DESLANDES, Suely Ferreira et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010, p. 31 - 60.

SPAGNOLO, F.; CÂMARA, J. S. et al. Normas e orientações para a elaboração do projeto e da dissertação. Brasília - DF: UCB, 2003, p. 31 - 34.

José Paes de Santana[1]

O segundo texto utilizado serviu de base para a elaboração de um projeto de pesquisa, dando informações a partir da definição do problema, sua formulação, e seu detalhamento, passando a seguir, para o levantamento de hipóteses e definição de objetivos. O primeiro texto foi utilizado para complementar o segundo. A aula expositiva partiu da abordagem do tema de pesquisa, como introdução ao segundo texto em epígrafe, já que o primeiro não constava da ementa do curso.

Antes de iniciarmos, pois, a questão do problema, a professora regente deixou claro que o tema de uma pesquisa indica o assunto a ser investigado ou sua área de interesse. A partir daí, com base no texto, ficou claro que o problema, diferentemente de um enigma, é algo solucionável a partir de um estudo metódico, muito embora, ao longo de seu estudo, o problema possa ser reformulado e sua solução possa continuar em aberto, pois, sua articulação com outros problemas pode ensejar o início de uma nova pesquisa. Daí afirmarem Spagnolo e Câmara et al, (2003, p. 31), que “em ciências sociais raramente uma pesquisa resolve um problema. Pelo contrário, na maioria das vezes o amplia”.

Solucionar o problema, também, consiste em eliminar soluções apressadas e investigar as soluções metódicas mais viáveis e os caminhos que levam a essa solução, ao passo que delimitá-lo implica em restringir a questão da pesquisa a um recorte mais preciso do assunto, pois, às vezes é necessário delimitar um tipo de sujeito participante da pesquisa e seu espaço de ocupação, entre outros aspectos denotativos das características específicas e individualizantes dos participantes, mantendo-se a clareza, enquanto nos aprofundamos no tema, pois, “quanto mais claramente um problema estiver formulado, mais fácil e adequado será o processo de tomada das decisões posteriores” (SPAGNOLO e CÂMARA et al, 2003, p. 32).

Outra questão que deve ser levada em conta na formulação do problema é “se ele agrada e motiva o pesquisador; possui relevância social, acadêmica; e se há fontes de pesquisa sobre ele” (DESLANDES et al, 2010, p. 39).

Quanto às hipóteses, estas consistem numa possível solução do problema, e é desejável que o número delas seja o menor possível. Já quanto aos objetivos, estes podem conter o problema, podem dizer respeito à relevância da pesquisa ou a aplicabilidade de seus resultados, e se dividem em: geral e específicos (SPAGNOLO e CÂMARA et al, 2003; DESLANDES et al, 2010). 

Concluindo o assunto, pode-se afirmar que o problema é a mola propulsora da pesquisa, as hipóteses são a operacionalização do problema, o objetivo geral nos dá o resultado intelectual final do processo investigativo, e os objetivos específicos são o desdobramento de ações para atingir o objetivo geral.



[1] Mestre em Educação. Graduado em Ciências, Matemática, Bacharel em Direito e atualmente é Diretor do Centro de Ensino Fundamental 02 do Guará - Secretaria de Estado de Educação do DF - Brasil. Trabalha com  Educação, com ênfase em Educação Matemática, Mediação de Conflitos, e Direito. [email protected]