CHEVALLIER, Jean-Jacques. As Grandes Obras Politicas De Maquiavel A Nossos Dias. In____. O Príncipe. Rio de Janeiro: Agir, 1976. Cap.1, p.17.   

 

      O Príncipe, escrito por Nicolau Maquiavel em 1513, retrata a politica da idade moderna pelos príncipes, como agiam diante do povo e como deveria ser a sua conduta.

      Maquiavel nasceu em plena Renascença, cresceu politicamente intelectual, foi trabalhar na segunda Chancelaria da Republica de Florença. Tinha um trabalho importante, porem mal remunerados, foi secretario e representante diplomático na Itália e no estrangeiro, não chegou a ser embaixador, no entanto trabalhou com tais funções.

      Florença ganha outro líder politico na luta entra o Papa Júlio II e o Rei da França Luís XII. Os Médice ficaram no poder e Maquiavel perde o emprego. Maquiavel sem emprego logo se empobreceu. Escreveu O Príncipe para agradar os senhores do momento, com desejo de voltar à ocupar o antigo cargo, porem seu desejo não foi realizado.

      Seu conhecimento sobre a politica dos príncipes adquiriu na Chancelaria observando durante quatorze anos de trabalho. Nele ressalta as características dos principados e suas conquistas, e como eles deveriam cultivar certas qualidades. Distinguem os principados em ‘‘hereditários e novos’’. Os principados hereditários assumam o poder mediante a linhagem familiar e sanguínea; os principados novos assumam o poder por meio das conquistas, com armas próprias ou alheias.

      Para alcançar o poder e/ou continuar regendo os príncipes são guiados pela fortuna, ou seja, pela sorte e pelas circunstancias, ou por virtude, isto é, por seus méritos, valores e qualidades. Maquiavel afirma que ‘‘é mais fácil os súditos aceitarem os príncipes hereditários que os novos’’, pois não são dignos de confiança em primeiro momento. Maquiavel descreve também sobre os principados mistos, não são inteiramente ‘‘novos e nem originalmente hereditários, mas são membros anexados ao Estado.

      Ressalta que a guerra é uma arte dos príncipes e não poderiam evita-la, pois esta é uma atitude inerente ao exercício do poder. Com isso, recomenda ao príncipe, ‘‘cultivar a fama de cruel, pois ajudará a manter o exercito unido e disposto ao combate’’. Além disso, deixa reforçada a sua autoridade perante os súditos. Segundo Maquiavel, há um principado que é regido por vontade superior/divina na qual são inquestionáveis, por seguirem leis antigas radicadas na religião, os chamados principados eclesiásticos. ‘Como podemos perceber, Maquiavel era a favor de um regime em que o poder era tomado por uma única autoridade, em outras palavras, a monarquia’.