palestra de aproximadamente setenta minutos, mas é fundamental para entender este fenômeno), bem como na página do filósofo Olavo do Carvalho, em www.olavodecarvalo.org, no qual este pensador, (inclusive há um artigo da lavra dele na GAZETA IMPERIAL de junho/2011) que é o maior expoente da direita conservadora brasileira, expõe e desconstrói todo o pensamento esquerdista em vários artigos e documentos de áudio.

Tudo isto tem a ver com a Causa Monárquica, pois somente podemos debater o regime monárquico em uma atmosfera que ao menos respeita a direita política, pois a monarquia é, em si, conservadora. Contudo, este pensamento comunista que impregna as elites política brasileira, dominante dos meios de comunicação de massa e dos centros de produção do conhecimento, em especial as universidades, não permite nem sequer debater qualquer assunto que não seja esquerdista. Basta pensar que, na atualidade, não existe nenhum partido de orientação conservadora no Brasil - o mesmo país que a quarenta anos atrás colocava mais de um milhão de pessoas rezando o rosário nas Marchas da Família. Ao contrário do que ocorria na época imperial, onde jornalistas podiam inclusive fazer chacota da pessoa do Imperador ? contrariando a letra da Constituição, que fixava a pessoa do monarca como inviolável ? hoje em dia qualquer manifestação que defenda um ponto de vista conservador é taxado de, no mínimo, fascista (como se o nazi-fascismo não fosse também uma modalidade de socialismo, só que nacionalista e racial).

Em verdade, os monarquistas no Brasil sofrem uma verdadeira perseguição ideológica, tais quais aqueles que defendem valores cristãos como a moral e a família contra o aborto e o gayzismo. Além do engajamento com foco na Causa Monárquica, é dever de todo monarquista, enquanto defensor dos valores civilizatórios cristãos ocidentais, lutar também contra a disseminação de valores que impedem um debate democrático franco, pois somente este poderá garantir uma discussão social aberta que favoreça a volta ao regime monárquico no Brasil através de via legítima, sem se socorrer de revoluções ou golpes de estado. Caso utilizássemos estes expedientes, nos reduziríamos a meros usurpadores, como os golpistas de 1889 que eram inspirados no positivismo, uma doutrina tão perniciosa quanto o socialismo.

Assim, fica aqui meu apelo, independente da condição de cada um:
Pais, verifiquem o que seus filhos estão aprendendo na escolha, principalmente em matérias como história e geografia, e não descurem daquilo que os mesmos recebem através do meios de comunicação. Os desvios provocados nestas hipóteses devem ser corrigidos pelos pais e mães conscientes.

Professores e pedagogos, não retirem valores cristãos de seus ensinamentos, pois a sociedade está fundamentada neles, e não ensinem o que não foi verdade, nem omitam fatos relevantes na formação da Civilização Ocidental.

Jornalistas, não desvirtuem os fatos, apresentem não aquilo que as elites pregam, que é a luta de classes, mas sim os anseios do povo.

Políticos e agentes públicos, não se esqueçam de servir àqueles que os elegeram, e não cerceiem o direito de todos se expressarem.

Juristas, não retirem a moral do direito, nem a coloquem supostamente acima das leis, quando elas devem ter por espírito e norte hermenêutico a moral e a ética.

Estudantes, não se curvem a tudo o que os professores falarem. Tenham juízo próprio de tudo o que escutarem, e não aceitem como verdade absoluta aquilo que vocês não estudaram a fundo.

Cidadãos, não tenham medo de falar o que defendem. Mesmo que o próprio Estado não lhes protejam, vocês devem respeito somente a Deus e à sua consciência, bem como devem honrar as gerações passadas e terem responsabilidade em seus atos atuais para com as gerações futuras.

Toda obra deve ser alicerçada na rocha firme, como já dizia Cristo em suas parábolas. Não podemos reconstruir a Monarquia Brasileira se esta não tiver bons alicerces calcados em um país e um governo com valores morais, sob pena de desmoronarmos tudo o que será construído.

Salve o Imperador. Salve o Brasil.

Rio de Janeiro, 27 de julho de 2011.

Aloysio Telles de Moraes Netto.