Aida de Oliveira Miranda1

Maria da Páscoa Miranda Araújo2

Maria Augusta Lima das Neves3

Ruth Daisy Capistrano de Souza4

 

 RESUMO

 O artigo pretende fazer uma discussão sobre “O papel do Psicopedagogo e a produção textual dos alunos com deficiência intelectual (DI) na escola regular”, com vista de aprofundamentos da anaminese de alunos na habilidade da leitura, escrita e produções textuais, com intervenção do psicopedagogo para facilitar um bom aprendizado pelos discentes que ainda é restrito a pequenos grupos que conseguem se apropriar do conhecimento da leitura e da escrita. O trabalho tem como objetivo Analisar como o Psicopedagogo contribui com alunos que apresentam deficiência intelectual (DI). A partir da pesquisa bibliográfica podemos observar que as pessoas portadoras de deficiência intelectual, são aquelas que apresentam um baixo rendimento no aprendizado. Sendo assim, conclui-se que o,psicopedagogo é o profissional que  poderá contribuir no esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que não tem como causa apenas deficiência do aluno, mas que são consequência de problemas escolares, bem como no atendimento aos professores para trabalhar as produções textuais por meio de recursos didáticos  que facilitem as ações estratégicas utilizadas para melhor aquisição dos conhecimentos dos alunos.

PALAVRAS CHAVE: Aluno com “DI”. Professores. Psicopedagogo. Família e Escola

 PSYCHOPEDAGOGISTS AND THE ROLE OF TEXTUAL PRODUCTION OF STUDENTS WITH INTELECTUAL DISABILITIES IN REGULAR SCHOOLS

 ABSTRACT

This paper intends to act a discussion on "The role of psychopedagogists and textual production of students with intellectual disabilities (ID) in regular school "with a view to deepening the students in anaminese skills of reading, writing and textual productions, with intervention psychopedagogists to facilitate a good learning by students is still restricted to small groups who can take ownership of knowledge reading and writing. The study aims to analyze how the psychopedagogists contributes to students who have intellectual disabilities (D I. To carry out the research used the literature from the consultation of books, journal articles, reports. From the literature search can observe that people with intellectual disabilities are those with a low yield learning, so it is concluded that the psychopedagogists is professionals who can help in clarifying difficulties learning that not only is caused by the student's disability but are consequences of academic problems, as well as in serving teachers to work through the textual productions of resources textbooks that facilitate strategic actions used to better acquisition of knowledge of the students.

 PALAVRAS CHAVE: Student. With DI. Teachers. Psychopedagogists. Family and school

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 1 Licenciada Plena em Letras, Pela Universidade da Amazônia. Licenciada Plena em Pedagogia, pela Universidade Vale do Acaraú. Concluinte do curso de Psicopedagogia pelas Faculdades Integradas Ipiranga.

2   Licenciada Plena em Pedagogia, pela Universidade Vale do Acaraú. Concluinte do curso de Psicopedagogia pelas Faculdades Integradas Ipiranga. Professora de Educação Especial da Rede Estadual.

3 Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, Especialista em Gestão Educacional, Graduada em Pedagogia, Professora nas Instituições Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, Escola Superior madre Celeste - ESMAC; Faculdade Integradas Ipiranga; Universidade Estadual Vale do Acaraú;

4  Dra. em Teoria e Pesquisa do Comportamento- Psicologia, Coordenadora do Curso de  psicopedagogia das Faculdades Integradas Ipiranga.

1 CONSIDSERAÇÕES INICIAIS

            Historicamente a relação da sociedade com as deficiências vêm se modificando atualmente, os deficientes são considerados cidadãos como qualquer outro pessoa, com os mesmos diretos e oportunidades independentes de sua deficiência ou nível de comprometimento.

            A pesquisa em foco tem como objetivo, analisar como o Psicopedagogo contribui com alunos que apresentam deficiência intelectual (DI).

            A relevância desta pesquisa está na importância de se ampliar as discussões  sobre o tema em virtude das relações assumidas pelo “DI” na sociedade em que vive, a qual  deve proporcionar  a construção de valores autônomos, visando conceder os direitos de exercício da vida social em condições satisfatórias.

A aproximação com o tema se iniciou na escola onde percebeu-se a dificuldade apresentada pelos alunos na produção textual. Esta percepção foi advinda do convívio nas escolas e com os próprios alunos do 2º ano e pelo fato de apresentarem alunos com um déficit cognitivo e um aprendizado muito lento, aspecto este classificado, pela junta de professores especializados, como “DI”.

A pesquisa é de cunho bibliográfico, a partir de consulta a bibliografia já publicadas no mercado  como artigos, livros, reportagens, dentre outras.

A pesquisa aponta para mais um desafio de professores e psicopedagogos que estão engajados em assumir um ensino de qualidade para os portadores de deficiência intelectual

Este trabalho é mais uma contribuição, na área educacional aos profissionais que trabalham com portadores de necessidades educacionais especiais, principalmente os “DI”, que, sem “ajuda” adequada, de múltiplos profissionais que atuam em dimensões interdisciplinares, se “arrastam pelo resto da vida, condenados ao fracasso”. Há que se concretizar ações sócio educativas, essenciais aos resultados pretendidos, só assim, será possível que se alcancem níveis de inclusão satisfatória, nas escolas regulares, desses alunos, e garantam o direito de todos ao aprendizado.        

 2 O CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

 Para traçar o contexto histórico da educação especial, foram consultados vários autores entre eles Silva (2010, p. 14), que se reporta ao trajeto da educação inclusiva tendo suas bases desde a antiguidade em que os considerados ”deficientes” eram excluídos e sacrificados. A autora também enfatiza que com o advento do cristianismo, inicia o primeiro sinal de preocupação para com os “deficientes”.

            Constatamos que o primeiro olhar para a Educação Especial foi no Brasil em 1600, época do Brasil Colônia, em que houve o primeiro atendimento escolar a um educando com deficiência física, vale salientar, que este foi atendido em uma instituição especializada e particular, no Estado de São Paulo.

            Mazzotta (2005, p.28), deixa claro que a evolução da educação especial no Brasil foi caracterizada por dois períodos: 1854 a 1956 (iniciativas oficiais e particulares) e de 1957 a 1993 (iniciativas oficiais de âmbito nacional). Com isso, salientamos que nesses períodos ainda não existia nenhuma preocupação estatal em ampliar um atendimento que viesse atender a todos.

            No Brasil, as primeiras tendências das políticas nacionais de Educação Especial do século XX foram os atendimentos terapêuticos e assistencialistas, em detrimento ao educacional. A ótica da deficiência, baseada numa concepção inatista do desenvolvimento, surgida na primeira metade do século XX, produziu a ideia de que somente fatores orgânicos é que influenciavam no nascimento de pessoas com deficiência. A partir dessa concepção muitas pesquisas foram realizadas com a intenção de se separar em categorias, os diferentes tipos de síndromes que eram conhecidas.

            A afirmação que o autor Mazzotta (2005), faz sobre quando o ensino começou ser também direcionado para os “DI” diz respeito a partir da inclusão da “educação de deficientes”, da “educação dos excepcionais” ou da “educação especial”, e que as mesmas só passam a acontecer na política educacional brasileira a partir do final dos anos cinquenta do século XX. Por meio do estudo do autor, observa-se que por mais que o Brasil já houvesse vestígio das necessidades em se adotar o ensino especial desde o Brasil colônia, as soluções só aparecem com “força” na metade do século XX, isso talvez explique por que atualmente ainda lidamos com falta de experiência em atender tais necessidades no campo da educação.

            Mazzotta (2005), nos remete aos estudos sobre a evolução da educação especial no Brasil e cita as duas instituições mais conhecidas que foram surgidas para o desencadeamento da educação de necessidades especiais incluindo o “DI”, entre elas estão: o Instituto Pestalozzi de Canoas, a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, Sociedade Pestalozzi de São Paulo, Sociedade Pestalozzi do Rio de Janeiro. O Pestalozzi para poder trabalhar a educação especial teve que criar o Curso Intensivo de Especialização de Professores que até 1959 foi anualmente realizado. Em 1957, ocorreu o primeiro convênio com o governo federal, em que obteve-se recursos financeiros para iniciar a formação de uma biblioteca. A partir de 1970, contou com mais um apoio por meio de convênio com a Secretaria de Estado de Educação, a mesma passou a contribuir com professores estaduais colocados à disposição do instituto e sociedade Pestalozzi.

            Outra instituição que colaborou para o avanço da educação espacial foi a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE, Rio de Janeiro e São Paulo). A APAE surgiu em 11 de dezembro de 1954. A APAE tem como objetivo “cuidar dos problemas relacionados com o excepcional deficiente mental, como entidade particular, assistencial, de natureza civil e sem fins lucrativos”.

         Analisando a história da educação especial no Brasil, pode-se perceber que tais instituições comentadas anteriormente, conseguiram criar grandes avanços para a educação e integração dos deficientes mentais na sociedade, com apoio moral e financeiro para que os mesmos fossem mais aceitos, porém não muda o fato de ainda depararmos por certa rejeição em algumas instituições educacionais, pois alegam não terem espaço físico adequado e nem profissionais capacitados para atender as necessidades e “dificuldades” de aprendizagem que esses alunos enfrentam constantemente. Para Mantoan; Prieto (2006,p.16):

 A inclusão escolar está articulada a movimento social mais amplos, que exigem maior igualdade e mecanismo mais equitativos no acesso a bens e serviços. Ligada a sociedades democráticas questões pautadas no mérito individual e na igualdade de oportunidades, a inclusão propõe a desigualdade de tratamento como forma de restituir uma igualdade que foi rompida por formas segregadoras de ensino especial e regular.

 Realmente a inclusão escolar não esta ligada somente com o fato de incluir o aluno “DI” ou outros nas atividades escolares para que se tenha a igualdade na escola, mas sim também perceber a peculiaridade de cada um, isto é provocar uma desigualdade, favorecendo que a partir dessas particularidades possa descobrir formas para auxiliar o aluno na interação com os demais, para só assim propor atividades igualitárias para todo, lembrando sempre que o “DI’ assim como os outros apresentam suas particularidades em relação a aprendizagem, ou seja deve-se perceber que objetivos posso conseguir com o mesmo, e não somente incluir, pois só estaremos fingindo a igualdade, pois o aluno talvez não apresentará avanços devido suas limitações que não foram trabalhadas.

  Ela também se reporta ao fato de quetodas as crianças portadoras de necessidades especiais terão diferentes níveis de aprendizagem, dependendo da exigência educativa, seja ela visual, física, auditiva ou mental. Cada uma irá apresentar individualmente suas diferenças.

            Mazzotta (2005. p.16), também afirma que “durante sua busca na história da educação constatou-se informações que lhe permitem dizer que até o século XVIII, as referências que se tinham sobre a deficiência mental era relacionada ao misticismo e ocultismo”, isto é, não havia embasamento cientifico para explicar tal fato, tornando-se um preconceito sobre as diferenças individuais que esses deficientes apresentavam das outras pessoas, nesse período as noções de democracia e igualdade eram poucas imaginadas no pensamento de alguns indivíduos. Como percebemos, as formas de interrogar sobre a origem da “deficiência intelectual” se diferem, porém os processos excludentes de tratá-la permanecem. Ainda, segundo Mazzotta (2005. p.17).

 Os movimentos em favor ao atendimento do deficiente na área da educação começou primeiramente na Europa, com grupos sociais que mobilizaram-se em fazer acontecer a educação para essas pessoas, assim foram se expandindo, atingindo primeiramente os Estados Unidos e Canadá e posteriormente para alguns demais países, incluindo o Brasil.

  Entretanto, a inserção do deficiente intelectual estava longe de ser inclusiva, pois os mesmos começaram participar da educação por meio somente do atendimento educacional em que estava contido a Pedagogia de Anormais, Pedagogia Teratológica, Pedagogia da Assistência Social, Pedagogia Emendativa. Para o autor são termos que infelizmente ainda são utilizados, ou seja, ocasionando mais preconceito em relação a esses indivíduos.

Analisando a idéia do autor pode-se dizer que medidas foram realizadas para a aceitação do “DI” na sociedade, porém, não contribuíram em parte para o convívio dos mesmos com pessoas ditas “normais”, talvez pelos termos usados ou pelos objetivos que se pretendia conseguir, mas sem duvida essas conquistas foram positivas, pois contribuiu para que o próprio “DI” conhece-se melhor e buscasse novos caminhos para sua participação na sociedade.

 2 .1 Aspectos legais da educação inclusiva   

  A conferência mundial sobre necessidades educativas especiais, a Declaração de Salamanca (1994), reafirmam o comprimento com a Educação para todos, reconhecendo a necessidade e a urgência de que o ensino ministrado no sistema comum de educação a todas as crianças, jovens e adultos, independente de suas necessidades educacionais especiais. Além disso, considera que as escolas regulares são os meios mais capazes para combater as atividades discriminatórias, criando comunidades solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo à Educação para todos. Esta Declaração garante não só a educação para as crianças com necessidades educacionais especiais de freqüentar escolas regulares, bem como para outras milhões que experimentam “dificuldades” na escola, temporária ou permanentemente, e estão sem interesse ou motivação para aprendizagem, capazes apenas de completar um ou dois anos de Educação Fundamental, forçadas a repetir as séries, a trabalharem, a viverem nas ruas e longe de qualquer escola, exposto de extrema pobreza, vítimas de guerras e conflitos armados, contínuos abusos físicos, emocionais e sexuais, ou, simplesmente, não frequentam escola nenhuma, seja por qual razão for.

            A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9394/96, no Art.58, entende a educação especial como modalidade de educação escolar oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino, se estenda da Educação Básica à Educação Superior, para educandos portadores de necessidades educativas especiais. Prevê a criação de serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial; o Art. 59 afirma que os sistemas de ensino assegurarão aos educandos, com necessidades educacionais especiais, currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organizações específicas, para atender as suas necessidades.

Portanto, o ensino-aprendizagem do aluno DI requer construir ou pesquisar estratégias que melhor contribuam para o aluno respeitando suas limitações, que podem envolver os demais alunos e que podem ser feita não somente por professores especializados em educação inclusiva, mas por aqueles que não possuem essa capacitação.

 2.2 O papel da escola no processo de socialização

             Para as autoras Mantoan & Prieto (2006, p.17), “a escola justa e desejável para todos não se sustenta unicamente no fato dos homens serem iguais e nascerem iguais”. Pelo contrario deve-se entender que os homens não são iguais em tudo, pois vários fatores influenciam na sua forma física ou intelectual de ser e agir dentro ou fora da escola, pois são questões que fazem parte das características do ser humano. 

          Algum tempo atrás haviam escolas que não aceitam a inclusão, apresentando a desigualdade social como desculpa para a exclusão escolar. Modo talvez “errado” de pensar, pois se a escola não tivesse “abraçado” esta causa, esse aluno que já viver com o fato da desigualdade social, também teria em sua vida a diferença como fator crucial para não participar em sociedade.

          Dessa forma, a escola sendo o espaço, onde se valoriza a cultura e envolve todos que fazem parte da comunidade escolar deve conhecer que ensinar e aprender implica nas mais variadas formas de modos e expressões, que demonstram o conhecimento de mundo, valores e sentimentos. Segundo Mantoan (2003,p.19), “se o que pretendemos é que a escola seja inclusiva, é urgente que seus planos se redefinem para uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valorize as diferenças”. De modo, os alunos “DM” que estão inseridos na classe regular sejam respeitados e venham a se integralizar com seus colegas de classe, buscando sua autonomia e capacidade para adquirir um aprendizado satisfatório.

Infelizmente sabe-se que o ensino regular sente-se em parte incompetente para proporcionar e lidar com as diferenças dos alunos na sala de aula, mais especificamente aqueles que apresentam deficiência mental, pois na maioria das vezes deparam-se com colegas especializados neste ramo, que dificultam o entendimento dos mesmos em relação ao aluno “DI”, dizem que requer muita experiência, muito estudo, paciência entre outros, sem possibilitando a chance para que outros professores não especializados não tenham essa vivência para adquirir suas próprias conclusão, pois eles acabam ficando com receio de como conviver e ensinar esses alunos.

            Para Pontes, (2010), a socialização é um processo interativo, necessário para o desenvolvimento, através do qual a criança satisfaz suas necessidades e assimila a cultura ao mesmo tempo que reciprocamente, a sociedade se perpetua e desenvolve. Dentro deste contexto a socialização é muito importante para o desenvolvimento dos alunos, pois a escola contribui muito para a integração social no espaço em que ela está inserida, a criança assimila melhor e consegue acompanhar a cultura dentro da sua aprendizagem.

            Entende-se também que, a produção textual dos alunos em sala de aula favorece muito a comunicação e interação dos alunos “DI”, pois é uma das melhores formas que possibilita os mesmos demonstrarem suas emoções, inquietações e desenvolvimento da sua própria aprendizagem. Porém, acreditamos que há muitas dificuldades em trabalhar a produção textual, devido os fatores físicos e intelectuais que esses alunos apresentam que são características próprias dos mesmos.

            É importante que a escola reconheça as diferenças e nesse respeito considere o comportamento dos alunos em relação aos demais e, então, isso pode ser viabilizado em alguns casos de observações no andamento escolar em sala de aula, tanto na leitura quanto na escrita.

            Para Mantoan (2006, p.23), “a verdade é que o ensino escolar brasileiro continua aberto a poucos, e essa situação se acentua drasticamente no caso dos alunos com deficiência”. Com isso a compreensão da necessidade especial é um dos importantes aspectos a serem considerados, no instante em que se definem propostas educativas para os alunos e, assim, há necessidade de traçar objetivos e metodologias próprias para que esses alunos alcancem sucesso no aprendizado. Ela defende também uma escola que reconheça a igualdade e a diferença diante dos desafios que se apresentam à inclusão, torna-se necessário flexibilizar a estrutura curricular para adaptar o ensino, segundo as caracterizações que a diversidade apresenta nas classes regulares. É importante que a escola reconheça as diferenças e nesse respeito considere o comportamento dos alunos em relação aos demais e, então, isso pode ser viabilizado em alguns casos de observações no andamento escolar em sala de aula, tanto na leitura quanto na escrita.

            De acordo com a autora supra citada, o conhecimento das estruturas cognitivas do “DI” é um aspecto significativo para a tomada de decisões sobre os procedimentos pedagógicos a serem oferecidos, visando estimular o desenvolvimento e oportunizar o aprendizado significativo. Então, o instante em que se propõe a inclusão nas classes regulares, é importante que se avaliem suas condições para que se consolide um processo diferenciado, visando atender as expectativas que se levantam em relação ao desenvolvimento e a aprendizagem.

            No contexto escolar, diversas ajudas podem ser dadas ao “DI”, no sentido de facilitar o acesso ao desenvolvimento dos conhecimentos, de modo que, dependendo das situações e da estrutura oferecida pelas escolas, seja possível articular situações que proporcionam plenamente níveis de desenvolvimento satisfatório aos alunos.

     2.3 O papel do Psicopedagogo no contexto escolar

 O papel do Psicopedagogo no contexto escolar vem se posicionando gradativamente em vários estabelecimentos de ensino, visto que a presença de um psicopedagogo em um ambiente escolar requer muito empenho e dedicação junto ao corpo técnico de uma escola.

Para a Jesus; (2012), o Psicopedagogo poderá contribuir no esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que não tem como causa apenas deficiência do aluno, mas que são consequência de problemas escolares.

A autora enfatiza também que, muitos diagnósticos irão prevalecer para o papel do psicopedagogo no contexto escolar, pois ele ajudará a equipe técnica da escola para priorizar o conhecimento do aluno em sala de aula, para isso, o psicopedagogo deverá focalizar o problema em que o aluno está apresentando, como causa ou sintomas em que ele se encontra diariamente no contexto escolar e após essa anaminese efetuará o planejamento do tratamento e ou intervenção psicopedagógica. Sendo comunicado aos pais para que os mesmos tenham ciência da importância que seu filho irá precisar para alcançar um aprendizado melhor na escola, pois a cooperação da família é marcada como principal argumento para agilizar um processo de recuperação de um membro familiar.

Os alunos com necessidades educativas especiais desde a inclusão convivem em um mundo excludente e desigual que possibilita a integração no convívio com a diversidade, merecendo uma relação sócio-educativa durante uma socialização das crianças em sala de aula e com isso venha acontecer naturalmente o seu desempenho. Segundo Mantoan (2003, p.120) “A inclusão é pois um motivo para que a escola se modernize e os professores aperfeiçoe suas práticas e assim sendo a inclusão escolar de pessoas deficientes tornem-se uma consequência natural de todo um esforço de atualização e reestruturação das condições atuais do Ensino Básico”.

O professor e o aluno se percebem pessoas capazes de gerar e proporcionar atividades que viabilizem o conhecimento dos conteúdos de forma mais eficaz e dinâmica e por conseguinte prazerosa. Dessa maneira, a escola, família e aluno precisarão primeiramente de todo o apoio necessário do pedagogo e do psicopedagogo para darem suporte nas dificuldades de aprendizagem do aluno “DI”.

 2.4 A contribuição da família para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno “DI”.

             Segundo o dicionário “Aurélio”, família entende-se o grupo de pessoas ligadas por laços de casamento ou parentesco. A família tem contribuição de relevância na vida de todas as pessoas; e, no caso da pessoa com deficiência mental, isso é ainda mais marcante. Ou seja, a família deve ser o primeiro núcleo que a escola deve envolver no sentido de ajudar no processo de inclusão e no espaço familiar, as ofertas de inclusão e de ajuda devem partir para o reconhecimento e a valorização da autoestima para que seja construída. As pessoas que convivem diariamente são fundamentais para que se garanta um nível de socialização e integração que atenda qualitativamente suas necessidades sociais.

            Para Raiça & Oliveira. (1990, p.51), “esconder uma criança deficiente intelectual, significa privá-la de condições de desenvolvimento”. Os pais devem lembrar-se de que não é sua culpa ter um filho com essa condição. Dessa forma, a criança precisa tanto do apoio da família como da escola para que juntas descubram a maneira mais eficaz de um aprendizado para a criança na escola.

            As autoras enfatizam ainda que as relações com o mundo concreto se apresentam como autênticas referências para o desenvolvimento de atividades educativas do “DI”, valorizando-se o ambiente por ele vivenciado e com isso facilitando o aprendizado que o leva a construir relações autônomas no contexto em que vive. Diante disso, as relações assumidas pelo “DI” na sociedade em que vive, deve proporcionar a construção de valores autônomos, visando conceder os direitos de exercício da vida social em condições satisfatórias. Ainda segundo Raiça & Oliveira (2006, p.67), menciona que Glat (1989).

 Discute a questão da superproteção como sendo o comportamento usual em pais de pessoas com deficiência mental uma vez que se deparam, constantemente, consentimentos ambivalentes com relação aos filhos, provavelmente pela incerteza sobre a capacidade destes de sobrevivência independente.

 Em razão disso, muitas famílias se deixam influenciar pelo imaginário social, ou qual antecipa as impossibilidade e anuncia o fracasso das pessoas com deficiência mental, esse processo de rejeição pode afetar direta ou indiretamente os membros da família. Desse modo, a superproteção vem deixar o seu filho incapaz de expressar a sua vontade naquilo que pretende aprender sozinho, se achando inútil de assumir certas tarefas na escola regredindo sua habilidade naquilo que gosta de fazer.

                 Ainda segundo Raiça & Oliveira. (1990, p.53), “tratar a criança deficiente intelectual como uma pessoa com direito iguais aos outros e dar-lhe condições de participar da sociedade que será uma criança bem educada e sempre bem aceita”. No entanto, respeitar o direito do outro, não é somente dos que consideram “normais”, mas sim de todos os seres humanos que fazem parte da sociedade em que vivemos. Diante disso, a dinâmica intra-familiar é fortemente alterada com nascimento de uma criança com deficiência intelectual. Uma das alterações é a desorganização familiar.

Porém, a parceria da escola com os pais é atualmente vista como a mais importante para um melhor aprendizado para os alunos com dificuldades no aprendizado porque juntos vão se dedicar mais a seus alunos e filhos do que professores ou outros provedores de serviços, tanto em termos de tempo quanto emocionalmente.

Portanto, a falta de um entrosamento de professores e pais de alunos “DI” nas escolas, dificulta muito o aprendizado desses alunos para um futuro melhor, pois sabemos que é de suma importância um acompanhamento de pessoas que estão inseridas nesse processo de inclusão na escola, pois a responsabilidade maior é principalmente dos familiares que fazem tudo para favorecer um desenvolvimento mais eficaz e criativo na produção textual do “DI” em sala de aula.

 2.5 Recursos utilizados pelo professor para o desenvolvimento da produção textual do “DI”. 

             No contexto escolar, diversas ajudas podem ser dadas ao “DI”, no sentido de facilitar o acesso ao desenvolvimento dos conhecimentos, de modo que, dependendo das situações e da estrutura oferecida pelas escolas, seja possível articular situações que proporcionam plenamente níveis de desenvolvimento satisfatório aos alunos.

            Em sala de aula, o professor deve estabelecer uma relação verdadeira com o aluno, falando claramente o que pensa e sente em relação as suas atitudes, de modo que, o comportamento inconveniente do aluno seja discutido no sentido de não prejudicá-lo no processo de inclusão que se submete, pois, o reconhecimento da diversidade que se descreve nas relações sociais, ele deve compreender. Segundo Antoni Zabala (1998, p.176).

 Nossa tarefa prioritária como educadores não consiste na confecção de materiais que devam nos ajudar a desenvolver as tarefas educativas. A tarefa de ensinar envolve ter presente, entre elas as quais no quais nos indicam as necessidades particulares de cada menino e menina e de selecionar as atividades e os meios que cada um deles necessita. Não é razoável pensar que, além disso, podemos criar de novo, e constantemente, materiais originais para cada unidade didática. O fato de ter que utilizar materiais elaborados por outro, não significa uma dependência total, numa incapacidade de confeccionar os materiais necessários quando a oferta do mercado não se ajusta as necessidades que queremos atender.

 Os recursos didáticos são ferramentas que facilitam as ações estratégicas utilizadas para melhor aquisição dos conhecimentos dos alunos, pois sua utilização deve-se ao fato de que os recursos principalmente os visuais levam os alunos a conceberem a aprendizagem mais rapidamente por sua significação. Os recursos didáticos devem ser produzidos pelo professor em colaboração com o aluno para que o mesmo tenha mais cuidado no seu manuseio e também possa adquirir experiências de produtividade coletiva e individual, ao mesmo tempo que passa a fazer parte  integrante de seu conhecimento, o que se torna um convite a buscar outras ferramentas que o ajudem a inovar o seu despertar para o conhecimento, desta maneira ambos, professor e aluno se percebem pessoas capazes de gerar e proporcionar atividades que viabilizem o conhecimento dos conteúdos de forma mais eficaz e dinâmica e por conseguinte prazerosa.

 3 MÉTODOLOGIA

 Para o desenvolvimento da pesquisa, foi feito um levantamento bibliográfico de autores que investigam as necessidades especiais para conhecer as bases definidoras e conceituais; após a seleção do material bibliográfico construiu-se o referencial teórico que subsidiou este estudo, visando conhecer a realidade que o tema expressa. Com isso, objetivamos verificar como acontece o processo de construção textual dos alunos portadores de deficiência intelectual.

 3.1 Tipo de Pesquisa:

 Para Lakatos& Marconi (2007, p.157), “A pesquisa é um procedimento formal, com método e pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”.

Para os autores, a pesquisa é um estudo fundamental para subsidiar um fato relevante para um estudo a ser apresentado, pois a pesquisa bibliográfica e documental requer informações fundamentais nas fontes escritas, resgatando o seu histórico tanto social como cultural. Portanto, este estudo será desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica.

 3.2. Abordagem:

 A abordagem dessa pesquisa é qualitativa, que segundo Teixeira (2006, p.42) “dá oportunidade para o pesquisador analisar e compreender o objeto de estudo através do contato direto com tudo que foi dito, escrito e documentado sobre o assunto em questão”.   No caso desta pesquisa utilizou-se as diversas fontes como livros, revistas, jornais, trabalhos de conclusão de curso, pesquisas e monografias, sobre a educação especial e mais especificamente sobre a produção textual dos alunos com deficiência intelectual na escola regular ao qual serão recolhidas as informações que se tornarão necessárias para o desenvolvimento do estudo. Diante disso, os fatos documentados serão importantes para obter uma pesquisa de qualidade.

 3.3. Instrumentos:

             Os instrumentos desta pesquisa foram as diversas fontes como livros, revistas, jornais, trabalho de conclusão de curso e monografias, sobre a educação especial e mais especificamente sobre a produção textual dos alunos com deficiência intelectual. Pesquisas, que permitiu realizar um levantamento de dados por meio de referências, fichamento de textos e leitura de obras.

 3.4. Análise de dados:

 A análise de conteúdo e a interpretação de dados, baseou-se no referencial teórico que fundamentou o estudo, visando conhecer a realidade que o tema expressa.

 4 COMENTANDO A PESQUISA

 A atividade psicopedagógica objetiva e promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão escolar e social do aluno bem como contribuir e trabalhar junto com a equipe técnica de profissionais para um bom desempenho dos alunos que apresentam deficiência intelectual (DI).

Sendo assim, o Psicopedagogo poderá contribuir no esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que não tem como causa apenas deficiência do aluno, mas que são consequência de problemas escolares. Dessa forma o psicopedagogo pode orientar o professor para que o aluno com deficiência intelectual venha entender o meio mais fácil as dificuldades na produção textual.

A pesquisa em estudo trás angustias para nós e para nossos alunos, que ainda não adquiriram conhecimento textual.

A educação de qualidade exige o aperfeiçoamento constante dos docentes esses benefícios servem para quem ensina e para quem aprende, mas há vários entraves, como a baixa valorização dos professores, mas cabe ao mesmo refinar a leitura das produções dos alunos DI, e saber os melhores encaminhamentos para dar e proporcionar oportunidades, que o convide a pensar, a explorar e usar conhecimentos adquiridos, através da motivação. Entretanto, a tarefa de pensar sobre o funcionamento da escrita e da leitura tem ficado restrita e com isso, a  importante tarefa como psicopedagogo é que devemos ter um olhar voltado para o processo ensino-aprendizagem, criando oportunidades para uma intervenção nas dificuldades de produção textual dos alunos, e das suas funções cognitivas e emocionais a serem investigadas por esse profissional.

A pesquisa realizada comprovou o quanto o processo de inclusão do aluno com “DI” vem aos poucos ganhando corpo nas escolas, contudo, ainda, não é possível garantir um nível de qualidade satisfatória para atender suas necessidades.

Identificamos, ainda, a existência de variados conceitos de “DI”, porém, acreditamos que as especificidades de cada portador devem ser levadas em consideração, independente da classificação em que este possa estar inserido, pois a forma como o “DI” se desenvolve dependerá de fatores individuais sociais e ambientes, ainda que tenha o desenvolvimento cognitivo afetado, por qualquer motivo, nem todas as pessoas “DI” poderão ser colocadas no mesmo grau de limitações e de capacidades.

A literatura estudada, atesta um certo avanço, pois o portador de “deficiência”, antes visto pela sociedade, como um indivíduo desprovido de valor intelectual, atualmente, não o é, pois já encontramos vários deles , concluindo diferentes níveis de ensino e até mesmo atuando no campo de trabalho.

 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 O ser humano é um ser global que precisa da educação, seja esta formal ou informal, para se desenvolver. Ele sabedor disso, busca se aperfeiçoar por meio da construção gradual do seu conhecimento. Nessa perspectiva, cabe à educação desenvolver, de modo geral, todo e qualquer indivíduo, seja este uma pessoa com necessidades educativas especiais ou não.

Mesmo com todos os avanços e conquistas na área da educação Inclusiva constatamos, no entanto, que muito ainda precisa ser realizado, e a principal barreira a ser demolida é o preconceito, que gera os rótulos. O “DI” é rotulado como um ser “diferente, desprovido de quaisquer possibilidades de aprendizagem”, cujo padrão físico e social, existentes no mundo atual, é o parâmetro. Logo, é necessário não somente nos preocuparmos com aspectos legais, mas também em fazer com que estes direitos sejam cumpridos atenuando, assim, o processo de discriminação, ainda, vigente em nossa sociedade.

            A pesquisa realizada comprovou o quanto o processo de inclusão do aluno com “DI” vem aos poucos ganhando corpo nas escolas, contudo, ainda, não é possível garantir um nível de qualidade satisfatória para atender suas necessidades.

A literatura estudada, atesta um certo avanço, pois o portador de “deficiência”, antes visto pela sociedade, como um indivíduo desprovido de valor intelectual, atualmente, não o é, pois já encontramos vários deles , concluindo diferentes níveis de ensino e até mesmo atuando no campo de trabalho.

            A partir do desenvolvimento desta pesquisa entendemos que a produção textual favorece muito a comunicação e interação dos alunos “DI”, pois é uma das melhores formas que possibilita os mesmos demonstrarem suas emoções, inquietações e desenvolvimento da sua própria aprendizagem. Porém acreditamos que há muitas dificuldades em trabalhar a produção textual, devido os fatores físicos e intelectuais que esses alunos apresentam que são características próprias dos mesmos.

               Há também a falta de recursos na sala de aula direcionados somente para esse aluno desenvolver sua escrita que seria de grande ajuda para o professor, visto que o professor na sala inclusiva não tem formação totalmente direcionada para o mesmo, nesse momento ele tem que criar suas próprias estratégias para lidar com o ensino desse aluno e algumas vezes pode não ir ao encontro da “dificuldade” encontrada nesse aluno durante sua produção textual.               

               É importante ressaltar que uma das maiores dificuldade encontrada pelo professor para trabalhar a produção textual desses alunos é a falta do acompanhamento pedagógico especializado para com esse aluno, influenciando de forma negativa o processo da produção textual do aluno “DI”, pois esse acompanhamento seria essencial para perceber os avanços adquiridos por esses alunos e, direcionar o docente para novos métodos que favorecesse a produção textual dos alunos “DI”.

   O papel do psicopedagogo é observar e avaliar o problema de aprendizagem em que o aluno se encontra e procurar criar soluções de intervenções para dar suporte nas habilidades encontradas e solucionar o problema do aluno em sala de aula.

               Portanto, essa pesquisa vem para que os docentes das escolas regulares façam uma reflexão de como estão ocorrendo a sua didática para trabalhar a produção textual do “DI”, visto que esse ensino é tão fundamental na vida dos alunos  e que esta muito presente na educação inclusiva.

  REFERÊNCIAS

 A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. De 7 de junho de 1994, dispõe sobre princípios e políticas em Educação Especial.

 LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação. São Paulo: Editora Cortez, 1990.

 MANTOAN, Maria Tereza E. Inclusão Escolar. São Paulo: Editora Summus, 2006.

 MARCONI, Marina; LAKATOS, Eva. Fundamentos de Metodologia Científica. 6ª Edição. São Paulo: Atlas, 2007.

 MAZZOTTA, Marcos J.S. Educação Especial no Brasil: História e Políticas Públicas. São Paulo: Editora Cortez, 2005.

 RAIÇA, Darcy et Prioste, Claudia et Machado, Maria. As dez questões sobre educação inclusiva da pessoa com deficiência mental. São Paulo: Editora Avercamp, 2006.

 SILVA, Aline: Educação especial e inclusão escolar: História e Fundamentos. Curitiba: Editora Ibpex, 2010.

 ZABALA, Antoni. A prática educativa: Como ensinar. Porto Alegre: Editora Artmed, 1998.

 HTTP:// WWW.crmariocovas.sp.gov.br - acesso em 19/05/2012.

 HTTP:// WWW.psicologia.pt - acesso em 19/05/2012