O PERIGO DE OLHAR PARA TRÁS

 

“É a mulher de Ló olhou para trás” (Gênesis 19.26).

 

Pobre alma, inconstante e miserável…

 

Pobre vida, que teve um fim tão triste e horroroso…

 

Não bastou o tempo passado em meio a tanta selvageria e bestialidade?

 

Não bastou o testemunho de vidas carcomidas pelo pecado?

 

Não foi suficiente contemplar a rebeldia de um povo totalmente afastado do seu Criador?

 

Não! Precisava ainda usar aquela mórbida curiosidade. Precisava ainda daquela ultima olhada.

 

Ou teria sido um olhar de saudade?

 

Por acaso aquela mulher, cujo nome nem chega a ser mencionado na Bíblia, tinha algum secreto e horrível pecado?

 

A Bíblia deixa aparente que, ao acompanhar seu tio, Ló veio solteiro desde Harã.

 

Onde foi que ele casou?

 

Abraão não tinha filhas com que ele podia se casar.

 

Então, onde ele conseguiu esposa?

 

É bem provável que Ló deixou-se levar pelos encantos de alguma sodomita, a qual, fingindo-se convertida, quebrou suas defesas espirituais.

 

Alguém que nem mesmo a presença gloriosa dos maravilhosos enviados de Deus, foi o suficiente para fazê-la voltar-se, por inteiro, na direção do céu.

 

Ela que deveria ser o sal vivo da terra transformou-se na estátua morta da apostasia.

 

Transformou-se, dentro da História, em um monumento solitário e tenebroso, para relembrar às futuras gerações à hegemonia dos valores transitórios sobre as recompensas eternas.

 

Servir plenamente a Deus jamais foi o motor principal da sua vida.

 

Amá-lo e obedecê-lo jamais foi a motivação primária de sua existência.

 

A ordem de não olhar para trás fora explícita e peremptória.

 

A mulher de Ló não podia alegar ignorância, nem podia usar qualquer outra desculpa.

 

Seu coração estava apegado ao limo podre de Sodoma, aos bens terrenos, à riqueza que ardia em chamas.

 

O que ela fez foi desobedecer frontalmente aos mensageiros de Deus.

 

Tal tipo de desobediência trouxe uma resposta rápida, pronta e inexorável.

 

A tragédia maior, porém, não foi imediata, de seu corpo transformar-se em uma estátua de sal.

 

Esta foi apenas uma conseqüência física do seu ato fútil.

 

A conseqüência maior foi a espiritual.

 

Aonde foi aquela alma infiel e pusilânime, irreverente e rebelde?

 

Que terrível seqüela o olhar para trás vem a gerar!

 

Que tétrico resultado, perder a visão do alvo!

 

Que maravilha olhar adiante e prosseguir na direção do céu, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus nosso Senhor!