Graduada em Enfermagem Pela Faculdade Anísio Teixeira-FAT, Feira de Santana-Bahia.
Autora: Lusinete Silva de Jesus
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O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA PROPOSTA DE APROXIMAÇÃO DA ENFERMAGEM COM A SOCIEDADE.
Resumo: Este artigo faz uma análise do programa Saúde da Família, e de como a atuação do profissional de enfermagem, pode aproximar esta da população, tendo como metodologia a etnoenfermagem, desenvolvido pela enfermeira Madalaine M. Leinger, por volta de 1940, que reconhece o valor da investigação a respeito da cultura no cuidado humano, baseando principalmente em uma bibliográfica.
INTRODUÇÃO
Este trabalho busca explicar como a atuação do profissional de enfermagem em seus locais de trabalho, principalmente no programa de saúde da família (PSF), aproxima essa profissão do individuo que dela necessita.
Há muito tempo á humanidade vem buscando caminhos e métodos que possa “curar” seus indivíduos, e preveni-los para que não mais apresentasse sintomas de debilidade em sua saúde. Assim, em tempos muitos antigos o cuidar daquelas pessoas que apresentavam tais sintomas era entregue aos sacerdotes de cada religião que detinha o monopólio da “cura”, e a este eram passadas severas restrições para que andasse correto em seus caminhos, se não, os deuses voltaria a castigar.
Por muito tempo permaneceu nas mãos dos chefes religiosos este dom, mas com o passar do tempo, o acúmulo de conhecimento, as descobertas dos principais sintomas e a forma de como eles poderiam ser combatidos, e mais precisamente pós Revolução Religiosa, Grande Navegações e surgimento das universidades, aqueles perdem o monopólio e passa então e haver grandes estudos para detectar as causas e consequência das doenças, começa a formação de profissionais para atuar em cada área.
E mais recentemente um despertar para não só “curar” quando os indivíduos já estivessem doentes, mas uma busca da saúde preventiva,
tentativa de estancar o problema antes que ele ocorresse. Surge então na década de 1980, em países como Canadá, Cuba, Inglaterra e outras experiências da atenção primária ou básica, e dessas experiências e outras isoladas, em nosso país é que surge no ano de 1994, por meio de uma parcerias do Governo Brasileiro (Ministério da Saúde) e o Fundo das Nações Unidas/UNICEF, o Programa de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde, o PSF e o PACS.
(ADAPTADO DA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE-SC, 2004).
Tendo como objetivo o oferecimento ás famílias serviços de saúde preventiva e curativa em suas próprias localidades, resultando em melhorias nas condições de saúde dos indivíduos, tentando mudar o conceito de saúde médico-hospitalar. Centrada numa atenção integral feita por equipe multiprofissional, com intensa participação da comunidade.
Dentre os profissionais desta equipe esta o enfermeiro, o qual este projeto buscará evidenciar sua atuação dentro deste modelo de atenção a saúde.
Como base teórico conceitual dos muitos conceitos que podia-se estar trabalhando, elegeu-se quatro para uma discursão sucinta, sendo, eles cidadania, saúde, enfermagem e o papel do enfermeiro, conforme segue.
Parte-se aqui do conceito de cidadania do sistema que segundo este seria:
“numa perspectiva sociológica, o conceito de cidadania faz apelo a destinos e projetos, historicamente compartilhados, a processos de conquistas coletivas e a igualdade, mas também ao principio de alteridade, baseado na concepção da universidade cujo fundamento é o direito a ter direito.” (OLIVEIRA E PEPE 2006).
Desta forma a cidadania não é dada, ela é um processo construído historicamente pelos atores sociais, é a constante luta em busca daquilo que lhe é de direito, e neste luta inclui-se o direito a saúde.
Já o conceito de saúde, adotado neste projeto é da organização mundial da saúde (OMS) de 1948; “Saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não meramente ausência de doença”. Assim a saúde não
seria apenas estar doente, mas acesso a outros elementos como: alimentação, vestuário, bens e serviços, etc., para satisfação pessoal e coletiva.
E por último o papel do enfermeiro, com base também na citada resolução: “O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais”. Dessa forma vê-se a importância deste profissional para a comunidade e de com sua atuação pode influenciar mudanças de hábitos e comportamentos.
Assim, partindo-se dos seguintes objetivos: descrever a forma de acolhimento no PSF à população; demostra como o PSF melhora a condição de saúde da população; e apresentar de que forma a atuação do enfermeiro traz a profissão para mais perto da sociedade. Tendo como hipótese: a necessidade de PSF da população causa acolhimento aos necessitados; a criação de PSF na sociedade melhora as condições de saúde da população; e a atuação do profissional de enfermagem como um dos componentes da equipe do PSF, aproxima a profissão do povo.
O presente trabalho é de fundamental importância, diante do movimento vivido por nosso país que experimenta a municipalização da saúde, com essa, a expansão dos PSF, e dentro da equipe que compõem este, destaca-se o enfermeiro. Assim faz-se necessário uma investigação mais aprofundada de como esta janela aberta pode proporcionar uma maior aproximação deste campo de estudo com a sociedade.
Também com esta pesquisa pode-se demostrar e divulgar ainda mais a existência do programa e que a sociedade deve se utilizar dele para a melhoria da qualidade de vida. E para academia, a produção de novo material de consulta e estudo.
METODOLOGIA
Para aqueles que lidam com a ciência, estudar ou investigar qualquer fenômeno social, terá que munir-se de ferramentas que leve atingir o objetivo que propôs. Assim a escolha daquelas estará condicionada a visão de mundo do autor. Pois, parte-se aqui do principio de que não existe pesquisa desprovida de intencionalidade, mas com a escolha de uma metodologia coerente, bem planejada poderá alcançar um bom trabalho.
Como metodologia para este projeto. Utilizaremos o modelo baseado na etnografia, quer aplicada a enfermagem tem como nome etnoenfermagem, baseado nas definições de Sousa e Barroco (2008), segue uma sucinta descrição de seu surgimento e conceitos, segundo as referidas professoras.
Conforme descrição desta a etnografia, entendida com modalidade de pesquisa primordialmente de caráter qualitativo, possui traços da fenomenologia, do internacionalismo simbólico e da sociologia, baseia-se no comportamento humano, é um método muito antigo, utilizado nas mais diversas áreas do conhecimento. E as pesquisadoras asseveram que a etnografia surge como caminho, para desvendar culturas, conhecer o outro e, a partir deste conhecimento, reelaborar e direcionar culturalmente as ações de enfermagem, objetivando formas mais eficientes de desenvolver o cuidado.
Diz-nos que na enfermagem o método foi desenvolvido pela enfermeira Madalene M. Leininger, por volta da década de 1940. Esta, ao executar cuidados a pacientes em um hospital geral, reconhecer o valor da investigação a respeito da cultura no cuidado humano ao compreender o valor da investigação a respeito da cultura no cuidado humano ao compreender que seus clientes se comportavam de maneira diferenciada dependendo do contexto cultural no qual estavam inseridos.
Assim aplicando este método a realidade do citado bairro buscar-se-á inserção neste para conhecer bom número de seus indivíduos, ganhar empatia, para desenvolvimento mais próximo daquilo que diz a teoria.
Foi feita ampla revisão bibliografia, se utilizando dos diversos meio disponíveis.
DISCUSSÃO E RESULTADOS
Ao se pronunciar o nome ciência a primeira ideia que nos vem (principalmente para aqueles que estão “distantes” dela) é de que é o campo das grandes descobertas, distantes e inacessível aos pobres mortais, mas como já alertado no decorrer deste trabalho, entende-se que o conhecimento é construído por seres humanos, e que carrega com se elementos e
posicionamentos deste, como bem explicita Gordfarb, 1994 p.13-14 “um conhecimento especial, sim, mas que, como outros, foi construído e inventado pelo ser humano e, portanto, cheio de idas e voltas...”
E mais, para tirar a couraça daqueles que estando na ciência sente-se um “ser superior” traz-se a que o alerta que faz Gould.
“Mas os cientistas não são maquinas robotizados de indução, inferindo estruturas explicativas somente das regularidades observadas nos fenômenos naturais (pressupondo-se que esse tipo de raciocínio possa em principio ser bem sucedido, do que eu muito duvido)”.
“Cientistas são seres humanos, imensos numa cultura, e debate-se com todos os curiosos instrumentos de inferência que a mente permite – da metáfora e da analogia a todos as voos da imaginação fértil...”.
Assim com base neste anúncio, faz-se a discursão a partir de uma revisão bibliográfica, de como a atuação do profissional da enfermagem, mas precisamente no PSF pode aproximar este profissional da comunidade que necessita de seus serviços.
O PSF foi desenvolvido com o objetivo de oferecer um serviço de saúde mais próximo da população, formando por uma equipe de multiprofissionais, dando a este um maior contato e aproximação com aqueles. Buscando desenvolver a saúde de forma completa e principalmente preventivamente, como nos confirma a publicação da Secretaria Estadual de saúde-SC, 2004.
“A equipe de saúde de família tem como função promover o conceito de saúde como direito á cidadania, humanização do atendimento á saúde, consultas medicas e de enfermagem, prevenir doenças e identificar fatores de riscos, visitas domiciliares e reuniões com a comunidade”
Dentre os profissionais que compõem esta equipe estar o enfermeiro. É e na unidade básica de saúde, que dispões de um contato maior com o individuo que dele necessita. E como a “enfermagem, realiza-se na prestação de serviços á pessoa, família e coletividade, no seu contesto e circunstância de vida” (SENADO FEDERAL, 2007). Naquelas abre-se espaço para que o enfermeiro permaneça um maior tempo com a pessoa é neste momento que deve ele colocar-se disponível para atender, ouvir, ajudar, fazendo com que a
comunidade utiliza seus serviços possa sentir, que a atuação deste profissional é para a melhoria de sua qualidade de vida.
Muitos serão os momentos para essa convivência, assim numa consulta, ou numa campanha de vacina, palestra promovida para a comunidade, visitas domiciliares, etc.
Geralmente o PSF estar, inserido em bairros composto na sua grande maioria de pessoas com baixa aquisitivo, que ver nos profissionais de saúde, pessoas confiáveis, pois expões se vida e seus sentimentos para eles.
E como preceitua: (SENADO FEDERAL, 2007).
“O Profissional de enfermagem participa como integrante da equipe de saúde das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde de população e da defesa dos princípios das Politicas Públicas de saúde e ambientes e ambientais, que garantam a universidade, preservação da autonomia das pessoas, participação da comunidade hierarquização e descentralização politico- administrativa dos serviços de saúde”.
Deve estar o enfermeiro preparado para esses momentos, para cuidar integralmente de cada indivíduo criando empatia, e se colocando, não apenas como aquele que detém o conhecimento, e prescrevê-lo, mas estar aberto, para ouvir, tornar-se parceiro, e amigo, ajudando a criar uma boa imagem de sua profissão, cuidando de forma integral, como nos revela damas 2004, citando (Boff, 1999).
“Como uma atitude e característica primeira do ser humano, o cuidado revela a natureza humana e a maneira mais concreta de ser humano, desestrutura-se, definha, perde o sentido e morre. Se ao lado da vida não fizer com cuidado tudo o que empreender, acaba por prejudicar a se mesmo e por destruir o que estiver a sua voltar”.
Pelo que foi explicitado no decorrer deste trabalho, percebe-se que necessidade da população de acolhimento no PSF, aproxima a profissão da sociedade, e deixa aquela mais perto desta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado em uma Revisão bibliográfica o presente trabalho demostrou de que forma a atuação do profissional de enfermagem, aproxima a profissão da comunidade em que estar inserida. È uma produção feita a partir da visão
de mundo e vivência das autoras, que espera, possa contribuir para uma discussão aprofundada do tema.
REFERÊNCIAS
Aquino, Rosana. Manual para treinamento introdução das equipes de saúde da Família-salvador: Pólo de Capacitação, formação e educação permanente de pessoal para saúde da família. Salvador-Ba. 2001.
Barrocos, Maria Grasiela Teixeira; Sousa, Leilane Barbosa de. Pesquisa etnográfica: evolução e contribuição para a enfermagem ESC Anna Nery R. Enferm. 2008 Mar; 750-5.
Brasil. Congresso. Senado. Resolução. COFEN no 311/207. Código de ética dos Profissionais de Enfermagem, Brasília, DF. Jan/2007.
Damas, K.C.A.; Munari, D.B.; Siqueira K. M. - cuidado do cuidador: reflexões sobre o aprendizado dessa habilidade-Revista Eletrônica de enfermagem, v.06,2004; Disponível em: http://www.fen.ufg.br. Acesso em: nov.2011.
Mendonça, Ana Valeria Machado; Sousa, Maria de Fátima. O PSF em Juazeiro. Rio de janeiro: CEBES, 2004.
Goldfarb, A.M.A. O que é história da ciência. São Paulo. Brasiliense: Hucitec,1997, Rio de Janeiro
O Sistema Único de Saúde. Um processo social em construção. Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina. Estratégia do programa saúde da família-PSF e programa Agente Comunitário PCS no estado de Santa Catarina. Breve histórico do Programa de saúde da Família e do agente comunitários de Saúde no Brasil. Florianópolis-SC, 2004.