Naquele cinzento amanhecer, o vi caminhando com o coração partido ao redor de seus edifícios em ruínas daquela antiga cidade. Um espectador silencioso observando seu próprio palácio destruído. Seus gritos desolados destroçavam o silencio. Somente eu podia ouvir, sentir, acariciar seus sonhos já despedaçados. Minhas lagrimas eternas rasgavam a pele em meu próprio desespero embaixo de uma chuva de ideais mortos e pedaços de orgulho sem sentido. Eu observava sua grande derrota entre o doce licor de seu próprio veneno. Cego, perdido em meio a sua delirante ilusão, seus olhos de ambição provocaram a guerra final, seus edifícios desgastados caiam a seus pés entre a bandeira rasgada e seu império destruído. Ruínas, esse era seu novo templo! Desviei o olhar, incapaz de suportar tanta destruição. Havia-lhe entregado minha devoção, a gloria perdida de um sonho compartilhado. Seus ideais foram pisoteados. Seus deuses o haviam abandonado diante de sua decadência, e entre gritos de dor, estendi a bandeira do triunfo, paguei com lágrimas o preço da vitoria. Retirei-me com alma em pedaços e sumi na escuridão, de onde jamais pude regressar.