"O Paradoxo educativo: análise prática da dinâmica existente entre as políticas de inclusão e exclusão e seus reflexos imediatos na formulação de uma cultura escolar contemporânea."

An Educational Paradox: a practical analysis on the dynamics of inclusion and exclusion policies and its immediate reflection on the formulation of a contemporaneous school culture.

MENCHI, A; ALVES, C; HERNANDES, I; RÉ, L.C; DIAS, M.G; PRINCE, P.L; SOUZA, R.A;JÚNIOR,L.F.N
Graduandos do Curso de História ? Puc-Campinas.
Email: [email protected]/ [email protected].

Resumo:
Este artigo resulta da reunião das observações e opiniões construídas por seus autores ao longo da prática de ensino em escolas da rede estadual da educação, na cidade de Campinas ? SP. Ele teve, por roteiro, a realização de visitas periódicas aos locais observados, além de comportar dinâmicas investigativas, como entrevistas e conversas informais, que informarão em boa medida a análise da complexa relação entre a inclusão e a exclusão e seus reflexos no espaço escolar, convidando-nos à abertura de um diálogo profícuo e importantíssimo entre as definições conceituais e teóricas apreendidas nos bancos universitários, e a ótica empírica da realidade objetiva vivenciada durante todo o processo de pesquisa.

Palavras ? chave: Inclusão, exclusão, educação.

Abstract:
This article results from the gathering of its authors' observations and opinions throughout their teaching practice at public State schools in Campinas, SP. It had, for guide, conducting periodic visits to the sites observed, and contains investigative dynamics, such as interviews and informal conversations, which largely inform the analysis of the complex relationship between inclusion and exclusion and its consequences within the school, inviting us to open an important and fruitful dialogue between the conceptual and theoretical definitions seized at the university, and the empirical perspective of objective reality experienced throughout the research process.
Key - words: Inclusion, exclusion, education.

Introdução

Discutir o cenário educativo contemporâneo é um desafio que ainda se encontra nas linhas de um ensaio ou esforço intelectual que em sua maioria encontram-se tão alienados pelos pormenores que dificultam a compreensão do fenômeno em sua dinâmica mais ampla e complexa.
Acreditando nisto, este trabalho, forjado em parâmetros de origem da prática observatória e na compreensão e utilização dos argumentos implicativos ás teorias psicogenéticas aprendidas, têm por intuito trilhar um caminho mais aprofundado na compreensão das dinâmicas de inclusão e exclusão existente durante todo o processo de ensino e aprendizagem inserindo-as em um contexto histórico, político e social amplo compreendendo a escola como um espaço social indissociável de seu contexto histórico e que, portanto encontra-se sensível a mudanças e postulações destas esferas externas cotidianamente.
Mediante o apresentado, a análise se dividirá em dois grandes blocos:
? O primeiro englobará os apontamentos da observação realizada em campo e a compreensão da mesma mediante a leitura das teorias aprendidas, convidando a repensar os modelos esgotados e reafirmando a necessidade de inserção de elementos particulares ao contexto escolar vigente, redirecionando as análises para que elas venham comportar uma visão mais desprendida da dialética entre a realidade objetiva (prática, empírica, observação) e subjetiva (formulações, conceitos e teorizações). Este bloco, portanto compreenderá uma visão mais sistêmica, intelectual e acadêmica do espaço escolar contemporâneo.

? O segundo se dedicará a discussão da dinâmica de inclusão e exclusão no dia-a-dia, procurando compreender através da formulação de diversas visões (Aluno, professor, Estado e sociedade) obtidas através da realização da prática de ensino observatória os diferentes pontos de vista que constroem esse cenário educativo. Aqui a análise se prenderá a elementos objetivos da realidade real fazendo contraponto a análise apresentada no primeiro bloco.


Visão acadêmica ? Teorias: Entre o comodismo e as reformulações.

Reformular, (re) conceituar e instituir novas formas interpretativas dos elementos que compõem a dinâmica de ensino ? aprendizagem tem sido recentemente, um desafio importantíssimo para os estudiosos da educação. O momento é de reflexão não somente das práticas pedagógicas em si, mas também do próprio papel da escola imersa e atuante na sociedade contemporânea.
Repensar significa resgatar em certo e bom tom pouco do muito dessa trajetória em solo nacional, aliás, repensar a especificidade, tem se constituído, um desafio muito maior do que se imaginava.
No meio acadêmico o resgate de teorias como a de Vygotsky tem demonstrado a preocupação emergente em compreender o espaço escolar como produto das relações e embates sociais, políticos e econômico externo á ele e aqui no Brasil o desafio tem se mostrado mais difícil do que se pensava.
A primeira dificuldade encontrada e já apontada por Fernandes (1966) em sua análise sobre o cenário educacional brasileiro é a escassez de material que dêem conta da própria historicização do fenômeno educacional em território nacional, para Florestan os estudos desenvolvidos "raramente" enxergam a escola como "objeto de uma análise sociológica sistêmica", uma visão que abrangesse todos os aspectos importantes e inerentes á ela como instituição localizada dentro de uma comunidade humana.
Na maioria os estudos tem se preocupado bastante no desdobramento das teorias de forma que as mesmas dêem conta da formulação de um método específico para enfim difundir uma maneira correta de ensinar e de aprender. Esta posição unilateral não proporciona o alargamento das discussões limitando-as ao fenômeno utilitário que muito pouco se aproxima efetivamente da prática docente ficando apenas na maioria das vezes como "a cereja do bolo" de vários projetos políticos pedagógicos e planejamentos semestrais não efetivados.
Esta lógica figurativa perdura e tanto a escola como a própria comunidade são inseridas e abordadas como mero componentes de um discurso curricular que ressalta a sua importância, mas que não convida a reflexão e reformulação destes ideais entendidos como "corretos" ou caminhos a serem trilhados ao ajuste necessário do ensino as condições socioculturais que são imanentes neles mesmo. Segundo Fernandes (Ibdem; 1966:8):

"A escola divorciada do ambiente, neutra diante dos problemas sociais e dos dilemas morais dos homens, incapaz de integrar-se no ritmo de vida de uma "civilização em mudança", só pode atuar como um foco de conservantismo sócio- cultural. Ela não pode funcionar como um fator de mudança e inovação, porque ela própria está organizada para ser um foco de estabilidade social e de retenção do passado no presente". (op.cit: 81).

A emergência desta análise mais aprofundada da escola e das relações intensas de ensino ? aprendizagens cotidianas só vêm reafirmar mais uma vez a importância deste tipo de prática observatória durante a permanência do aluno na academia, oferecendo a oportunidade de formular, discutir e conceituar os fenômenos vivenciados por ele durante o corroborar de sua prática com as teorias apreendidas no banco universitário.
Freire no seu mais famoso e estudado livro ? Pedagogia da Autonomia "- já sublinhava a importância de se pensar a teoria numa relação mais dinamizante juntamente com a prática. Utilizando os recursos alegóricos da linguagem o autor faz referências á atos simples como aprender a cozinhar e a velejar que demonstram intimamente a interação existente entre o ato de aprender e praticar apresentando ? o como uma relação dinâmica de transformação, adaptação e ruptura, para ele:

"A reflexão crítica sobre a prática se torna exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blablablá e a prática, ativismo." (Freire, 1996: 24)

Entendeu-se que é na experiência que forjamos a teoria convidamos os colegas em geral, profissionais da educação, da história, da sociologia, da filosofia, da geografia, da ciência política a redirecionarem seus pensamentos reformulando os modelos esfacelados, engendrando uma nova metodologia para apreensão e compreensão da cultura escolar contemporânea, olhando para as suas mazelas sociais e considerando as rupturas mentais, sociais e históricas que figuram na sua constituição.
Muitos criticam os docentes que atuam no ensino fundamental II e Médio das Escolas Estaduais. Na maioria das vezes a crítica sobre o comodismo é redirecionada á eles, o meio acadêmico se ausenta dos aspectos simples e fundamental quase que insignificante de que desde que as políticas públicas instituíram a profissionalização do professor ou profissional da educação este é obrigado a passar pelo mundo acadêmico para obter o reconhecimento "diplomático" de seu ofício.
Não é uma critica única e exclusiva ao meio acadêmico, mas é um convite a sair da inércia que o permeia, como certo ar de superior fornecendo-o privilégio de manter-se distante das dinâmicas externas e como num tribunal de jurisprudência o elegendo para ser o agente mobilizador da sentença julgadora dos demais agentes educativos.
A sensibilização necessária de que todos nós somos parte desta relação dialética de ensino e aprendizagem e que nos habituamos a chamar de educação numa maneira genérica e simplista nos fará compreender que de alguma maneira ou de outra também somos responsabilizados pela falência múltipla de órgãos no espaço escolar.

Visão do dia ? a ? dia: O contraponto de a teoria no correr da prática.

A análise das observações realizadas nos dá um maior panorama de visão do que realmente acontece no dia-a-dia na escola pública. Entre situações diversas, encontramos muitos pontos positivos, porém os fatores contrários apresentam-se em praticamente em todas as situações.
O papel do professor mostra-se determinante para o sucesso das possibilidades que surgem durante o processo de instrução dos alunos. Como todos sabem, a situação atual da carreira docente encontra-se problemática, pois os professores das escolas públicas encontram em sua realidade, além da questão salarial, situações não previstas durante sua formação acadêmica. Os profissionais da educação têm a necessidade de adaptarem-se as diversas realidades em seu cotidiano docente.
De inicio, uma observação realizada por nós em uma sala de educação que trabalha com um projeto de inclusão para alunos da terceira série do primeiro ciclo.
Este projeto denomina-se PIC- Programa Intensivo no Ciclo. Estas salas comportam alunos que terminam a segunda série com problemas de aprendizado.
A relação afetuosa, porém firme do professor, tem-se mostrado eficaz ao conduzir o aluno a desenvolver seu próprio método de aprendizado. Ao observar uma aula planejada e pautada nesta visão, dirigida a crianças com maior necessidade de acompanhamento, é possível percebermos a significância e a relevância de um professor capacitado para atender as necessidades dos alunos.
As características dos alunos inclusos no projeto:
São alunos que chegam à sala nos estágios iniciais de alfabetização, alfabéticos, pré-silabicos, silábicos sem valor e silábicos com valor, o que indica que o desenvolvimento estagnou-se em alguma fase anterior. Por este motivo, os alunos recebem uma atenção especial direcionada, com o objetivo de identificar e sanar as dificuldades logo que surjam. Dessa forma estarão aptos a ingressar no próximo ano, em uma quarta série comum.
É possível percebermos as dificuldades dos alunos com a mera observação do cotidiano da sala em questão, como também observarmos os progressos atingidos durante o ano. Alguns alunos já evoluíram para os próximos estágios e, ao que parece, estarão aptos a seguir em sala comum no próximo ano letivo.
A partir dai o aluno tende a progredir na construção de seu conhecimento, mas dependerá e muito da consciência do próximo professor em prosseguir, dando a atenção necessária a estes alunos para que continuem avançando no aprendizado.
Este é um pequeno recorte do cenário educacional, mas nos serve de objeto de reflexão. A seguir, uma breve discrição das situações que tivemos oportunidade de assistir.
Observando o cenário escolar enquanto instituições, no geral, as escolas observadas possuem recursos e infra-estrutura básica e atendem seus alunos, a nosso ver, de forma insatisfatória, criando e utilizando diversos mecanismos de exclusão, desenvolvidos ao longo do processo, que buscam "mascarar" a verdadeira realidade. Por exemplo, em uma das escolas visitadas constatamos que:
A separação de salas, por questões comportamentais de alunos, exclui muita deles de seus "relatórios" de eficiência; preocupam-se muito mais em garantir a qualidade existente, que segundo a direção está dentro dos avanços administrativos, pedagógicos e com ênfases nas relações pessoais com uma constante aproximação com a comunidade e pais. Esta comunidade escolar é bem conceituada neste aspecto e realmente tem uma direção presente para tudo o que acontece lá dentro, só que ao contrário do discurso, as decisões são pautadas em interesses por manter a "imagem de escola modelo" mesmo que para isto, as decisões não sejam de interesses da comunidade.
A formação das classes já são fatos de exclusão, quando se junta todos de um determinado bairro, sob a alegação de defasagem de conhecimento, falta de valorização e prática cultural ou por que estão fora da faixa etária por idade série. Muito mais ainda, por ordem da direção, esses alunos não participam, por exemplo, do SARESP- Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo.
A Direção defende-se, alegando que o grande problema que a escola enfrenta, são as deficiências no ritmo e forma de aprendizagem, (por que não fundamentaram teoricamente essa questão ? ) onde é para lugar! que são constatados os motivos, muitas vezes, pelo abandono social que vivenciam e mesmo motivos de ordem patológica e emocionais, e que, por não possuírem laudos médicos, dificultam a inclusão dos mesmos e a escola tenta sanar estes problemas usando a estratégia de reforços escolares.
Numa outra observação, podemos perceber:
A terceira instituição que tivemos oportunidade de observar, nos recebeu de forma educada, mas com certa arrogância e desconfiança. Esta escola possui uma infra-estrutura adequada para receber os alunos e localiza-se ao lado de uma antiga favela, hoje em condições bem melhores do que alguns anos atrás. Tivemos a oportunidade de vivenciar nos alunos um comportamento de bairros marginais, o que gera aquele instinto de "eu posso", "eu ameaço" e etc.. Sem falar na forma que alguns alunos tratam seus colegas e os próprios professores, com atitudes desrespeitosas, o que nos remete ao grave problema de crise de autoridade presentes em todas as esferas de existência nos dias atuais. ( texto afirmando as diferenças) Nesta instituição em particular observamos também maneira como esta lida com os desafios que surgem. Na tentativa de incluir os alunos problemáticos, a instituição peca e exclui os bons alunos, por não dar o devido reconhecimento aos que demonstram interesse em aprender. Não há um incentivo efetivo por parte das instituições para que se projetem e se expressem em todo seu potencial, estagnando assim suas diversas possibilidades. Dependem de ser "vistos" e conduzidos nas suas pontecialidades, intervenção extremamente necessária por parte do educador. Resta-nos saber se a maioria dos profissionais da área pedagógica está atentos a estes alunos e realmente comprometidos ao papel ao que se propõe.
Numa reunião do Conselho observamos, nesta mesma escola, as diversas criticas de professores ao relatar o comportamento de alguns alunos, comentários discriminatórios, focados mais na exclusão do que na inclusão, uma inversão total de valores, pois segundo Vigotsky, o meio influencia a formação do ser, e o que temos tido oportunidade de observar é que a Escola, que deveria formar os cidadãos do futuro, perde sua função e permite que a parte da sociedade, aquela abandonada em seus direitos humanos e civis, se reproduza negativamente dentro de seu espaço.
Numa entrevista a nós concedida, a Profª Maria Helena Palaver, graduada em Educação Física para os alunos de terceiras e quartas séries do primeiro ciclo, acompanhando de perto o desenvolvimento físico dos alunos nesta fase, foi designada pela diretoria para nos responder algumas questões.
Ao ser questionada a respeito dos problemas da inclusão e exclusão da escola, ela desabafa:
_ "O problema maior, a meu ver, é a concorrência desleal que a escola precisa enfrentar em relação à mídia. Vivemos num tempo onde é "careta" ter educação, e pensam ser inútil se esforçar para crescer. Os alunos estão carentes de valores morais, que a principio precisariam ser ensinados em casa. Vivemos já uma segunda geração de alunos cujos princípios e valores não são nem ao menos conhecida ou compreendida.
A família passa a responsabilidade de educar para a escola, não percebendo que nossa função é instruir, a educação deveria ao menos, começar em casa. A mídia despeja todos os dias toneladas de informação, numa dinâmica muito mais rápida do que nós, professores consigamos acompanhar. Somos limitados pelos projetos educacionais obsoletos e não condizentes, de fato com a realidade de nossos alunos. Penso que um investimento pesado em formação e capacitação dos antigos e novos professores e a criação de projetos dinâmicos, interessantes para a criança e o jovem hoje atendidos em escolas estaduais em regiões mais simples de nossa cidade. ( falta fundamentação teórica: François Dubet texto sobre a Escola e a Exclusão.
A parte pedagógica encontra-se fragmentada devido ao materialismo que a escola se vê obrigada assumir.
Hoje, a maioria dos nossos alunos criados pelos avôs, o que resulta num conflito de gerações, a ausência dos pais tornam as crianças um tantos refratarias a sentimentos, mesmo demonstrando uma carência afetiva.
Acredita que o estado fará a sua parte, ou a qualquer momento o ensino será privatizado, coisa que a preocupa, pois sabe que uma empresa privada controlando a educação, provavelmente investirá em profissionalização mecânica, excluindo de suas grades as humanidades, tão importantes na construção da intelectualidade, da cidadania e da democracia.
"Em relação à inclusão e exclusão as maneiras de avaliar, em sua opinião, promove uma e outra simultaneamente." e conclui - "Quando os pais estiverem conscientes de seu papel de fato, acredito que as coisas mudem. Espero que consigamos ver essas crianças em posse de sua dignidade, com a erradicação do abandono intelectual ao qual estão condenadas por essa mídia, cujo objetivo é alienar e induzir o consumo de lixos culturais, afinal" O Homem é aquilo que come, ou consome". Assim termina a entrevista.

Considerações Finais

A partir de todas estas informações e considerações, vemo-nos diante de um quadro caótico, onde todos os envolvidos tornam-se vítimas e culpados, em prejuízo para a educação, propriamente dita. Entendemos que o fator agravante diante dos fatos expostos, que um primeiro passo seria a escola retomar a posse de seu lugar na sociedade, pois é através da educação que se constrói o país. Fica nítido para nós da academia, diante do que absorvemos dos grandes pensadores da História, que a falta de investimento em princípios humanos é que detonou a crise intelectual que permeia a escola pública, realidade que hoje presenciamos.
É nítida, a falta de comprometimento dos profissionais da educação, em todos os âmbitos, porém sem generalização, mas ao não assumir esta questão como um problema real, seja esse talvez, o principal motivo da atual situação escolar.
A autoridade e a importância que já pertenceu a nossa classe de educadores se perderam no tempo, não nos serve de parâmetro, talvez porque os antigos educadores, formados para atender outra realidade, não se deram conta da manipulação, a dissolução e o abandono por parte do poder público em seu inicio, no passado. Talvez estivessem tão acomodados em sua posição de "mestres" que se julgaram imunes a degradação, e esta foi se realizando silenciosamente. No auto de sua arrogância, se recusaram a fazer valer a autoridade inerente a um educador e permitiram passivamente a entrada de valores mundanos e pequenos através dos muros escolares. Sob o manto da cultura, da aceitação da diversidade, demonstrando muito mais uma indiferença, foi-se permitindo que outros atores lhes condenassem ao mero papel de coadjuvantes passivos.
Não acreditamos ser fácil reverter à situação em que hoje se encontra a ensino publico, mas não podemos esquecer que as leis naturais regulam o acaso nestes ambientes, e fazem nele surgir, de forma também natural, o que ali for cultivado.
A História da Cultura que está sendo escrita neste momento a nosso ver, não inclui o desenvolvimento da arte, o conhecer e controlar as emoções, o cultivo de valores éticos e morais, nos quais se pauta a civilização e a educação do corpo, no sentido educacional e disciplinar, e talvez sejam estes os agentes principais a serem considerados e revistos. Precisamos investir na "humanização", nunca desistindo de provocar a consciência intelectual, para assim mudarmos o diagnóstico da situação escolar e até mesmo país no futuro.

Referências Bibliográficas:

DE LA TAILLE,Yves. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
FERNANDES, Florestan. Educação e Sociedade no Brasil. São Paulo: 1966.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.