Um dos maiores males que corrói a alma das pessoas é a noção de que elas precisam ser lideradas pelos outros e que não podem tomar decisões independentemente – como a mulher que é submissa ao marido, o empregado sem iniciativa que só faz o que os outros mandam e os fanáticos religiosos que só seguem estritamente o que a religião permite.

A liderança pessoal nasce diretamente da ousadia e da coragem que dão à pessoa um senso de independência e liberdade íntima. A pessoa líder de si mesma não se apega a qualquer instituição, ideia, pessoa ou grupo que diga como ela deve viver sua vida. Ela faz o que quer sem pedir autorização.

Se você quer definir metas e fazer planos para alcançá-las, é imprescindível que você seja líder de si mesmo para que possa levar seu próprio barco para onde bem entender sem depender dos outros. Veja, porém, que essa independência toda não deve excluir os outros de sua vida, já que ninguém é uma ilha. Tomar decisões de forma independente não significa virar a cara para todos os que estão em sua vida e dizer para eles que eles não têm mais influência alguma sobre você, pois agora você é líder de si mesmo! Isso seria uma postura bem imatura, não?!

A liderança pessoal é fortalecida pela assertividade. Essas duas qualidades juntas fazem com que você aja com integridade ao fazer suas escolhas e consiga demonstrá-las para os outros em sua vida de uma forma a não machucá-los e ao mesmo tempo conquistar seu respeito e admiração. O equilíbrio ideal da liderança pessoal dentro do contexto de uma vida que naturalmente envolve outras pessoas é a interdependência. Todos somos dependentes uns dos outros em um sentido, mas temos o direito de ser independentes em outro sentido. A pessoa que leva esses dois pontos com maestria é uma pessoa interdependente.

A pessoa interdependente se guia através de uma bússola interna, criada e fortalecida por sua postura de integridade, autoconfiança e coragem. Sua maturidade emocional não permite que ela pise nos outros para conseguir o que quer, como faria uma pessoa apenas independente, mas ao mesmo tempo, ela não cede às vontades, manipulações e controle dos outros à sua volta. Essa postura faz com que ela se sinta bem consigo mesma – já que ela não trai os próprios valores e objetivos por medo dos outros ou por insegurança – e, ao mesmo tempo, ela se dá bem com as outras pessoas, pois as respeita como seres livres e conquista seu respeito e sua admiração por ser uma pessoa íntegra e confiante.

Trecho adaptado do livro Planejamento Estratégico Pessoal.

Fran Christy é formada em administração de empresas com especialização em planejamento estratégico. Fran vive em Seattle, EUA, é fundadora do Excellence Studio e escreve sobre desenvolvimento pessoal, produtividade e estratégias de vida. Leia mais artigos da autora nos sites Sonhos Estratégicos e Vivendo Intensamente.