O QUE É A VIDA III Uma visão científico-religiosa “NO PRINCÍPIO DEUS CRIOU A MATÉRIA E O ESPAÇO. E A MATÉRIA ERA ÁRIDA E DESÉRTICA, E A ESCURIDÃO ENCHIA O ESPAÇO E COBRIA TUDO QUE HÁ NELE.” A matéria definiu o espaço e vibrava ressonante com Deus, porque dEle veio e Ele já era, já estava. A energia vibrante desde o zero, a que chamamos de nada, até ao vibrante inimaginável para nós, a que chamamos de infinito, resultando no Tudo. A matéria era um ínfimo contido pela energia extrema que preenchia o tudo e era o tudo no meio do nada. Qualquer partícula material que, porventura, surgisse fora daquele ínfimo era capturada e presa incondicionalmente por uma força descomunal gerada pela energia, como que preparando a criação. Àquela força damos o nome hoje de gravidade. No momento da criação, aquele ínfimo material foi crescendo estrondosamente, alimentado pela energia que se transformava, que agora criava, desabrochando, assim, o universo, como numa grande explosão – o Big Bang. Um redemoinho gigantesco como que saindo de um funil invertido numa superdimensão, onde entrada e saída se confundem em todas as direções nas três dimensões que conhecemos. E como membros de um grande corpo, foram se formando as estrelas e os planetas e planetoides. Tudo ressonante e, assim, interligados, sincronizados, derivando do Tudo. Desse sincronismo e dessa sintonia estava pronta a luz. Porém, tudo ainda parecia escuridão, pois não havia o “ver”, não havia o olho sincronizado com certas faixas de vibrações. O sincronismo vibratório reuniu diversos astros em “famílias”, famílias em aglomerados. Surgiam as constelações, as galáxias e os sistemas. Desde os grandes conglomerados até o pó de um planeta a vibração estava presente. Em termos de vibrações, nada diferenciava uma partícula de pó do conglomerado de estrelas em que ele se situava. A partícula de pó era como uma cópia holográfica: continha o todo. A vibração era a mesma, tanto na partícula quanto no todo em que ela se inseria, mas a harmonia era diferente, pois esta depende da quantidade de elementos que compõem o sistema. Então, a partícula de pó começou a se juntar com aquelas que mantivessem a harmonia no caminho da harmonia inicial. Esta harmonia inicial é a mesma harmonia de Deus. Do pó surgia a vida, partindo do início e procurando voltar para o início, se juntando a tudo para retornar ao todo. Estava iniciada a criação, com o intuito de voltar ao todo, fazendo-o cada vez maior. O todo está sempre crescendo, procurando seguir a harmonia inicial. O que é curto de duração se desviou da harmonia inicial. Para nós isso se opõe à criação, e chamamos de destruição. Mas, não há destruição, apenas criação. O que parece destruição é apenas a reconstrução, o voltar para o caminho harmônico inicial. Assim o homem e os animais foram criados e são recriados a todo momento. Assim é também com os vegetais e o restante da matéria, com durações mais longas, pois não lhes foi dada a capacidade de controle de suas vibrações e, portanto, não se desviam tão facilmente da harmonia inicial. Não há morte, há apenas recriação. O momento de tua morte é o momento em que teu desvio ao longo do caminho te colocou numa vibração contrária à harmonia inicial. As tuas dores e teus sofrimentos dão a medida dos desvios que você comete em relação à harmonia inicial. Você tem e não tem, ao mesmo tempo, o controle de teu tempo de vida e das quantidades de tuas recriações. Você as tem quando permanece no caminho da harmonia inicial, e não as tem quando resolve se desviar. Como numa orquestra uma nota dissonante prejudica a vibração da sinfonia dali para frente, mesmo que não haja mais desvios até o fim, assim também um único desvio em tua vida já te tirou do caminho da harmonia inicial. E você não vai estar nele, mesmo que pareça estar. Nisso você já engatilhou uma nova recriação e diminuiu a duração de tua vida. Você perguntaria: por que voltar ao todo? Por que não ter ficado quieto lá, parado? Você não ficou quieto lá, parado, porque você está aqui. Voltar ao todo é o que você procura, pois você procura a harmonia. Não é uma volta, não é um retorno a uma condição harmônica que já existia. É uma ida, é uma busca. É criação, expansão. Volta a uma condição anterior seria destruição, mas não existe destruição. Você é energia vibrante e escolheu ir. Não existe um ser além de você que te controla, mas, você só tem uma escolha: ir. Ir é ser, é estar. Quando você deixar de ser, deixar de estar, você continuará indo, sendo, mesmo que não tenha mais consciência disso. Então, para se sentir feliz, vá em frente, sem maldizer a si mesmo, já que você mesmo é o único sujeito a quem você deveria maldizer, pois você é o dono de si mesmo e é a energia que se autocontrola. Autocontrole não é só ter o controle de si mesmo, de andar no caminho reto. Autocontrole mesmo é responsabilidade, esteja indo pelo caminho reto ou pelo caminho torto. Você escolhe ser responsável ou irresponsável. Cada um destes tem seu preço. Quanto mais irresponsável, mais caro. E você pode criar uma dívida impagável, não importando quantas vidas você possa viver. O universo vai. E vai cada vez mais rápido, harmônico e responsável. A você só resta acompanhá-lo ou vê-lo cada vez mais longe de ti, até que a escuridão do nada te engula, talvez sem remédio. Talvez permaneça um pequeno pulsar de você, como que um quase inaudível pedido de socorro e mão poderosa e bondosa te resgate e te aponte o caminho de volta que você, de novo, deve trilhar por vontade e conta própria, gastando quantas vidas forem necessárias, de novo. Brasilio – Outubro/2004 Janeiro/2010.