"Sou uma coisa que pensa, isto é, que duvida, que afirma, que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que também imagina e que sente".
Descartes (1596-1650)


O homem parece trazer dentro de sí uma inquietação , que mesmo de forma imperceptível à sua razão, o leva a transformar a matéria. Para isto, faz-se necessário entender as leis e fundamentos que regem estas transformações....e como consequência, a cada descoberta, parte do grande mistério do universo nos é revelado. Será que se pode afirmar, que a necessidade, por sí só, seria o motor deste impulso instintivo? Aos que responderem sim, pergunta-se então: E quando as necessidades forem todas atendidas, o homem pára e morre? O pensamento esvazia? O homem torna-se-á apenas um objeto inerte, criado pelo Todo Poderoso para vagar pela terra? Pelo menos ao analisarmos as grandes descobertas da humanidade, os avanços científicos da ciência, da matemática, da engenharia, da medicina, a construção das pirâmides, a viagem à lua, a criação das religiões, das artes, da literatura, da filosofia, das universidades, das leis, a exploração do infinito espacial, etc. parece-nos que a necessidade por sí só não explicaria esta multiplicidade de descobertas e realizações!


O que dizer dos homens que muito antes do entendimento das leis da física , que regem o nosso planeta, ousaram sonhar em voar como os pássaros? Será que era uma necessidade? Afinal, tudo o que era necessário para viver estava sob seus pés. Por que deixar a segurança da terra para arriscar, a incerteza das alturas? E os primeiros navegantes que partiram para descobrir o que havia além do horizonte da linha do mar mesmo quando os sábios da época os alertaram que seriam tragados pelo grande abismo!! E o grande, Galileu Galilei, que ao defender a tese de Copérnico, por muito pouco não foi assassinado pela inquisição , pois as suas observações astronômicas ajudaram a enxergar, que realmente a terra não era o centro do universo? Não podemos esquecer dos fundadores da física moderna que extrapolaram as barreiras da física clássica, diante de uma nova realidade que surgia, provando que a matéria e a energia não são distintas! O homem desde então passou a enxergar um universo microscópio de energia em transformação e movimento e expandiu os seus entendimentos e conclusões para o ilimitado universo espacial. Não podemos esquecer também, do genial Albert Enstein, que de forma surpreendente, abalou as estruturas dos pilares da física e do mundo acadêmico, ao demonstrar que o tempo, até então, uma entidade intocável no seu mistério, não é absoluto!! Por estes e tantos outros exemplos, não posso acreditar que a necessidade era o único motor de tanta inquietação....


Parece que o homem ao ser criado por Deus e ao ser animado pelo Seu sopro divino, foi agraciado pela e-nésima centelha de uma semente, que despertou naquele o poder de pensar! E este parece trazer uma pequenina parcela de todo o conhecimento divino que não se limita apenas às três dimensões e ao tempo da física newtoniana.


O pensamento não pode ser aprisionado, nem roubado, não conhece as barreiras dos idiomas, pois não fala, não tem religiões, independe da raça, do título acadêmico, das leis morais e das limitações físicas do corpo humano. Independente até da razão, pois o mais louco dos homens, pensa!
O homem provou que o pensamento o levou à lugares dos quais nunca havia pisado... mostrou ser tão poderoso, que impulsionou o homem a transformar a matéria e a desnudar o tempo. E o que está ainda para ser descoberto? Quais os limites destas revelações? Para onde estamos sendo levados, a cada nova descoberta, se o planeta continua no mesmo lugar em torno de sua órbita?


É verdade, que o universo ao ser criado, passou por um processo evolutivo de milhares de anos, e como não poderia ser diferente, deixou registrado nas entrelinhas as marcas destas transformações. Poderíamos aceitar que estamos diante de um grande livro, escrito pelo Criador que desperta-nos uma inquietação desafiadora, a cada página lida? Será que toda natureza material que está diante de todos nós não foi criada para elevarmos os nossos sentidos e desenvolver o nosso espírito, para estágios mais elevados? Será que diariamente quando nos acordamos, a natureza não que nos passar algum recado? Talvez, nunca saberemos das respostas, de forma coletiva, enquanto estivermos enclausurados em nossos corpos!
Para ler este livro e compreendê-lo em toda a sua plenitude, não podemos utilizar somente os nossos limitados sentidos corporais.....é preciso parar, contemplar e analisar o que já foi revelado e acima de tudo utilizar a única linguagem que nos permite se conectar com o Grande engenheiro de toda esta obra: O pensamento.