O PODER DA IMAGEM CINEMATOGRÁFICA SOBRE O TURISMO.


Resumo
O presente trabalho objetiva explicitar a relação existente entre o turismo e a indústria cinematográfica, dando enfoque ao desenvolvimento turístico e na contribuição da comunicação para o mesmo. Busca relatar a influência do cinema sobre a atividade turística e suas conseqüências. Analisa o êxito de determinados países neste segmento e a "preocupação" direcionada para tanto, procurando entender o poder da mídia áudio-visual, tanto positiva quanto negativamente.

Palavras-chave

Indústria, comunicação, turismo, relação, mídia.

Introdução
O presente artigo analisa a relação existente entre o cinema e o setor turístico, resultando numa contribuição para o entendimento amplo de determinados impactos causados pelo poder da indústria cinematográfica sobre o turismo.
Fundamentando-se em fatos e exemplos bastante relevantes, o artigo explicitará o efeito da arte cinematográfica acerca do turismo, e até na possível relação contrária, afinal, são duas atividades de grande poder móbil.
A complexidade da relação cinema e turismo vai além da percepção que hoje temos. A atividade turística depende diretamente de meios comunicacionais para se alcançar notoriedade. O cinema, além de ser a arte de realizar e compor filmes, é um abrangente meio de comunicação.
Pode-se afirmar que ele atinge e age fortemente, como estratégia de marketing; conseqüentemente mexendo e atuando no inconsciente do individuo, formando certo tipo de opinião e expectativa.

O Desenvolvimento Turístico
O Turismo, assim como qualquer outra ciência, acompanha as transformações e modernidades do mundo. O conceito foi sendo acrescentado e completo conforme suas necessidades e complexidade, mesmo assim tal definição não é universal, pelo contrário, é cada vez mais pluridisciplinar e se autotransforma constantemente.

"Turismo é o conceito que compreende todos os processos, especialmente os econômicos, que se manifestam na chegada, na permanência e na saída do turista de um determinado município, país ou estado". (SCHATTENHOFEN, 1911)

Na época em que o turismo passou a ser visto como conceito, tal atividade era considerada um bem de luxo, onde só pessoas com poder aquisitivo elevado podiam usufruir. Observando o conceito de SCHATTENHOFEN (1911), podemos sustentar tal afirmação, onde ele diz que o câmbio econômico é a parte mais relevante do conceito de turismo.
Como o mesmo nessa época não era levado nem estimado com tanta seriedade, ainda não era visto como uma indústria, onde a infra-estrutura não se projetava para tanto. Embora se especulasse tais definições acerca do turismo, ele não era acatado como algo que poderia se desenvolver e, futuramente, organizar-se. Mas, para tanto, a possibilidade de se viajar deveria ser algo acessível a "todos", o que não era a realidade da época.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o turismo começou a desenvolver-se efetivamente. Passou a ser visto não somente como permuta de pessoas de um determinado local para outro, mas também, como algo rentável. Isto se deve à legislação que foi adotada, dando direito a cinco dias de trabalho e férias remuneradas. Além disso, a formação educacional passa a se expandir, e o interesse de viajar e conhecer novas culturas cresce. Daí, a infra-estrutura turística passa a ser vista com maior importância, devido ao fluxo maior de pessoas entre uma localidade e outra (a produção de carros cresce assim como a construção de estradas).

"Turismo é de um lado, o conjunto de turistas; do outro, os fenômenos e as relações que esta massa produz em conseqüência de suas viagens. Turismo é todo o equipamento receptivo de hotéis, agências de viagens, transportes, espetáculos, guias ? intérpretes que o núcleo deve habilitar para atender as correntes. Turismo é o conjunto das organizações privadas ou públicas que surgem para fomentar a infra-estrutura, a expansão do núcleo e as campanhas publicitárias. Também são os efeitos negativos ou positivos que se produzem nas populações receptoras".(FUSTER, 1973)

Baseando-se no conceito de FUSTER (1973), percebemos a nova "roupagem" da definição turística; passa-se a haver certa preocupação com tudo que envolve a atividade, principalmente aspectos relacionados à infra-estrutura, já que esta está em seu entorno e a mesma depende dela para acontecer. Ponderando-se em meios, serviços e equipamentos que pudessem valorizar e enriquecer o "negócio", este altamente produtivo, lucrativo e promissor.

"O turismo é uma atividade humana internacional que serve como meio de comunicação e como ligação da interação entre povos, tanto dentro de um mesmo país como fora dos limites geográficos dos países. É visto como o deslocamento temporário de pessoas para outra região, país ou continente, visando a satisfação de necessidades outras que o exercício de uma função remunerada. Para o país receptor, o turismo é uma indústria cujos produtos são consumidos no local formando exportações invisíveis. Os benefícios originários deste fenômeno podem ser verificados na vida econômica, política, cultural e psicossociológica da comunidade." (WAHAB, 1997)

Segundo WAHAB (1997), a atividade turística vai muito além de benefícios econômicos: atinge diretamente o campo social. Com a junção destas duas áreas (econômica e social), o turismo vai erguendo "forças" para crescer cada vez mais e é alvo de estudos mais aprofundados e de intensos investimentos.
Atualmente a indústria turística encontra-se em um patamar significativamente elevado: (...) terceira maior indústria do mundo, perdendo somente para o petróleo e a indústria automobilística." (WAINBERG, 2003:10). Engloba diversas áreas no campo, conquistará seu público e irá se fundamentar.
Portanto, observamos que, com o decorrer da história, o turismo se desenvolve cada vez
mais. Com tamanho desenvolvimento, percebemos a importância de determinados fatores como infra-estrutura e economia em geral, mas, acima de qualquer fator, o que mais devemos levar em conta é o comunicacional, pois é através dele que o turismo se faz turismo. É a partir da comunicação que a indústria turística cresce e se expande.

A Relação Turismo e Cinema
Comunicação é um processo que envolve a troca de informações, sob a égide do sistema de símbolos. O papel da comunicação está longe de ser uma "mera" troca de informações, por ser um estudo bastante amplo e seu uso maior ainda. Na maioria das vezes, comunicar é a materialização sentimento/pensamento em símbolos ao menos familiares para os envolvidos; estes estão transmitidos e interpretados pelo receptor; neste estágio, já se é possível atribuir a satisfação. E é exatamente neste contexto que o turismo se encaixa a esta relação permanente: pensamento, sentimento e satisfação, ou seja, a comunicação aguça tais reações e o turismo as realiza.
A comunicação age inconscientemente e o turismo atua concretamente, pairando-se em tipos e estratégias da comunicação turística visando "a eficácia dos produtos e ações midiáticas em termos da escolha do turista no momento de decidir onde passar suas férias."(cf. LANQUAR; HOLLIER, 1994, e MEIRA.TRIGUEIRO, 2001)

A comunicação turística respeita ao mesmo tempo as conquistas das ciências da comunicação e a especificidade do fenômeno turístico, que é uma migração (abordagem geográfica), um deslocamento de consumo (segundo os economistas), um signo pertencimento a uma elite ostentatória (análise dos antropólogos e sociólogos), um comportamento lúdico (no ponto de vista dos psicólogos e etnólogos), um testemunho da evolução pós-industrial da sociedade industrial ao olhar do historiador. (BOYER & VIALLON apud YASOSHINA, 2004:12)

A relação existente entre a comunicação e o turismo é evidenciada a todo e qualquer momento, segundo BOYER & VIALLON, pois é neste segmento que o estudo, a atividade e a indústria turística se fundamentam. Esta é a base para o turismo, assim como tal, em algumas circunstâncias, pode ser uma conseqüência da comunicação.
A mídia áudio-visual é um dos meios comunicacionais mais influentes e eficazes hoje, em decorrência da facilidade de acesso, que provém de diversos fatores sociais e culturais. Esta, além de ser um grande estilo artístico, também pode ser vista como uma "jogada" de marketing: assim como as cenas vistas artisticamente atuam no subconsciente, comovendo de certa forma, podem ser utilizadas para atrair determinado público a um local específico.
Sendo este um meio universal de comunicação, com diversas ramificações, podemos destacar o cinema como um dos mais surpreendentes, influentes e eficazes "programas" de divulgação dentro do campo turístico. É uma espécie de marketing que atrai os turistas não só pela imagem, mas também pela história do filme decorrido, despertando a curiosidade de se ir ao local onde ocorreram tais aventuras cinematográficas.
A influência que o cinema (não só o cinema, mas a mídia áudio-visual em geral) exerce sobre o turismo é, indescritivelmente, forte. Isto pode ser evidenciado em diversos casos, assim como analisa SÁ (2002:19):

Vários lugares, após terem sido vistos ou conhecidos por meio dos meios de comunicação, tiveram aumentos significativos nos números de turistas. A Secretaria de Turismo de Ceará declarou que uma novela produzida no Estado, entre 1994 e 1995, mostrando praias cearenses, impulsionou a indústria do turismo. O filme "Crocodilo Dundee", com cenas na Austrália foi considerado um grande impulsor do turismo local, sendo que o ator principal, Paul Rogan, foi contratado para interpretar uma série de anúncios televisivos de promoção turística da Austrália.

Tamanha influência repercute de forma abrangente; além de a localidade ser alvo de diferentes roteiros turísticos baseados na magnitude cinematográfica, são enaltecidas suas características nacionais. O local torna-se o cenário do filme, onde as pessoas querem fazer parte. Conseqüentemente, acabam contribuindo, direta ou indiretamente, com o desenvolvimento turístico, econômico e social da região. O exemplo mais bem sucedido e conhecido é o caso da Nova Zelândia. Segundo SHELTON1 (2006):

A Nova Zelândia sempre teve vocação para o turismo, mas que o sucesso da trilogia de "O Senhor dos Anéis" e "King Kong" foram um marco para o país. Nos três primeiros meses de exibição, "O Senhor dos Anéis" teve mais de 50 milhões de espectadores nos Estados Unidos e Canadá e 5,5 milhões nos 10 primeiros dias de lançamento no Japão.(...) De 2003 a 2005, recebemos pouco mais de 4 milhões de turistas. Destes, 3,8 milhões ouviram falar do filme e 2,6 milhões assistiram ao filme de Peter Jackson. E o mais impressionante: 240 mil visitantes afirmaram que foram à Nova Zelândia estimulados por "Senhor dos Anéis".

Atualmente, a Nova Zelândia investe bruscamente na produção cinematográfica. Como o mais bem sucedido investimento áudio-visual da história, a trilogia "O Senhor dos Anéis" foi um "salto" para o turismo da região. Cada vez mais operadoras de turismo criam pacotes temáticos para um dos destinos mais belos do mundo. A partir daí, os filmes neozelandeses vão criando cada vez mais espaço, o que mantém e progride o turismo do local.

Figura 1
Cena do filme "O Senhor dos Anéis ? O Retorno do Rei"2

Fonte: pt.altermedia.info/date/2003/12/16

Não diferente da Austrália e Nova Zelândia, a Grã-Bretanha também teve suas produções cinematográficas repercutidas no turismo. Exemplos disso são os filmes: "Orgulho e Preconceito" (2005) que, partir de tal produção, houve um acréscimo de 76% de visitantes em Basildon Park , um dos lugares onde foi filmado, devido a uma série de publicações pelo mundo a respeito das locações do filme; por conta da mega produção "Harry Potter" (2001), o Reino Unido lançou um mapa indicando principais locações do filme, locais como a estação de trem King?s Cross e a Catedral gótica de Gloucester, que tiveram um incremento de 20% de turistas após o lançamento da produção.
Hoje na Grã-Bretanha há o Visit Britain, que é um órgão de promoção do turismo britânico. Esse órgão baseia-se quase que totalmente nos impactos causados pelas produções onde o cenário foi a região. "Isso significa 130 milhões de pessoas anualmente, o que acarreta uma arrecadação 3,3 bilhões de dólares", afirmou CLEWELEY3.

Figura 2
Cena do filme "Orgulho e Preconceito"4


Fonte: uol.com.Br/filmes_detalhes.php?idf=9991

Figura 3
Cena do filme "Harry Potter e a Câmara Secreta"5

Fonte: filmesw3.tripod.com/id12.html

Um filme também muito impactante foi "O Código da Vinci" (2006), que, além de surtir efeito turístico em Londres, como a Temple Church, onde o número de visitantes foi 5 vezes maior que sua freqüência média anual, interferiu turisticamente na França também: o Museu do Louvre atingiu a marca de 7,3 milhões de turistas com o lançamento do filme, que mais de 50% foi impulsionada pelo mesmo.

Figura 4
Cena do filme "O Código da Vinci"6

Fonte: www.icicom.up.pt/blog/take2/2006/05/23/actual

A Tailândia também encaixa-se neste envolto do turismo cinematográfico. Ela arrecada anualmente cerca de 300 milhões de dólares por ano, segundo Pedro Wandler7, diretor de Relações Internacionais do Turismo do Ministério do Turismo brasileiro. Um marco na história cinematográfica Tailandesa foi o filme "007-Contra Gold Finger"8 (1964), que impulsionou o fluxo turístico para uma parte do país antes desconhecida pela maior parte dos ocidentais. Outro sucesso em terras tailandesas foi "A Praia" (2000), que o turismo nesta localidade alcançou uma marca jamais vista. Atualmente, este é um dos destinos mais conhecidos e procurados da Ásia.





Figura 5
Cena do filme "A Praia"9

Fonte: baixaaki.ig.Br/papel-de-parede/336-a-praia.htm

O filme "Rob Roy"10 (1994) atraiu mais turistas para a Escócia do que qualquer outra campanha publicitária feita. A partir do efeito áudio-visual passado pelo cinema, o público "descobre" um novo lugar para explorar turisticamente. No ano seguinte (1995), foi lançado o filme "Coração Valente", que deu continuidade à permanência do fluxo turístico no país.

Figura 6
Cena do filme "Coração Valente"11


Fonte: www.cinemacafri.com/movie.jsp?movie=171
As produções cinematográficas dos Estados Unidos da América, são as mais bem sucedidas do mundo. Geralmente são produzidas em Hollywood (Califórnia), notável pela concentração de empresas ligadas à indústria do cinema. Apesar de nem todas as produções serem efetivamente realizadas lá, Hollywood tornou-se um sinônimo dessa indústria nacional. Hoje, todo esse aparato voltado quase que exclusivamente para o cinema que o país obtém, é altamente procurado por curiosos e cinéfilos. Inúmeras agências trabalham com roteiros específicos, passando por Hollywood, calçada da fama e afins.
Duas grandes produções Hollywoodianas são:

Figuras 7 e 8
Encartes dos filmes "Piratas do Caribe ? O percurso da pérola negra"12 e "Titanic"13


Fonte: www.baixaki.ig.com.br Fonte: www.acores.net/cinema/view

É impossível afirmar que o cinema é somente um meio de comunicação. Além disso, ele é um "negócio" que atinge e influencia as mais variadas áreas, sobretudo o turismo.

Brasil: A Força dos Filmes e Novelas
O Brasil também entra nesta lista de países que tiveram seu fluxo turístico alterado positivamente em decorrência de produções cinematográficas. Prova disso é o filme "Tieta do Agreste" (1996), que impulsionou consideravelmente o turismo regional. A partir daí, o país passou a valorizar as inúmeras dunas e paisagens primitivas, antes inexploradas, do local.
O Brasil, para explorar mais o cinema como uma "arma" a favor do turismo, está trazendo para o país produções cinematográficas internacionais. Foi criado em Brasília o Programa Benchmarketing para o Turismo, um projeto onde o cinema explicita roteiros turísticos em suas telas. Segundo Pedro Wendler, diretor do Departamento de Relações Internacionais do Ministério do Turismo:

Esse início de movimentação do MTur no sentido de usar cidades brasileiras como locação para produções cinematográficas tem como objetivos tornar o Brasil conhecido lá fora, promover os destinos turísticos e o desenvolvimento regional, gerando emprego e renda.

Figura 8
Cena do filme "Tieta do Agreste"14

Fonte: www.interfilmes.com/filme

Convém ressaltar, que as novelas brasileiras são um outro grande incentivador turistico. O Brasil, diferentemente dos países citados anteriormente, investe majoritariamente na produção de novelas voltadas para o turismo do que na produção de filmes. Isto provém da própria cultura brasileira e, até mesmo, da situação econômica que o país dipõe para tanto. Grande parte das novelas brasileiras são conhecidas mundialmente, o que propicia a expansão da imagem turistica do Brasil. A novela "Da Cor do Pecado", de João Emanuel Carneiro (2004), frisou ao máximo a região do Maranhão, destacando a sua cultura, o que fez com que crescesse significativamente o número de turistas na região.

Figura 9
Cena da novela "Da Cor do Pecado"

Fonte: www.gianeccgini.us

As Imagens Negativas do Cinema
Produções cinematográficas da mesma forma que fomentam atividade turística de determinadas localidades, denigrem, pois, como já citado, o poder da mídia áudio-visual é inquestionável. Exemplos claros e demasiadamente notórios são: "Turistas" (2006) e "O Albergue" (2005).
O primeiro traz a seguinte trama: um grupo de jovens em férias se vê perdido numa remota Selva brasileira, é onde são seqüestrados por ladrões de órgãos. O segundo conta a história de dois jovens estadunidenses, que vão para a Eslováquia e encontram o que parece ser um assassino doentio que tortura e mata suas vitimas sadicamente.





Figura 10
Cena do filme "O Albergue"15

Fonte: www.revistaparadoxo.com

(...)São parecidos não só pela trama, mas também por incluírem xenofobia, exploração sexual, sadismo e muito sangue. (...) Mas, tecnicamente, "Turistas" lembra produções de filme de horror B"(DENNIS HARVEY)16

Um gerou revolta, que começa após a publicidade do filme, como já evidencia HARVEY. Apareceram pessoas ofendidas e indignadas afirmando que o filme denigre a imagem do país e insulta a moral dos brasileiros em geral. O outro torna o lugar "famoso" mostrando que no país acontecem os crimes mais hediondos. É importante levar em consideração que era um país não muito conhecido até então, e quando enfim se introduz na mídia, acaba sendo por um motivo extremamente desagradável, respectivamente.









Figura 11
Cena do filme "Turistas"17

Fonte: www.overmundo.com.br/overblog/turistas

Embora não haja nenhum estudo ou pesquisa que concluam haver intervenções negativas no turismo por conseqüência de tais filmes, é importante ter a consciência de que o cinema, da mesma forma que contribui positivamente para o desenvolvimento turístico, pode causar certo tipo de receio e, até mesmo, insegurança. As pessoas podem não deixar de ir a algum local por causa de um filme, mas também não despertarão o interesse para tanto.


Conclusão
Observa-se, portanto, que investimentos em produções cinematográficas voltadas para a exibição de novos destinos turísticos, são altamente eficazes e lucrativas, pois atingem o objetivo que se busca (tornar determinado local em um destino turístico procurado e conhecido) e o retorno econômico, muitas vezes, supera o esperado. Diretores de cinema e agentes de viagens, neste contexto, têm uma função similar: promover um local turisticamente, um agindo indireta e o outro diretamente, respectivamente.
Atualmente, países vêem no cinema uma forma de expandir sua imagem e "promover" o turismo. Por conseqüência disto, investem na produção cinematográfica e em roteiros temáticos, criando até, órgãos responsáveis e diferenciados que possam ficar responsáveis por este meio.
O cinema tem grande influência sobre o turismo, tanto positiva quanto negativa. É através dele (não exclusivamente) que as pessoas terão uma idéia e criarão expectativa acerca de determinado local. Como diz Rosana Eduardo18, "meios como cinema, mídia (...) são importantes canais de divulgação de cidades turísticas, pois constróem e agregam valor às regiões divulgadas". Portanto, a imagem passada através das telas de televisão será aquela que o turista observará, processará e tirará uma opinião a respeito do local.

Notas
1.SHELTON, Lindsay ? Membro da Film Comission da Nova Zelândia. Trecho proferido durante as palestras no painel "Turismo e Indústria Cinematográfica" no Fórum Mundial de Turismo, realizado em Porto Alegre, em 2006.
2.The Lord of the Rings-The Return of the King, EUA/NZ, 2003, cor, 201 min, JACKSON Peter.
3.CLEWELEY, Michael ? Membro do Visit Britain. Trecho proferido durante as palestras no painel "Turismo e Indústria Cinematográfica" no Fórum Mundial de Turismo, 2006.
4.Pride & Prejudice, Fra/Ing, 2005, cor, 127 min., WRIGHT Joe.
5.Harry Potter and the Chamber of Secrets, USA/UK, 2002, cor, 161 min.,COLUMBUS Chris.
6.The Da Vince Code, EUA, 2006, cor, 155 min., HOWARD Ron.
7.WANDLER Pedro ? Trecho proferido durante palestras no painel "Turismo e Indústria Cinematográfica" no Fórum Mundial de Turismo, 2006.
8.007 ? Against Goldfinger, CH/UK/EUA, 1964, cor, 112 min., HAMILTON Guy.
9.The Beach, EUA/UK, 2000, cor, 119 min., BOYLE Danny.
10.Rob Roy, EUA, 1994, cor, 139 min., CATON-JONES Michael.
11.Braveheart, EUA, 1995, cor, 177 min., GIBSON Mel.
12.Pirates of the Caribbien, EUA, 2003, cor, 143 min., VEBINSK Gore.
13.Titanic, EUA, 1997, cor, 194 min., CAMERON James.
14. Tieta do Agreste, BRA, 1996, cor, 140 min., DIEGUES Cacá.
15. Hoster, EUA, 2005, cor, 95 min., ROTH Eli.
16. Trecho retirado da revista Variety, 2006.
17. Turistas, EUA, 2006, cor, 89 min., STOCKWELL John.
18. Rosana Eduardo ? Técnica e Bacharel em Turismo, Mestranda em Comunicação e Docente em Turismo e Hotelaria da UNIVERSO/Recife.


Referências Bibliográficas

BENI, Mário C. Análise Estrutural do Turismo.10ª ed. São Paulo-SP: Senac, 1997.
BOULLÓN, Roberto C. Planejamento do espaço turístico. Bauru-SP: Edusc, 2002.
DUARTE, Rosália. Cinema e Educação. Belo Horizonte-MG: Autêntica, 2002.
HTTP://oglobo.globo.com/cultura/mat, acesso em 20/11/07
http://pt.oboulo.com/turismo-20137.html, acesso em 21/11/07.
http://www.variety.com/index.asp?layout=bio&peopleID=1167, acesso em 21/11/07.