O QUE É PLANTÃO PSICOLÓGICO?


O Homem é um ser plural e singular ao mesmo tempo, influenciado por todas as formas de manifestações e expressões pessoais e de tradição cultural. Isso faz dele capaz de adaptar-se as transformações da sociedade, fazendo com que ele não questione aquilo que lhe toca e afeta no contexto de seu existir, deixando-o amarrado e agindo na direção da excelência, limitando sua reflexão e o seu agir. Passa a ser um ser que se adéqua a realidade perversa, transformando-o em um ser com espaço reduzido para a subjetivação, constituindo-se um sujeito que rende-se aos modos de vida organizacional da contemporaneidade. Pensando a ser um sujeito estático e estagnado limitado em sua condição de sujeito, levando-o a redução de possibilidades de transformação social e do coletivo.


Compreendendo esse sujeito moderno, vemos a necessidade de uma abordagem clinica que busque uma significação da experiência clinica. Onde vemos na pratica fragmentos de um sujeito que ocupa uma posição fundamental com contornos subjetivos efêmeros. Essa nova forma de subjetivação fez com que se desenhasse uma nova clinica, onde pudesse descrever o mal estar contemporâneo pela qual o sujeito tem sido afetado.
A questão do sofrimento humano, através da visão do contexto social, cultural político e econômico, fez surgir a necessidade de mudanças nas abordagens, colocando em uma Nova concepção, nova implementação e nova formação profissional.

O plantão psicológico passa por um espaço de escuta onde integra proposta de políticas públicas com respeito ao ser humano.

A abordagem clinica pode ser interpretada por dois modos, pela ótica da Psicossociologia, supõe um démarche, da parte do terapeuta, interventor ou pesquisador, caminhando as cegas, nesse "espaço" que ele conhece pouco ou nada, e esforçando-se para escutar aqueles que tenta compreender, especialmente em seus esforços para dar sentido a sua condutas e aos acontecimentos que tecessem sua historia.(LEVY (2001,P.20).

Outra forma é através da perspectiva fenomenológica existencial, pois o homem, sendo parte do mundo,ou, para além, sendo mundo com os outros, afeta e é afetado, em uma teia mutante de relações, sendo ele provavelmente mutável.(MOTATO,AUN, 2005).

A perspectiva fenomenológica encontra modelo de recuperar, atender esse sujeito que afeta e é afetado, procurando descentralizar esse olhar de espanto fora e dentro de si mesmo. Praticando a cartografia, a clinica fenomenológica busca usar uma linguagem de maneira aproximada de maneira própria, mantendo suas conexões com a linguagem cotidiana, com a perspectiva de re-significação na compreensão da condição humana.

A prática do plantão psicológico apresenta-se como um elemento facilitador do processo de compressão da subjetividade do sujeito. É uma experiência que contraria uma norma social básica, que busca atender esse sujeito através da constituição de um conhecimento, que passa pela experiência feita por uma aprendizagem em trânsito, que se dá através da multiplicidades dos imprevisto inoportunos.

Segundo (Mosqueira, et al..,2005)"Diz respeito à experiência de contato com o mundo, deixando-se ser tocado por ele; na atividade de supervisão, tal pode ser vivido pelo estagiário como atividade significativa, transmutando-se do lugar da explicação sobre para o lugar do aprender com ou aprender entre.

O plantão psicológico buscar atender uma população na elaboração de sua própria demanda que emerge em alguma situação de urgência ou não e que necessita de uma escuta na clínica, onde o domínio do saber se mostra de outra forma, e muitas vezes não há respostas exatas ou verdadeiras que aliviem a angústia que incomoda o sujeito.






REFERÊNCIAS

MOSQUEIRA, YEHIA, HENRIQUES, MORATO, HENRIETTE. Atenção Psicológica em Distrito Policial: Ação Ética e Política.In I Jornada Psicológica em Aconselhamento Psicológico. Setembro. 2006.

AUN, MOTATO, HENRIETTE. Cartografia como Ação Clínica em Intervenção Social. In I Jornada Psicológica em Aconselhamento Psicológico. Setembro. 2006.

LÉVY,A. Ciências Clínicas e Organizações Sociais. B.H. Autêntica. FUMEG. 2001.