O PODER DAS PALAVRAS NO CONTEXTO MUSICAL

JOSÉ JAILSON DA SILVA

ÁGUAS BELAS - PE

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INTRODUÇÃO

O poder das palavras diante da música sempre foi muito forte, cuja, implacabilidade permite que apreciação seja a partir da melodia fundamentada na construção da "LETRA". As palavras podem apresentar objetivamente grandes fatores que, por sua vez, inibe, prestigia, declara, entre outras coisas, para com quem a escuta.

Com esta intenção surge a necessidade de conhecer a função das palavras no contexto musical, uma vez que, predomina com mais euforia os aspectos melodiosos, onde a "LETRA" exposta nem sempre desperta a atenção dos ouvintes, contudo, a problemática que norteia este contexto parte do pressuposto do que está sendo escrito e para quem será literalmente atingido.

O objetivo do artigo consiste, pois, em refletir até que ponto a letra musical possui "poder" diante da sociedade e quais os malefícios e benefícios que podem ocorrer após obter uma visão critica dos fatos abordados, com isso o método proposto é esclarecido através do referencial bibliográfico que possibilite a maior compreensão deste poderio.

A razão desta investigação é mostrar através do respaldo em perspectivas teóricas as verdades que estão implícitas nas letras musicais para poder compreender a dimensão das palavras enquanto responsáveis por transformações sociais, intelectuais e, sobretudo, revolucionárias.

PALAVRA E MÚSICA: UMA RELAÇÃO CORDIAL NA PRAGMÁTICA LINGUISTICA

As discussões acerca do poder das palavras é foco que ocorre constantemente sem mesclar a que tipo de classe social será atingido sem preocupar-se com a valorização do status.

Fundamentalmente o poder das palavras é de cunho irônico no contexto musical, isto porque, a linguagem utilitária na música é de extrema sofisticação, pois a melodia amplia todo o aparato melancólico. O exemplo desta singularidade é a canção de Cazuza que enfatiza a hipocrisia de alguns brasileiros que estão no "pedestal". – Burguesia.

Com uma linguagem árdua para explanação dos sentimentos em meios as turbulências aplicadas pela sociedade, Cazuza, implica manifestando com audácias suas angustias intrínsecas perante a sociedade.

"A burguesia fede

A burguesia quer ficar rica

Enquanto houver burguesia

Não vai haver poesia"

Longe do habitual, e da exploração poética, os compositores provoca nos ouvintes uma euforia dispertando-os para a sua realidade que até então é massacrada despercebidamente mostrando que as palavras não soam simplismente na poesia, mas em outros aspectos como a música por exemplo. Evidencia suas regalias apontando uma classe privilegiada, diferenciando – se pelo gosto, cultura, e aquisição financeira.

"A burguesia não tem charme nem é discreta

Com suas perucas de cabelos de boneca

A burguesia quer ser sócia do Country

A burguesia quer ir a New York fazer compras"

A música no contexto social determina por parte do compositor o tipo de palavra que será inserida no rumo ao sucesso, embora, o cuidado de escolher as palavras corretas não é tão simples quanto parece, pois, a complexidade em transmitir o que de fato é preciso, as vezes torna-se conflituoso. É por esta instância que as músicas que fazem sucesso são as que mexem com o emocional do individuo marcando simbolicamente a paixão com traços sedutivos.

O poder das palavras no contexto musical está condicionado à escolaridade do compositor, pois as palavras necessitam de escolhas cabíveis para evoluírem com êxito no universo da música, mas é preciso que haja uma interação da escola e do educador mediante o ouvinte (leitor) para que a aprendizagem flua, com isso, poderá compreender sucintamente desde que sua formação seja bem feita, isto é, para que haja formação do leitor é necessário se ter o apoio condicional do professor, pois fatores efetivos, como paciência e dedicação ajudam a intervir no processo de aquisição do desenvolvimento da leitura facilitando assim sua aprendizagem. (BARBOSA, 1994).

O que se percebe nas letras de música é que não se constrói uma música por acaso, nem tão pouco as palavras são quaisquer, entretanto, a língua expressa é para "ferir" propositalmente os que estão fora do padrão determinado pela sociedade e, a escola é a única que pode proporcionar uma mudança que remete novas idéias valorizando a pessoa que "cria" letras que atenda a todos os tipos de clientela. Na verdade, a música destina-se a diferentes povos, onde esses indivíduos escolhem a que ritmo seguir, todavia, a palavra conduz o ouvinte para esta categorização. Ocorre também que pelo poder das palavras, a música expressa dor, tristeza, angústia, entre outros fatores da negatividade, também apresenta positividade quando então há nitidamente a paixão, alegria, risos e outros.

A esse respeito, remete-se a explicação de Silva (1998), em que a sociedade planta no aluno desgosto de ler e a escola só faz aumentar, uma vez que, ela não trabalha de acordo com a realidade de seu aluno. Daí a compreensão significativa de que a maioria dos alunos sente-se atraídos pelo "batuque" e com sua autonomia desenvolve letras musicais condizentes com sua realidade. É pertinente observar que a música inspirada por várias pessoas são desenvolvidas, criadas, construídas e compostas com o intuito de fazer sucesso, mas depende muito dos tipos de recursos como letras, instrumentos musicais, e, sobretudo, o elemento primordial, o vocal, para que haja esplendores. "O processo de variação de uma composição é conduzido pela intenção do compositor a partir de um projeto musical" (PCN – Arte, 2001. P.75), ou seja, é preciso um planejamento para que a música seja soberana e perspicaz.

CONCLUSÃO

Com este artigo pode-se supor que o poder das palavras no contexto musical é alvo de grandes discussões que nem sempre se chega a uma esfera definitiva, pois ao passar dos tempos, a música foi questão conflituosa no mundo artístico, isto porque, só poderia cantar quem tivesse de fato "coragem", devido as grandes catástrofes ocorridas na sociedade.

Flui dentro desta pragmática, que a linguagem abordada era mais de cunho irônico do que melancólico – romântico, isto é, atingia a classe dominante porque havia intrinsecamente revoltas apregoadas por os menos favorecidos, e o não aceitar, era colocado através do poder lingüístico, embora, nem sempre funcionava, pois a maioria das pessoas era alienada e enfrentar a sociedade de época era marcar sua sentença de morte.

A música compositada por grandes intelectos diziam através da melodia o que sentia vontade de dizer falando, mas tornava-se amedrontador porque, a maioria das pessoas que enfrentava o universo "corrupto e dominador" eram os que sofriam com os conflitos oriundos da diferença de classe, portanto, o poder das palavras estava de fato na boca de todos, mas o principal elemento compulsivo era ausente em muitos: coragem

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BARBOSA, José Juvêncio. O Professor e a Prática de Leitura na Escola. São Paulo: Ática, 1994

BRASIL – PCN – Parâmetro Curriculares Nacionais – Arte. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: MEC, 2001.

CD: Cazuza – Burguesia. O Tempo não Pára:Universal,1999

SILVA, Ezequiel Theodoro da. De Olhos Abertos. São Paulo: Cortez, 1998