A avaliação é essencial à educação. Inerente e imprescindível, durante todo processo educativo que se realize em um constante trabalho de ação reflexão, porque educar é fazer ato de sujeito, é problematizar o mundo em que vivemos para superar as contradições, comprometendo-se com esse mundo para recriá-lo constantemente. (Gadotti, p.52)

A avaliação no Ensino Superior é discutida frequentemente nos debates atuais em torno da educação no Brasil, uma vez que ela estaria anulando a sua dimensão pedagógica e metodológica e assumindo crescentemente a dimensão de controle dentro da instituição.

O tema avaliação, apesar das inúmeras pesquisas e estudos na última década, ainda carrega consigo indagações relevantes para serem aprofundadas.

Avaliar é uma atividade comum no cotidiano do ser humano, todo processo de aprendizado, fundamentalmente, repassa por um segmento, indispensável, que é o processo de avaliação. “A avaliação é em seu uso social dominante em situação de classe, como elemento chave da negociação didática”. (Hadji, p. 130)

A Psicopedagogia tem como objetivo permear e facilitar o caminho do saber em suas diversas dimensões durante o desenvolvimento do educando.  O psicopedagogo traz consigo indagações sobre as práticas avaliativas, buscando um “sentido” para que a avaliação contribua de fato para a formação do educando como um cidadão.

A avaliação tem por objetivo identificar os progressos e as dificuldades de cada aluno, sendo um instrumento de reflexão entre o que se aprendeu e o que não se aprendeu. 

O valor da avaliação encontra-se no fato do aluno poder conhecer os seus avanços e suas dificuldades, o professor deve desafiá-lo a superar as dificuldades encontradas durante seu processo educacional, estimulando o desejo de aprender e convidando o discente para uma aprendizagem de sucesso.

Muitas vezes a avaliação é normativa, cumpre exigências institucionais e não permite ao estudante uma perspectiva relevante sobre o seu desenvolvimento pessoal e profissional no Ensino Superior, esquecendo-se de que se trata de um termômetro capaz de sinalizar as potencialidades e as deficiências do educando.

As universidades como Instituição de Ensino têm de prestar contas à sociedade e é por meio das avaliações normativas que as instituições apresentam e documentam o desenvolvimento de seus alunos durante o período letivo.

A avaliação ao longo dos séculos cumpre uma função de controle, expressando os resultados em conceitos ou notas que deliberam a quantidade e a qualidade do que se buscou atingir.

Nas organizações, a avaliação é quase sempre um instrumento fundamental em termos de gestão. Particularmente importante nas relações de trabalho (por exemplo, como instrumento de seleção, promoção e desenvolvimento profissional) a as avaliações é também um instrumento importante de controlo e de legitimação organizacional. As escolas (enquanto organizações complexas) têm, com algumas similitudes, utilizando a avaliação para esses mesmos fins. (Afonso³, p.18)

A temática aqui disposta é fruto de uma inquietação e tensão que venho travando com o meu objeto de pesquisa: a avaliação e faz parte do meu cotidiano como estudante.

O ato de avaliar encontra-se relacionado ao acompanhamento sistematizado do objeto de avaliação. O que permite o acréscimo de uma atribuição de valor ou qualidade, processado a partir da comparação da configuração do objeto avaliado, ou seja, do produto final com o padrão de qualidade.

A avaliação consiste num objeto de investigação aberto a diferentes abordagens disciplinares e interdisciplinares; não é uma disciplina específica. (Afonso, p.16)

Percebo que, ainda hoje, o Ensino Superior cumpre essas funções normativas de avaliação, negando uma avaliação formativa e a possibilidade e uma educação transformadora.

Educação não é só informação, mas sim formação.  A avaliação qualitativa defende a formação cidadã e política, colaborando para o desenvolvimento crítico do estudante que será ativo em seu meio social.

Avaliar não é apenas medir o conhecimento do aluno. Segundo Hadji (2001), medir significa atribuir um número a um acontecimento ou a um objeto, de acordo com uma regra logicamente aceitável. Hadji (2001) cita que a idéia de que a avaliação é uma medida dos desempenhos dos alunos ainda encontra-se fortemente enraizada na mente dos professores e alunos, colocando a avaliação como uma forma de julgamento.

Reduzir a avaliação a uma medida ou mais especificamente à prova implica aceitar a confiabilidade da prova como instrumento de medida e desconsiderar que a subjetividade do avaliador pode interferir nos resultados da avaliação.

Registraremos aqui o fato de que hoje se sabe que a avaliação não é uma medida pelo simples fato de que o avaliador não é um instrumento, e porque o que é avaliado não é um objeto no sentido imediato do termo. Todos os professores avaliadores deveriam, portanto, ter compreendido definitivamente que a “nota verdadeira” quase não tem sentido. (Hadji, p. 34)

O artigo presente tem como objetivo analisar a importância da prática avaliativa no Ensino Superior, sugerindo uma perspectiva formativa, considerando a sua grande contribuição e favorecimento à construção do conhecimento pelo aluno e seu progresso como cidadão.

No decorrer do artigo continuaremos a jornada pelos caminhos de avaliar.

  

A AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR

 A avaliação apresenta melhores resultados quando os objetivos com que ela é aplicada são claramente revelados para os alunos e docentes, visando o alcance de diferentes objetivos em relação à aprendizagem.

A avaliação precisa ser processual, atingindo um caráter formativo.  Considerando que o desenvolvimento das ações avaliativas ao longo do período letivo, constitui-se em um processo, totalizando um conjunto de objetivos a serem alcançados.

Este processo necessita de informações contínuas no que se refere ao seu desenvolvimento – feedback, segundo Hadji (2001), visando à correção de possíveis distorções e ao encaminhamento dos objetivos já previstos durante o planejamento escolar. Desse modo podemos dizer que a avaliação como parte integrante do Planejamento do Processo de Ensino Aprendizagem, mensura três funções:

  • Função diagnóstica: Sua finalidade é realizar uma sondagem em torno dos conhecimentos e experiências que cada aluno traz consigo, é a “bagagem” que temos conosco. Permite que identifiquemos os progressos e as dificuldades de alunos e docentes diante dos objetivos propostos ao longo do estudo.
  • Função formativa: Tem por finalidade proporcionar o feedback para o professor e para o aluno, durante o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem. Proporciona aos envolvidos no processo educacional a correção de falhas, esclarecimentos de dúvidas e estímulo para que se alcance os objetivos estabelecidos. Propicia ao docente a reflexão sobre a sua ação educativa, possibilitando a adequação de estratégias.
  • Função Somativa: Tem o objetivo de oferecer subsídios para o registro das informações relativas ao desempenho do aluno. Considerando que a função somativa da avaliação visa proporcionar uma medida que poderá ser expressa em uma nota ou conceito sobre o desempenho do aluno.

Há uma forma personalizada e adequada para mensurar o que o estudante do Ensino Superior aprende e aprimora durante o período letivo?

A alternativa para a resolução da problemática acima pode estar numa avaliação que, ao invés de medir ou julgar, se preocupe em formar melhor. O conceito de avaliação formativa defende que se deixe de priorizar o único aspecto considerado pela avaliação tradicional - a atribuição de um "juízo de valor" ao conhecimento do aluno -, e que se passe a valorizar outras esferas importantes do processo de ensino aprendizado, como a relação de parceria autônoma entre professor e aluno na construção do conhecimento que auxiliará nas experiências de vida do estudante.

A maioria das instituições de Ensino Superior praticam uma avaliação tradicional, amparadas por provas escritas para equacionar o conhecimento retido durante as aulas, não servindo para orientar ou re-orientar o aluno, para situá-lo frente as exigências da disciplina e do curso escolhido para sua formação profissional.

A avaliação que se pratica nas instituições é a avaliação da culpa e do julgamento. Aponta, ainda, que as notas são usadas para fundamentar necessidades de classificação de alunos, onde são comparados desempenhos e não objetivos que se deseja atingir é a avaliação do ranking das maiores.

Necessitamos de mudar a nossa conduta. Nossos educandos vêm a nós para aprender e não para serem examinados. E, no caso, os exames não ajudam a aprender. Eles, por si, são classificatórios e excludentes, ao passo que a aprendizagem necessita de inclusão pelo acolhimento, pela orientação e pela reorientação, o que só pode ser subsidiado pelo ato de avaliar, que é diagnóstico. (Luckesi4)

Os erros devem ser apontados, não como meio classificatório atribuindo valores, mas com a intenção de propiciar ao educando o desejo pelo acerto, estimulando o desejo de descobrir, aprender.

Segundo Demo (1991) o erro não é um corpo estranho, uma falha na aprendizagem. Ele é essencial sendo parte de todo processo educativo. Ninguém aprende sem errar. O homem tem uma estrutura cerebral ligada ao erro, é intrínseco ao saber-pensar, à capacidade de avaliar e refinar, por acerto ou erro, até chegar a uma aproximação final. Os erros e dúvidas dos alunos são considerados episódios significativos e impulsionadores da ação educativa.

É possível observar nas vivencias em classe que, por exemplo, o docente que utiliza o erro do aluno como ponto inicial para compreender o raciocínio desse educando e rever sua prática educacional, e, se necessário, reformulá-la, possui uma posição bem diversa daquele que apenas atribui uma nota àquela questão e continua dando suas aulas do mesmo modo, deixando de lado a possibilidade de utilizar-se de novos instrumentos avaliadores e observar o processo educacional do educando.

O papel da Instituição de Ensino Superior abrange uma dimensão complexa, visto que o processo de formação repassa por uma questão polêmica e evidente efervescência que é a avaliação da aprendizagem. O processo de educação encontra-se diretamente relacionado ao processo de avaliação e produção do conhecimento.

Por meio de um acompanhamento contínuo e diferenciado, pretende-se considerar o processo de aprendizado do estudante em sua forma plena e, além disso, permitir que o próprio professor aprimore continuamente suas estratégias de ensino.

A avaliação não deve ocorrer pelo resultado de apenas um instrumento avaliativo, todo instrumento avaliativo é parcial. Os instrumentos são distintos, mas todos devem trazer características significativas e de qualidade, pois serão utilizados pelo educador como um momento de reflexão, Gadotti apud Demo (1991) estabelece que refletir também é avaliar e avaliar é planejar, repensar, refazer, realizar objetivos.  

Os instrumentos de avaliação mais utilizados no contexto educacional brasileiro são provas escritas ou orais, seminários, pesquisas e dinâmicas de grupos. No processo de avaliação dos diversos graus de ensino, as notas e conceitos são decisivos e seletivos.

O processo avaliativo, assim como a construção o conhecimento, é uma atividade contínua resultante da vivência do estudante durante sua vida escolar. O ponto central da vida acadêmica é constituído pela pesquisa, como princípio científico e educativo, ou seja, como estratégia de geração de conhecimento e de promoção da cidadania, segundo Demo (1991), institui que a pesquisa compõe um dos indicadores de qualidade mais significativo no processo da educação no Ensino Superior, como instrumento de avaliação.

A elaboração e aplicação dos instrumentos avaliativos deverão estar adequadas tanto para que o educando consiga entender os seus objetivos, quanto para que o educador consiga, com esses instrumentos, coletar dados para a qualificação do educando.

O ato de avaliar não deve priorizar apenas o resultado ou o processo, mas deve como prática de investigação, interrogar a relação ensino aprendizagem e buscar identificar os conhecimentos construídos e as dificuldades de uma forma dialética.

A avaliação desafiadora que permite que o aluno não só relate os seus conhecimentos, mas se mobilize e construa novos conhecimentos a partir do que já se abe além de significativa é formativa.

Afonso (2000) descreve que a avaliação formativa é feita através das necessidades individuais dos alunos como um processo de aprendizagem. Ela faz o diagnóstico das dificuldades dos alunos, é contínua. Ela não é um momento posterior à formação, mas faz parte do processo de formação e, os instrumentos para tal, devem ter clareza, adequação, precisão e ligação a uma proposta pedagógica.

A avaliação é a reflexão solidificada em ação, que impulsiona a novas reflexões. Cabe ao educador uma reflexão permanente sobre a realidade, praticando um acompanhamento contínuo do educando na trajetória da construção do conhecimento, em seu desenvolvimento global.

As Instituições de Ensino não compreendem a avaliação como um processo amplo da aprendizagem, indissociável do todo, que envolve responsabilidades do professor e do aluno e ao tratar a avaliação de tal modo, desviando-na de seus legítimos objetivos, de sua relação com a aprendizagem, e, principalmente de seu caráter formativo.

Segundo Hadji (2001) a avaliação formativa é um instrumento a serviço das aprendizagens e deve ser realizada por meio de um processo contínuo, sendo um modelo perfeito para situações pedagógicas, porém utópico.  Hadji (2001) sustenta que sua função principal é a de contribuir para uma boa regulação da atividade de ensino. Trata-se de levantar informações favoráveis à regulação do processo de ensino aprendizagem. Todavia, o autor afirma que uma avaliação não precisa conformar-se a nenhum padrão metodológico para ser formativa.

Avaliação formativa é analisada sob a perspectiva de prognóstico, sendo uma avaliação que precede à ação de formação e possui como objetivo, ajustar o conteúdo programático com as reais aprendizagens.  (Hadji, p. 22)

A avaliação formativa destaca-se pelas implantações das atuações pedagógicas e interessa-se fundamentalmente mais, pelos procedimentos, do que pelos resultados.

O educando, quando bem orientado, saberá dizer quais são seus pontos fortes, o que construiu na sua aprendizagem o que ainda precisa construir e precisa melhorar, desenvolvendo sua responsabilidade e uma atitude crítica.

A prática formativa no Ensino Superior, por se fazer valer a cidadania, influencia na formação favorável e global do ser humano que é o aluno, do futuro cidadão profissional crítico e ativo em seu contexto social.

Relevância do psicopedagogo na esfera educacional

A Psicopedagogia é a área do conhecimento que se apropria da construção da aprendizagem humana e de toda a sua complexidade, é um campo de atuação nas áreas da Saúde e Educação que lida com os processos de aprendizagem humana, considerando a influência do meio, da família e da instituição de ensino.

As instituições de ensino são responsáveis por grande parte da formação do indivíduo, o trabalho psicopedagógico possui um caráter preventivo no sentido de buscar competências e habilidades para a solução de problemas decorrentes dos desafios que englobam o desenvolvimento humano.

No contexto escolar é primordial compreender a necessidade do trabalho psicopedagógico, tornando possível uma constante abordagem e uma posterior intervenção. O trabalho psicopedagógico institui o aluno em sua singularidade, investigando, prevenindo e intervindo em suas dificuldades cognitivas, emocionais e sociais.

O psicopedagogo está apto para buscar as origens das dificuldades apresentadas e avaliar os obstáculos presentes na construção do conhecimento do estudante ao longo de sua vida escolar, inclusive no Ensino Superior, utilizando-se de instrumentos e estratégias diferenciadas para se obter o resultado esperado.

Gadotti apud Demo (1191) estabelece que refletir também é avaliar e avaliar é planejar, repensar e pôr em vigor objetivos.

Entende-se na Psicopedagogia que a avaliação é um processo contínuo, visando uma aprendizagem significativa, onde ocorram interações ente aluno e docente estabelecendo vínculos, resultando em um melhor desempenho acadêmico e nas diferentes vivências do educando.

O diagnóstico psicopedagógico é um processo contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito. (Bossa, p. 74)

Sendo um articulador o psicopedagogo procura instigar a instituição de ensino, levando-a a uma reflexão, repensando sua realidade e auxiliando a inserção da família e da comunidade no processo psicopedagógico do aluno, permitindo aos docentes uma revisão dos seus métodos, estimulando a descoberta de novas estratégias para incluir o aluno com dificuldades estimulando-o a superar desafios e a preparar-se para o meio social.

Cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/ prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem. (Bossa, p. 23)

 A aprendizagem no Ensino Superior pressupõe uma troca significativa de informações, disponibilidade de solucionar problemáticas e aprender novos assuntos, articulando os conhecimentos já assimilados com o que está se aprendendo, compartilhando experiências, pensamentos e sentimentos.

O psicopedagogo no Ensino Superior tem como função prevenir e intervir nos processos cognitivos, emocionais, sociais e pedagógicos do educando, oferecendo ao mesmo suporte, agindo sobre os diversos fatores que possam interferir em seu desenvolvimento.

O psicopedagogo oferece também subsídios para os docentes, sugerindo transformações necessárias visando soluções apropriadas para as ocorrências que possam surgir durante o curso.

Cada educando traz consigo um histórico distinto, necessidades distintas e diversas expectativas. Dentro de tal situação espera-se que o docente não transmita apenas conhecimentos, mas também ouça o aluno dando-lhe atenção e modificando sua didática de acordo com o desempenho do educando e os recursos oferecidos pela instituição.

No Ensino Superior o psicopedagogo, utilizando seu aporte psicológico e pedagógico administra as ansiedades e conflitos que o educando vivencia em seu processo de ensino aprendizagem, após identificar os sintomas e as dificuldades o psicopedagogo pode traçar algumas estratégias visando prevenir e sanar os problemas analisados.

A ação psicopedagógica viabiliza a conduta docente, colaborando para o desenvolvimento global do educando, tornando possível a busca contínua por melhorias educacionais, agregando valores a prática docente e estabelecendo novas posturas avaliativas visando o sucesso na formação do aluno.

 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A avaliação é sempre necessária, sendo uma condição essencial para o desenvolvimento humano. O desafio incessante dos docentes é a elaboração de uma avaliação que contemple as necessidades e as expectativas do educando ao ingressar no nível superior, sendo uma fonte permanente para suas reflexões e seu desenvolvimento.

O processo avaliativo parte do pressuposto de que se defrontar com as dificuldades é inerente ao ato de aprender. O diagnóstico de dificuldades e facilidades deve ser compreendido não como um veredicto, que condenará o discente, mas como uma análise do desenvolvimento processual do indivíduo.

A Psicopedagogia contribui significativamente com todos os indivíduos envolvidos no processo de ensino aprendizagem, exercendo um trabalho multidisciplinar.

A função do psicopedagogo no Ensino Superior é de prevenir e intervir nos processos cognitivos, emocionais, sociais, culturais e padagógicos do aluno, oferecendo subsídios para o seu desenvolvimento e sua aprendizagem. Assim como orientar os docentes, permitindo uma reflexão sobre a sua prática e sua postura avaliativa.

Apesar de alunos e docentes universitários em geral estarem amplamente submetidos às mudanças educacionais, os processos avaliativos atuais pouco se dispõem a praticar a discussão, a reflexão e a análise de fatos, preparando o aluno para a sua formação pessoal e profissional, garantindo o cumprimento das suas expectativas ao matricular-se no Ensino Superior.

Avaliamos o êxito de qualquer ensino não pela capacidade de reprodução que o aluno tem do que lhe foi apresentado como informação ou caso exemplar, mas pela sua capacidade de construir soluções próprias a novos problemas, ainda que para isso ele recorra àquilo que lhe foi colocado como caso exemplar, ou seja, que ele lance mão das “soluções canônicas” que lhe foram apresentadas. (Demo, p. 86)

A avaliação é importante uma vez que ela é a responsável por revelar o nível de aproveitamento do aluno, delineando o seu êxodo ou fracasso, formando o profissional do futuro, inevitavelmente a verdadeira avaliação dos alunos egressos de uma faculdade será o mercado de trabalho.

A avaliação deve ser processual, atingindo um caráter formativo. Embora muitos docentes expressem um entendimento de avaliação como um processo contínuo e dinâmico, os sistemas avaliativos, na maioria das instituições, são meramente somáticos. A avaliação formativa se perde em meio ao cumprimento das normas institucionais.

Rever as vertentes e os inúmeros pontos de vista em torno da avaliação no Ensino Superior é rever certamente as concepções de ensino aprendizagem, de educação e de formação, apoiando um principio e valores comprometidos com a formação do aluno cidadão. Por meio dessa prática a avaliação será vista como função diagnóstica, dialética e transformadora do contexto educacional e social.

 Referências bibliográficas

AFONSO, Almerindo Janela. Avaliação Educacional: regulamentação e emancipação. SP: Cortez, 2000.

BOSSA, Nádia. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artmed, 1994.

DEMO, Pedro. Avaliação Qualitativa. SP: Cortez, 1991.

GADOTTI, Moacir. Educação e poder: introdução à Psicopedagogia do conflito. SP: Cortez, 1988.

HADJI, Charles. Avaliação Desmistificada.  Porto Alegre: Artmed, 2001.

LUCKESI, Cipriano.  Avaliação da Aprendizagem. Acesso em 30 de outubro de 2009, 13h. Disponível pelo site http://www.moodle.unicisal.edu.br/file.phd/70.pdf.