O primeiro saber dos sete saberes de Edgar Morin.

 As cegueiras do conhecimento do erro a ilusão permanente.

 A educação que visa a transmitir conhecimentos às vezes cegos, sem saber o que é o conhecimento, suas dificuldades e erros até mesmo a transmissão de ilusões, como se fossem verdades do saber ou da elaboração científica.

O que diz Morin o conhecimento não pode ser considerado um instrumento, sem ser examinado antes a sua natureza, a forma em que se deve dar ao mesmo, como epistemologias que devem enfrentar as permanentes possibilidades dos erros e das ilusões.

 O que se trata na prática como preparar a mente, armando com a finalidade de possibilitar a mesma ao desenvolvimento de uma razão lógica, para favorecer-se nas construções epistemológicas de paradigmas sustentados na lucidez do saber.

Para tal finalidade é fundamental deixar acontecer o desenvolvimento da educação no conhecimento das estruturas mentais e suas lógicas, a partir exatamente dos elementos culturais, capazes de produzir uma evidência científica ou procedimentos das ilusões.

Cada cérebro tem sua estrutura mental sistêmica produzida por modalidades ou disposições psíquicas desenvolvidas de mundos culturais diversos os quais facilitam nas produções ilusórias ou conduz ao próprio erro, esse é o aspecto de maior gravidade.

O que é fundamental epistemologicamente mostrar que na educação não existe conhecimento, que não esteja em algum ponto ameaçado por certo grau de equivoco, por meio do qual leva a erros, desenvolvendo as perspectivas ilusórias do saber.

  Diz Morin O conhecimento não funciona como um espelho que mostra o real igual ao sinal pelo reflexo daquilo que se vê. Conhecimento são percepções externas das coisas, com efeito, traduções e reconstruções cerebrais, com base em estímulos ou significações fragmentadas captadas pelos sentidos.

Sendo dessa forma acrescenta inúmeros erros de percepção que veem do nosso sentido, não tão confiável epistemologicamente pelo fato de o entendimento ser compreendido pela lógica sistêmica da estrutura da razão e por outro lado, pela estrutura da linguagem.

Com efeito, o erro de percepção, acrescenta-se ao erro epistemológico ao que se entende por erro do saber intelectual, o conhecimento com palavras, ideias ou teorias, frutos de construções por meio da estrutura da linguagem e do pensamento formulado, que por natureza estão sujeitos aos erros.     

O conhecimento construído a partir de interpretações que possibilitam evidentemente a erros, porque a linguagem não produz teorias puras, o que são impossíveis, a interpretação  introduz o risco de erro na subjetividade do sujeito, na  sua visão própria de mundo, de acordo com seus processos de sínteses.

 Os diversos erros resultam de concepções nascidas dos limites das nossas ideias produzidas pelos controles racionais, projeções dos desejos e ideologias, resultadas às vezes de perturbações mentais acadêmicas, dos processos de sínteses equivocadas.

A formulação do conhecimento científico hoje está monotorado epistemologicamente para captar os erros fundamentais decorrentes das ilusões. Os paradigmas que fundamentam as ciências o desenvolvimento das ilusões, nenhuma teoria está imune a erros.

Os erros podem ser percebidos pela identificação da origem deles, as denominadas cegueiras do conhecimento, podem ser resultados dos dispositivos cerebrais que permitem entender as diferenças das alucinações da percepção.  O que é real e que é apenas imaginário, o aspecto subjetivo do objeto.

Os erros de natureza intelectual, estruturas sistêmicas profusas e não evidentes no entendimento das teorias, doutrinas e ideologias, a própria mente estruturada erradamente protege os erros fundamentais de natureza intelectual.

Os erros fundamentais da razão, a racionalidade equivocada protege a própria ilusão, transforma o mecanismo de racionalização como algo essencialmente negativo. A racionalização substancia se de fontes não legítimas a proteção de uma razão lógica, perverte o mecanismo objetivo.    

É fundamental saber no processo educacional o reconhecimento do principio da incerteza racional, a racionalidade não é totalmente confiável, é necessário desenvolver a crítica constante e do mesmo modo a autocrítica, não cair na ilusão da racionalização, a verdadeira racionalização deve ser, sobretudo autocrítica.   

 Os paradigmas, modelos explicativos são sujeitos a erros de concepção a interpretação equivocada de conceitos. O paradigma cartesiano dentro da racionalidade para o entendimento fundamenta se em princípios contraditórios do que é certo ou errado.

 O que significa que mostram algumas coisas e escondem outras, no seu seio epistemológico, esconde a chave da possibilidade da verdade no âmbito do erro e da ilusão.

 O novo brota sem parar e trás com ele mesmo as contradições que estão embutidas em qualquer sistema epistemológico, a necessidade, portanto, da tomada da consciência permanente.

Edjar Dias de Vasconcelos.