O professor universitário como agente de Influência e transformação sociocomunitário


O professor possui no exercício de sua profissão a oportunidade de agir e
interagir com diversas classes sociais, estabelecendo vínculos e proporcionando
reflexões que poderão produzir mudanças drásticas no comportamento e no pensar
ideólogico de seus discentes.
É um profissional que tem a oportunidade de avaliar o contexto social, as
ideologias envolvidas na sociedade e usar o poder da comunicação em suas mãos
para procurar influenciar positivamente seus alunos, provocando uma consciência
política e social, levando a transformação. Pois, “a chave fundamental para
transformação é a consciência da realidade e da própria capacidade para
transformá-la.” (FREIRE,1979,78)
Como nos traz Ryynänen (2008,72):
O Brasil possui uma Sociedade de classes, forte segregação e
desigualdade social, pobreza, preconceitos, discriminação étnica,
econômica, política e cultural, corrupção e a presença cada vez mais
marcante da violência e criminalidade. Do ponto de vista sociopedagógico
tem como um dos principais problemas chaves: A segregação Social e a
falta de convivência vertical, além do processo de naturalização da situação.
Já Guatarri (1996,"p."203)nos"traz que:
Essa cultura de massa produz, exatamente, indivíduos; indivíduos
normalizados, articulados uns aos outros segundo sistemas hierárquicos,
sistemas de valores, sistemas de submissão - não sistemas de submissão
visíveis e explícitos, como na etologia animal, ou como nas sociedades
arcaicas ou pré-capitalistas, mas sistemas de submissão muito mais
dissimulados.
Neste contexto, o professor é um ator que deve preocupar-se em
proporcionar um diálogo problematizador, e envolver o educando em reflexões de
sua postura e de suas possibilidades e mudanças. A construção do papel do ser
professor é coletiva, se faz na prática de sala de aula e no exercício de atuação
cotidiana na universidade. De acordo com Gadotti (1998, p. 72)


A educação não é neutra. Ou se educa para o silêncio, para a submissão,
ou com o intuito de dar a palavra, de não deixar calar as angústias e a
necessidade daqueles que estão sob a responsabilidade, mesmo que
temporária, de educadores e educadoras nos âmbitos escolares. Sendo
assim, métodos e técnicas precisam ser secundarizados na discussão sobre
a educação, o que se deve atentar prioritariamente é sobre a vinculação,
entre o ato educativo, o ato político e o ato produtivo.
Para produzir a transformação social, o professor precisa olhar o contexto a
que está inserido, dando especial atenção às situações da realidade da vida e
observando as oportunidades que favoreça o crescimento da comunidade ao qual
está inserido. A profissão de educador é uma conquista social, compartilhada, pois
implica em troca, influenciando vidas. Segundo Foucault (1998, p. 71):
O papel do intelectual não é mais o de se colocar "um pouco na frente ou
um pouco de lado" para dizer a muda verdade de todos; é antes o de lutar
contra as formas de poder exatamente onde ele é, ao mesmo tempo, o
objeto e o instrumento: na ordem do saber, da "verdade", da "consciência",
do discurso.
É muito difícil pensar na possibilidade de educar fora de uma situação
concreta e de uma realidade definida. Pois, cada ser humano é fruto do processo
desencadeado ao longo da vida. No contexto de sala de aula encontramos a
diversidade social, diversidade de idéias e comportamentos. Encontramos neste
universo, conceitos que influenciam e inflenciarão e direcionarão o agir do discente,
durante toda sua vida. O professor então deve ser o agente provocador, de
discussões e reflexões que poderão mudar o rumo do individuo e, por conseguinte
da sociedade. Ainda segundo o autor (1998, p.12) “o Papel do intelectual específico
deve se tornar cada vez mais importante, na medida em que quer queira, quer não,
ele é obrigado a assumir responsabilidades políticas...”
O professor deve ser o agente operante da reflexão e da luta contra as formas
de poder, ainda que ele não tenha consciência ele é um ser político e como um líder,
uma pessoa que influencia com seus pensamentos jamais será uma pessoa
apolítica ou neutra, devendo assim utilizar-se de sua posição para que positivamente
promova reflexões. Para Gadotti (1998) o profissional da educação precisa ser
desrespeitoso, não no sentido de faltar com o respeito, mas no sentido de
questionar, refletir, analisar a realidade que a ele se apresenta para então promover
mudanças sociais. Para o autor (1998, p. 71):5
É preciso ser desrespeitoso, inicialmente, consigo mesmo, com a pretensa
imagem do homem educado, do sábio ou mestre. E é preciso desrespeitar
também esses monumentos da pedagogia, da teoria da educação, não
porque não sejam monumentos, mas porque é praticando o desrespeito a
eles que descobriremos o que neles podemos amar e o que devemos odiar.
[...]. Nessas circunstâncias, o educador tem a chance de repensar o seu
estatuto e repensar a própria educação. O educador, ao repensar a
educação, repensa também a sociedade.
O educador necessita constantemente avaliar e repensar seus próprios
conceitos e crenças. Necessitamos de professores formadores de opinião
conduzindo á um refletir sobre o sistema, e que leve a uma ação e reação. Como
nos diz Edgar Morin (2001, p. 92):
Na história, temos visto com freqüência, infelizmente, que o possível se torna
impossível e podemos pressentir que as mais ricas possibilidades humanas
permanecem ainda impossíveis de se realizar. Mas vimos também que o
inesperado torna-se possível e se realiza; vimos com freqüência que o
improvável se realiza mais do que o provável; saibamos, então, esperar o
inesperado e trabalhar pelo improvável.
Esta deve ser a grande tônica do professor trabalhar e esperar, esperar e trabalhar
desejando que o improvavél torne-se realidade, que cada aluno seu possa ser um
disseminador de concientização, agente transformador da sociedade. Neste
universo, a busca pela identidade é inevitável. Sousa Santos (2003, p. 136)
oportunamente nos lembra que:
A preocupação com a identidade não é, obviamente, nova. Podemos dizer
até que a modernidade nasce dela e com ela. O primeiro nome moderno da
identidade é a subjetividade. O colapso da cosmovisão teocrática medieval
trouxe consigo a questão da autoria do mundo e o indivíduo constituiu a
primeira resposta. O humanismo renascentista é a primeira afloração
paradigmática da individualidade como subjetividade.
Mas o que é identidade? identidade procura demarcar fronteira, fazendo
distinção entre o que fica dentro e o que fica fora e sob esta perspectiva o professor
universitário necessita entender conceitos como identidade e diferença, promovendo
reflexões sobre quais ideologias estão por trás da identidade e diferença em
questão. Segundo Tadeu Silva (2000,81):
A identidade tal como a diferença, é uma relação social, elas não são
simplesmente definidas, elas são impostas. Elas não convivem
harmoniosamente, lado a lado, em um campo sem hierarquias, elas são
disputadas. Não se trata, entretanto, apenas do fato de que a definição da
identidade e da diferença seja objeto de disputa entre grupos sociais 6
assimetricamente situados relativamente ao poder. Na disputa pela
identidade está envolvida uma disputa mais ampla por outros recursos
simbólicos e materiais da sociedade. A afirmação da identidade e a
enunciação da diferença traduzem o desejo dos diferentes grupos sociais,
assimetricamente situados, de garantir o acesso privilegiado aos bens
sociais.
Identidade e diferenças de certa forma estão co-relacionadas trazendo a tona
o conceito de diversidade que está ligado as aspirações dos grupos sociais e das
pessoas e as aspirações e a necessidade de administrar coletivamente realidades
sociais que são plurais e de respeitar as liberdades básicas. Pois, a identidade é
simplesmente aquilo que se é, e a diferença é concebida em oposição a identidade,
aquilo que não se é. A identidade e a diferença são formadas como um resultado
dos contextos culturais e sociais que vivenciamos, determinando assim nosso
modus operandi.
A definição de identidade e diferenças também é intrínseco ao poder, ao
desejo de diferentes grupos sociais garantirem o acesso de seus desejos, bens
sociais como a autonomia de classificar, separar, demarcar fronteiras, normalizar e
normatizar.
Trazendo assim, a possibilidade de obter o privilégio da hierarquização das
identidades e diferenças. Mas, convém saber que a idéia ou conceitos de identidade
e diferenças não são extáticos, acabados, permanentes, definitivo, ou seja, está
unido ao sistema de representações que oscila como a sociedade e a cultura oscila.
Pois, como nos diz Skliar; Duschatzky (2001, p. 119) “os discursos sociais se
revestem com novas palavras, se disfarçam com véus democráticos e se acomodam
sem conflito às intenções dos enunciadores do momento.”
A educação transformadora precisa colocar no seu centro uma teoria que
permita não simplesmente reconhecer e celebrar a diferença e a identidade, mas
questioná-la. Favorecendo, enfim, toda experimentação que torne difícil o retorno do
eu e do nós ao idêntico. É necessário compreender que toda forma e tentativa de
fugir a normalização, é vivida como uma grande perturbação, pois lembra-nos
daquilo que queremos esquecer, lembra-nos dos nosso próprios defeitos, como diz
Ferre ( 2001, p.198).
Nada há de tão perturbador como aquilo que a cada um lembra seus
próprios defeitos, suas próprias limitações, suas próprias mortes; é por isso
que as crianças e os jovens perturbam os adultos; as mulheres, os homens; 7
os fracos, os fortes; os pobres os ricos; os deficientes, os eficientes; os
loucos, os cordatos; os estranhos, os nativos...
A normalização e normatização tenta impor sobre as classes sociais o
estabelecimento letal das fronteiras mantendo o diferente longe. Como se o fato de
ser diferente fosse doentio e contagioso, algo que deve ser condenado, combatido e
extirpado, trazendo em seu enunciado segundo Duschatzky e Skliar (2001) o outro
como fonte de todo o mal, o outro como sujeito pleno de um grupo cultural, o outro
como alguem a tolerar. Na universidade manter a normalização é como nos diz
Ferre (2001,p.199):
Produzir tudo ao contrário: nenhuma reflexão sobre um sujeito próprio,
nenhum saber ou sabor acerca de nossa intimidade e um acúmulo de
conteúdos sobre o outro que o define, o identifica e o encerra em um opaco
envoltório tecnicista que faz dos demais os especiais, os descapacitados, os
diferentes, os estranhos, os diversos e de nós os obviamente normais, os
capacitados, os nativos, os iguais; e por isso dois são os tipos de identidade
que a universidade segue produzindo ao transmitir o conhecimento
acadêmico, cientifico e técnico que alude à diferença e a diversidade na
educação: a identidade normal e a identidade anormal
Se faz necessário no exercício da docência universitária manter constante a
pergunta de Duschatzky e Skliar (2001): Será impossível a tarefa de educar na
diferença? E os autores mesmos (2001, p.119) nos respondem:
Felizmente, é impossível educar se acreditamos que isto implica formatar
por completo a alteridade, ou regular sem resistência alguma, o
pensamento, a língua e a sensibilidade. Porém parece atraente, pelo menos
não para poucos, imaginar o ato de educar como uma colocação, à
disposição do outro, de tudo aquilo que o possibilite ser distinto do que é,
em algum aspecto. Uma educação que aposte no transitar por itinerário
plural e criativo, sem regras rígidas que definem os horizontes de
possibilidades.
Segundo McLaren (2000, p. 146) isto exige que os currículos e os educadores
percebam que é:
[...] preciso reconhecer a importância de espaços de encorajamento para a
multiplicidade de vozes em nossas salas de aula e de se criar uma
pedagogia dialógica na qual as pessoas vejam a si e aos outros como
sujeitos e não como objetos. Quando isso ocorre, os estudantes tendem a
participar da história, em vez de tornarem-se suas vítimas.8
Como participante ativo da história o estudante tem a possibilidade de interferir nela,
trazendo uma carga de responsabilidade para sí, sendo assim um aluno politizado
Para Gadotti (1998, p. 85):
Estudante politizado é aquele que atua politicamente dentro e fora da
escola. É um estudante que tem motivação pela qualidade, pela
relevância social e teórica do que é ensinado. Passa a exigir do
professor, tem interesse pelas relações humanas estabelecidas no
interior da escola.
O professor provocador de reflexões inserido neste contexto, neste mundo
de reflexões tem um papel político e precisa problematizar, buscando o porquê e o
para quê do ato educativo; mais que isso, sua tarefa é a de quem incomoda, de
quem evidencia e trabalha o conflito, não o conflito pelo conflito, mas o conflito para
sua superação dialética. Dando voz e encorajando essas vozes a saírem dos
cenários de vitimas para serem sujeitos pensantes, problematizantes, sujeitos que
vejam a sí e aos outros. E como nos diz Guattarri (2001,p.55) “...é exatamente na
articulação: da subjetividade em estado nascente, do socius em estado mutante, do
meio no ponto em que pode ser reinventado, que estará em jogo a saída das crises
maiores de nossa época”.
O professor universitário deve agir de forma operante, não mais neutra nessa
sociedade de conflito, não pode ser ausente apoiando-se apenas nos seus saberes;
a omissão não pode mais fazer parte de seu aparato em sala de aula e na vida, pois,
os problemas sociais, estão aí por toda parte e pedem uma solução. Ao novo
educador compete refazer a educação, reinventá-la, como diz Gadotti (1998,p.90)
Criar as condições objetivas para que uma educação realmente
democrática seja possível, criar uma alternativa pedagógica
quefavoreça o aparecimento de um novo tipo de pessoas,
solidárias,preocupadas em superar o individualismo criado pela
exploração do trabalho. Esse novo projeto, essa nova alternativa, não
poderá ser elaborado nos gabinetes dos tecnoburocratas da
educação.Não virá em forma de lei nem reforma. Se ela for possível
amanhã é somente porque, hoje, ela está sendo pensada pelos
educadores que se reeducam juntos. Essa reeducação dos
educadores já começou. Ela é possível e necessária.
Este professor precisa levantar a voz não com o intuito de implantar ou impor
suas ideologias e crenças, mas como alguém que tem opinião formada, que pode
contribuir levando ao diálogo, pensando e refletindo sobre o conflito, conduzindo à
problematização do seu saber. Concordamos com Ruiz (2003,57) quando diz que: 9
A transformação social, que muitos almejam para uma sociedade mais
justa, com menos desigualdades, onde todos tenham voz e vez, só será
possível a partir do momento que se evidenciem os conflitos, não tentando
escondê-los ou minimizá-los, mas que os tragam à tona, para que assim a
educação não contribua como mecanismo de opressão, buscando a
superação e não a manutenção do status quo.
E como nos diz Lima (2009, p. 08):
Há uma necessidade de reflexão sobre as referências e aportes das
identidades, especialmente, no que tange a implementação de uma escola
democrática e aberta às diferenças (...) A escola de ontem e os seus
modelos identitários não atendem Às demandas da atualidade. É inegável a
constatação esse descompasso. Uma escola inclusiva, aberta
incondicionalmente às diferenças de todas as pessoas, contraria o espírito
excludente conhecido e vivido em nossa sociedade e relações sociais.
A universidade como uma instituição geradora de conhecimento deve ser
também uma entidade geradora de transformação social tendo o professor
universitário como o facilitador, o provocador destas discussões levando seus
discentes a uma profunda reflexão, de qual seu papel na transformação social, não
se aceita mais os modelos reprodutores e consolidadores dos papeis excludentes.
Metodologia
Esta pesquisa está classificada nos critérios de pesquisa bibliográfica para o
embasamento teórico. Partindo da pesquisa realizada, os dados foram analisados a
partir de leitura crítica e redação dialógica a partir dos autores apresentados.
Considerações Finais
O professor Universitário faz parte de um importante sistema chamado
Educação, responsável por elaborar, manter e aperfeiçoar a sociedade, que por sua
vez, alimenta os sonhos, anseios e ideologias de cada indivíduo. Para produzir a
transformação social e sua própria transformação, os professores, têm enorme
responsabilidade sobre seus gestos e atitudes, sobre o pensamento emitido, pois 10
são formadores de opinião. Deve então, engajar-se social e politicamente,
percebendo as possibilidades da ação social e cultural na luta pela transformação
das estruturas opressivas da sociedade classista. Para isso, antes de tudo
necessitam conhecer a sociedade em que atuam, e o nível social, econômico e
cultural de seus alunos. É necessário que o professor se assuma enquanto um
profissional do humano, social e político, tomando partido e não sendo omisso,
neutro, mas sim definindo para si de qual lado está, apoiando-se nos ideais, se está
a favor dos oprimidos ou contra eles.
Posicionando-se então este profissional deve levar a população de seu raio
de atuação á uma consciência crítica que supere o senso comum. No que se refere
à necessidade de se formar um profissional crítico, que além de considerar os
saberes, as vivências e memórias de seus alunos, construa novas formas de
intervenção e atuação na sociedade atuando efetivamente como “Intelectuais
Transformadores”.
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