O QUE É VIOLÊNCIA?

 

De modo geral, não existe consenso sobre o significado de violência. O que é caracterizado como violência varia em função do estabelecimento escolar, do status de quem fala, pois cada um tem seu conceito sobre a violência.

Em diversas partes do mundo e do Brasil pesquisadores tem procurado refinar o conceito de violência considerando como alvo os jovens em idade escolar. Levando em consideração que os termos para indicar a violência também variam de um país para outro. Nos Estados Unidos, diversas pesquisas recorrem ao termo “delinquência” (pessoa que comete falta, delito, crime) juvenil. Na Inglaterra, alguns autores defendem que o termo violência na escola só pode ser empregado no caso de conflito entre estudantes e professores ou em relação à atividade que causam suspensão, atos disciplinares e prisão. Então, Sposito (2001) declara que violência é todo ato que implica a ruptura de um social pelo uso da força.

Podemos observar que apesar das diferenças entre países e de conceitualização, reforça-se a existência de um consenso quanto ao fato de que não só a violência física merece atenção, pois outros tipos de violência podem ser traumáticos e graves. Como os aspectos externos: questões de gênero, relações raciais, situações familiares. Influência dos meios de comunicação, espaço social das escolas. E também, os aspectos internos: a idade e a série dos estudantes; as regras e a disciplina dos projetos pedagógicos das escolas; o comportamento dos professores em relação aos alunos.

Nesse sentido, Charlot (2005 apud Nogueira 2010) amplia o conceito de violência escolar, classificando-a em três níveis: 1º) violência (golpes, ferimentos, violência sexual, roubos, crimes, vandalismo); 2º) incivilidade (humilhações, palavras grosseiras, falta de respeito; e 3º) violência simbólica ou institucional (compreendida como falta de sentido de permanecer na escola, o ensino como um desprazer.

Por conseguinte, Abramovay e Rua definem os tipos de violência que ocorrem na sociedade, uma vez que os alunos refletem na escola as frustrações cotidianas. Sendo no contexto escolar que as autoras definem os tipos de violência, os quais são:

Violência contra o patrimônio – é a violência praticada contra a part física da escola.

Violência doméstica - é a violência praticada por familiares ou pessoas ligadas diretamente ao convívio diário do adolescente.

Violência simbólica – é a violência que a escola exerce sobre o aluno quando o anula da capacidade de pensar e o torna um ser capaz somente de reproduzir. A violência simbólica é a mais difícil de ser percebida... porque é exercida pela sociedade quando esta não é capaz de encaminha seus jovens ao mercado de trabalho, quando não lhes oferece oportunidades para o desenvolvimento da criatividade e de atividades de lazer

Conforme Odália (1983, p. 28) violência é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto que invade a autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo contra a vida do outro. A violência é o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia que expressa comportamento ou conjunto de deriva de força, vigor; contra qualquer coisa ou ente. Assim, a violência diferencia-se de força, palavras que costuma estar próximas na língua e pensamento cotidiano. Enquanto que força designa, em sua acepção filosófica, a energia ou “firmeza” de algo, a violência caracteriza-se pela ação corrupta, impaciente baseada na ira, que não convence ou busca convencer o outro, simplesmente o agride.

Nesse sentido vale ressaltar que Anjos (2000) afirma que no sentido etimológico, o termo violência vem latim, violentia, que significa violência, caráter bravio. Cada sociedade está sujeita a violência gerada pelos indivíduos que a constitui.

De acordo com Pinheiro (2003), ocorre a violência nítida quando há ruptura moral ou normas sociais estabelecidas, embora a definição sobre a violência não exista um conceito absoluto, pois varia conforme o âmbito social. Sendo assim, a violência está relacionada à força, e a mesma rompe normas ou morais sociais, sabe-se que a mesma está exposta em todos os lugares, começando pelos lares das famílias que deveriam ser o exemplo de dignidade, muitas vezes, são reflexos de casos absurdos de violência contra os entes familiares.

De acordo com os estudos bíblicos, a Bíblia, para alguns especialistas, apresenta uma vasta coleção de eventos violentos. Nela encontram-se, ao lado de exemplos de virtude, desde assassinatos fratricidas e estupros até periódicas demonstrações de ira divina (dilúvio, pragas do Egito). A história de Adão e Eva em si pode ser vista como uma história de violência: Deus propondo normas de obediência e preceitos com base em sua autoridade, preceitos desobedecidos por Eva punição na forma de expulsão do paraíso e conhecimento do mal.

Enfim, sabe-se que não há um consenso sobre a definição sobre violência, cabe aos educadores e familiares observar as atitudes agressivas dos alunos/ filhos, para posteriormente, buscar recursos especializados para ajudar tais crianças e adolescentes a superarem as dificuldades de integração social. Nesse sentido, a família é uma parceira fundamental, na conquista de êxito pessoal de cada indivíduo, pois a escola pode ajudá-lo a superar as deficiências encontradas no convívio social.