Jocilene Cândido Rocha *

                                                                                        Antonia Lucineide F. de Lima*

 

Resumo: Ao longo dos anos as concepções sobre a aprendizagem evoluíram, alguns fatores são fundamentais para a construção de uma perspectiva instrumental da “arte” aprender, tornando-se indispensável o estabelecimento de proposições na vida do ser humano, como função constitutiva do próprio pensamento. Neste contexto educacional o psicopedagogo é o profissional capacitado para lidar com processos de aprendizagem junto a crianças, adolescentes ou adultos, estimulando aprendizagens respeitando suas limitações. O objetivo deste artigo é descortinar através de trabalhos realizados o Papel do psicopedagogo no Ambiente Escolar. Em observância ao alcance dos objetivos os procedimentos metodológicos seguiram a proposta da pesquisa exploratória, sustentada numa revisão bibliográfica de abordagem qualitativa, tendo como principais fontes de pesquisa o Google acadêmico e Scielo. A pesquisa oportuniza a realização de novos estudos a respeito do tema abordado, tendo como foco melhores  esclarecimentos sobre a capacidade de aprendizagem do educando, destacando a importância da intervenção do psicopedagogo para facilitar a aprendizagem, integração e inclusão social.

 

Palavras Chave: Escola. Aprendizagem. Psicopedagogo.  Psicopedagogia escolar

 

 

 

ABSTRACT

 

Over the years the conceptions of learning evolved, some factors are critical to the construction of an instrumental perspective of "art" learning, making it essential to establish propositions in human life, as constitutive function of thought itself. In this educational context the psychopedagogist is the professional capable to handle learning processes in children, adolescents or adults, stimulating learning and respecting their limitations. The purpose of this article is to unveil, through previous researches, the role of the educational psychopedagogist in the school environment. In compliance with the goals achievement, the methodological procedures will follow the objectives proposed by exploratory research, sustained in a literature review of qualitative approach, with Google Scholar and Scielo as main sources of academic research. The survey provides an opportunity to make further studies on the topic discussed, focusing on better clarification on the student's learning ability, highlighting the importance of educational psychopedagogist intervention to facilitate learning, integration and social inclusion.

 

Key-words: School. Learning. Psychopedagogists. Psychopedagogy School

 

 

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

Novos estudos em todas as áreas da educação são de fundamental importância para o avanço de novos conceitos, aprendizagens e conhecimentos, aos poucos a psicopedagogia tem conquistado seu espaço dentro de instituições escolares. Segundo Nascimento (2013, p. 2), o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas, com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagogia ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino.

Devem existir meios que proporcionem um intercâmbio ativo entre família/escola. Como ressalta Cavalcante (2006, p. 6), ”essas variáveis existem no aspecto físico (iluminação, ambientação, recursos didáticos e mobiliários) como também no aspecto humano (atitude do professor, metodologia utilizada, interação professor - aluno, interação aluno - aluno, nível de atenção, entre outros). ”Ou seja, o processo de ensino- aprendizagem e a formação de cada indivíduo dependem em especial da formação do professor em sala de aula, da metodologia educacional aplicada, da estrutura física da instituição, e particularmente da existência de profissionais competentes, para atendimento as necessidades particulares de cada aluno. Ainda segundo a autora citada, “O trabalho da Psicopedagogia não é só evitar dificuldades de aprendizagem, mais também aperfeiçoar relações humanas afetivas no ambiente escolar” (CAVALCANTE, 2006). Uma instituição sem um psicopedagogo é uma instituição com seu quadro de profissionais incompleto, e um psicopedagogo não orientado para um trabalho escolar dinâmico torna-se improdutivo.

Para procurar entender melhor este universo e da continuidade a novas descobertas iremos considerar levantamentos anteriores, para entender melhor o papel do psicopedagogo no ambiente escolar.

 

  1. PSICOPEDAGOGIA ESCOLAR: BREVE HISTÓRICO

 

Alguns fatores educacionais afetam diretamente no processo de  aprendizagem. A psicopedagogia surgiu exatamente no sentido de compreender e intervir na aprendizagem humana. Segundo Serra (2012 p. 5), ”A Psicopedagogia é uma área de estudo bastante recente, existindo à aproximadamente 40 anos no Brasil”.

Ao contrário do que algumas pessoas imaginam a psicopedagoga não se resume a atender pessoas com dificuldades ou distúrbios de aprendizagem, seus princípios são construídos em cima de estudos que visam a aprendizagem de um modo geral, independentemente da idade, estado patológico ou normal, qualquer pessoa pode fazer uso da psicopedagogia para aprender de forma eficaz. Sua origem é atribuída aos argentinos, Bossa (2000, p. 36), frisa que “A origem do pensamento argentino acerca da Psicopedagogia está centrada na literatura francesa e se baseia em autores como Lacan, Mannoni, Françoise Dolto, Ajuriaguerra, Pichon-Rivière, entre outros, no Século XXI”. Quando surgiram novas pesquisas em relação aos problemas de aprendizagem, século também que se passou a ter uma preocupação maior com relação aos ambientes que cada ser humano está inserido, e a forma de incentivo que cada um recebe, enfatizando também a forma como o pensamento e a aprendizagem se modificam e se reestruturam de acordo com a motivação e ensino que cada pessoa tem acesso. Foi a partir de 1946, na França, que os chamados Centros Psicopedagógicos ganharam importância e se multiplicaram com rapidez até o início da década de 1960, ligando equipes de trabalho “compostas por médicos, psicólogos, pedagogos, psicanalista e reeducadores de psicomotricidade e da escrita” (PERES, 2007, p.41).

Nos Estados Unidos, o mesmo movimento ocorria. O foco das pesquisas era em relação aos métodos, aos conceitos a serem construídos quanto à deficiência. O movimento europeu deu origem à Psicopedagogia. Já o movimento americano propagou a crença de que os problemas de aprendizagem tinham causas orgânicas e que precisavam de atendimento especializado, influenciando parte do movimento da psicologia escolar (JERÔNIMO SOBRINHO, 2016, p. 20).

Peres (1998, p. 43), discorre sobre a Psicopedagogia no Brasil, que se deu na década de 1950, com o surgimento do chamado ‘Serviço de Orientação Psicopedagógica’ (SOPP), no estado da Guanabara, e “tinha como meta desenvolver a melhoria da relação professor-aluno e criar um clima mais receptivo para a aprendizagem, aproveitando para isso as experiências anteriores dos alunos” (PERES, 1998, p. 43).

Segundo Jerônimo Sobrinho (2016), O Brasil recebeu influências americanas e européias por meio dos teóricos argentinos, principalmente na região sul do país, que anos de 1970 ofereceu os primeiros cursos de formação de especialistas em psicopedagogia. No entanto, somente nos anos de 1990 esses cursos se propagaram pelo Brasil nas regiões sul e sudeste, onde há maior demanda de especializações e de trabalhos realizados na área.

 

2.1 Regulamentação da profissão no Brasil: uma luta pela identidade profissional

 

Nos últimos anos foram muitos os desafios enfrentados por profissionais brasileiros da área da psicopedagogia, entre eles a aprovação da Lei nº 3124/97 que regulamenta a atividade de Psicopedagogos no Brasil. A aprovação desta lei dá suporte a profissionais que poderão desempenhar seu papel de forma eficaz conhecendo a fundo o processo de aprendizagem, a metodologia de educação aplicada pelas instituições, trabalhando de forma dinâmica e colaborativa com o sistema de ensino, diminuindo o fracasso escolar vivido nos últimos anos, principalmente por pessoas que tem algum tipo de distúrbio.

O Projeto de Lei nº 3124/97 foi desencadeado formalmente em 1997, pelo então Deputado Federal Barbosa Neto (GO) apoiado na premissa que esta atividade viria reduzir o fracasso escolar mediante a revisão do Projeto Educacional Brasileiro com a inserção de um profissional denominado de psicopedagogo.

Em 2001, foi aprovado no Estado de São Paulo o Projeto de Lei nº 128, de 2000, que autoriza o Poder Executivo a implantar Assistência Psicológica e Psicopedagógico em todos os estabelecimentos de Ensino Público, com o objetivo de diagnosticar e prevenir problemas de aprendizagem. Para sua aprovação, foi considerado que as despesas da execução dessa lei deveriam ocorrer à conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Em 2006, o projeto de lei de Barbosa Neto, embora com pareceres favoráveis das comissões de mérito a que foi distribuída viu sua proposta ser arquivada com fundamentos no artigo105 do regimento interno - encerramento da legislatura do proponente sem que fosse apreciado o parecer da comissão de constituição e justiça e cidadania, que lhe era favorável.

Em 4 de junho de 2008, a Deputada Federal Raquel Teixeira (GO) reapresenta o Projeto de Lei sob o nº 3512, onde argumenta em prol da regulamentação da profissão a partir da "urgente revisão do projeto educacional brasileiro, de modo a melhorar a qualidade do que se ensina e de como se ensina, do que se aprende e de como se aprende". "A resposta para tal desafio é a exercida por um profissional especializado, o Psicopedagogo, cuja atuação visa não apenas a sanar os problemas de aprendizagem, considerando as características multidisciplinares da pessoa que aprende, buscando melhorar seu desempenho e aumentar suas potencialidades de aprendizagem”. No Art. 2º, esta explicito quem poderá exercer a atividade em Psicopedagogia, no Art. 4º, as atividades e atribuições pelos profissionais da educação habilitados em Psicopedagogia.

Em 2009, o projeto ao ser analisado pela comissão de trabalho, de administração e serviço público entende que o projeto ao preservar as atribuições dos profissionais em Psicopedagogia não propõe reserva de mercado, garantindo assim o exercício da Psicopedagogia por profissionais com formação em Psicologia, Pedagogia e Licenciatura, desde que tenham o certificado de conclusão de curso em Psicopedagogia a nível de especialização ou graduação.

Em 15 de dezembro de 2009, o parecer da comissão foi aprovado.

Em 2010, o Projeto de Lei 3512 de 2008 da Câmara dos Deputados foi protocolado no Senado Federal sob nº 31/2010, onde mudanças são propostas, sendo relevante a do Art. 2º, onde se amplia a Psicopedagogia para portadores de diplomas em Psicologia, Pedagogia, Licenciaturas ou Fonoaudiologia e no Art. 4º se acrescentou aos profissionais da Educação Brasileira a da Saúde (visto a inserção da Fonoaudiologia).

O Processo de Regulamentação da atividade profissional do psicopedagogo encontra-se em andamento no Senado. Foi aprovado por unanimidade em todas as instâncias que passou e está no aguardo da assinatura do Presidente da República, mas ainda sujeito a recurso a partir de ida a Plenário. Enquanto não for assinada a lei, não há formação de conselho profissional com registro obrigatório. A ABPP) é o único órgão de classe hoje na psicopedagogia, mas não tem poder de fiscalizar ou punir (Funções de Conselho), nem de exigir piso salarial (Função de Sindicato). Com a regulamentação, os cursos de formação também vão necessitar de uma reformulação para atender ao que a lei prevê. Quem já cursou em qualquer condição que seja e atua na área tem direito adquirido mesmo que a lei estabeleça critérios diferentes dos que lhe foram oferecidos.

 

3 O PSICOPEDAGOGO NO AMBIENTE ESCOLAR

 

A escola tem uma grande missão em ensinar assuntos e habilidades que terão valor durante a vida adulta, tornando-se fundamental a qualidade da formação do educador. Porém segundo Jerônimo Sobrinho (2016), essa mesma “escola tem revisto a sua política educacional, que vem mostrando deficiências históricas oriundas, muitas vezes, da má vontade de seus membros, das equipes de orientação escolar que possuem dificuldades frente às problemáticas de aprendizagem. Jovens são rotulados de desatentos e hiperativos por uma educação que não motiva, e por uma ignorância de muitos âmbitos escolares”.

Para Côrtes & Rausch (2009), “A falta de conhecimento a respeito das dificuldades de aprendizagem fez e, ainda faz, com que os alunos com dificuldades sejam encaminhados para profissionais das mais diversas áreas de atuação. Isso fez com que se criasse uma consciência da necessidade de uma formação mais globalizante onde uma única pessoa fosse apta para atuar de forma mais objetiva, eficaz e fazer com que os atendimentos se centralizassem num só profissional, facilitando o vínculo do aluno com o processo de aprendizagem e assim resgatar o prazer de aprender. Vê-se então, que o papel da Psicopedagogia, que é a área que estuda e trabalha com o processo da aprendizagem e suas dificuldades, deve englobar vários campos do conhecimento. O atendimento psicopedagógico que antes era restrito a clínicas particulares, começa a contribuir aos poucos, para a diminuição dos problemas de aprendizagem nas escolas e assim reduzir os altos índices de fracasso escolar”.

As escolas, por falta de conhecimento adequado e por não conseguir solucionar alguns problemas, por não compreender as dificuldades dos alunos, acabam discriminando da mesma forma alunos que tem problemas e não são tratados, não conseguindo então, intervir de forma eficaz. Abre-se então, a questão do papel do psicopedagogo na e para uma determinada instituição, cujas formas de estrutura e articulação não podem ser ignoradas (CÔRTES; RAUSCH, 2009).

No contexto educativo, o psicopedagogo assume uma postura cada vez mais especializada para dar conta das demandas de um sistema educativo a cada dia mais complexo. A maior parte da atuação psicopedagógica se concentra nas instituições ligadas a educação formal. Os níveis de ação psicopedagógica abarcam os estudantes e a comunidade educativa. No sistema educativo, é o profissional preparado para estruturar estratégias de intervenção junto aos alunos com dificuldades de aprendizagem. Também são funções do psicopedagogo: diagnosticar, prevenir, reeducar e intervir nas dificuldades de aprendizagem nas áreas de leitura, escrita e cálculo. O psicopedagogo tem capacidade de inserir-se nos processos de ensino, propondo mudanças e adaptações curriculares para apoiar, orientar e guiar os alunos com dificuldades de aprendizagem, aplicando programas e técnicas para constatar a evolução e o progresso do aluno (JERÔNIMO SOBRINHO, 2016).

Neste sentido, torna-se imprescindível a interação com a instituição escolar, para que se possa dentre outras questões, conhecer a proposta da escola, os seus objetivos, as justificativas, os seus projetos, o projeto de trabalho dos docentes dos diversos componentes curriculares, bem como o desenvolvimento desses projetos, o material didático utilizado, o processo avaliativo tanto dos alunos como dos docentes e da instituição (PERES, 2007).

Diante disto, segundo o autor supracitado, o trabalho psicopedagógico na escola tem assumido um caráter preventivo, considerando desde a avaliação da realidade, da identidade da escola, perpassando pelo planejamento, pelos pressupostos didáticos-metodológicos, como também pelas relações interpessoais que envolvem o ato educativo, dentre outras questões. A autora afirma ainda que, em um trabalho psicopedagógico preventivo, não pode ignorar a importância do assessoramento educacional tanto aos alunos como aos docentes, coordenadores, orientadores, diretores, pais e familiares. O processo educacional é um processo de desenvolvimento conjunto. É um processo compartilhado, onde o aluno vai construindo seus conhecimentos não somente a partir das relações vivenciadas no interior da escola, mas também nas que extrapolam a instituição escolar e envolvem, especialmente, o convívio familiar e social.

Côrtes & Rausch (2009), afirmam que o aluno não pode ser o único responsável pelas dificuldades; as causas devem ser procuradas também num sistema escolar excludente; na formação precária dos professores e nas causas de risco social. Para a recuperação desses alunos e a superação das dificuldades a psicopedagogia necessita integrar-se com os saberes de outras áreas de conhecimento como a psicologia, a neurologia, a psicolingüística, a psiquiatria, a fonoaudiologia e outros.

Acredita-se que o trabalho da Psicopedagogia quando encontra consonância e parcerias na escola, pode promover efeitos muito positivos para a minimização das dificuldades que emergem no contexto escolar, apesar de representar um constante desafio, pois requer o envolvimento de toda a equipe, e um desejo permanente de mudanças, para que as transformações, de fato, ocorram (NASCIMENTO, 2013).

            O trabalho do psicopedagogo em todas as escolas, sejam elas públicas ou particulares, poderia, dado a importância da atuação desse profissional, ser mais bem valorizado no contexto educacional geral, e em todas as modalidades de ensino, sendo marcada por isso, a urgência de ações e políticas públicas que trabalhem no âmbito da prevenção e da promoção da aprendizagem. Muito embora existam registros de iniciativas e ações nessa direção, parece que esse processo precisa ganhar força com o empenho dos profissionais da área, mostrando resultados dos seus trabalhos e denunciando a falta dele no âmbito das escolas onde os problemas de aprendizagem precursoramente se manifestam. Considerar legítimo o trabalho da Psicopedagogia nas escolas, embora verdadeiro, não é a garantia para que ela se efetive (BRUM, PAVÃO, 2014).

 

METODOLOGIA

 

Para obter resultados positivos sobre determinada pesquisa é necessário fazer uso de métodos corretos, nas palavras de Pinto (2010, p.34), “Método é a ordem que se deve impor aos diversos processos necessários para atingir um resultado desejado, constituído de um conjunto de técnicas que formam os passos do caminho a percorrer na busca da verdade”.

Para obtermos melhores resultados e conhecimentos sobre a pesquisa em tela optamos pela pesquisa exploratória sustentada numa revisão bibliográfica numa abordagem qualitativa. Segundo Gil (2008, p. 17), a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação, ou discussão crítica dos resultados. Em uma de suas obras anteriores o mesmo autor afirma que, “Toda e qualquer classificação se faz mediante algum critério. Com relação às pesquisas, é usual a classificação com base em seus objetivos gerais assim, é possível classificar as pesquisas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas (GIL, 2002, p. 41).

A pesquisa exploratória foi escolhida por ajudar a levantar informações sobre o tema abordado, nos ajudando a entendê-lo melhor através da visão de outros pesquisadores. Pesquisa exploratória são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos (MARCONI; LAKATOS, 2006, p. 190).

Cada pesquisa possui um resultado diferente, tais resultados dependem do campo a ser estudado, empenho, inteligência e criatividade do pesquisador no foco do resultado que o mesmo procura obter. Conhecimento prévio sobre o tema abordado torna-se de fundamental importância. Segundo Prodanov (2012 p. 70), Na pesquisa qualitativa considera-se que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito pesquisador, isto é, um vínculo entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.

O autor reforça a hipótese de conhecimentos prévio e ligação do pesquisador com o tema no caso das pesquisas qualitativas, nestes casos o pesquisador torna-se um dos instrumentos chave para maior sucesso nos resultados. Ainda segundo o autor as pesquisas quantitativas costumam ter uma forte ligação com pesquisas bibliográficas já que a maioria delas também dispensa técnicas estatísticas, elaboradas a partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet (PRODANOV, 2012 p. 54).

O levantamento bibliográfico utilizado nesta pesquisa teve como principais fontes bibliográficas as bases de dados Google acadêmico, Scielo e Lilacs. Como critérios de inclusão foram selecionados trabalhos científicos em língua portuguesa publicados e editados entre 2004-2016, com foco principal nos seguintes descritores: Psicopedagogo e Psicopedagogia escolar. Podendo assim, a partir de uma busca extensa em pesquisas científicas nos aproximar e aprimorar ao máximo da realidade do tema abordado.

 

DISCURSSÃO CRITICA

 

            Com os avanços tecnológicos e  informacionais  é visível os impactos sociais principalmente no que diz respeito a educação, as pessoas buscam cada vez mais recursos e meios, a fim de diminuírem seus bloqueios, e em conformidade com as mudanças do mundo, vendo nos centros de informação, incluindo as escolas um local apropriado para tal demanda.

            Após a pesquisa realizada observamos que ainda são poucos os trabalhos realizados sobre o tema em foco.

            Para que o psicopedagogo possa interferir no ambiente escolar ajudando a solucionar os diversos problemas que surgem durante o processo de aprendizagem é necessário que haja um trabalho em conjunto entre, psicopedagogo, escola e família. Em estudos feitos anteriormente observa-se uma preocupação dos pesquisadores em destacar a importância do psicopedagogo no ambiente escolar.  Perez (2007) cita que, “O processo educacional é um processo de desenvolvimento conjunto. É um processo compartilhado, onde o aluno vai construindo seus conhecimentos não somente a partir das relações vivenciadas no interior da escola, mas também nas que extrapolam a instituição escolar e envolvem, especialmente, o convívio familiar e social”. Outros autores citam que algumas barreiras que o profissional psicopedagogo encontra ainda está relacionada à escola, e que estas nem sempre estão preparadas para atender alunos com problemas de aprendizagem. Além dessa barreira existe também a questão da regulamentação da profissão que é um grande problema enfrentado pelos profissionais da área, conforme cita Cesário (2007), “apesar dos vários anos de experiência, de atuação e dos relevantes serviços prestados a educação brasileira a psicopedagogia ainda não conseguiu status de profissão regulamentada no Brasil”.

Apesar da escassez de investigações relativas à importância do psicopedagogo no ambiente escolar e nas estratégias de aprendizagem, os poucos estudos realizados mostram resultados positivos, nos fazendo refletir especialmente sobre a forma como o trabalho em conjunto com professores aluno, família, escola  precisam ser conduzidas, como relata Peres (2007)” As principais contribuições da psicopedagogia são referentes a melhorias na aprendizagem, nas relações afetivo emocionais, na atuação em equipe e na busca por estratégias metodológicas”. 

            É explicita à necessidade e importância do psicopedagogo para evitar o fracasso escolar, é preciso que a estes profissionais sejam dados os méritos necessários, e liberdade para exercer seu papel, pois são eles que apesar de todas as dificuldades que encontram no ambiente de trabalho e diante da falta de reconhecimento da profissão, estão melhor preparados para lidar com os diversos problemas de aprendizagem apresentados pelos alunos, possibilitando a construção do conhecimento através de experiências vividas e vivenciadas, fazendo com que cada ser humano torne constante a tomada de consciência pela própria aprendizagem.

   

CONCLUSÕES

 

A proposta dessa pesquisa foi avaliar a importância do psicopedagogo no ambiente escolar através de estudos anteriores, as informações coletadas permitem considerar que o papel do psicopedagogo enquanto identificador dos problemas de aprendizagem é efetivo, as aquisições e diversificações de novos conhecimentos obrigam a humanidade, e principalmente as crianças, a mergulhar de cabeça neste vulcão em permanentemente  erupção, chamado mundo educacional. A escola é subsídio relevante no processo de crescimento de um indivíduo, dessa forma a escola é o ambiente informacional que inicia o processo de conhecimento sobre o que é a necessidade de informação e conhecimento, devido a sua intermediação no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes desde a fase de adaptação até a formação de um conhecimento maduro. Avaliando de maneira real este estudo nos remete a diversas reflexões, considerando que os estudos e processos que incluem a psicopedagogia escolar ainda estão em desenvolvimento, no entanto existem  possibilidades de melhorias para o ensino continuado,  na realização da satisfação de suas exigências, para entendimento das relações psicoemocionais que afetam tanto os seres humanos durante a busca pela informação.

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