Inicialmente, podemos dizer que o negro no Brasil é um objeto exposto à sociedade com olhares hipócritas, enviesados. Também, ser negro no Brasil é esperar dos brancos a quitação da dívida social. Nesse âmbito, os indígenas durante 300 anos construíram as bases econômicas e sociais do nosso país, em condições brutais de escravatura, em consequência da exclusão social. Então, com tudo isso, por que da discriminação obnóxia com os negros? Eles têm culpa? Quando isso terá um fim? Para responder a essas perguntas, temos que compreender um pouco do passado, pois envolve diversos fatores emblemáticos desde a colonização do país.

Em tempos antecessores, os colonizadores obrigavam os índios (depois os negros) a trabalhar na lavoura, na extração de recursos naturais e em atividades domésticas. Com isso, muitos indígenas não resistiam, morriam por suicídio, doenças (trazidas pelos brancos) ou pelo trabalho árduo. No Brasil, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), atualmente existe 358 mil índios vivendo em reservas, isso representa cerca de 0,2% da população brasileira, esse número é bem inferior comparado com o período da colonização. Depois da abolição da escravatura em 13 de maio de 1888, os escravos estavam “livres”, mas ainda tinham que enfrentar mais uma batalha, precisavam estar livres racialmente, com dignidade. No entanto, o preconceito racial não surge a partir de uma escravização indígena, mas sim de vários fatores, como: sociais, econômicos e religiosos (a igreja católica tem bastante influência). Logo, o Brasil tem um débito enorme com os etnicamente negros, por isso que o próprio presidente da República considera-se quitado porque nomeou um bravo general negro para a sua Casa Militar e uma notável mulher negra para a sua Casa Cultural. Entretanto, ele se esqueceu de que falta nomear todos os negros para a grande Casa Brasileira.

Portanto, a discriminação existe pela cor da pele, não pelo fato da escravidão, uma vez que muitos dos escravos de Roma eram brancos. No Brasil, imagina-se isso em decorrência dos indígenas serem negros. Então, acredito que a solução da dívida social é a educação. Sem educação, jamais será resolvida a questão social. Dessa maneira, impõe-se priorizar urgentemente a educação dos negros, não bastam apenas às cotas, isso é só um detalhe, precisa-se de uma justiça social, uma sociedade igualitária, algo bem mais equivalente.