Observamos nas obras desses dois gigantes pensadores Soren Kierkegaard e Arthur Schopenhauer, proximidades em suas obras de punho filosóficas, como também há certas rupturas, que distanciam a forma como cada um entende e analisa a problemática da existência humana, segundo seus ideais filosóficos.

Ao nos debruçarmos neste magnífico filosofo dinamarquês que viveu na cidade de Copenhagen na Dinamarca, Soren Kierkegaard, percebemos em suas obras a problemática do existencialismo, que permeia toda sua filosofia. Este, é tratado numa tríade dimensional da vivencia humana. Para Kierkegaard essa tríade é dialética e subjetiva. Tais como; ética, estética e religião. Essa problemática Kierkegaardiana se apresenta como uma primeira chave para entender seu pensamento, que se estabelece por via da escolha. Ora, cada sujeito escolhe a sua maneira e ideia de vida. Consequentemente, o filosofo dinamarquês elege o homem ético e o estético. Para ele, o homem ético escolhe e se realiza plenamente sua liberdade. Já em seu entendimento, o homem estético é irônico, dissimula e ilude, ele joga. Ora, por que há essa diferenciação para Kierkegaard entre ético e estético? Porque na problemática Kierkegaardiana o homem estético na sua existencialidade é obrigado a decidir, isto é, se torna incapaz de realizar sua liberdade.

Artur Schopenhauer um dos gigantes filósofos alemão, proporá em sua problemática filosófica a obra: O mundo como vontade e representação. Nesta obra Schopenhauer elege uma chave como problemática de grande importancia  que é a vontade. Diferentemente de Immanuel Kant tratava da coisa em si e seus fenômenos, Schopenhauer proporá da coisa em si, mais entendida como vontade que é a representação dos fenômenos. No entanto, essa vontade são manifestações caracterizadas por representações intuitivas e abstratas. Intuitiva, isto é, o que se refere ao tempo e espaço, que estão ligados ao ser. Já, a representação abstrata, tratará das operações racionais, isto é, a origens de termos, palavras e conceitos.

Para compreender as teorias objetivas e subjetivas, encontraremos proximidades, no que se refere ao campo teórico. Proximidades que podem ser pensadas em vários modos. Por exemplo, pela música e pela obra de arte, poderá se chegar ao absoluto. Porém, no que se refere a problematização kierkegaardiana como schopenhauriana, a proximidade é exaltada, enaltecida pelo existencialismo. A liberdade implica no sujeito, isto é, no objeto. E esse objeto é a escolha.

Porém, a problematização que se segue é tal: o homem em sua forma e concepção de encarar a vida, se depara com a problemática de Schopenhauer, a vontade, que são representações de seus desejos. Logo, vemos que há essas proximidades entre ambos. O homem não é livre, ele não exerce sua liberdade plenamente. Ele deve fazer escolhas, e nessas escolhas opta pelos seus desejos, que são as representações em si mesmo. Por exemplo, um estudando ao concluir o ensino médio, deverá fazer uma escolha, no qual, deverá optar qual caminho seguir. Esse estudante, é livre para escolher e decidir, qual caminho deverá seguir. Porém, é refém de seus desejos, vontades e aptidões em si mesmo.

 Referências:

KIERKEGAARD, S. Diário de um sedutor. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (Coleção Os Pensadores).

______. Estético y Ético. Buenos Aires: Editorial Nova, s/d

SCHOPENHAUER, A. Crítica da filosofia kantiana. São Paulo: Abril Cultural, 1997. (Coleção Os Pensadores).

______. O mundo como vontade e representação. Ed. Contraponto, 2001.