Para entender Aristóteles.

 

Aristóteles é de natural de  Estagira,  cidade  que fica próximo ao   norte da Grécia. Sempre teve profundos relacionamentos com a família real da Macedônia, seu pai era famoso  e  médico do rei Filipe.

 

 Muito novo ele foi  para  Grécia com o objetivo de  estudar na Academia de Platão, isso na famosa cidade  em Atenas.

 

 Ficou por lá um bom tempo aproximadamente por mais  20 anos até  quando o seu professor morreu  Platão.

 

  Voltou posteriormente a Macedônia pelo ano 343 antes de Cristo, com a finalidade de ser o grande professor educador  do príncipe  Alexandre, o futuro rei da Macedônia.  


Mais tarde voltou novamente para cidade de Atenas com a finalidade de fundar o Liceu. A Grécia era o centro cultural do mundo.  Entretanto, ele   foi caluniado  cruelmente, até mesmo perseguido. Teve que fugir para não ser morto.

 

   Não  deixar que os atenienses pecassem duas vezes contra a filosofia,  mas tamanho  foi a tortura psicológica que  morreu pouco tempo  depois de uma doença no estomago,  possivelmente  câncer.

 

 Um grande gênio, suas principais ideias: A extensão do trabalho  dele é maravilhoso, Aristóteles, as disciplinas e termos utilizados por ele podemos dizer até magníficos: ética, lógica, metafísica, meteorologia, física, economia e psicologia. Um grande acadêmico sem duvida.  

 

Há tanto tempo mais de 2000 anos suas ideias em forma de pensamento prevalecem no mundo, e, com profunda influencia.

 

Aristóteles nunca gostou das ideias de Platão com respeito ao mundo dos sentidos, achava ingênuo irrealista ao seu  entendimento do mundo, sobretudo, a sua forma de reflexão metafísica.

 

 Ele desenvolveu uma epistemologia, cujo fundamento era mais empírico, sobretudo valorizar as investigações mais realista na perspectiva científica.

 

 Para Aristóteles  o  saber  tem que  se fundamentar em tudo  que podemos experimentar, portanto, o seu lugar epistemológico era completamente diferente e distante de Platão,  que valorizava o  apenas o mundo das ideias.

 Esse mundo como representação e participação de outro mundo, que seria o mundo perfeito dessa forma explicava as contradições reais das relações aqui na terra. Aristóteles entendia o mundo platônico como uma filosofia da ilusão e, portanto, contrariava seus ensinamentos.  

 

  Aristóteles o ponto de partida para ele, era sempre os sentidos, o mundo prático da experiência, fugir da realidade era cair na ilusão e desenvolver naturalmente o misticismo.

 

 Ele tinha como finalidade destruir o sistema de Platão e outras formas de alienação do espírito, motivos pelos quais foi perseguido e teve que fugir de Atenas.

 

 Para combater Platão, Aristóteles formulava as coisas em termos das realidades concretas,   elas eram, sem preceitos imaginativos.

 

Dessa forma na utilização da lógica formal, tudo era muito sintético e objetivo, não existe nada além do mundo real,  algo como a árvore ideal, distinta daquelas que estão aqui na terra, do mesmo modo referia aos cavalos e a alma humana. 

 

Logicamente que Aristóteles além de materialista era ateu, jamais acreditou na possibilidade da transcendência, o que de certa maneira ensinara Platão, por ser demasiadamente grego.   

 

 As coisas ou substâncias se fazem não apenas  em matéria, a  física bruta, mas também na forma, de maneira tal que ambas constituem na mesma realidade. Não existem duas realidades para um único principio ou fundamento.

 

 O que faz uma planta ou qualquer  animal o que ele é  em si, não é a só a  matéria de que é composto, mas o modo como mesma se organiza, no entanto, a  matéria é primordial nessa organização.

 

 Não  é possível a existência apenas da forma, sendo que a mesma não representa nenhuma realidade metafísica, e muito menos está aqui nesse mundo por participação.  

 

As diversas  árvores são a mesma coisa não por ser semelhante a ideia de árvore como imaginava  Platão, mas porque toda arvore tem  uma estrutura  em comum, do mesmo modo qualquer objeto semelhante ou princípio de vida.

 

 Essa  lógica materialista se aplicava ao homem ou a qualquer animal.  O mundo é apenas físico, era praticamente descartada qualquer possibilidade de realidade espiritual.

 

  Deus para compreensão epistemológica da ciência nunca existiu isso na concepção aristotélica de mundo. A visão metafísica de Platão para Aristóteles nunca passou de loucura.    

 

Aristóteles a sua grande ideologia, em defesa do homem como animal político, era visto  fundamentalmente, como seres sociais, e o governo  apenas uma instituição,  cuja a grande finalidade era apenas ajudar estabelecer formas de poder.

 

 O poder tinha como objetivo, ajudar ao homem alcançar uma vida confortável na sociedade, tendo como finalidade ultima a felicidade e a justiça social.

 

Naturalmente que os reis não gostavam desse modo de reflexão desenvolvido na sua academia, motivo pelo qual teve que abandonar a cidade de Atenas.

 

Como seu papel era ajudar os reis a construírem esse modelo  de política. Com efeito, ele rejeitava  a ideia do Estado de Platão governado por filósofos, julgando a democracia mais apta a alcançar essa finalidade.

 

 O Aristóteles que chegou ao mundo cristão, foi na sua essência deformado pela filosofia árabe, a serviço naturalmente da religião por Averrois e Avicena.

 

 Esse  Aristóteles  modificado que serviu de base para Tomás de Aquino construir a filosofia escolástica, sendo que o mesmo foi posteriormente combatido pelo Estado Moderno.

 

Com efeito, o Aristóteles defendido pela inquisição como modelo de ciência medieval, a escolástica,  nunca correspondeu com o verdadeiro Aristóteles que fundou a uma Escola em Atenas.

 

  Espera se ainda hoje que algum intelectual possa desenvolver essa reconstituição para o bem da filosofia e da cultura.  

 

 

Edjar dias de Vasconcelos.