Pensei em escrever esse artigo para fazer uma analise prática de como o preconceito regional ainda está fortemente presente no Brasil e tentar propor os motivos desta presença. Primeiramente gostaria de ressaltar a importância da internet como meio de análise, pois nela a pessoa expõe sua verdadeira opinião, a opinião que diriam apenas a seus parentes e amigos próximos.

Após a grande repercussão do vídeo “Luiza está no Canadá” (http://www.youtube.com/watch?v=BVxcWbh9HWE acesso em 19/01/2012), um vídeo interessantíssimo, não pelo seu conteúdo, um mero comercial de condomínios na Paraíba onde o dono do empreendimento diz: “E é por isso que eu fiz questão de reunir toda minha família, menos Luíza que está no Canadá...”; o interessante está em como está simples frase gerou indignação de muitos brasileiros e nos comentários em várias comunidades e no próprio vídeo sobre isto. O que demonstra dois tipos de preconceitos no Brasil: o preconceito entre classes sociais, pela indignação causada pela frase (indo de acordo com a teoria da luta de classes de Marx); e o preconceito regional, sem citar o línguistico, expresso nos comentários ao redor das redes sociais.

Podemos ter a demonstração de como o preconceito regional é forte que vemos como uma simples afirmação destas vira motivo de debates entre Sudeste x Nordeste, sobre qual povo é melhor, qual é mais trabalhador e até mesmo qual é mais inteligente. Nesses momentos a idéia de integração nacional é completamente esquecida e vem à tona o verdadeiro pensamento da população. Claro que eles não representam todos; nem ao menos é possível dizer que representam a maioria, porém representam uma parte considerável.

É muito provável que este preconceito esteja introjetado na cultura de cada região, pelo simples fatos de que pessoas usam argumentos baseados no senso comum e o senso comum é, obviamente, algo cultural. Por exemplo, nordestinos alegam o Sudeste tem maior concentração de capital, porém tem mais violência é claramente errado, pois, segundo o instituto Sangari,as cidades mais violentas do país são nordestinas.

O mais interessante é a idéia vendida de que este tipo de preconceito é inexistente no país, quando cada dia mais vemos que ele apenas não é divulgado, mas não é errado tentar mascará-lo, até porque a única maneira de diminuí-lo é intensificando o nacionalismo, e isso que a propaganda governamental tenta fazer.

Reservo este último parágrafo para citar algo que me chamou atenção em grande parte das afirmações, a de que o povo nordestino representa a massa de trabalhadores do país e mesmo explorados, trabalham muito, passando a idéia de que isto é uma qualidade. Voltando a Marx seria isto, uma espécie de uma superestrutura regional? É um importante ponto para discussão, pois está idéia pode ter favorecido para formar uma região de mão-de-obra barata interessante tanto para o país como para empresas estrangeiras.