O professor das escolas públicas tem os alunos que merecem ou os alunos tem os professores que merecem? (uma crítica às escolas estaduais)
Publicado em 11 de maio de 2012 por Tessália Lemos
A má qualidade na educação tornou-se um jogo de empurra empurra. De um lado os professores reclamam que não adianta “dar” aula para quem não quer aprender. Estudaram bastante e agora seus estudos vão por água abaixo, porque não adianta entrar nas classes e ter que cuidar de comportamentos ao invés de passar o conteúdo. Por outro lado, os alunos “que ainda querem aprender” reclamam das faltas dos professores, dos professores eventuais que passam qualquer coisa(Exemplo disto, na escola onde minha filha estuda a professora de Biologia ministra as aulas de Artes), de professores que sentam e pedem para um aluno escolhido copiar a lição na lousa e gasta os quarenta e cinco minutos preciosos, ou melhor desperdiçam.
Um amigo defende a teoria de que para as escolas públicas funcionarem oferecendo uma educação de qualidade seria necessário acabar com o ensino privado. Analisando a História da Educação tenho que concordar plenamente com ele. Quando houve a privatização do ensino a qualidade do ensino público decaiu significativamente.
Neste panorama o que conta, o que transforma uma educação de qualidade é o dinheiro. O dinheiro que a minoria pode pagar para dar uma melhor educação aos filhos. Muitos esquecem que o publico também custa muito. Pagamos impostos por tudo, até pelo ar que respiramos. A povo se cala porque alia o público ao gratuito.”Se eu não estou pagando eu não posso exigir, qualquer coisa serve, pelo menos ele está estudando.”O pelo menos guia a vida destas pessoas que ao final dizem pelo menos ele conseguiu terminar o Ensino Médio.”
Sou educadora e depois de dezenove anos exercendo a profissão , ainda continuo acreditando que um dia as coisas podem mudar. Porém a mudança depende de todos os envolvidos: governo, professores, gestores, pais e alunos.Enquanto cada um não se conscientizar de que tem fundamental importância neste processo as coisas continuarão do jeito que estão.
(Tessália Lemos, professora, coordenadora pedagógica )