O artigo de José Alves de Souza Júnior, publicado pela Editora Pakatatu do Pará, traz informações relevantes para professores e estudantes de Estudos Amazônicos, de História do Pará e Historiografia da Amazônia do Período Colonial, especialmente sobre o Projeto do Marquês de Pombal para ocupação da Amazônia.
Souza Júnior comenta que a Amazônia Colonial sempre se constituiu num grande problema para a metrópole portuguesa quanto à sua ocupação. Ele afirma que o assédio de estrangeiros e as dificuldades de deslocamento de colonos de Portugal para o Brasil provocaram a vinda de degredados para as Capitanias do Grão-Pará e Rio Negro, as quais assumiram essa condição. Assim, a falta de recursos humanos para estruturar a organização do processo de colonização estimulou a execução do projeto pombalino de transformar o índio em colono, com uma política indigenista para emancipá-lo, retirando-o da tutela dos religiosos, procurando integrá-lo à população branca com a implantação do Regime de Diretório.
Ao assumir a posição de Ministro do rei D. José I, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, modificou a concepção do governo metropolitano sobre as relações com a Colônia, considerando a situação de atraso econômico de Portugal em relação ao restante da Europa Ocidental, principalmente Inglaterra e França, fato divulgado por historiadores portugueses e brasileiros. Esse atraso, conforme argumenta José Alves, justificava a permanência na sociedade lusitana de uma estrutura agrária semifeudal, que preservava o domínio social e político da nobreza fundiária e do clero pela existência de burguesia sem autonomia. Pombal, objetivando promover Portugal à altura dos avanços da época, empreendeu várias reformas da reorganização do reino ao reordenamento da cultura pela mudança na educação, abandonando o ensino com base na fé para adotar um ensino profissionalizante, visando a conduzir Portugal à ciência e modernidade. Entre as metas de Pombal, de tornar científico o seu projeto de colonização, estava a reorganização da Colônia Portuguesa no Brasil, especialmente na Amazônia. O autor do artigo diz: "Além de racionalizar a exploração da Colônia para torná-la mais eficiente" havia a necessidade de protegê-la contra as invasões estrangeiras e isso só