Friedrich Nietzsche.

1844-1900.

Foi um gênio despertado pela tempestade do saber, não foi valorizado durante a vida, muito menos reconhecido o seu saber, posteriormente no século XX, todos os movimentos filosóficos foram de uma forma ou de outras influenciadas pela sua elaboração sistemática.

Sua preocupação com o saber nasceu do contato com a Filosofia do magnífico filósofo, a visão ateia e materialista de Schopenhauer, o mundo sempre foi governado por forças estranhas e completamente irracionais, dominadas pelo desejo de domínio e  sofrimento.

Um mundo cuja natureza, não tem nela mesma nenhuma especificidade para o entendimento racional, sem Deus, o homem está abandonado na natureza da subjetividade, o saber é apenas uma interpretação múltipla das coisas e dos sonhos.  

Schopenhauer desperta uma revolução no pensamento de Nietzsche que retira o mundo da sua própria imaturidade, a vida é ambição e sofrimento fundamentado na irracionalidade da subjetividade da interpretação.

A realidade não tem dimensão espiritual, o homem é cruel com sua própria condição de espécie que pensa, vive a divergência e perde nela mesma a possibilidade da construção do saber.

 Interpreta sempre equivocadamente.  Uma calamidade de ruínas, gente que imagina conhecer a fenomenalidade dos objetos.

Mas Nietzsche recusa de certo modo aceitar o pessimismo da realidade de Schopenhauer, uma Europa sem fé, agora que sabemos que Deus é apenas uma invenção humana, Feuerbach, é necessário criar uma nova perspectiva de homem.

Não podemos nos sepultar no niilismo, apesar da realidade afirmar o princípio do nada como fundamento de todas as coisas, é necessário forjar um novo homem com outros valores que não seja a  perspectiva do fracasso.

Nietzsche mesmo morrendo e sentido dores em todo seu corpo, por ser muito doente, formulou a nova Filosofia, era fundamental escapar do mal estar da morte de Deus, elaborou sua grande obra para Além do bem e do mal, a nova genealogia moral.

O que de fato ele formou em suas teorias, uma veemente crítica aos valores judaicos cristãos,  esperava que o mundo superasse normalmente o que é considerado como bom, do mesmo modo ético.

 Nada mais é do que a veemência de um fracasso cultural no mundo europeu fundamentado numa ideologia de fé institucionalizada no cristianismo.

Então o que é  considerado como bem, nada mais é que a valorização da condição da fraqueza humana, por seu magnífico trabalho desenvolvido na sua grande obra o Anti Cristo, a negação absoluta da ideologia que para ele significava o fracasso de uma civilização.

O amor universal, a rejeição das paixões em suas faces múltiplas de um mundo pretensamente pecaminoso, tudo aconteceu em razão da afirmação dos valores da natureza não nobre do homem.

 Se  mundo  não modificar para atingir sua maturidade, caminhará eternamente para o fracasso, realizará duplamente as ilusões, a religiosa e a social.

É preciso rejeitar a perspectiva da moralidade escrava, dominar a próprio monstro que está dentro do homem no sentido de buscar sua fraqueza como solução da vida.

 Não é necessário Deus, até porque o mesmo não existe, o homem está sozinho no mundo e terá que construir seu próprio caminho, que será duro e cheio de espinhos, em direção ao espírito da liberdade.

É necessário ter força e ser revitalizado, reflete Nietzsche a resignação é o próprio sentido para afirmação do niilismo.

 É preciso saber as forças das motivações, tudo que homem busca é para si mesmo, até quando procura defender o outro, seu companheiro de luta é o próprio egoísmo da cultura ocidental.

Se Deus não garantisse à salvação da alma a continuidade de uma realidade imaginária que é o  homem, ele jamais lhe dedicaria fé, serve apenas  para garantir o instinto do seu interesse.

O novo sentido é a construção do super-homem, aquele que tem coragem de negar a cultura tradicional que defende a velha sociedade, para buscar a construção dos novos valores, liberto de todas as possíveis formas de alienação.

Quanto a sua epistemologia do saber, Nietzsche é muito complexo, influenciado por Schopenhauer, crítica também o desejo da vontade da verdade, interroga a natureza do saber, o que é de fato a verdade, ela não existe no plano prático das formulações do entendimento.

Ninguém pode apossar do conhecimento, pelo fato de ser impossível chegar à natureza da objetividade  das coisas, independente de qualquer interpretação as representações são multiplicidades subjetivas da compreensão interpretativa. O mundo é pura representação.  

O que é importante no seu pensamento, não é rejeitar a possibilidade da verdade, a partir das diversidades das compreensões, deve se reconhecer que as contradições fazem parte da natureza dos discursos.

 Portanto, não podemos fechar as múltiplas perspectivas da construção do caminho do saber de modo a não favorecer na elaboração de epistemologias fundamentais a sabedoria do futuro.

Edjar Dias de Vasconcelos.