Creumir Guerra O QUE FAZER QUANDO VEM UMA CRISE DE RISOS A primeira lanchonete que abriu em Mantenópolis foi a que pertencia ao Teófilo, irmão do Juvercino. A vitamina de biscoito é a que mais vendia e ele já deixava um copão de liquidificar sempre pronto com a dita batida. O freguês pedia e era só dá uma balançada no copo e servir. Na estufa tinha sempre as coxinhas, bolinho de mandioca e pastel. Eneir e eu trabalhávamos em um escritório de contabilidade e nos quinze minutos de café de cada expediente a gente ia ao Teófilo fazer um lanche e aumentar a nossa conta. Quem é que nunca teve uma crise de risos. Pois é, estávamos todos trabalhando com afinco no escritório para dar conta de calcular o ICMS a tempo de ser pago na data de vencimento. Uma funcionaria do escritório estava para casar e iria sair do trabalho, o que resultaria em mais serviço para nós outros. A moça era muito responsável e estava trabalhando muito para deixar o que fazia em dia antes de seu matrimonio. Ás vezes, sem querer, você pronuncia uma frase de duplo sentido. Para quebrar o silencio que reinava no escritório naquele momento o Eneir resolveu fazer um reconhecimento ao esforço da funcionaria que estava preste a nos deixar por causa das núpcias. Ele virou para a funcionaria noiva e disse: Menina, realmente estes dias você tem pegado no duro. Na hora eu captei o duplo sentido da frase, em especial por que a garota esta em vias de se casar. Olhei para o Eneir e caímos numa crise de risos que não acabava nunca. A solução foi antecipar a nossa ida ao Teófilo e fazer o nosso lanche de cada turno. Eu passei por um lado do quarteirão e o Eneir por outro. Chegamos à lanchonete e continuamos a rir. Encerrado os nossos quinze minutos de intervalo voltamos ao escritório, mas antes combinamos que um iria à frente do outro para não chegarmos juntos, evitando a continuação das gargalhadas. Sentamos em nossas cadeiras e ficamos em silencio uns dois minutos. Quando um olhou para a cara do outro o ataque de risos voltou. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. A moça que já havia entendido a razão de nossas rizadas ficou roborizada e saiu para o seu intervalo de café, nos dando liberdade para arranjar uma forma de acabar com aquela crise de risos