O PAPEL DOS PROJETOS SOCIAS NA PREVENÇÃO DO USO DAS DROGAS ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES; UM ESTUDO DE CASO NO PROJETO AABB-COMUNIDADE NO MUNICIPIO.





















AGRADECIMENTOS
A DEUS que me deu a oportunidade de passar por esta terra e fazer esse curso com intenção de ser mais um profissional a fazer a diferença, e através da força do teu espírito, me fez superar as dificuldades encontradas no caminho, dando-me a oportunidade de conseguir mais uma conquista ao concluir este trabalho, acrescentando, assim, ainda mais a minha paixão por viver.
Para que a concretização deste estudo se efetivasse: Agradeço às inúmeras pessoas que foram incentivadoras neste processo e seus ensinamentos serão a partir de agora essenciais em minha caminhada pessoal e profissional.
Então, por estes extraordinários exemplos, expresso meus reais agradecimentos:
Aos tutores, Kátia, Eden e a Assistente social Rosangela, que com sua capacidade e empenho sempre estiveram dispostos a melhor me atender proporcionando-me chegar até aqui.
Aos meus professores, mestres e doutores que a mim repassaram seus conhecimentos, fazendo que meu desenvolvimento fosse o melhor possível.
As Assistentes Sociais Simone e Geralda por terem repassado seus conhecimento, me contribuindo para melhor aprendizagem e conhecimento que tive e terei no decorrer da profissão.
Aos meus colegas de curso e disciplina que compartilharam comigo seus conhecimentos, inclusive Luana que com sua simplicidade e humildade partiu para a vida eterna nos deixando saudades...
A todos aqueles que de alguma forma contribuíram ou torceram pela concretização desta pesquisa.










Epígrafe...


"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."

Paulo Freire

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 9
2 DESENVOLVIMENTO .............12
2.1- A INTEGRAÇÃ MORAL NA FORMAÇÃO SOCIAL, FAMILIAR E ESCOLAR.12
2.2- OS PRIMEIROS CONTATOS COM AS DROGAS E A CONSTRUÇÃO DA AUTO-ESTIMA DOS ADOLESCENTES....................................................................19
2.3-O QUE É MESMO DEPENDÊNCIA QUÍMICA?..................................................26
2.4- A NECESSIDADE DA PREVENÇÃO AO USO DAS DROGAS NO CURRICULUM ESCOLAR.........................................................................................30
3-EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO 2..........................................
3.1- FIGURA 1: ESTÁGIOS DO CONSUMO DE DROGAS POR ADOLESCENTES E JOVENS......................................................................................................................
3.2- FIGURA 2:CARACTERISTICAS SOCIODEMOGRAFICAS DOS ESTUDANTES DA EMAVA.....................................................................................................................
3.3- Tabela 2.Os tipos de drogas mais consumidas por os estudantes da EMAVA.
4- METODOLOGIA....................................................................................................34
5- APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.....................................35
6- CONCLUSÃO............................................................................................................
REFERÊNCIAS 2
APÊNDICE ? QUESTIONÁRIO 2
ANEXO A ? Título do Anexo 2
INTRODUÇÃO
Uma das grandes preocupações existentes nos dias de hoje, no que se refere às crianças e adolescentes é a possibilidade de envolvimento desses com o mundo da dependência das drogas e da violência. A violência anda de braços dados, em um vínculo permanente com o consumo e com o tráfico de drogas, buscando os traficantes, aliciarem cada vez mais cedo, novos dependentes de seus produtos, no anseio da manutenção de seu mercado, que consome vidas e destrói famílias a cada dia.
A função social é de criar condições que garantam a todos, o desenvolvimento da capacidade e a aprendizagem necessários à vida em sociedade, oferecendo instrumentos de compreensão da realidade e também favorecendo a participação dos alunos em relações sociais e políticas diversificadas e cada vez mais amplas.
A presente pesquisa foi realizada no Projeto Social AABB-Comunidade, localizada no município de Casa Nova-BA, abordando o seguinte tema: Educação e Drogas no contexto social. O estudo ocorreu com o intuito de quantificar o consumo de drogas e propor possíveis soluções para a problemática.
As primeiras experiências com drogas começam na adolescência, nessa fase o indivíduo é particularmente vulnerável do ponto de vista psicológico e social. Assim é de particular importância estudar essa população de forma minuciosa, principalmente no que se refere ao uso freqüente e pesado de drogas lícitas e ilícitas, e identificar fatores psicológicos e socioculturais associados a tal uso (SOLDERA, 2004).
O Projeto enquanto instituição filantrópica precisa oferecer aos educando ferramentas necessárias à construção do conhecimento, de modo que os mesmos compreendam as transformações ocorridas na sociedade, e assumam seu papel de cidadãos.
O presente trabalho tem como objetivo analisar a prevalência e a necessidade de utilização de atividades de prevenção ao abuso de drogas por crianças e adolescentes que são estudantes, oferecendo instrumentos de políticas públicas existentes no município de Casa Nova- BA. Além de identificar, indicar os prejuízos causados pelas drogas auxiliando na formação do individuo de um modo geral as causas e conseqüências que os levam fazer uso dessas drogas.
O consumo de drogas vem se expandindo mundialmente e constitui, hoje, uma ameaça à estabilidade das estruturas e valores econômicos, políticos, sociais e culturais das nações. O abuso de drogas entre jovens tem sido uma das questões que mais afligem a sociedade contemporânea. O Projeto social trabalhando com escola possuem mecanismo para auxiliar os alunos em relações sociais e políticas diversificadas e cada vez mais amplas (NEAD, 2009).
Para nortear este trabalho optou-se pelo estudo de autores que fazem abordagens referentes aos problemas relacionados ao abuso de drogas e álcool entre crianças e jovens e o papel do projeto na problemática.
Posteriormente, para observações nas práticas docentes, tentando assim compreender se a mesma favorece ao educando, pois o projeto social juntamente com a escola cumpre papel destacado na formação dos cidadãos para uma vida saudável, pois os mesmos têm a função de formar protagonistas e não pacientes capazes de valorizar a saúde, discernir e participar de decisões relativas á saúde individual e coletiva. Portanto, a formação do adolescente, isto é aluno para o exercício da cidadania, compreender a motivação e a capacitação para o autocuidado, assim como compreensão da saúde como direito e responsabilidade pessoal e social.
O uso indiscriminado de drogas psicoativas sempre existiu na história da humanidade, variando somente a quantidade, tipo e a forma de seu uso. Se existe mais ênfase num ou noutro tipo de consumo em determinada época, isso se deve a fatores específicos e característicos do momento histórico em que se vive. Nesse sentido, o consumo abusivo de drogas é mais um sintoma do que a causa de problemas em nossa sociedade e deve ser tratado, tendo em vista a complexidade e magnitude do assunto. A forma mais eficaz de minimizar o problema é o desenvolvimento de ações preventivas específicas para cada segmento e faixa etária, tendo como objetivo a valorização da saúde e o respeito à vida (NEAD, 2009).
As primeiras experiências com drogas aparecem freqüentemente na adolescência. Nessa fase o individuo é particularmente vulnerável do ponto de vista psicológico e social. Assim é de particular importância estudar essa população, principalmente no que se refere ao uso freqüente e pesado de drogas lícitas e ilícitas, e identificar fatores psicológicos e socioculturais associados a tal uso.
Vários estudos nacionais e internacionais têm analisado a associação de fatores psicológicos e socioculturais ao uso de drogas por estudantes. Eles identificaram, por exemplo, que variáveis como gênero, masculino, idade, trabalho, desestruturação familiar, e ausência de religião estão associadas ao maior uso de drogas por estudantes, em diversos contextos socioculturais (CARLINI-COTRIM, 1993).
A preocupação com o tema surgiu do fato de ainda não existir pesquisa sobre os fatores determinantes do uso nocivo de drogas licitas e ilícitas entre os estudantes do referido município, o que torna necessário um maior conhecimento da real situação desse contingente ainda pouco estudado, para se tentar perceber até que ponto as diferentes condições de vida levam os jovens a fazer uso de drogas cada vez mais cedo.



2-DESENVOLVIMENTO
2.1-A INTEGRAÇÃ MORAL NA FORMAÇÃO SOCIAL, FAMILIAR E ESCOLAR.

Vivemos tempos em que a formação do caráter das crianças e sua construção como pessoa tem sido, muitas vezes transferido do seio familiar para a escola. No dia-a-dia é comum perceber que uma grande parte das famílias tem deixado por conta das escolas a formação de seus filhos. A família tem se tornado fictício ou apenas formal, pois a ânsia de sobrevivência e na busca de prover as necessidades básicas da família, pai e mãe tem se tornado cada vez mais ausente na vida de seus filhos. O trabalho é um fator que tem reduzido drasticamente o período de convivência dos pais com os filhos.

Ao se comparar as famílias de hoje com as de algumas décadas passadas, quando a mulher ainda não se destacava no mercado de trabalho como vemos hoje e se dedicava mais a convivência e educação dos filhos, vemos acentuada mudança. A mãe permanecia a maior parte do tempo em contato co os filhos, e este contato permitiam-lhe transmitir no dia-a-dia, valores e princípios que forjavam o caráter e a personalidade das crianças e adolescentes. Com o passar do tempo, a mãe passou a ser mais uma mantedora do lar, juntamente com o pai, trabalhando fora de casa para prover o sustento da família. Hoje, ao contrário, é muito menor o número de família na qual todo o sustento é proveniente do trabalho do pai.

Dentro desse ponto de vista, e analisando a atual configuração familiar e as relações afetivas Martins & pilon afirma:

"O contexto atual permite concluir que vivemos em uma sociedade carente de mãe e pai, na qual faltam limites e critérios norteadores das ansiedades cotidianas, que se exacerbam. As relações afetivas primárias estão tão deturpadas pela ausência ou má qualidade dos vínculos primários que terminam por comprometer a auto-estima da criança e do adolescente, assim como o desenvolvimento das potencialidades afetivas, cognitivas, criativas e reparadoras. Quando os vínculos primários são fortes, as chances de o adolescente exibir comportamento anti-social são menores do que quando os vínculos com os pais não existem ou são fracos.(Martins & Pilon, 2008, p 1113).

Nesse contexto vemos crianças, desde a mais tenra idade, colocadas em creches e escolas infantis, aos cuidados de pessoas que, por mais que se esforcem não poderão jamais substituir a família na missão de transmitir a essas crianças os valores, princípios e conceitos que somente poderão ser construídos no ambiente familiar, dentro de uma relação efetiva na qual haja exemplo, confiança e segurança.

O Projeto Social juntamente com a escola e com a família, é um dos veículos formativos mais importantes para a vida e o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Na qual deve ser um lugar propício para o estabelecimento de valores morais e padrões de conduta. Estes aspectos quando bem internalizados são considerados fatores de proteção contra o uso de drogas, e, conseqüentemente, contra outros perigos relacionados ao tráfico; violência; agressividade; prática sexual inadequada; doenças transmissíveis; companhias inadequadas; comportamento infrator e delinqüente; evasão e fracasso escolar. As estratégias utilizadas pelos pais e pela escola para educar crianças e adolescentes devem, sobretudo, prepará-los para socialização, sendo que esta deveria apresentar-se da maneira mais saudável possível.

Diante da realidade atual em que vivemos, em que a ética e os valores morais parecem estar tão esquecidos, torna-se cada vez mais importante refletir e discutir a respeito de um problema tão grave e que cada dia aumenta alarmantemente, que é o problema do uso e da dependência de drogas (e a destrutividade que esta causa nos mais diferentes âmbitos).Diante desse quadro o trabalho da escola em informar e promover a reflexão a respeito deste tema tão polêmico e complexo.Conforme o PCN(1998),

As pessoas não nascem boas ou más: é a sociedade, quer queira, quer não, que educa moralmente seus membros: a família, os meios de comunicação, o convívio com outras pessoas tem influencia marcante no comportamento de crianças jovens e adolescentes.

É preciso deixar claro que ela não deve ser considerada onipotente, única instituição social capaz de educar. Na verdade, seu poder é limitado, todavia, tal diagnóstico não justifica uma deserção. Mesmo com limitações, a escola participa da formação moral de seus alunos, pois valores e regras são transmitidos pelos professores, pela organização institucional, pela forma de avaliação, pelos comportamentos dos próprios alunos. Assim, em vez de deixá-las ocultas, é melhor que tais questões recebam tratamentos explícitos, que sejam assuntos de reflexão da escola como um todo, e não apenas de cada professor, PAIVA (1983).

Trazer a ética para o espaço escolar significa enfrentar o desafio de instalar, no processo de ensino aprendizagem que se realiza em cada uma das áreas de conhecimento, uma constante atitude crítica, de reconhecimento dos limites e possibilidades dos sujeitos e das circunstâncias, de problematização das ações e relações e dos valores e regras que os norteiam. Configura-se, assim, a proposta de realização de uma educação moral que proporcione a crianças, jovens e adolescentes condições para o desenvolvimento de sua autonomia, entendida como capacidade de posicionar-se diante da realidade, fazendo escolhas, estabelecendo critérios, participando da gestão de ações coletivas.

O desenvolvimento da autonomia é um objetivo da área educacional e, para alcançá-lo, é preciso que elas se articulem.

A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n 9.394, de 20/12/1996), em seu titulo II, artigo 2,afirma que "A educação, é dever da família e do Estado,inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana,tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando,seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho".

Verifica-se, portanto, uma preocupação com a dimensão moral da educação e uma intenção de contemplá-la nas propostas que se apresentam á sociedade. Como instituição especificamente destinada á educação, a escola deve empenhar-se na formação moral de seus alunos, embora não seja a única instituição social que participa dessa formação.

A escola deve ser o espaço de encontro e de confronto de saberes produzidos e construídos ao longo da história da humanidade. Conforme COTRIM (1993), a escola é um mundo social, com características de vida própria, com seus próprios ritmos, ritos e linguagens.A escola, quando bem direcionada, contribui muito com os pais no que diz respeito a esta prevenção, os bons educadores têm meios de contribuir não só na prevenção do problema, mas também em seu diagnóstico precoce. Assim como os psicólogos escolares e os demais profissionais da educação. Estes têm papel fundamental dentro da escola no que diz respeito à prevenção e tratamento do uso de drogas.

Levando em conta a contribuição que a escola pode dar para, o conhecimento e interpretação da realidade, no sentido de formar cidadãos, pois logo o nascer, o ser humano se relaciona com regras e valores da sociedade em que está inserido. No interior do grupo familiar, há sempre uma ou mais pessoas que se responsabilizam pela sobrevivência e pela formação dos seus membros.

Ao lado da família, outras instituições sociais veiculam e desempenham um papel na formação moral e no desenvolvimento de atitudes. A presença constante dos meios de comunicação de massa (televisão, rádio, jornais, revistas, propagandas dos mais variados tipos etc.) nos espaços públicos e privados, conferem a eles um grande poder de influencia e de veiculação de valores, de modelos de comportamento.

A educação tem um aspecto prático ativo, da convivência social. Na sociedade todos educam a todos permanentemente. Como o individuo não vive isolado, sua educação é contínua. Não existe sociedade sem educação, ainda que nas formas primitivas possa faltar a educação formalizada institucionalizada (que ai é representada pelos ritos sociais).Por conseqüente nenhum membro da comunidade absolutamente ignorante, do contrário não poderia viver,como nos explica PEREIRA,(1981):

A escola, como instituição pela qual espera-se que passem todos os membros da sociedade,coloca-se na posição de ser mais um meio social na vida desses indivíduos.

Também ela veicula valores que possam convergir com os que circulam nos outros meios sociais que os indivíduos freqüentam ou a que são expostos. Com isto, a melhor maneira de prevenir, diminuir ou tratar o uso de drogas é através da informação e da conscientização. Para que a internalizarão destas informações sejam efetivas, elas devem ser fornecidas em ocasiões nas quais o aluno esteja receptivo a ouvir. A melhor maneira de se intervir (a curto, médio, e longo prazo) na prevenção contra o uso de drogas através da promoção de práticas educativas, através de uma metodologia que enfoque os principais variáveis presentes no possível desenvolvimento de comportamentos anti-sociais, como: práticas parentais; relacionamento intra-familiar; fracasso e evasão escolar; grupos desviantes; tempo ocioso na rua; valores morais; ensinamento de regras; etc.
Propor que a escola trate questões sociais na perspectiva da cidadania coloca imediatamente a questão da formação dos educadores e de sua condição de cidadão. Para desenvolver sua pratica os professores precisam também desenvolver-se como profissionais e como sujeitos críticos na realidade em que estão, isto é, precisam poder situar-se como educadores e como cidadãos, e, como tais, participantes do processo de construção da cidadania, do reconhecimento de seus direitos e deveres, de valorização profissional.

Tradicionalmente a formação dos educadores brasileiros não contemplou essa dimensão. As escolas de formação inicial não incluem matérias voltadas para formação política nem o tratamento de questões sociais ao contrário, de acordo com as tendências predominantes de cada época essa formação voltou-se para concepção de neutralidade do conhecimento e do trabalho educativo.

O valor da escola e do professor é algo diretamente ligado á cultura e as prioridades de uma sociedade. Tanto a educação quanto o educador neste contexto, não tinham um papel importante. A partir da ditadura militar reformulou-se o sistema escolar brasileiro deixando transparecer a desvalorização da carreira docente. Em meio a esta realidade vivida a partir de 1927,onde surgiu apenas o interesse no poderio industrial e militar,onde a educação e o professor não tinham papel importante, de modo geral, todos os professores sentiram na pele a pouca atenção dada ao seu trabalho. Em decorrência desses fatos que perpetuou por muito tempo, temos ainda hoje frutos dessa época.Professores com metodologia ultrapassada e conteúdos desvinculados do seu cotidiano.

As mudanças ocorridas de maneira cada vez mais rápidas exigem uma postura de busca de entendimento, do processo de compreensão que se deve lutar para transformar a sociedade e com ela o mundo, numa constante interação com os homens, como afirma ANDRADE, (1993, p. 96).


O espírito de iniciativa [...]a criatividade de uma geração que vive um momento histórico dinâmico em que os objetos e as idéias envelhecem rapidamente,tornando necessário ao pensador, ao estudioso, uma grande capacidade de mudança; mudança que não será feita com o simples abandono de saber acumulado através de gerações, mas com sua renovação, preservando o que conserva atual e mudando o que envelheceu.

O desafio de buscar o novo estímulo de seguir adiante, levando em consideração a realidade presente. O Educador como profissional precisa dar conta de interpretar a realidade, fazendo a análise do espaço enquanto resultado do trabalho humano. Quanto à formação do profissional em educação CALLAI, (1992, p.163) diz:

Não se trata de formar um profissional fechado no casulo de um saber exclusivo e auto-suficiente, mas de formar, no profissional, o homem da competência comunicativa, que construa seu saber no dialogo fecundo e provocador e no serviço á sociedade ampla e plural, no mundo da vida compartilhado entre os iguais.

O educador encontra diversas dificuldades referentes à realidade da sala de aula. Dominar somente os conteúdos não assegura uma aula de qualidade, pois é necessário que tenha conhecimentos além do conteúdo e compromisso com o processo de construção do conhecimento, mas com os aspectos sociais.

O educador tem papel especifico na relação pedagógica, sendo mediador e parceiro no conhecimento. Para que possa exercer esse papel o educador deve possuir conhecimentos e habilidades suficientes para auxiliar o educando.Portanto ele deve possuir algumas qualidades , tais como:desempenhar seu papel se tiver compreensão da realidade na qual atua, entender a sociedade na qual está inserido,ter comprometimento político com o que se propõe a fazer, trazendo o entendimento da sociedade bem como ações para modificá-las.



2.2 OS PRIMEIROS CONTATOS COM AS DROGAS E A CONSTRUÇÃO DA AUTO-ESTIMA DOS ADOLESCENTES.

As drogas se proliferam nos grandes centros e tem atingido cada vez mais crianças e adolescentes.

São essas criança e adolescentes, na sua maioria moradores de rua, não por não terem família, mas pela sua desestruturação, preferem as ruas que conviver com familiares. Essas crianças convivem diariamente com a prostituição e a grande oferta de drogas que estão intimamente ligadas.

Dessa constatação se reforça a idéia de que a prevenção deve atingir esses jovens o quanto antes, a fim de prover-lhes o conhecimento e a formação de uma auto-estima suficiente para resistirem as pressões ao uso dessas drogas, seja dentro da família, seja no meio escolar ou currículo de amigos.

A distância da família e os poucos contatos levam á formação de crianças e adolescentes com baixa auto-estima e em conseqüência, propensos a buscar satisfação e prazer em fontes externas, mas precisamente nas drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas.

Em Psicologia, segundo GREG, (2003), a auto-estima inclui a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau.Percebe-se que a maioria das crianças, jovens e adolescentes da educação tem encontrado na escola um lugar sem sentido, portanto não tem nenhum estimulo, já que a auto-estima deles enquanto pessoa é desestimulada pela própria sociedade.

A auto-estima influência em tudo que fazemos, pois é resultado de tudo que acreditamos ser, por isso o autoconhecimento é de fundamental importância para aumentar a auto-estima, ou seja, confiar em si mesmo, respeitar seus limites expressar seus sentimentos sem medo, sentir-se competente, ajuda bastante.
O adolescente que tem uma boa auto-estima pode sentir-se a vontade para indagar e demonstrar quilo que sente. Ao contrário daquele que sente-se acuado, inseguro, com sentimento vago de não ser capaz.
Em consonância a esta afirmação de FREIRE, (1991, p.73),coloca:

É fundamental respeitar o princípio de que o processo educativo é um processo coletivo, no qual o educador tem uma parcela de trabalho que é criar mecanismos pedagógicos de expressão e explicitação das lutas, das dúvidas, das incertezas, da palavra dos educandos.

Pesquisas recentes indicam que inflar a auto-estima dos adolescentes estudantes por si mesma não tem efeito positivo sobre a qualificação dos mesmos. Para tanto, é necessário que dentro deste processo ensino-aprendizagem tanto educador quanto o educando sintam prazer no ambiente. É muito importante trabalhar com base nos temas transversais; promovendo a formação de todos os professores e funcionários do projeto.

A sociedade foi se tornando complexa, a escola como instância educacional precisa ser um dos meios mais eficientes para transmitir conhecimentos e auto-estima para os adolescentes. Portanto nasce a escola, a partir da necessidade do processo social.

Para DEMO (1988) a educação de qualidade tem as seguintes características:
▪Assegura sólida formação de base que propicia o desenvolvimento de habilidades cognitivas, operativas e sociais, por meio do domínio dos conteúdos escolares;

▪Desenvolve processos de formação para cidadania;
▪Cuidam da formação de qualidades morais, traços de caráter, atitudes, convicção, conforme seus ideais humanistas;
▪Incorpora no cotidiano escolar as novas tecnologias de comunicação e informação.

As influências que as instituições e os meios sociais exercem são fortes, mas não assumem caráter de uma predeterminação. A constituição de identidades, a construção da singularidade de cada um, se dá na história pessoal, na relação com determinados meios sociais; configura-se como uma interação entre as pressões sociais e os desejos, necessidades e possibilidades afetivo-cognitivas do sujeito vividas nos contextos socioeconômicos, culturais e políticos.

Os diversos valores, normas, modelos de comportamento que o individuo compartilha-nos diferentes meios sociais a que está integrado ou exposto colocam-se em jogo nas relações cotidianas. A percepção de que determinadas atitudes são contraditórias entre si ou em relação a valores ou princípios expressos pelo próprio sujeito.

Existe por parte do poder público imperativos, isto é, ações de prevenção ao uso de drogas ainda nos primeiros anos de vida. Tais ações devem ser efetivadas no momento em que essas crianças e pré-adolescentes ainda não se envolveram ou não tiveram contato com o engano da droga. O tempo mais apropriado para a implementação, segundo as ações se dá quando a acriança se encontra no ambiente escolar.

Pode perceber-se que a buscar qualidade da educação escolar depende de vários fatores. Deve considerar como foco tanto ao que os estudantes aprendem, como aquilo que os mesmos estão relacionados.
De acordo com ANGEL (2001, p.17):

A escola e o sistema educativo em seu conjunto pode ser considerado como uma instância de mediação cultural entre os significados,sentimentos e as condutas da comunidade social e o desenvolvimento humano das novas gerações.
Cabe ao professor compreender criticamente o funcionamento da realidade e associar essa compreensão com seu papel de educador, de modo a aplicar sua visão crítica ao problema social relacionado ao educando.
Na visão de LIBÂNEO (2004,p.17):

A escola precisa ser um ambiente de aprendizagem, um espaço onde os professores procurem refletir, analisar e criar novas práticas que possam tornar seus alunos sujeitos pensantes e críticos a questões sociais.

A escola precisa oferecer uma educação de qualidade, ou seja, deve promover para todos os domínios de conhecimentos e atender as necessidades individuais e sociais dos alunos e adolescentes, inserção no mundo dos trabalhos, á constituição da cidadania, tendo em vista a construção de uma sociedade igualitária tendo em vista o processo de construção de identidade dos adolescentes.

Vimos no consumo de drogas um fator destrutivo. O álcool é a substância mais consumida pelos jovens, seguido pelo tabaco, maconha e estimulantes. Esses últimos ganharam destaque nos anos oitenta, com o ressurgimento do consumo da cocaína e o aparecimento do crack, bem como na última década, com a popularização do êxtase. O fumo, o álcool e as drogas estão disponíveis, e as maiorias dos jovens são objeto de pressão para o início de seu uso. Sem dúvida, alguns adolescentes estão em maior risco do que outros. Os três fatores mais importantes são a história familiar, os usos por parte dos pais e certas características individuais (BROWN, 2009).

A adolescência é um período de rápido desenvolvimento e sucessão de eventos. Mudanças profundas ganham forma no corpo, na mente, nos relacionamentos e na visão de mundo do adolescente em um curto período de tempo. Por isso, perdas e danos nesse período podem surtir em déficits cristalizados na idade adulta, resistentes a qualquer tentativa posterior de lapidação.
Todo indivíduo possui um temperamento inato, um conjunto de maneiras pelas quais se relaciona com o ambiente ao seu redor. Enquanto alguns adolescentes são cautelosos e pensativos frente ao estresse, outros reagem de modo impulsivo, dramático ou mesmo agressivo. O adolescente não possui ainda a habilidade para prever os riscos de um comportamento habitual. Tal aptidão começa a se manifestar por volta dos doze anos e se torna mais presente a partir dos quinze. Desse modo, adolescentes mais assertivos, agressivos e impulsivos se envolvem em comportamentos de risco com mais facilidade. Tais comportamentos podem tanto advir, quanto causar trauma e estresse PACHECO (1996).

A família também influi diretamente, tanto como protetora quanto promotora do consumo de substâncias psicoativas por seus filhos. Famílias compostas por pai e mãe casados são mais protetoras. Famílias extremamente autoritárias ou liberais aumentam o risco de consumo de drogas por seus filhos. Adolescentes de pais consumidores pesados ou dependentes de substâncias psicoativas tendem a adotar o mesmo comportamento. O envolvimento dos filhos no consumo de substâncias dos pais (buscar uma taça para colocar vinho, trazer uma caixa de fósforos para acender o cigarro ou comprar um maço de cigarros no bar) também é considerado um fator de risco proporcionado pela família GONÇALVES (1984).

O maior fator familiar de proteção é a conexão entre os pais e os filhos. Tal comportamento é definido pelo sentimento do adolescente que os pais se importam e estão envolvidos em sua vida. Pais disponíveis e informados das amizades e lugares que seus filhos freqüentam são mais protetores. Pais extremamente liberais, que não oferecem diretrizes ou limites ao comportamento de seus filhos, os colocam em maior risco. Por outro lado, pais autoritários, que 'baixam leis' a revelia das vontades dos filhos e deixam pouco espaço para o desenvolvimento do senso de auto-responsabilidade, também colocam seus filhos em risco.

Um meio termo é composto pelos pais autorizadores, isto é, aqueles que oferecem diretrizes claras, e ao mesmo tempo encorajam seus filhos a tomarem certos riscos e exercerem sua liberdade levando em conta o que idade deles comporta. Tais adolescentes, de alguma maneira, estão mais protegidos de comportamentos de risco, incluindo o uso nocivo de substâncias psicoativas, MANSUR (1988).A comunidade também imprime proteção e riscos ao adolescente. Dentro desta, a escola é o ambiente de maior influência. Conforme BROWN, (2009):

Adolescentes que se sentem parte da comunidade escolar e recebem expectativas positivas dos pais com relação ao seu sucesso escolar estão mais protegidos contra comportamentos de risco. A comunidade também inclui o trabalho: adolescentes que trabalham mais de vinte horas por semana estão em maior risco.


Outra importante instituição comunitária são as religiões. Adolescentes envolvidos em tais instituições estão mais protegidos. Outro fator comunitário de grande ação protetora e promotora de riscos é o grupo de amigos. É do senso comum a idéia de que os filhos podem ser corrompidos pela má influência dos amigos. Na verdade, um grupo de amigos nada mais é do que um conjunto de indivíduos com as mesmas necessidades e desejos. Nesse caso, a aproximação parte mais do adolescente em direção ao grupo do que o contrário. A presença dos pais na amizade dos filhos e o entendimento da natureza das aproximações feitas pelos filhos (ao invés de simplesmente coibi-las ou entendê-las como 'uma fase') são fatores de proteção.
Por fim, a mídia, que representa um dos aspectos de maior persuasão comunitária sobre o comportamento dos indivíduos. Associada intrinsecamente com a televisão, ela também inclui os filmes, o videogame, a música e a imprensa. O consumo de substâncias lícitas e ilícitas encontra-se presente nos anúncios comerciais, nos filmes e letras de música. Chega a ser redundante afirmar que os comerciais, que apresentam o álcool e o cigarro como substâncias associadas ao prazer, ao sucesso financeiro e sexual, sem alertar o consumidor acerca de seus riscos, são um importante fator de risco para o uso indiscriminado destas substâncias.

Um trabalho desenvolvido por o NEAD (Núcleo Einstein de Álcool e Drogas), do Hospital Albert Einstein, apresenta as principais fases do consumo de drogas, alerta para a presença de outras doenças psiquiátricas associadas, sugere a existência de cinco estágios de consumo (figura 1 p.24). Os primeiros são mais difíceis de avaliar, mas não devem ser negligenciados ou tratados trivialmente como uma fase.

Complicações agudas, algumas vezes letais, podem acontecer independentemente do tempo ou da gravidade do consumo. Por fim, ressalta a importância do envolvimento da família no sucesso do tratamento.

















2.3 - O QUE É MESMO DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uso nocivo é "um padrão de uso de substâncias psicoativas que está causando dano à saúde", podendo ser esse de natureza física ou mental. A intoxicação aguda ou 'ressaca', dependendo de sua intensidade, por si só, não é considerada dano à saúde. A presença da síndrome de abstinência ou de transtornos mentais relacionados ao consumo exclui esse diagnóstico.

A dependência possui sinais e sintomas específicos. Portanto não se fala em intuição, tampouco em abismos quando se identifica alguém com problemas de dependência. De modo geral, há alguma perda do controle sobre o uso, associado com sintomas de abstinência e tolerância. Para evitar o surgimento de tais sintomas, os usuários passam a consumir a substância constantemente e a privilegiar o consumo a outras coisas que antes valorizava.

Baseada nos critérios da dependência química, a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2007) elaborou suas diretrizes diagnósticas para a síndrome de dependência de substâncias psicoativas. Um diagnóstico definitivo de dependência deve usualmente ser feito somente se três ou mais dos seguintes requisitos tenham sido experenciados ou exibidos em algum momento do ano anterior:

■Um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância;
■Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância em termos de seu início, término e níveis de consumo;
■Um estado de abstinência fisiológico quando o uso da substância cessou ou foi reduzido, como evidenciado por: síndrome de abstinência para a substância ou o uso da mesma substância (ou de uma intimamente relacionada) com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência;
■Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas;
■Abandono progressivo de prazeres e interesses alternativos em favor do uso da substância psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessária para se recuperar de seus efeitos;
■Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de conseqüências manifestamente nocivas. Devem-se fazer esforços claros para determinar se o usuário estava realmente consciente da natureza e extensão do dano.

Apesar de existir uma enorme variedade de explicações teóricas para as causas da dependência de álcool, nicotina e outras drogas, há um conceito unânime: dependência é uma relação alterada entre um indivíduo e seu modo de consumir uma substância. Essa relação alterada é capaz de trazer problemas para o seu usuário. Muitos indivíduos, porém, não apresentam problemas relacionados ao seu consumo. Outros apresentam problemas, mas não podem ser considerados dependentes. Por último, mesmo entre os dependentes, há diferentes níveis de gravidade SOLDERA.(2004).

Portanto, buscar um conceito sobre dependência a substâncias psicoativas não se completa pela constatação de sua presença ou ausência. Mais do que saber se ela está lá, é preciso identificar e determinar seu grau de desenvolvimento. Além disso, é preciso entender como os sintomas observados são moldados pela personalidade dos indivíduos e pelas influências sócio-culturais.

O conceito atual dos transtornos relacionados ao uso de álcool e outras drogas rejeitou a idéia da existência apenas do dependente e do não-dependente. Existem, ao invés disso, padrões individuais de consumo que variam de intensidade e gravidade ao longo de uma linha contínua. Não existe um consumo absolutamente isenta de riscos. Quando este é comedido e cercado de precauções preventivas, é denominado consumo de baixo risco.Quando o indivíduo apresenta problemas sociais (brigas, faltas no emprego), físicos (acidentes) e psicológicos (heteroagressividade) relacionados estritamente àquele episódio de consumo, diz-se que tais indivíduos fazem uso nocivo da substância.

Por fim, quando o consumo se mostra compulsivo e destinado à evitação de sintomas de abstinência e cuja intensidade é capaz de ocasionar problemas sociais, físicos e ou psicológicos, fala-se em dependência.Vejamos o que mostra o quadro seguinte:



I. I. Potencial de abuso

Prejuízo no controle dos impulsos, necessidade de gratificação imediata, disponibilidade de álcool, tabaco e drogas no meio, necessidade de aceitação nos grupos.

II. II.Experimentação
Consumo com amigos, poucas conseqüências, aumento de uso nos finais de semana, mudanças de comportamento discreto.


III.Uso regular
Uso de múltiplas substâncias, mudança de comportamento, algumas conseqüências, aumento global do consumo,uso solitário,contravenções.

IV.Uso regular:
A preocupação com a euforia
Uso regular, perda de controle, comportamento de risco, estranhamento dentro do ambiente familiar e círculos de amizade.

V.Fadiga Consumo para aliviar sintomas de abstinências, uso de múltiplas drogas, culpa, vergonha, remorso, depressão, deterioração física e mental, aumento do comportamento .
FIGURA 1: ESTÁGIOS DO CONSUMO DE DROGAS POR ADOLESCENTES E JOVENS. FONTE:NEAD/2008
A primeira fase requer abordagens preventivas (ainda não há presença do consumo). A segunda fase deve ser educativa, isenta de confrontos ou ameaças e voltada para o aprimoramento da estrutura familiar e social do adolescente. A maneira como os pais estabelecem as normas de convívio dentro de casa e o papel da escola devem ser avaliados e discutidos. A maior parte dos adolescentes abandona o consumo de drogas com a chegada da idade adulta.

Por isso, é importante discutir com eles os riscos ligados ao uso de álcool, tabaco e outras drogas e o quanto estes comprometem suas ambições futuras. A intenção é motivá-los para a mudança. A demonstração de preocupação e interesse, bem como a participação ativa na busca de soluções para o problema é fundamental em qualquer um destes estágios. As últimas três fases já possuem níveis de gravidade que pressupõem medidas mais diretivas e emergenciais. A família deve ser chamada a participar ativamente e o tratamento especializado é fundamental (NEAD, 2000).

Apesar de todas as campanhas contra o uso de drogas, e toda a informação a respeito das conseqüências negativas que estas trazem, o número de usuários e dependentes aumenta cada vez mais, seja,pela falta de limites impostos, falta de cuidado, de informações, e pela facilidade de acesso e informação enganosa que se tem sobre as drogas; dentre vários outros motivos, que dizem respeito não apenas ao usuário e a família, mas à sociedade como um todo.









2.4- A NECESSIDADE DA PREVENÇÃO AO USO DAS DROGAS NO CURRICULUM ESCOLAR.

A repressão não tem sido capaz de reduzir o consumo e o tráfico de entorpecentes, não somente no Brasil, mas também no contexto internacional, reforça-se a certeza de que essa redução, a minimização desse quadro, só poderá ser obtida através da prevenção. Prevenção no sentido de se diminuir, por parte do tráfico, a conquista de novos usuários, de novos viciados, de novos dependentes dos entorpecentes. Para se chegar a essa redução não basta somente impedir que a droga chegue ate as pessoas, esses jovens, em tendo contato, em lhe sendo oferecidos, tenha a força necessária dentro de suas consciências para resistir ás tentações, suportar os apelos e as curiosidades com relação à droga.

"A etapa inicial para o desenvolvimento de um programa de prevenção do uso de drogas é da conscientização quanto ao problema, suas implicações e possíveis estratégias de enfrentamento. É preciso sensibilizar as lideranças da comunidade ou da instituição a qual se pretende se desenvolver o programa de prevenção para a necessidade e a importância do projeto, pois conseguir o seu apoio é condição indispensável para o trabalho". (ANDRADE E TANAKA in PEROVANO, 2006, p 66).

O desafio é buscar maneiras de levar ao conhecimento das pessoas os malefícios das drogas, antes que venha a ter com esta o seu primeiro contato. Em 1983, nos Estados Unidos da América, na cidade de Los Angeles, o D.A.R.E. - Drug Abuse Resistance Education. As experiências foram satisfatórias ao ponto de se espalhar por diversos países. No Brasil o programa recebeu o nome de PROERD- Programa Educacional de resistências ás Drogas e á violência, e vem sendo aplicado em escolas e projetos, inicialmente a alunos das quartas séries e, sexta série, isto jovens e adolescentes.

A dependência das drogas, não deve ser tratada somente como uma questão de segurança, mas, e principalmente, uma questão de saúde. Não havendo usuário, certamente não haverá tráfico, portanto o enfoque do combate ao tráfico de drogas deve estar no consumidor, ou seja, nos dependentes. Há de se direcionar, portanto os esforços na prevenção, buscando a redução do consumo, através de políticas públicas que visem impedir que as pessoas tornem-se dependentes, e mesmo que venham a ter contato com as substancias entorpecentes. Em não havendo mercado consumidor, a tendência natural passa a ser a diminuição do tráfico. Claro que acabar com o tráfico é uma utopia, mas devem ser desencandeda medidas de conscientização, principalmente em pessoas com idades mais vulneráveis ao aliciamento, que é a adolescência.

Essa conscientização deve ser, portanto realizada nas idades inferiores á adolescência, no sentido que, ao se deparar com a oferta de drogas, seja por amigos, seja por pessoas do relacionamento, esse adolescente ou jovem tenha a força e auto-estima suficiente para resistir a tal apelo.

Os focos na prevenção ao abuso de drogas não deve ocorrer de maneira a criar uma resistência na criança ou adolescente, pelo medo, apresentando apenas os males que a droga causa, mas sim, mostrando que a droga é prazerosa e que por este motivo, torna as pessoas dependentes. O que se deve mostrar é que nem sempre o que é prazeroso, que é gostoso faz bem, traz benefícios. É preciso dar ciência aos jovens que a droga para quem experimenta pela primeira vez, traz grande sensação de prazer à pessoa, o que leva a querer experimentá-la novamente, e essa sensação de prazer é que vai tornando o individuo dependente da substância. Novamente, é preciso enfatizar op que nem sempre o que é gostoso faz bem e o que da mesma maneira, o que não parece agradável é algo que vai surtir efeito benéfico. Como exemplifica ROBAINA( citando TIBA, 2007):
O gosto pode ser ruim, como no caso do diabético que come um doce bastante açucarado. Nem sempre o desagradável é ruim. Ninguém gosta de tomar uma injeção de antibiótico, mas se não houver outra saída, a pessoa sofre a desagradável sensação de ser espetado por uma agulha, pois sabe que o antibiótico é para o seu bem.(ROBAINA, 2007, p.251).

Diante das informações, nota-se a necessidade de uma prevenção primária no ambiente escolar, visando atingir crianças e jovens com idade entre 14 e 17 anos, quando estão freqüentando as séries do ensino fundamental.

Zinelatto, citando Luz e Peres (1997), observa que é na prevenção primária que se trabalha nos indivíduos a noção de promoção de saúde. Salienta ainda que para isso é necessário que se implemente uma cultura de prevenção, e isso não ocorrerá, certamente da noite para o dia. É algo que deve ser efetivado de maneira continuada. Nesse sentido devem-se modificar as formas de prevenção que tem visto nas últimas décadas, que se tem apresentado em eventos, como semanas de prevenção, palestras, e entre outros. A prevenção deve ser no dia-a-dia. Os pais devem ser bem orientados para poder também ter o conhecimento necessário para um diálogo franco e aberto com seus filhos. O que ocorre é que ainda se tem uma dificuldade muito grande quando se fala em conversar com os filhos sobre drogas. Faz-se necessário que haja educadores preparados para transmitir esses conhecimentos, não somente aos alunos de escolas mais em toda a comunidade.

A necessidade da prevenção ao abuso de drogas é o ponto comum que a repressão não é capaz de acabar, combater ou diminuir o comércio e o consumo de entorpecentes. Urgente se faz, portanto a efetivação de políticas públicas voltada para a prevenção. Essas políticas devem ser viabilizadas, principalmente no meio educacional, certamente levarão à redução do número de consumidores, pois formará pessoas capazes de resistirem.

Certamente os investimentos da sociedade organizada nesse sentido não devem ser desmerecidos, ou descartados, pois tem sido até o momento o que ainda tem segurado o crescimento e o consumo de drogas, como é o caso dos projetos sociais direcionados a crianças e adolescentes nas comunidades, voltadas principalmente a atividades culturais e esportivas, É sabido, que estando o jovem co seu tempo ocupado com atividades de cultura e esporte, além de estar crescendo como pessoa, estará ao mesmo tempo, promovendo sua saúde. Quando se busca a promoção da saúde, conseqüentemente se está tornando mais distante a possibilidade do jovem se envolver com drogas, seja licita ou ilícita, pois a boa prática desportiva traz ao jovem a satisfação que ele não necessitará da procurar drogas.

O objetivo, portanto, passa a ser a institucionalização da prevenção, sendo o tema incluído no currículo escolar, desde as primeiras séries do ensino fundamental até o ensino médio, não apenas em programas e projetos isolados. Nesse sentido, Zanelatto, diz que:

Armelin (1999) apresenta um projeto de prevenção no qual o preparo dos jovens no que diz respeito á formação das atitudes, pensamentos e comportamentos em relação ao uso de drogas, tem como principal objetivo possibilitar uma confrontação pessoal e responsável com o uso de substancias, além de permitir a reflexão a respeito do que leva os jovens ao consumo de drogas e a conscientização de que necessidades psíquicas são tão importantes quanto necessidades físicas. Neste projeto, prevê-se a criação de um ambiente de confiança que propicie um dialogo aberto entre educadores e alunos, de modo que o aluno possa entender que o consumo de drogas visa satisfazer necessidades do trabalho de estimulação da inteligência emocional dos adolescentes como meio para facilitar a prevenção do uso de substâncias pelos alunos. (Zanelatto e Zanelatto, 2004, p.5).

A utilização de uma metodologia que atinja os estudantes, dentro das atividades curriculares normais, porem demandaria um treinamento e uma capacitação especial para os educadores que atualmente, segundo Moreira, Silveira e Andreolli, 2006, que ainda não se sentem preparados pra tratar de assuntos com drogas, sexualidade e violência em sala de aula com os alunos.
4- METODOLOGIA

Com o objetivo de quantificar o consumo das diferentes drogas psicoativas entre os estudantes, e investigar as variáveis relacionadas com o seu uso, foi aplicado um questionário que busca identificar dados sócio-demográficos e padrões de uso. Conforme FREITAS FILHO (1984) vincula o cientista a um compromisso com a comunidade e a esta há um compromisso com sua própria realidade.

Os sujeitos pesquisados foram alunos da quinta a oitava séries do ensino fundamental II, do Projeto AABB-Comunidade , situada no município de Casa Nova-BA, com 500 alunos do Ensino Fundamental I e II, funcionando nos turnos matutino, vespertino . A amostra constituiu-se de 20% do total de alunos da escola, tendo sido aplicados 250 questionários.

As salas foram sorteadas aleatoriamente no momento da aplicação dos questionários, a esses alunos foram explicados os objetivos da pesquisa e solicitada sua colaboração voluntária, sem que precisassem se identificar. Somente participaram da pesquisa os alunos que estavam presentes na sala de aula e os educadores foram convidados a se retirarem para evitar qualquer tipo de constrangimento. Foi feita uma explicação clara e detalhada aos alunos sobre o objetivo da pesquisa, garantindo-se enfaticamente caráter anônimo e sigiloso do questionário.

Foi utilizado um questionário fechado de auto-preenchimento sem identificação - o mesmo utilizado por Galduróz etal (1997), elaborado a partir de critérios da Organização Mundial da Saúde. O questionário continha 43 questões sobre o padrão de uso de psicotrópicos, freqüência dos alunos às aulas e dados sócio-demográficos.
Uma vez que teve como objetivo quantificar o consumo das diferentes drogas psicoativas, identificar as causas, conseqüências e fatores relacionados ao uso de entorpecentes. O critério de classificação utilizado para estabelecer a freqüência do uso de drogas foi baseado em Galduróz et al,3 (1997), que definem cinco tipos de uso: uso na vida, uso no ano, uso no mês, uso freqüente e uso pesado.

As drogas estudadas foram: álcool, tabaco, solvente, maconha e cocaína. As variáveis repressoras foram: tipo de escola (periferia); período que estudava; gênero; nível socioeconômico; tipo de lazer preferencial; situação matrimonial dos pais; com quem mora; sentia-se apoiado e compreendido pelos pais; sentia-se apoiado e compreendido pelos amigos; filiação religiosa (Tabela1 p.28).

Gênero

Masculino

Feminino

Número de alunos

136

114
Porcentagem


48,9%

43,7%
Religião
Católicos
Protestantes
Espíritas

Outras

142
98
- ----
10
56,8%
39,2%
_
4%
Período
Matutino
Vespertino
Noturno
85
116
49

34%
46,4%
19,6%

Trabalho
Trabalhavam
Não trabalhavam

56
194
22,45%
77,6%
Nível socioeconômico 250 100%
FIGURA 2:CARACTERISTICAS SOCIODEMOGRAFICAS DOS ESTUDANTES DA EMAVA

Atualmente a maior parte dos pesquisadores considera que o uso de drogas por estudantes não é causado por um único fator, mas por uma combinação de vários deles, tais como genéticos, psicológicos, familiares, socioeconômicos e culturais. Assim, entende-se que o uso e a dependência de drogas são fenômenos bastante complexos que não podem ser reduzidos a uma faceta da dimensão biológica, psicológica e social SOLDERA (2004).

A probabilidade do uso de drogas pesadas foi maior nos estudantes que trabalhavam do período noturno, que se sentiam pouco apoiado e compreendido pela família e cuja educação religiosa foi pouco intensa (Tabela 1 p.28).

Como o uso de varias drogas é sabidamente freqüente e visando comparar os estudantes que não fizeram uso de nenhuma droga ao mês e os que fizeram uso pesado, criou-se para o presente estudo uma variável denominada DROGA, que assume o valor 0 se o estudante não fez uso no último mês de nenhuma das drogas citadas no estudo, e um, se fez uso pelo menos de uma droga em 20 dias ou mais no último mês.O uso pesado de drogas lícitas e ilícitas é, de modo geral a forma de uso que antecede a dependência química e todas suas conseqüências.










5- APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Atualmente os jovens pertencentes as mais diferentes classes ou contextos sociais estão sujeitos e expostos, direta ou indiretamente, a situações de risco. As drogas não fazem parte apenas da realidade mais pobre ou de partes menos favorecidas da sociedade; mas sim da realidade de todos os indivíduos. A droga pode estar presentes nos mais diversos contextos (na família, na escola, nas ruas, na casa de amigos ou dentro de casa, em festas, etc), e atinge as mais diferentes classes sociais. Ou seja, o problema do tráfico e do uso de drogas é um problema de toda a sociedade.

Vários autores relatam que para pesquisas que têm por finalidade identificar a prevalência de uso de drogas por estudantes, o método mais usado é o questionário de auto-preenchimento aplicado coletivamente em sala de aula.
A probabilidade do uso pesado de drogas foi maior nos estudantes do sexo masculino, que trabalhavam e cuja educação religiosa na infância foi pouco intensa.

Do total da amostra, 54,9% dos sujeitos são do sexo masculino e 45,1%, do sexo feminino, distribuídos pelas faixas etárias de 13 a 15 anos (36,1%), 16 a 18 anos (30,9%) e de 10 a 12 anos (28%). Apenas 5,0% tinham idade superior a 18 anos.67% do total dos entrevistados experimentaram algum tipo de droga.A freqüência de uso,27% quando vai a alguma festa,13% nos finais de semana e 59,5% respondeu que não faz uso de drogas frequentemente. Com relação ao nível socioeconômico, a maioria pertencia às classes D e E.(Pessoas com poder aquisitivo de até dois salários mínimos).54% dos entrevistados tem problemas relacionados ao uso de drogas na família. As drogas psicoativas mais utilizadas na modalidade uso na vida foram: álcool (68,9%), tabaco (22,7%), solventes (6,6%), maconha (10,1%), ansiolíticos (3,8%), e cocaína (4,2%),(Tabela 2 p.31).

Foi possível identificar que a iniciação do jovem no consumo de substâncias psicoativas está relacionada a diversos fatores, tais como: curiosidade em experimentar (principalmente álcool e cigarro); vulnerabilidade à pressão social de grupo; desconhecimento dos efeitos das drogas; fácil acesso a estas; não-reconhecimento de que o consumo, mesmo descontínuo, pode levar à dependência química.

TIPOS DE DROGAS SEXO%
M F
Álcool 70,7 68,4
Tabaco 23,1 22,7
Solvente 8,7 4,9
Maconha 12,7 7,8
Cocaína 2,5 0,9
Tabela 2.Os tipos de drogas mais consumidas por os estudantes da EMAVA.

Isoladamente, a droga mais utilizada de forma pesada no presente estudo foi o álcool (68,9%), seguida pelo tabaco (22,7%).As altas prevalências do uso relevante é preocupante e deve ser tomado em conta em relações a possíveis ações educativas e preventivas para os jovens estudantes.A droga ilícita mais utilizada no presente estudo foi a maconha (12,7 fizeram uso pesado da maconha. A maconha é considerada por muitos jovens (e as vezes por seus familiares), uma droga leve, e talvez por isso mais aceitável. Há evidencias, entretanto, que o uso pesado da droga tem implicações sérias para a saúde física e mental de seus usuários (SOLOWIJI, 2002). É particularmente preocupante o uso crescente da cocaína em forma de crack, pois tal uso implicaria no rápido desenvolvimento de dependência, envolvimento com atividades criminosas e desencadeamento de quadros psiquiátricos graves (LARANJEIRA, 2001).

A questão da estrutura familiar é tradicionalmente enfatizada quando se estuda o uso de drogas por parte de adolescentes, pois no presente estudo foi identificada a importância do ambiente e estrutura familiares como possível fator protetivo para o uso de drogas. Foi encontrado menor uso por aqueles que se sentiam (de certa forma) apoiados e compreendidos por a família.
A dimensão religiosa também se revelou, no presente estudo, importante. Estudantes com alguma ligação religiosa tiveram na análise, menor uso de drogas pesadas. De maneira geral, a literatura mostra que jovens ligados de alguma forma a religião fizeram menos uso de drogas,como afirma MUZA (1997,P.31).

Tal associação pode estar relacionada aos códigos morais implícitos nas religiões que freqüentemente condenam o uso de drogas.Ao seguir uma religião, adere-se a um conjunto de valores e de comportamentos, entre os quais se inclui a proibição do uso de drogas.

Vários autores identificaram um uso drogas em níveis de risco para jovens pertencentes a famílias com pais separados ou famílias com relacionamentos muito deteriorados. Dessa forma, o presente estudo corrobora pesquisas anteriores que identificaram associação entre o uso de drogas em níveis de risco e pior ambiente familiar.

Apesar de utilizar um questionário padronizado, é importante interpretar
com cautela os dados apresentados no presente estudo, principalmente em relação a possível viés de informação. Mesmo com garantia de anonimato, ainda é possível que alguns alunos não tenham revelado o uso de drogas, particularmente das ilícitas, por autocensura, desconfiança nas autoridades escolares, erro de memória, sentimento de culpa ou outros motivos inibitivos, nesse contexto, as prevalências de uso de drogas podem ser interpretadas como estimativas mínimas dos valores verdadeiros mais altos.

Outra limitação da pesquisa é a dificuldade de generalizar os achados para outras escolas públicas da cidade, devido aos alunos da escola estudada possuir apenas um perfil socioeconômico. Sendo esta uma pesquisa voltada à preparação de ações preventivas num Projeto Social, o enfoque foi um contexto específico, e não geral.

Alguns efeitos dos fatores socioeconômicos foram analisados, como os estudantes do Projeto a estudado pertencem a denominada "classe "E" na classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, passa a fazer parte de uma considerável parte da população com alto risco de uso de drogas.Portanto, os dados sobre prevalência são restritos nesse sentido.



6-CONCLUSÃO

A escola, juntamente com a família, é um dos veículos formativos mais importantes para a vida e o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Esta pesquisa também mostrou que os ensinamentos da família e da escola quando bem internalizados são fatores decisivos contra o consumo de drogas de maneira geral, e, conseqüentemente, contra outros perigos relacionados (como tráfico; violência; agressividade; prática sexual inadequada; doenças transmissíveis; companhias inadequadas; comportamento infrator e delinqüente; evasão e fracasso escolar; etc).

As pessoas são produtos da sociedade. Se transformando de acordo com os preceitos e os valores impostos. É preciso deixar claro que a escola os projetos sociais e demais programas do governo não deve ser considerada onipotente, são instituição sociais capaz de educar moralmente as novas gerações. Com objetivo de colaborar, ressalta-se com este estudo a importância do desenvolvimento, acompanhado de processos educacionais aplicadas à saúde, uma vez que essas investigações fornecem subsídios para programas preventivos. No caso particular, mediante o estímulo à reflexão e ao uso de drogas.

O grande desafio atual, na redução de consumo e do tráfico de entorpecentes é conseguir chegar ao jovem antes que ele venha a ter contato com o mundo das drogas, é antecipar-se á oferta diária de drogas, tanto direta como pela curiosidade despertada através dos meios de comunicação. O esforço governamental, através das ações das policias estaduais ou federais, não tem surtido os efeitos desejados.

O combate repressivo desencadeado pelas policia com vistas a redução da circulação de drogas no território nacional não consegue resultados satisfatórios, e a droga continua chegando cada vez em maior quantidade aos centros urbanos. Visto a prevenção deve nos primeiros anos de vida nos potenciais usuários, imperativo se faz a implementação de um sistema de prevenção no âmbito escolar, visando fazer com que a criança receba as informações e capacitação necessária para, quando assediado pelas drogas, não se render aos vislumbres do seu pseudo-prazer. Esforço grande deve existir em busca da estrutura familiar.

Após discussão e reflexões sobre a temática escolhida sugerimos á sociedade educacional analisar a possibilidade de criar um serviço de informação onde temas como estes possam ser discutidos e nesse processo de educação, os professores e a comunidade escolar destacam-se como principais agentes de mudanças.

Sem pretensão de dar como conclusivo este trabalho, mas com intenção de contribuir para futuras investigações, fica a importância do trabalho do educador, conseqüentemente da escola na formação e transformação dos adolescentes.

Concluímos que o uso de drogas tem relação com falta de aulas, dificuldade de concentração falta de motivação para os estudos, brigas familiares, fatores estes que influenciam na vida social. Espera-se que a sociedade juntamente com a educação faça um trabalho de medidas preventivas e educativas que levem os alunos a reflexão dos problemas relacionados ao uso dessas substancias.










REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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PEROVANO, Dalton G. Concepções dos instrutores do programa Educacional de Resistencia às Drogas e a Violência sobre sua Formação. Dissertação de Mestrado. Curitiba: Universidade federal do Paraná.






APÊNDICES
ºQUESTIONÁRIO

Através desse questionário, pretendemos estudar as causas, conseqüências e principais fatores que levam jovens a fazer uso de drogas licitas e ilícitas.

1º)QUAL A SUA IDADE?

2º)QUAL A SUA OCUPAÇÃO?
( )TRABALHA E ESTUDA
( )SÓ ESTUDA

3º)VOCÊ EXPERIMENTOU ALGUM TIPO DE DROGA?

( )SIM
( )NÃO

4º)VOCÊ USA DROGA COM QUAL FREQUÊNCIA:

( )TODOS OS DIAS
( )UMA VEZ POR SEMANA
( )UMA VEZ POR MÊS
( )TODO FINAL DE SEMANA
( )QUANDO VAI A ALGUMA FESTA
( )NENHUMA DAS ALTERNATIVAS


5º)NA SUA FAMILIA TEM ALGUMA PESSOA QUE É VICIADA EM DROGAS?

( )PAI ( )IRMÃ(O) ( )TIOS
( )MÃE ( )AVÕS ( )NENHUMA DAS ALTERNATIVAS

6º)QUANDO VOCÊ USA DROGAS, FICA?

( )TRISTE ( )AGRESSIVO ( )ALEGRE
( )CONVERSADOR ( )CALADO ( )CALMO
( )NENHUMA DAS ALTERNATIVAS

7º)JÁ FOI Á ESCOLA DROGADO?

( )SIM
( )NÃO

8º)SE JÁ ACONTECEU, FOI PUNIDO POR ISSO?

( )SIM
( )NÃO

9º)A DROGA JÁ AFETOU SUASS RELAÇÕES NA FAMÍLIA, ESCOLA, TRABALHO E AMIGOS?

10º)VOCÊ CONSIDERA A DEPENDÊNCIA DE DROGAS UMA DOENÇA?

( )SIM
( )NÃO

11º)NO SEU PROJETO EXISTE ALGUMA CAMPANHA EDUCATIVA SOBRE O USO DE DROGAS?
( )SIM
( )NÃO
12º)NA SUA OPINIÃO DE QUE FORMA O PROJETO PODERIA AJUDAR AOS DEPENDENTES DE DROGAS?
*Espera-se que a sociedade juntamente com os projetos contribua de maneira educativa com metodologia assistencial aqueles que fazem uso regularmente de substâncias entorpecentes e medidas preventivas.















ANEXOS

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
CURSO SERVIÇO SOCIAL


TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO



Esta pesquisa intitulada ___________________________________________ está sendo desenvolvida pelo (a) aluno (a) ________________________________________, matricula, ___________________, sob orientação do professor ________________________________________________da UNOPAR Universidade Norte do Paraná.

Possui como objetivo ________________________________________________, com fins de produção TCC que se estabelece como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.

Sua participação na presente pesquisa é voluntária e, portanto, o (a) senhor (a) não é obrigado (a) a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pelo aluno. Caso decida não participar do estudo na condição supracitada, ou resolver a qualquer momento desistir do mesmo, não sofrerá nenhum dano.

As informações aqui solicitadas deverão ser respondidas com total veracidade e de forma voluntária e serão codificadas podendo ser apresentadas como artigo científico e poderão ser ainda apresentadas em eventos científicos, mantendo-se o sigilo e a integridade física e moral do indivíduo participante do estudo. A coleta de dados ocorrerá através da aplicação de questionário, mantendo a integridade física e moral dos participantes.

Os (A) alunos (as) estarão a sua disposição para qualquer esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa, bem como o professor orientador.

Diante do exposto, eu, _________________________________________, declaro que fui devidamente esclarecido (a) e dou o meu consentimento para participar da pesquisa e para publicação dos resultados.








Juazeiro - BA, ______de ____________de _____.










________________________________
Assinatura do participante da pesquisa