"Como um louco que atira pedras, em quem  vais  passando, assim é o que fere alguém e diz: que foi uma brincadeira". (Provérbios 26:18, 19)


   Muito se tem falado atualmente sobre bullying. Professores, diretores, coordenadores e pais de alunos têm refletido sobre que tipos de comportamentos podem ser considerados como bullying e quais as origens de tal comportamento. Mas isto não é uma matéria que deva ser preocupação somente de pais e professores. Devem envolver os próprios alunos, uma vez que são os principais envolvidos nela.

    Em primeiro lugar é preciso definir o que é bullying. Segundo os especialistas esta palavra está ligada etimologicamente a um termo da língua inglesa que pode muito bem ser traduzido como “Valentão”. E o bullying nada mais é do que atos de “valentia”, ou seja, de agressão, praticados de modo continuo e cotidianamente entre estudantes de todo o mundo. Tal violência pode ser física ou psicológica. Normalmente está encoberta sob uma capa de “brincadeira”. É comum que tanto os praticantes do bullying quanto as suas vítimas, não se deem conta de que estão envolvidos nesse fenômeno. Daí a necessidade de esclarecimentos acerca do problema. O estudante, ao examinar a questão, poderá perceber que é um praticante ou uma vítima do bullying. Ou, ainda, que é vítima em relação a alguns colegas e, simultaneamente, é agressor em relação a outros.

    As vítimas, normalmente, são pessoas que apresentam pouca capacidade de reação às agressões, como o menorzinho da turma, por exemplo. Ou ainda aqueles que estão fora dos Padrões de beleza propalados pelos programas de TV , como o gordinho e o magrinho, como eu. O calado. O que tem dificuldade de leitura. O que tem uma caligrafia ruim, etc.

    A psiquiátra Ana Beatriz Barbosa Silva, em seu livro “Mentes consumistas”, chama a atenção para o fato de que o bullying se funda muitas vezes em das diferenças de poder aquisitivo entre os estudantes, motivado pelo cultura consumista predominante em nossa sociedade:

A discriminação que ocorre em função do poder aquisitivo e de bens materiais é um dos motivos que mais contribui para a prática do bullying entre crianças e jovens. Os agressores se utilizam de diversas ações, como hostilizar, ofender, humilhar, excluir ou perseguir aqueles que não se enquadram nos padrões financeiros estabelecidos pelo grupo”. (2014, p. 100)

 

    Os efeitos psicológicos produzidos nas vítimas podem ser diversos: Timidez extrema, baixa estima por si mesmo, depressão, desejos mórbidos, até explosões repentinas de revolta e violência extremadas. Os agressores também sofrem efeitos negativos, sobretudo pela sedimentação de um caráter antissocial e moralmente deturpado em relação aos valores mais importantes para uma convivência humana harmoniosa e feliz.

    Cabe uma pergunta, que certamente pais e educadores geralmente fazem: Como é possível defender-se do bullying? Este não é um fenômeno recente. Sempre existiu e continuará a existir nos ambientes escolares, em maior ou menor escala. Estas ações truculentas são expressões em escala reduzida do que acontece nas guerras entre nações e do que ocorre na experiência urbana das grandes cidades. Além do devido monitoramento e das ações combativas por parte dos educadores, devem as vítimas potenciais desenvolver capacidades de reação, com a ajuda de pais e educadores: Melhorar sua autoimagem, ampliar sua capacidade de reação verbal e aprender a recorrer a quem possa auxilia-lo em suas dificuldades.

 

Questões para reflexão:

  1. Você já praticou bullying ? Que tipo? Exemplifique.

  2. Você já foi vítima de bullying? Que tipo? Exemplifique

  3. Quais as formas mais comuns da prática do bullying que você presencia todos os dias na escola em que você estuda?