O PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA

Autora: SOUSA, Maria Luzirene Morais De*

Orientadora: ARAUJO, Maria da Doris Moreira De**

 

RESUMO: O presente artigo tem por objetivo mostrar as principais concepções que norteiam o processo de leitura e escrita: mostrando o desenvolvimento das crianças e seu relacionamento com a linguagem escrita, descrevendo a sua prática no contexto escolar e expondo alguns fatores que estimule a criança no processo de desenvolvimento da leitura e escrita. Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica. Para fundamentar teoricamente o estudo. Destacamos os seguintes autores: Barthes (1987), Bamberguerd (2000), Souza (1995), dentre outros. A partir dos resultados constatamos que aprender a ler significa aprender a ler o mundo, dar significado a ele, porém, é necessário que os educadores apresentem sugestões para se trabalhar a leitura e a escrita em sala de aula para que o aluno possa se interessar e até mesmo praticar a leitura e a escrita de forma prazerosa.

PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Escrita. Séries Iniciais.

 

1 INTRODUÇÃO

O referido artigo tem por objetivo mostrar as principais concepções que norteiam o processo de leitura e escrita: mostrando o desenvolvimento das crianças e seu relacionamento com a linguagem escrita, descrevendo a sua prática no contexto escolar e expondo alguns fatores que estimule a criança no processo de desenvolvimento da leitura e escrita.

Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica. Para fundamentar teoricamente o estudo. Destacamos os seguintes autores: Barthes (1987), Bamberguerd (2000), Souza (1995), dentre outros.

A partir dos resultados constatamos que aprender a ler significa aprender a ler o mundo, dar significado a ele, porém, é necessário que os educadores apresentem sugestões para se trabalhar a leitura e a escrita em sala de aula para que o aluno possa se interessar e até mesmo praticar a leitura e a escrita de forma prazerosa.

O presente estudo está dividido em três seções, incluindo esta Introdução. A seção 1 apresenta ainda os objetivos e a justificativa do artigo O Processo de Leitura e Escrita, descrevendo a língua nas suas modalidades oral e escrita. A seção 2 apresenta a metodologia adotada no artigo. Já a seção 3 contempla a fundamentação teórica. Finalizando, a última seção apresenta as considerações do artigo e os resultados obtidos.

Esperamos que esse estudo possa contribuir de forma que, se possa mostrar a grande importância que a leitura e escrita, no que diz respeito às séries iniciais e também com algumas sugestões de alguns teóricos, e ideias que poderão contribuir no sentido de colaborar como o educador no que diz respeito à leitura e a escrita nas séries iniciais do ensino fundamental.

2 METODOLOGIA

             Este trabalho constitui-se de um estudo sobre o processo de leitura e escrita nas series iniciais. Para fazer este estudo realizamos uma pesquisa bibliográfica consultamos livros relativos ao assunto em estudo, artigos publicados na internet e que possibilitaram que este trabalho tomasse forma para ser fundamentado.

             Segundo Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. A sua finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo o material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações. Ela pode ser considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa científica.

3 A LEITURA E ESCRITA

              O processo de leitura deve garantir que o leitor compreenda o texto para que possa ir construindo uma ideia sobre seu conteúdo e extrair dele o que lhe interessa no momento, assim, quando mais adiante o leitor se deparar com o mesmo assunto ele possa relacionar as informações novas com o conhecimento anteriormente adquirido. Como diz Souza (1995, p.61):

 Atualmente se admite que a leitura é um processo de interação entre o texto e o leitor, é um processo ativo que não se esgota meramente no sentido literal. Nesse aspecto, a leitura passa a ser entendida como um ato social entre leitor e autor que participam de um processo interativo.

Através da leitura é preciso entender o que o autor escreveu, a mensagem que ele quer repassar, mas para isso é necessário saber o significado das palavras, o que elas significam dentro do contexto, todo esse processo se torna mais fácil e prazeroso, quando se tem um prévio conhecimento do assunto lido.

            Sabe-se da grande importância que a leitura exerce no cotidiano do ser humano e consequentemente a escrita. Segundo Barthes e Marty (1987 p.32 apud MATÊNCIO 1994, p.35) a escrita se define por:

Uma relação não necessária com o oral, relação segundo a qual o signo escrito não tem integralmente origem na palavra ou no auditivo,traduzindo –a, mas, também, de uma maneira autônoma, no visual.       

            A escrita é uma forma de comprovar o conhecimento, bem como o que falamos também fica registrado como o nosso saber. No ato de escrever é que tudo se torna mais complicado, pois não falamos da mesma forma a qual escrevemos, pois é preciso encontrar as palavras certas, uma forma mais culta, boa argumentação e um vocabulário adequado para que os fatos não sejam distorcidos e mal compreendidos pelo leitor.

             A necessidade de sobrevivência do indivíduo foi responsável pelas primeiras formas de comunicação escrita. Esta, por sua vez, não surgiu de repente, sua construção aconteceu pouco a pouco de acordo com os interesses do homem e das condições existentes no meio, pois desde os tempos pré-históricos, já se usava a escrita em forma de desenho para contar fatos e acontecimentos. E, de acordo com a necessidade humana, o homem foi aperfeiçoando a escrita como meio para a sua própria sobrevivência. Portanto, a escrita é uma ferramenta necessária e imprescindível para a evolução de conhecimento e comunicação com o mundo.

            Segundo Gelb, (apud MACEDO, 1995, p. 194) “a escrita existe somente em uma civilização e uma civilização não pode existir sem a escrita”. Na verdade, é uma substância da humanidade, esta por sua vez, consiste na organização da cultura de um povo, e contribui para aperfeiçoar os códigos escritos, sendo necessário que cada indivíduo estabeleça uma relação entre a escrita e a cultura a qual está inserida.

3.1 LEITURA E ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR

             Durante alguns anos, a leitura era utilizada apenas como suporte para as aulas de gramática e não era trabalhada no sentido de formar leitores intelectualmente autônomos, com liberdade de escolher livros para interpretar com clareza. Para isso, faz-se necessário que os alunos tenham, desde cedo, acesso a todo tipo de leitura.

             Nessa perspectiva, aprender a ler não tem um fim em si mesmo; não basta memorizar os símbolos da escrita e saber juntá-los, usando apenas a codificação e a decodificação. Entende-se que o conteúdo usado é também pré-texto para desenvolver funções cognitivas e operações mentais, tais como identificar, analisar, selecionar, organizar, comparar, diferenciar, representar mentalmente, levantar hipóteses, promover relações virtuais e outros que, se bem desenvolvidos, beneficiarão a criança em outras situações de raciocínio.

Há uma preocupação por parte dos educadores, principalmente, nas escolas do ensino fundamental, em incentivar a criança a ler. Devendo a sala de aula ser um berço de futuros escritores, artistas, se os educadores fizerem da literatura infantil e da leitura de outros textos um momento de lazer, onde o aluno sinta prazer em ler uma história, e não a veja como uma tarefa escolar a cumprir. Nas escolas, deve-se ter um lugar especial para a leitura, e as crianças devem ter muitas oportunidades de folhear os livro, e lê-los individualmente e em grupos; as histórias lidas por alguns devem ser socializadas com os demais, e este é um trabalho que deve ser organizado pelo docente.

Quando se fala em escrita, nos deparamos com dois métodos à escrita de forma e a escrita cursiva. A letra de forma a criança encontra nos livros e a cursiva é algo mais particular. Quando o aluno está sendo alfabetizado, é melhor usar a letra de forma, mas não se pode esquecer-se da cursiva. Sendo assim Cagliari relata que alguns professores fazem muita questão de enfatizar o uso da escrita cursiva e esquecem-se de verificar o que a escrita representa para a criança. É preciso ouvir das crianças o que é escrever para que serve a escrita, valorizando as opiniões que cada um possa apresentar. “A escrita, seja ela qual for, tem como objetivo primeiro permitir a leitura” (Cagliari, pg.103).

Portanto, a escrita se diferencia de outras formas de representação do mundo não só porque induz à leitura, mas também porque essa leitura é motivada, isto é, quem escreve, diferentemente, por exemplo, de quem desenha, pede ao leitor que interprete o que está escrito, não pelo puro prazer de fazê-lo, mas para realizar algo que a escrita indica, conclui Cagliari.

4 FATORES ESTIMULANTES PARA QUE A CRIANÇA DESENVOLVA O PROCESSO DE LEITURA

Desenvolver o interesse e o hábito pela leitura é um processo constante, que começa muito cedo, em casa, aperfeiçoa-se na escola e continua pela vida inteira. Existem diversos fatores que influenciam o interesse pela leitura. O primeiro e talvez mais importante é determinado pela “atmosfera literária” que, segundo Bamberguerd (2000, p.71 apud CASTRO, 2010, p. 6) a criança encontra em casa. A criança que houve histórias desde cedo, que tem contato direto com livros e que seja estimulada, terá um desenvolvimento favorável ao seu vocabulário, bem como a prontidão para a leitura.

            De acordo com Bamberguerd (2000) a criança que lê com maior desenvoltura se interessam pela leitura e aprende mais facilmente, neste sentido, a criança interessada em aprender se transforma num leitor capaz. Sendo assim, pode-se dizer que a capacidade de ler está intimamente ligada a motivação. Infelizmente são poucos os pais que se dedicam efetivamente em estimular esta capacidade nos seus filhos. Outro fator que contribui positivamente em relação à leitura é a influência do professor. Nesta perspectiva, cabe ao professor desempenhar um importante papel: o de ensinar a criança a ler e a gostar de ler.

             Professores que oferecem pequenas doses diárias de leitura agradável, sem forçar, mas com naturalidade, desenvolverá na criança um hábito que poderá acompanhá-la pela vida afora. Para desenvolver um programa de leitura equilibrado, que integre os conteúdos relacionados ao currículo escolar e ofereça certa variedade de livros de literatura como contos, fábulas e poesias, é preciso que o professor observe a idade cronológica da criança e principalmente o estágio de desenvolvimento de leitura em que ela se encontra. De acordo com Sandroni & Machado (1998, p.23 apud CASTRO, 2010, p. 7) “o equilíbrio de um programa de leitura depende muito mais do bom senso e da habilidade do professor que de uma hipotética e inexistente classe homogênea”.

            Assim, as condições necessárias ao desenvolvimento de hábitos positivos de leitura, incluem oportunidades para ler de todas as formas possíveis. Frequentar livrarias, feiras de livros e bibliotecas são excelentes sugestões para tornar permanente o hábito de leitura. Se o professor acreditar que além de informar, instruir ou ensinar, o livro pode dar prazer, encontrará meios de mostrar isso à criança. E ela vai se interessar por ele, vai querer buscar no livro esta alegria e prazer. Tudo está em ter a chance de conhecer a grande magia que o livro proporciona. Enfim, a literatura infantil é um amplo campo de estudos que exige do professor conhecimento para saber adequar os livros às crianças, gerando um momento propício de prazer e estimulação para a leitura.

4.1 A FORMAÇÃO DO LEITOR

É fundamental entender que para formar leitores, se faz necessário à escola criar ambiente estimulador, com condições favoráveis para que se desenvolva a prática da leitura, onde o aluno se sensibilize pela necessidade de ler, criando um espaço agradável no qual o leitor queira permanecer nele e poder desfrutar o que há de melhor, tornando assim um veículo facilitador da aprendizagem no qual lhe dará autonomia diante do seu conhecimento.

Segundo os PCN (BRASIL, 1998, p. 48), para que as dificuldades da leitura sejam superadas, a escola deve:

Dispor de uma boa biblioteca, de um acervo de classe com livros e outros materiais de leitura; organizar momentos de leitura livre em que o professor também leia. Para os alunos não acostumados com a participação em atos de leitura (…) participem e conheçam o valor que a possuem, despertando o desejo de ler.

É preciso que a escola ofereça condições para que os alunos construam aprendizagens na leitura, além de conquistar o educando de forma prazerosa, para que ele desenvolva o hábito de ler utilizando seus recursos e baseando-se num planejamento que atenda não só os alunos bem sucedidos, mas que dê maior ênfase aos que apresentam dificuldades como leitores, possibilitando um despertar para que as dificuldades transformem-se em facilidade, sensibilizando-os e assegurando-os na apropriação de textos orais e escritos.

Atualmente, a formação dos professores ganhou um novo perfil. O professor-informador e aluno-ouvinte foram substituídos pelo professor-animador e aluno-pesquisador e esta mudança exige do professor um novo posicionamento frente ao exercício de sua profissão, com uso de novos instrumentos sem, no entanto esquecer-se de que:

“A principal ferramenta de trabalho do professor é a sua pessoa, sua cultura, a relação que instaura com os alunos, individual ou coletivamente. Mesmo que a formação esteja centrada nos saberes, na didática, na gestão de classe e nas tecnologias; não deve esquecer-se da pessoa do professor”. (PERRENOUD, 2002, p.49).

O professor necessita estar preparado para atuar em sala de aula, buscar formação continuada, procurar novos conhecimentos, ser um eterno pesquisador e adquirir suporte para facilitar sua transmissão para os discentes. A prática pedagógica deve sempre objetivar a formação integral do aluno, buscando proporcionar a construção dos conceitos e situações para os casos apresentados por meio de pesquisas, experimentações e discussões, contribuindo assim, para os desenvolvimentos cognitivo, afetivo e social dos educandos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados obtidos na pesquisa podemos dizer que a leitura e a escrita tem um papel muito importante na vida do aluno. Portanto a formação de bons leitores e escritores precisa ser um compromisso de todas as instituições de ensino, em especial para os educadores.

Os PCNS das iniciais línguas portuguesa séries relatam que a leitura na escola tem sido fundamentalmente, um objeto de aprendizagem, é necessário que faça sentido para o aluno, isto é, a atividade de leitura deve responder do seu ponto de vista, os objetivos de realização imediata. E como se trata de uma prática social complexa, se a escola pretende converter a leitura em objeto de aprendizagem deve preservar sua natureza e sua complexidade, sem descaracterizá-la.

Com uma mediação entre ler e escrever, o educador com certeza vai obter resultados positivos no desempenho de seu trabalho e, em especial contribuirá com a melhoria do processo ensino aprendizagem.

6 REFERÊNCIAS

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. São Paulo. Ed. Scipione, 2003.

CARVALHGO, S.W.de SOUZA, L.M. Compreensão e Produção de Texto. Petrópolis: Vozes, 8ª Ed, 1995.

CASTRO, Eline Fernandes: A importância da leitura infantil para o desenvolvimento da criança. Disponível em: < http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/a-importancia-literatura-infantil-para-desenvolvimento.htm>. Acesso em: 23 Set. 2013.

KIST, VANESSA: Leitura e Escrita. Disponível em: < http://www.pesquisa.uncnet.br/pdf/ensinoMedio/LEITURA_E_ESCRITA.pdf>. Acesso em: 17 Set. 2013.

 MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Editora Atlas, 1992. 4 ed. p.43 e 44.

MARLUCE: A Leitura e a Escrita na Escola e os desafios atuais. Disponível em: < http://amigonerd.net/sociais-aplicadas/letras/a-leitura-e-a-escrita-na-escola-e-os-desafios-atuais. Acesso em: 23 Set. 2013.

Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua portuguesa. Brasília: 1998

PERRENOUD, Philippe. A prática reflexiva no oficio de professor: Profissionalização e razão pedagógica. Trad. Claudia SCHILLING- Porto Alegre, Artmed Editora, 2002.