O PROFESSOR EM INÍCIO DE CARREIRA: A ARTE DE SER EDUCADOR.
Emmanuelle Gomes Lopes
Fabiana Mariano Alves
Janaina Micheline da Silva Marques
Quitéria Juliana das Neves

Orientadora: Mônica Sales

Resumo: O presente artigo tem como objetivo analisar expectativas profissionais e dificuldades enfrentadas por professores em início de carreira. A pesquisa se apóia na abordagem qualitativa (Minayo, 1996) que busca a compreensão dos sentidos e significados atribuídos aos fenômenos. Como procedimento para coleta de dados, utilizamos a observação e a entrevista semi-estruturada. Tomamos como campo empírico o Colégio Estadual de Caruaru Nelson Barbalho nosso campo de estágio, sendo os sujeitos da pesquisa professores em início de carreira que atuam nas disciplinas pedagógicas do Curso Normal Médio. Para análise dos dados utilizamos Bardin (2002). Os resultados apontaram ao final de nossa pesquisa, não ser possível apontar o que os professores devem fazer quando de sua atuação profissional. Porém compreendemos o início da carreira docente como uma instância global, em que o processo de construção identitária do professor não se realiza apenas nas academias, mas através das inúmeras relações entre os saberes e as experiências, caracterizando-se como um processo complexo de articulação teórico-prática.
Palavras chaves: docência, profissão, magistério.

Abstract: This article aims to analyse professional expectations and difficulties faced by teachers in early career. The search relies on qualitative approach (Minayo, 1996) that seeks an understanding of the senses and meanings attributed to phenomena. Procedure for data collection, we use the note and semi-private estrutrurada interview. We take as empirical field State College Caruaru Nelson Barbalho our internship field, being the subject of research professors in early career working in pedagogical disciplines of Course Normal medium. For data analysis we use Bardin (2002). The results pointed out the end of our survey, not be possible to point what teachers should do when your professional performance. But we understand the early teaching career as a global instance, where the process of constructing identity of Professor isn't only in academies, but via the numerous relationships between knowledge and experiences, characterised as a complex process of theoretical-practical articulation.
Keywords: teaching, profession, teaching.

O desafio de ser professor

No início da carreira o professor vai construindo sua identidade e suas crenças, através das experiências vividas. O aprendizado inicial é configurado pelo processo de aprender e ensinar, construído a partir da prática docente, do saber experiencial oriundo de suas experiências profissionais.
Compreendendo o docente enquanto ser social, pessoal e profissional, que necessita de saberes específicos para o exercício da profissão docente, sentimo-nos provocados a compreender o início da carreira detectando as expectativas profissionais, bem como as maiores dificuldades enfrentadas pelos professores quando de sua atuação inicial. Contudo, no campo de pesquisa identificamos em início de carreira apenas uma professora.
Na literatura encontramos Tardif (2002), Guarnieri (2005) e Pimenta (1999) entre outros que nos levaram a refletir sobre o início da docência. Levando-nos a revisitar o processo de formação docente, assim como sua sistematização, fundamentando-nos para uma ressignificação sobre a formação inicial do docente.
A formação inicial promove e desenvolve as competências docentes necessárias com base na busca de conhecimento e de sua sistematização, podendo enfim, articular com o cotidiano escolar, bem como reestruturar a realidade vivenciada.
Numa perspectiva crítica o início da docência é visto como um choque com a realidade, principalmente em relação aos conteúdos curriculares e aos alunos, gerando uma forte insegurança. Esse choque com a realidade decorre da ausência de uma formação que aproxime o futuro profissional da realidade concreta da escola. A formação básica oferece alguns conhecimentos que possibilitam ao professor iniciante "analisar o que encontra no contexto escolar e na situação da sala de aula, ainda que de forma precária e fragmentada dadas as atuais características do curso de formação" (Guarnieri, 2005). É neste sentido que se torna necessário articular os conhecimentos adquiridos ao longo da formação profissional com o contexto escolar, para que a partir daí seja desencadeado um processo de formação coerente de acordo com os conhecimentos teórico-acadêmicos que se transformarão numa reflexão sobre a prática docente.
Diante dessa afirmativa faz-se necessário rever a formação inicial do professor, como um processo identitário, assim como o defendido por Perrenoud (2000), que "consiste na existência de tempo, energia, desequilíbrios". Lembrando que o sistema de ensino é formado por uma heterogeneidade do qual fazemos parte, ainda que a identidade do indivíduo não se construa de modo isolado, embora se expresse na particularidade de cada sujeito.

O choque com a realidade

Ele acontece no período inicial da carreira, quando consideramos os enfoques formativos, através de características interessantes que se destacam pelos dilemas e dificuldades vividas pelo professor iniciante.
O jovem professor imbuído dos ideais pedagógicos aprendidos na formação e cheio de perspectivas de transformação da escola, encontra uma escola fechada, dominada pelas regras e orientações, solicitações e hábitos que vão desmentindo essas perspectivas iniciais. (Guarnieri, 2005 p.36)
A trajetória inicial de qualquer profissão gera anseios, incertezas e medo de errar. O professor iniciante geralmente está cheio de perspectivas e vê a escola como lugar, cujo espaço constrói concepções e saberes. No entanto, com o passar do tempo o sistema educacional trás consigo a rotina, as regras institucionais cada vez mais rígidas, os conflitos de aprendizagem e disciplina, os problemas de controle da sala de aula, levam o professor iniciante a um choque com a realidade vivenciada. Ele depara-se com a complexidade contida na atividade de ensinar, assim como, com a falta de colaboração e apoio por parte dos docentes mais experientes das escolas.
É nesta perspectiva que o docente passará a enxergar a escola enquanto local de formação continuada, que agora irá utilizar-se das experiências pessoais e profissionais de cada um, "transformando-se em investigador de sua própria prática e em produto legítimo de conhecimentos sobre ela. Segundo Guarnieri (2005) servindo de articulação entre o saber profissional, adquirido nos cursos de formação superior e os saberes experienciais, construídos através da troca de conhecimento entre os pares.
Com base em Minayo (1996), que concebe o campo de pesquisa como o recorte que o pesquisador faz em termos de espaço, representado por uma realidade empírica. Nossa pesquisa contou com apenas um sujeito, professora do Colégio Estadual de Caruaru Nelson Barbalho, a quem identificaremos pelo nome de professora Maria, e que nos relata os momentos iniciais de sua carreira.
"Quando eu comecei minha carreira eu tinha uma visão tão diferente, pra eu ser professora sempre foi um sonho (...) tinha terminado a graduação, e estava na primeira especialização, e fui chamada para dar aulas nas turmas do sexto ao nono ano do ensino fundamental de uma escola pública, ainda me lembro da primeira vez em que entrei na sala de aula, foi um choque, fiquei muito nervosa e ansiosa eu não tinha nenhuma experiência".

O professor no início da sua profissão precisa entender que a preparação é fundamental para sua vida cotidiana, pois é quando somos coadjuvantes do primeiro contato com nossos alunos é que começamos a desenvolver a transformação estrutural que o nosso trabalho pedagógico exige. A escola é vista como principal lócus para aprendizagem, onde docente e o discente ampliam conhecimentos, apropriando-se de habilidades e competências necessárias para a vida em sociedade.
"(...) Ensinar e aprender são processos direcionados para o mesmo objeto: o conhecimento, a cognição e a relação entre sujeito. É nesse processo dinâmico, contraditório e conflituoso que os saberes dessa prática profissional são construídos e reconstruídos". (Romanowski, 2007, p. 55).
Para que isso aconteça, os professores devem assumir o papel de ser transformador, articulando, intervindo e conduzindo os nossos alunos em busca de conhecimentos, pautado na possibilidade de construção de um ser crítico-reflexivo, ultrapassando o processo dinâmico que envolve a construção da prática docente.
É através deste processo dinâmico e cheio de dificuldades que o professor enfrenta que perpassa um tatear em meio as teorias e as práticas aprendidas durante o percurso de formação e atuação profissional. A professora Maria evidenciou este processo conflituoso quando nos falou das dificuldades enfrentadas no dia-a-dia escolar.
"Foi muito difícil enfrentar a sala de aula, eu conhecia muito bem a teoria, porém jamais havia trabalhado, quando eu comecei percebi que não poderia usar toda teoria aprendida na faculdade, então me senti perdida precisei da ajuda de outros professores (...)".
Maria relata as dificuldades contidas no ingresso desta nova profissão. Para ser professor não existe um caminho ou receita pronta, é preciso que cada docente construa e reconstrua este caminho, dentro do processo que nós chamamos de construção identitária docente. Para isto vale salientar que será necessário desenvolver alguns saberes como defende (Tardif, 2002, p.14.).
"O saber dos professores não é um conjunto de conteúdos cognitivos definidos de uma vez por todas, mas um processo em construção ao longo de uma carreira profissional na qual o professor aprende progressivamente a dominar seu ambiente de trabalho, ao mesmo tempo em que se insere nele e o interioriza por meio de regras de ação que se tornam parte integrante de sua ciência prática".
O professor constrói seus saberes, sua cultura e seu conhecimento desde o início de sua carreira e vai sendo aprimorado ao longo de sua vida profissional. Na medida em que o sujeito-profissional iniciante lida com os percalços da carreira e de como ele se estabelece, evidencia-se o processo de aprender a ensinar.
Os saberes dos professores e a formação profissional
Os saberes docentes servem de subsídios para a epistemologia da prática educativa, sobretudo no período inicial da docência. Eles se fundamentam na ética, no respeito e na própria autonomia, pontos chaves para a construção de uma prática educativa politizada. Os saberes necessários para que os docentes exerçam a docência "são reconstruídos ou reformulados em confronto com suas experiências práticas, cotidianamente vivenciadas nos contextos escolares" (Pimenta, 1999, p. 29).
É indispensável ao docente no início de sua carreira que ele reflita sobre sua prática, troque conhecimentos e articule com clareza ao longo do processo de formação com os sujeitos que formam a sociedade, já que ensinar faz parte de um processo inconcluso que surge da seriedade, do compromisso e do respeito à autonomia dos indivíduos.
É ao longo do curso de formação docente que somos chamados a pensar na nossa prática enquanto futuros educadores. Para Professora Maria foi neste momento que ela compreendeu que "a prática necessária para sua atuação". Ela percebeu que a prática pode ser ressignifica através do desenvolvimento dos saberes pedagógicos assim como é defendido por Tardif (2002).
O saber profissional que orienta o docente na diversidade que ele atuará através das metodologias, habilidades e teorias de um saber específico de acordo com as experiências da prática cotidiana. Exigindo desse profissional uma reflexão crítica sobre a prática educativa e sobre os saberes que o professor possui para desenvolvê-la plenamente. Segundo Tardif (2002, p.36) o saber docente é "um saber plural, formado pelo amálgama, mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experienciais".
O saber plural que constitui o saber profissional é entendido como o conjunto de saberes transmitidos pelos estabelecimentos de formação de professores. Este saber plural é composto pelos saberes disciplinares que englobam os múltiplos campos do conhecimento sob a forma de disciplina, aliados a prática docente; os saberes curriculares, também necessários a formação docente, nele estão contidos os objetivos, conteúdos e métodos que compõe a prática docente, bem como os saberes sociais fundamentados na cultura. O saber experiencial que surge da experiência e é por ela validado, reunindo experiências individuais e coletivas dos professores e finalmente o saber pedagógico baseado teórico-metodologicamente nas investigações sobre o ensino, levando em conta sua estrutura, organização e complexidade.
Segundo Candau (2008, p. 59) "Os saberes da experiência se fundamentam no trabalho cotidiano e no conhecimento de seu meio (...)". O professor ao desenvolver o seu trabalho, mobiliza uma pluralidade de saberes. E é através do contexto de uma história de vida e de uma carreira profissional que se fundamentam estes saberes, que servem de base no trabalho cotidiano dos professores e no ambiente escolar. Pois são os professores os principais atores e mediadores da cultura e dos saberes escolares.
É necessário compreender que os saberes estão interligados, impossibilitando a fragmentação deles, assim como é defendido por Saviani (1996, p. 147) que ressalta "a reformulação e reconstrução dos saberes no dia-a-dia, na formação inicial e continuada ao longo do desenvolvimento profissional". Ressignificando os saberes obtidos na formação inicial e continuada, através da própria concepção de ser e fazer. É importante que o professor utilize adequadamente os saberes, para construir uma visão consistente de mundo e de educação, deparando-se com educandos também geradores de outros saberes.
"Faz parte das condições em que aprender criticamente é possível a pressuposição por parte dos educandos de que o educador já teve ou continua tendo experiência da produção de certos saberes e que estes não pode a eles, os educandos, ser simplesmente transferidos. Pelo contrário, nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo "(Freire, 1996, p. 26).

Todavia compreendemos que o saber não é algo acabado e que os docentes assim como os discentes participam deste processo inconcluso. E que a partir da troca de experiências há uma ressignificação capaz de transformar conhecimentos transmitidos em saberes. Em que segundo Candau (2008, p. 60) é importante que sejam estimuladas as iniciativas dos pesquisadores da área de educação no sentido da aproximação, reconhecimento, valorização e incorporação dos saberes docentes, principalmente dos "saberes da experiência". Relembrando a importância dos saberes da experiência, atrelado a um saber também defendido pela autora, o saber acadêmico oriundo dos cursos de formação de professores e responsáveis pelo processo de ensino-aprendizagem.

O professor e a construção do conhecimento: reflexões sobre o saber

Ser professor é ensinar uma ciência, arte, técnica ou outro conhecimento. Para o exercício dessa profissão, requer-se qualificações académicas e pedagógicas, para que consiga promover a busca pelo conhecimento da melhor forma possível.
O professor é um dos principais agentes do processo de busca do conhecimento, mas ele não é o único, os alunos, a gestão da escola entre outros são também co-participes deste processo, quem nos afirma isto é Giovanni (2005, p. 48) quando fala que "professor e alunos precisam ser parceiros igualmente responsáveis pelo processo de busca e construção do conhecimento em qualquer sala de aula". A participação do professor traz o compromisso com a busca do conhecimento, mobilizando através de suas atividades as relações entre ambos, possibilitando uma interação movida por estratégias de ensino voltadas para uma nova aprendizagem.
Assim a relação ensinar-aprender é uma "via de mão dupla" como diz Giovanni, onde se necessita de uma articulação por parte de quem ensina e de quem aprende, já que o objetivo é a construção do conhecimento.
A ação do professor sempre está mesclada a sociedade que este forma, quer seja através do processo de busca do conhecimento, quer seja pelo ato de ensinar. Onde o professor iniciante ou não, se envolve num contexto de reflexão sobre "a aprendizagem dos conhecimentos, os valores básicos necessários a vida de todo cidadão para a vida em sociedade" (Giovanni, 2005p. 49). É neste ato constante, oriundo da busca por uma reflexão sobre o papel que o docente tem, não só na sociedade, que nos tornamos capazes de articular conhecimentos e valores, propiciando uma ressignificação do ato de ensinar.
É a partir desta reflexão que pretendemos repensar o papel do professor, enquanto agente social, que segundo Guarnieri (ibid) é capaz de conquistar a autonomia profissional "indispensável ao conjunto de escolhas e decisões que caracteriza o cotidiano do professor no exercício de sua função". O docente deve ter autonomia para gerir da melhor forma possível os conteúdos contidos no currículo, para isso ele pode e deve utilizar o conjunto de decisões que melhor se adéqüe ao sistema em que a escola esta inserida.
Sem dúvida a autonomia é hoje um aspecto importante no desenvolvimento da prática pedagógica do professor, pois ela permite a este, refletir os aspectos pertinentes ao processo de direcionamento da construção do conhecimento. As trocas de experiências e as reflexões sobre a própria prática contribuem significativamente para construção da identidade profissional do docente.
Os contextos e situações em que as ações de ensinar e aprender acontecem, são compreendidos de forma gradativa, em decorrência do próprio estudo e da reflexão. De acordo com análise de Pimenta (2008, p. 230) "A formação de professores implica teorizar a prática e praticar a teoria". Entende-se que seja preciso reconfigurar o processo de formação, tentando construir o conhecimento profissional do docente de forma mais articulada em relação àquela que vem sendo feita, dando significado à ação que é por ele desenvolvida.
O professor é um dos alicerces para o conhecimento, de acordo com a Professora Maria, estes devem dá origem a um conhecimento que possa ser dissipado, construído, desconstruído e reconstruído, vivenciado e desenvolvido pelo discente. Mas infelizmente isto nem sempre acontece, de acordo com Candau (2008, p.59) "o saber docente é desvalorizado porque, mesmo ocupando uma posição estratégica no interior dos saberes sociais, o corpo docente não é valorizado em face aos saberes que possui e transmite". É neste âmbito que se tece uma crítica sobre a valorização os saberes e a formação dos docentes, com vista a uma prática mais eficaz, em que o professor seja capaz de dialogar com o conhecimento e com o seu cotidiano.
Apesar de saber que o processo de construção identitária do professor é heterogêneo, composto por uma riqueza de especificidades, cabe a este profissional, romper com o atual modelo de formação em que se torna notório e perceptível a sua padronização, enquanto concepção de eixo de formativo deste indivíduo.
É partindo da necessidade de "um processo extremamente ativo, mobilizador e instigante, certamente não concluído" defendido por Candau (2008, p.64) que pretendemos refletir sobre o processo de formação dos docentes, bem como os saberes que a eles são atrelados, numa busca constante não só pelo conhecimento, mas também num desenvolvimento contextualizado dentro das dimensões micro e macro sociais das quais a educação está inserida.


Considerações finais

Neste artigo, buscamos apreender as expectativas e dificuldades enfrentadas no início da profissão docente, contamos com a participação de uma professora em início de carreira. Buscamos fundamentos numa bibliografia relevante que nos forneceu argumentos dentro do nosso campo de pesquisa.
Esperamos que esta pesquisa contribua como instrumento para novas pesquisas que tratam do tema abordado. Consideramos importante que haja uma reflexão entre o início da carreira docente e os saberes necessários a formação profissional em prol das novas dimensões educacionais que configuram a atual contemporaneidade. Conforme pudemos elucidar e analisar, o início da docência é o ponto de partida para a construção da identidade pessoal e profissional do docente, já que esta é desenvolvida a partir do seu conhecimento, da sua realidade e dos seus saberes, enfatizando-se o aspecto pedagógico que consolida a formação.
Não há dúvidas da importância dos saberes docentes para o trabalho pedagógico, pois ele viabiliza a construção dos novos saberes e possibilita o enfrentamento de diversas situações se tornando fundamental para orientação do trabalho docente que deve utilizá-lo adequadamente, instigando a construção de outros saberes docentes necessários ao ensino.
Percebemos a educação numa instância global, caracterizada pelas transformações sociais contemporâneas, em que o processo de construção analógica do professor não se realiza apenas nas academias, mas também através das inúmeras relações entre os saberes, as experiências, entre teoria e a prática.
A concepção de início de docência aliada aos saberes e a formação profissional, manifestada nesse estudo apresenta uma visão global do conteúdo abordado. É no cotidiano escolar, rico em diferenças, que se faz necessário desenvolver a competência construída pelos professores, pois à medida que eles exercem sua função docente, aprendem e ressignificam as práticas educativas.
Ao final de nossa pesquisa observamos que as maiores dificuldades enfrentadas pelos professores no início de sua carreira foram: a falta de orientação técnica adequada, a descrença por parte de professores mais experientes no trabalho do professor iniciante, a desvalorização do conhecimento deste profissional enquanto iniciante entre outros. Porém é necessário acreditar no potencial destes profissionais, pois eles são os autores da nova concepção de educação.
As expectativas dos professores iniciantes demonstraram que a apropriação das soluções para os problemas mencionados requer um desdobramento do modelo vigente de educação. Fundamentado na vivência reiterada de novas propostas teóricas e práticas que ultrapassem a formação inicial.

Referências bibliográficas

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