O QUE UM PROFESSOR DEVE CONSIDERAR A FIM DE ORGANIZAR SUA PRÁTICA DE ENSINO

 

 Cláudia Gomes

 

              No nosso dia a dia realizamos diversos afazeres e para desenvolvê-los com sucesso planejamos horários, criamos regras e limites. Na educação não é diferente, o educador antes de iniciar atividades escolares, ele tem um Pré-planejamento daquilo que pretende para suas aulas.

              Ao pensar num objetivo o educador está refletindo sobre a sua prática de ensino, de como vai fazer? O que usar? De forma alcançar? Quanto tempo para realizar? E ainda ter uma segunda opção para o caso de algum imprevisto.  Porém, como afirma a escritora Délia Lener em seu livro Ler e escrever, é um fator de peso na educação: o tempo, este “é escasso em relação à quantidade de conteúdos fixados no programa e parece nunca ser suficiente para comunicar as crianças tudo o que é importante”.  

No entanto o educador durante sua prática deve e considerar elementos tais como: 

  Tempos- O entendimento da criança sobre os tempos vividos nos contos de fada e os vivenciados no seu dia a dia, em casa, na escola, com os amigos na vizinhança, num passeio, por exemplo, ao ler uma estorinha, relacionar sucessões de fatos, lugar e tempos se aconteceu agora / no hoje, se foi ontem-/no passado e se vai acontecer no amanhã ou depois /no futuro, e ainda relatar as paisagens, os cenários onde acontece o conto que está lendo.

Necessidades- Há necessidade em trazer para a escola os processos vivenciados pelos alunos em sua realidade concreta, pois esta é a base para a construção das hipóteses, conjunturas e incrementos da prática social da escola. Os alunos já atuam como seres pensantes mesmo antes de frequentar a escola, embora de um modo diferente do pensamento construído na escola, e deve o educador ser flexível, para dar vez e voz aos seus alunos.  Sempre atento para quaisquer necessidades que possam interferir no aprendizado do aluno.

Habilidades- Evidenciam as experiências dos alunos, sua aprendizagem concreta, ao ler, ao criar, ao reinventar, ao desenhar ou escrever o que leu, sempre de acordo com o seu entendimento pessoal sobre a leitura. Devem ser usados diferentes textos e materiais para manusear e reproduzir sua compreensão a respeito. Além de suas habilidades, corporais, visuais, motoras e auditivas. 

Experiências- O universo infantil é rico em magia, o imaginário anda sempre junto como real, e por vezes pode fazer sentido se o educador souber trazer para o real; através das atitudes, do socializar onde se trabalha o individual e o coletivo. A criança aprende a dividir, a dar a vez, seguir regras e assumir compromissos com as normas criadas e respeitar os limites.

Formas- Através do lúdico, de estratégias e dinâmicas renovadas ir reatualizando as atividades, as brincadeiras e acrescentar de acordo como desenvolvimento da turma o grau de dificuldade, ou seja, se antes escreviam uma palavra com duas sílabas agora devem escrever uma palavra com três ou mais sílabas e assim por diante.

Ritmos- Avaliar o aluno de acordo com o seu ritmo de aprendizagem, pois ser mais lento não significa que não sabe ou não aprendeu, apenas o seu ritmo de aprendizagem é diferente. A sensibilidade do educador deve ser aflorada para este sentido, em não prejudicar o desenvolvimento e avanço do aluno pecando na avaliação, que deve ser contínua, observando os avanços, as dificuldades para auxiliar melhor os alunos que possuem necessidades, também é possível notar as habilidades e competências por eles desenvolvidas.

          Uma maneira menos complicada e muito eficaz de planejar e avaliar o rendimento do aluno e seu desenvolvimento social da escrita e leitura é o projeto.

Este pode ser de curto, médio ou longo prazo ou ainda pode abranger todas as áreas disciplinares, por exemplo, ensinar matemática em ciências, português em estudos sociais, ou vive versa, o que deve ser pensado é uma união dos de mais professores de séries à frente para juntos alavancar o ensino com o objetivo de letrar os alunos. Não basta saber escrever e ler tem que fazer sentido para a criança sua leitura, seu pensar, sua reflexão e dúvidas.  O foco principal do projeto é a análise e a reflexão sobre o sistema de escrita e a aquisição da linguagem usada para escrever, onde os alunos sejam estimulados a refletir sobre a escrita e a leitura.

             Sabemos que o professor deve levar em conta todos os elementos citados à cima, porém antes de tudo deve conhecer seu aluno e respeitar o intelectual do aluno. De nada adianta planejar uma aula se não se conhece os alunos, ou  o que eles têm a oferecer para que a troca seja satisfatória para ambas as partes, professor e alunos. 

Para dar significado ao aprendizado e estímulo aos alunos os materiais usados, devem ser trazidos por eles de casa em conjunto com a professora. Materiais como, tampinhas, rótulos de produtos industrializados, revistas, jornais, fantoches confeccionados em aula, palitos, caixinhas entre outros. 

              Ao brincar, dramatizar uma estorinha lida por ele, estará vivenciando o acontecimento, e de alguma forma sentirá o que o personagem fictício passa no conto.  Ai pode ser explorado a língua escrita, verbal e expressão corporal.  

O projeto nos propicia rever dificuldades apresentadas no decorrer do processo, bem como aumentar o nível de aprendizagem, e letramento. Uma vez que ao escutar, escrever e ler seguidamente diferentes palavras em diferentes textos estará à criança tomando consciência da sua leitura e usando-a no social. 

          Sabemos que existem vários meios de aproximar o conteúdo, a alfabetização e o letramento do agora vivido pelas crianças. Sem que seja necessário pular etapas para simplesmente vencer o mapeamento escolar. 

          Para tanto, tem que se ter em mente que o aluno de fato aprendeu, se ele tem autonomia ao desenvolver o que lhe foi proposto, e é capaz de ele próprio ir além do exigido, se a resposta for sim, então é hora de avançar. Neste sentido o PPP deve ser pensado na liberdade na capacidade e na possibilidade da comunidade escolar criar suas regras, estando aberto para as necessidades que vão surgindo.