O QUE É OBSESSÃO

Com toda essa maldade que está a solta por aí, atacando qualquer um e fazendo-o atacar outros seres e objetos, fica difícil não pensar que se trata de uma obsessão, principalmente quando aquele que ataca é preso pela polícia e se mostra calmo e com um quê de arrependimento, como se aquilo que o tornou violento o tivesse abandonado e foi procurar outro a quem obsidiar.

O que causa isso? Espíritos maus ou o próprio espírito mau da pessoa?

Se são espíritos maus que se incorporam ou influenciam fortemente uma pessoa, o que, por sua vez, fazem esses espíritos serem maus? Com certeza não podem ser inocentes como a pessoa a quem obsidiam, isto é, não podem estar, por sua vez, obsidiados, senão teríamos uma cadeia sem fim, o que não é lógico. No máximo poderíamos ter uma cadeia em que A influencia B para este fazer mal a C.

Porém, nas maldades que se vê por aí, não se tratam de atos inconscientes, pois B, sendo uma boa pessoa, não vai se deixar influenciar por A para prejudicar C. Se isso acontece, então B é tão mau quanto A, o que nos leva a concluir que ninguém é influenciado, obsidiado. Uma pessoa má é má por si mesma, o mal está nela, seja aflorado ou latente. Quando ele está aflorado, ela causa mal ou influencia quem tem o mal latente, e este, então, aflora.

Nada há no universo, ou no desconhecido, que faça com que uma pessoa boa (não tem nem um mal latente) cause algum tipo de mal a alguém ou a algo. Infelizmente, não há uma maneira de carimbar uma pessoa como boa, mas, felizmente, é muito fácil botar esse carimbo numa pessoa má. Basta ela falhar uma única vez, causar mal uma única vez, sem que mostre algum sinal de arrependimento disto. No caso de uma pessoa que recorre no mal, ela mesma se auto carimba como má.

Assim como a verdade só é verdade enquanto durar como verdade, uma pessoa tachada de boa só o será enquanto for boa. Assim, nesse caso, isso também é uma verdade que pode ter duração mais ou menos longa.

É fácil ser mau, é fácil ser negativo. Todos e qualquer um sabe como ser mau. Ser bom, porém, é muito difícil. Isto porque é muito difícil definir o ponto onde estamos parando de ser bons e estamos começando a ser maus. Uma coisa que eu fizer que possa não significar um mal para alguém ou alguma coisa, sob meu ponto de vista, pode significar ser um mal sob a visão de outra pessoa ou mesmo para aquela pessoa, animal ou objeto que é atingido pela minha ação.

Como ser bom a qualquer instante e constantemente? Será que existe um método? Ora, se sabemos fazer o mal, então existe um método para fazer o mal. E se existe um método para fazer o mal, então, este mesmo método pode ser usado para encontrarmos um método para fazer o bem. É muito simples. Muito simples.

Para fazer o mal, seja diretamente ou por influências alheias, primeiro observamos o que o objeto de nossa maldade deseja. Uma pessoa sempre deseja algo que ela não tem ou que não seja tirado dela algo que ela tem, sejam esses algos materiais ou não, ou as duas coisas, ao mesmo tempo, como, por exemplo, quando a pessoa é violentada fisicamente. Nesse caso ela vai ter uma perda material (seu corpo será machucado) e não material (será emocionalmente machucada).

Então, para fazer o mal para esta pessoa basta tirar dela qualquer uma destas coisas, ou as duas. Este é o método para fazer o mal. Assim, se somos capazes de perceber quais são as necessidades de uma pessoa, também somos capazes de achar uma maneira de suprir aquelas necessidades, mesmo que seja apenas com palavras. Se for o caso, podemos fazer mais do que isso. Por isso é simples.

A maioria das pessoas escolhe fazer o mal porque é isso que elas recebem, seja direta ou indiretamente. É uma espécie de defesa. No fundo, o que elas estão fazendo é passar adiante o que recebem. Tanto o mal quanto o bem são passados adiante. O resultado final vai depender de quem faz a última entrega.

Quem de nós quer sofrer o mal? De sã consciência nenhum de nós quer sofrer um mal, principalmente aqueles que costumam fazer o mal. Por isso tremem, quando são pegos e ficam à beira do castigo. Ora, quem não quer sofrer o mal, também não deve praticar o mal.

Existe um ditado bíblico que resume bem isso e que pode ser usado no nosso dia-a-dia como um método prático para fazer o bem:

Fazei aos outros o que desejais que eles vos façam.

Como você não deseja que ninguém te faça mal, adote este ditado, incorpore o que ele diz, aja e pronto. A menos que você perca seu eu, você estará sempre praticando o bem.

Brasilio – Março-Abril/2010.