O PAPEL DO PROFESSOR NA NOVA MODALIDADE EAD: DE MESTRE A TUTOR - DESAFIOS NA CONSTRUÇÃO DO NOVO PAPEL DO PROFESSOR

Mariana Pereira
Centro Universitário adventista de São Paulo- Campus de Engenheiro Coelho
Curso de Pós-Graduação em Docência Universitária ? Unasp ?EC
Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo ? Campus I
[email protected]

Resumo: Falar, atualmente, em uma educação aberta e a distância em nossa sociedade mostra-se como uma modalidade de ensino extremamente adequada e desejável para fomentar e atender as necessidades e anseios das demandas educacionais. É certo que as tecnologias estão sendo cada vez mais utilizadas à aprendizagem aberta e a distância, o que cabe indagar e investigar é como o professor, mediador do conhecimento, está utilizando desta ferramenta, de modo informal através de canais de televisão, redes telemáticas ou produtos de multimídia, para transferir o conhecimento independente do espaço físico no qual o aluno se encontra. Cabe assim, ao presente trabalho apresentar os novos desafios enfrentados pelos professores e alunos quanto a essa nova modalidade de ensino.

Palavras-chave: aprendizagem, distância, ensino.

Abstract: Speaking today, in an open and distance learning in our society shows itself as a teaching modality extremely appropriate and desirable to encourage and meet the needs and desires of educational demands. It is true that the technologies are increasingly used to open and distance learning, which we should inquire and investigate is how the teacher, facilitator of knowledge, is using this tool, informally through television channels, telecommunications networks and products multimedia, to transfer knowledge independent of physical space in which the student is. It therefore results in the present work to present new challenges faced by teachers and students about this new mode of education.


Keywords: learning, distance, education.

Introdução

A educação a distância, no Brasil, está descrita na Lei 9.394/96 ? Lei de Diretrizes e Bases, em seu artigo 80, regulamentado pelo Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, sendo definido como:

A educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação.

Já define Holmberg (1977), o termo educação à distância como modalidade de ensino no qual, não estão sob a supervisão contínua e imediata de tutores presentes com seus alunos em salas de aula ou nos mesmos lugares, mas que não obstante beneficiam-se do planejamento, da orientação e do ensino oferecidos por uma organização tutorial.
Na literatura outras definições e conceitos de Ensino a Distância são encontradas, são elas:

Ensino a distância é o ensino que não implica a presença física do professor indicado para ministrá-la no lugar onde é recebido, ou no qual o professor está presente apenas em certas ocasiões ou para determinadas tarefas (Lei francesa, 1971, s/p).

Educação a distância pode ser definida como a família de métodos instrucionais nos quais os comportamentos de ensino são executados em separado dos comportamentos de aprendizagem, incluindo aqueles que numa situação presencial (contígua) seriam desempenhados na presença do aprendente de modo que a comunicação entre o professor e o aprendente deve ser facilitada por dispositivos impressos, eletrônicos, mecânicos e outros (MOORE, 1973, s/p).

Educação a distância é uma relação de diálogo, estrutura e autonomia que requer meios técnicos para mediatizar esta comunicação. Educação a distância é um subconjunto de todos os programas educacionais caracterizados por: grande estrutura, baixo diálogo e grande distância transacional. Ela inclui também a aprendizagem (MOORE, 1990, s/p).

Educação a distância se refere àquelas formas de aprendizagem organizada, baseadas na separação física entre os aprendentes e os que estão envolvidos na organização de sua aprendizagem. Esta separação pode aplicar-se a todo o processo de aprendizagem ou apenas a certos estágios ou elementos deste processo. Podem estar envolvidos estudos presenciais e privados, mas sua função será suplementar ou reforçar a interação predominantemente a distância (MALCOM TIGHT, 1988, s/p).

Compete assim, ao professor no Ensino a Distância papel relevante, como motivador e orientador de seus alunos nesta nova modalidade do processo de ensino-aprendizagem, aprendendo no mesmo tempo que seus alunos.
Gasperetti (2001, p. 16) nos afirma que em relação à didática e à utilização da informática cabe ao professor ser o mediador utilizando-se do computador como ferramenta de meio para o processo de aprendizagem.

Sendo um meio multiforme e com capacidades técnicas em evolução contínua, o computador pode ser usado na escola de modo muito satisfatório, até mesmo para melhorar a didática. No entanto, ele não cria a didática. Ela é definida por educadores, professores e alunos (GASPERETTI, 2001, p. 16).


Educação, ensino ou aprendizagem à distância

De acordo com o parecer de Gouveia; Bizzo à Câmara de Educação Básica (2002, p. 10), pode-se compreender que "a aprendizagem, possível por intermédio dos meios de comunicação, não ocorre sem uma relação estreita entre os vários protagonistas do processo", evidencia-se a participação e a interação entre os envolvidos, ou seja, alunos e alunos, professores e tecnologias em uso. Cabe assim reforçar que as tecnologias são essenciais e importantes tanto na educação presencial quanto na educação à distância. Nesse relato, os autores definem como pressupostos básicos para uma educação a distância de qualidade.
Conforme Prado e Valente (2002, p. 29):

As abordagens de EaD por meio de redes telemáticas podem ser de três tipos: broadcast, virtualização da sala de aula presencial ou estar junto virtual. Na abordagem denominada broadcast, a tecnologia computacional é empregada para "entregar a informação ao aluno" da mesma forma que ocorre com o uso das tecnologias tradicionais de comunicação como o rádio e a televisão. Quando os recursos das redes telemáticas são utilizados da mesma forma que a sala de aula presencial, acontece a virtualização da sala de aula, que procura transferir para o meio virtual o paradigma do espaço-tempo da aula e da comunicação bidirecional entre professor e alunos. O estar junto virtual, também denominado aprendizagem assistida por computador - AAC, explora a potencialidade interativa das TIC propiciada pela comunicação multidimensional, que aproxima os emissores dos receptores dos cursos, permitindo criar condições de aprendizagem e colaboração.

A relação estabelecida entre professor-aluno deve ser baseada no acompanhamento do desenvolvimento pelo aluno de suas atividades e, na interação presencial ou a distância com o professor. É importante neste momento afirmar que deve-se respeitar o ritmo de estudo, a disponibilidade de tempo e o espaço do aluno. Cabe ao uso da tecnologia trazer ao aluno a sensação de que não está só, sempre existe um professor para orientá-lo e acompanhá-lo ao longo do curso.
Almeida (2002, p.03) nos diz sobre a:

Necessidade de uma instituição educacional responsável pelo curso em seu todo, desde a definição da concepção educacional, planejamento, criação de estratégias e condições favoráveis para a aprendizagem, elaboração de material didático, corpo docente, até a implantação do curso, o acompanhamento, a orientação e a avaliação do aluno. Os profissionais que compõem a equipe interdisciplinar responsável pelo curso devem participar de todas as etapas do curso

Desta forma, o uso integrado dos meios de comunicação deve ter como princípio desenvolver conteúdos que possibilitem a constante interação entre os alunos, considerando que forma e conteúdo, conceito e estrutura estejam interligados. Cabe aos docentes estarem ser preparados, ou buscar-se prepararem, para que, deste lado, possam manter a coerência entre sua atitude nas interações e as intenções, concepções e objetivos do curso.

Deve o conteúdo e a estrutura favorecer a aprendizagem do aluno, partindo de suas necessidades, expectativas e experiências. O professor procura dar-se a conhecer aos alunos de modo a criar um relacionamento que possibilite que os alunos também se revelem e criem vínculos entre si e com os professores. Para evitar a dicotomia entre planejadores e executores do curso, o material didático deve ser elaborado por especialistas membros da equipe interdisciplinar responsável pelo curso ou, no caso de materiais e textos de outros autores, é preciso que a equipe se aproprie dos mesmos para poder utilizá-los com os alunos (ALMEIDA, 2002, p. 03).

É certo que, desde o princípio o aluno deve estar ciente das intenções e objetivos do curso, quais serão as etapas previstas, a metodologia para o desenvolvimento bem como, as formas de avaliação.
Durante o curso, as informações necessárias sobre o processo e desempenho devem ser fornecidas aos alunos bem como possibilitar dar-lhe condições de se auto-avaliar e participar da avaliação do próprio curso.

Definição de Ensino a distância

Para Freire (1995), o processo de educar é um processo político, pois, não há uma educação neutra. Assim devem os educadores construir conhecimentos com seus alunos, visando um horizonte político de sociedade. Neste processo podemos conceber que a aprendizagem é concebida não pela transferência de conhecimento, mas, pela possibilidade da criação de possibilidades para a sua produção e construção.
Para Almeida (2002, p. 03):

O EaD pode ser compreendido como organizar situações de aprendizagem, planejar e propor atividades, identificar as representações do pensamento do aluno, atuar como mediador e orientador, fornecer informações relevantes, incentivar a busca de distintas fontes de informações, realizar experimentações, provocar a reflexão sobre processos e produtos, favorecer a formalização de conceitos, propiciar a interaprendizagem e a aprendizagem significativa do aluno.

Falar desta forma, em educação a distância consiste em transformar o processo de transmissão do conhecimento pelo emprego da tecnologia e sem o formalismo que é concebido dentro de uma sala de aula. Coube ao ensino a distância de modo sucinto ser, de modo acessível às pessoas residentes em áreas isoladas ou àqueles que não tinham condições de cursar o ensino regular no período apropriado, o modo de transmissão do conhecimento mais eficiente e adequado dentro das características e condições vivenciadas.
Cabe compreender o termo educação à distância como a possibilidade de cobrir várias formas de estudo, em todos os níveis, que não estão sob a supervisão contínua e imediata de tutores presentes com seus alunos em salas de aula ou nos mesmos lugares, mas que não obstante beneficiam-se do planejamento, da orientação e do ensino oferecidos por uma organização tutorial (HOLMBERG, 1997).
O termo educação a distância cobre várias formas de estudo, em todos os níveis, que não estão sob a supervisão contínua e imediata de tutores presentes com seus alunos em salas de aula ou nos mesmos lugares, mas que não obstante beneficiam-se do planejamento, da orientação e do ensino oferecidos por uma organização tutorial. (HOLMBERG, 1977)
Já na visão de Garcia (1995) o ensino à distância pode ser visto como um sistema tecnológico de comunicação entre professor e aluno que substituiu o contato pessoal entre os envolvidos no processo de aprendizado, utilizando-se de diversos recursos didáticos e metodológicos os quais, possibilitam a aprendizagem independente e flexível.
Diante da Lei Francesa (1971) apud Belloni (2008, p. 25), o ensino à distância não implica a presença física do professor indicado para ministrá-Io no lugar onde é recebido, ou no qual o professor está presente apenas em certas ocasiões ou para determinadas tarefas.
Na visão de Moore (1973) apud Belloni (2008, p. 25):

Pode-se compreender a educação à distância como a família de métodos instrucionais nos quais os comportamentos de ensino são executados em separado dos comportamentos de aprendizagem, incluindo aqueles que numa situação presencial (contígua) seriam desempenhados na presença do aluno de modo que a comunicação entre o professor e o aluno deve ser facilitada por dispositivos impressos, eletrônicos, mecânicos e outros.

De acordo com Keegan (1991), os elementos centrais para caracterização da Educação à Distância são:

a) Separação do professor e aluno no espaço e/ou tempo;
b) Controle do aprendizado realizado mais intensamente pelo aluno do que pelo professor; e,
c) Comunicação entre alunos e professores é mediada por documentos impressos ou alguma forma de tecnologia.

Educação à Distância é uma relação de diálogo, estrutura e autonomia que requer meios técnicos para mediatizar esta comunicação através de um subconjunto de todos os programas educacionais caracterizados por grande estrutura, baixo diálogo e grande distância transacional que tem como objetivo a aprendizagem. (MOORE, 1990)
Já para Landim (1997), o ensino à distância pode ser compreendido como uma modalidade de ensino-aprendizagem que tem como característica essencial reduzir as distâncias e os isolamentos geográficos, psicossociais, econômicos e culturais que, busca a democratização do conhecimento.
Educação á Distância é uma espécie de educação baseada em procedimentos que permitem o estabelecimento de processos de ensino e aprendizagem mesmo onde não existe contato face a face entre professores e alunos - ela permite um alto grau de aprendizagem individualizada. (CROPLEY; KAHL, 1983).
Educação á Distância é um modo não contíguo de transmissão entre professor e conteúdos do ensino e aluno e conteúdos da aprendizagem - possibilita maior liberdade ao aluno para satisfazer suas necessidades de aprendizagem seja por modelos tradicionais, não tradicionais, ou pela mistura de ambos. (REBEL, 1983)
Já para Malcom Tight (1988), a Educação à Distância se refere àquelas formas de aprendizagem organizadas baseadas na separação física entre os alunos e os que estão envolvidos na organização de sua aprendizagem. Esta separação pode aplicar-se a todo o processo de aprendizagem ou apenas a certos estágios ou elementos deste processo. Podem estar envolvidos estudos presenciais e privados, mas sua função será suplementar ou reforçar a interação predominantemente a distância.
Por fim, Peter (1973) classifica a educação à distância como um método de transmitir conhecimento competências e atitudes que é racionalizado pela aplicação de princípios organizacionais e de divisão do trabalho, bem como pelo uso intensivo de meios técnicos, especialmente com o objetivo de reproduzir material de ensino de alta qualidade, o que torna possível instruir um maior número de estudantes, ao mesmo tempo, onde quer que eles vivam. É uma forma industrializada de ensino e aprendizagem.

Breve histórico sobre a EaD

Apesar de muitos defenderem que se trata de uma nova idéia, a educação a distância já possui uma longa trajetória. Retomando vários séculos na história da humanidade, pode-se dizer que a educação a distância tem a idade da escrita.
Para Freitas (2005, p. 58):

O ensino a distância surgiu em decorrência da necessidade social de proporcionar educação aos segmentos da população não adequadamente servidos pelo sistema tradicional de ensino. Eles podem ter um papel complementar ou paralelo aos programas do sistema tradicional de ensino. Por vezes, são a única oportunidade de estudos oferecida a adultos engajados na força de trabalho e à donas de casa, que não podem deixar crianças e outras obrigações familiares para freqüentarem cursos totalmente presencias que requerem freqüência obrigatória e cujos professores, nem sempre estão preparados para atender às necessidades do estudante adulto.

Nas sociedades orais, em que a escrita ainda não está estabelecida, a comunicação é necessariamente presencial. Para que alguma informação fosse transmitida, o emissor e o receptor da mensagem deveriam estar presentes, no mesmo momento e no mesmo local.
A invenção da escrita possibilitou a comunicação libertar se no tempo e no espaço. Com a escrita, não era mais essencial que as pessoas estivessem presentes, no mesmo momento e local, para que houvesse a comunicação. Em uma sociedade primitiva, ao contrário, não ocorria a comunicação sem que a pessoa com quem deseja-se se comunicar estivesse presente.
As primeiras manifestações escritas são os desenhos, geralmente em pedras, que procuram copiar ou imitar objetos. Ao desenhar em paredes de pedra, o homem das cavernas já estaria exercitando a comunicação à distância.
Há autores que consideram as cartas de Platão e as Epístolas de São Paulo exemplos iniciais e isolados de exercícios de educação á distância. Outros defendem que, o ensino à distância tomou-se possível apenas com a invenção da imprensa, no século XV. (MAIA; MATTAR, 2007)
É certo que, a escrita, inicialmente, possibilitou que pessoas separadas geograficamente se comunicassem e documentassem informações, obras e registros. A invenção de Gutenberg, por sua vez, facilitou esse processo, permitindo que as idéias fossem compartilhadas e transmitidas para um maior número de pessoas, o que intensificou os debates, a produção e a reprodução do conhecimento.

Breve histórico da EaD no Brasil

No Brasil, a Educação à Distância está fundamentada no artigo 80 da Lei 9.394/96 ? Lei de Diretrizes e Bases, regulamentado pelo Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 e dá a seguinte definição:


A educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação.

Fazendo um paralelo entre o desenvolvimento da EaD no Brasil com a experiência mundial, algumas diferenças apresentam-se de forma marcante. A que mais sobressai é que o EaD brasileira segue o movimento internacional, com a oferta de cursos por correspondência. Contudo, mídias como o rádio e a televisão só foram exploradas com bastante sucesso em nosso país, por meio de soluções específicas e muitas vezes criativas, antes da introdução da Internet. Outro ponto é que no Brasil, a experiência das universidades abertas é retardada praticamente até hoje, com a recente criação da Universidade Aberta do Brasil (MATTAR; MAIA, 2007).

Historicamente, programas de ensino a distância têm desempenhado um papel social que poderia ser considerado como terapêutico ou complementar. Eles têm ajudado a minorar o elitismo educacional vigente em muitos países e a corrigir algumas das fissuras do sistema tradicional de ensino. Em geral, eles complementam o sistema tradicional e muitas vezes atingem objetivos emergenciais, decorrentes das constantes mudanças sociais e tecnológicas (FREITAS, 2005, p. 57).

Abaixo apresentam-se algumas referências do desenvolvimento do EaD no Brasil.

Bases de formação para um "novo professor"

A questão que será abordada neste capítulo é como viabilizar um processo de desmonte do saber pedagógico hegemônico, como criar condições para que um professor não acostumado a agir criativamente comece a agir de forma a proporcionar um ambiente que incentive a criatividade do aluno.
Lajonquière (1993) acredita ser necessário proporcionar ao professor um ambiente em que possa discutir/construir uma nova pedagogia, onde a construção do conhecimento seja uma tarefa partilhada pelos alunos e pelo professor.
Dessa forma, o autor supracitado (1993, p.46) propõe oficinas de estudos onde devem ser tematizados os problemas metodológicos:

(...) essas Oficinas vêm se consolidando como uma das ferramentas mais significativas da mudança educacional no contexto latino-americano, uma vez que contribuem para criar condições teórico ? fáticas para que os professores assumam uma postura ativa na análise crítica de sua própria prática e na formulação e implementação de alternativas de ação perante o clássico e autoritário modo escolar de ensino.

Mas, a redefinição do papel do professor requer que este desenvolva uma visão social de seu desempenho. Para tanto, na formação do professor, os mecanismos utilizados devem ser percebidos como prática social inevitavelmente coerente com a prática que se pretende implantar na sala de aula, entre professores e alunos.
Nesse contexto, Kramer (1989, p.197), na busca de elaborar alternativas que efetivamente levem a uma mudança na qualidade da formação em serviço, propõe como princípios:

Há que se ter em volta que a formação do professor que está em serviço é feita na escola e a ela devem estar voltadas as demais instâncias, a fim de que se fortaleçam os professores em termos teórico ? práticos, possibilitando-lhes uma reflexão constante sobre sua atuação e os problemas enfrentados, e uma instrumentalização naqueles conhecimentos imprescindíveis ao rendimento de sua pratica.

Diante dessa premissa, pode-se observar que Kramer (1989) sugere algumas maneiras de como a formação em serviço pode oferecer a melhoria da qualidade do ensino, pensando a prática, buscando novos conhecimentos, transformando essa prática: favorecendo o acesso e a análise dos conhecimentos em jogo, abrindo espaço para o pedagógico, superando a alienação e o afastamento dos profissionais da escola em relação ao ensino, fortalecimento as escolas; oferecendo elementos de análise crítica sobre o papel do professor; propiciando a construção do Projeto Pedagógico na escola.
No entanto, é necessário salientar que para concretizar o projeto, são necessárias algumas condições: decisão política (delineamento de prioridades e destinação de recursos financeiros), formação de uma rede de formadores; visão do professor como produtor e consumidor do conhecimento e, por último, acreditar que este é um trabalho possível.
Dessa forma, o caminho apontado para o professor recuperar o ser lugar é a formação continuada, entendida como ações tanto na direção da busca de conhecimento formal como, principalmente, de tomada de consciência de seu próprio fazer pedagógico.

Metodologia

Para realizar uma pesquisa se faz necessário utilizar um método de trabalho. Segundo Cervo; Bervian (1976, p. 32), método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou resultado desejado.
Na visão de Medeiros (2006), a pesquisa pode ser a realizada a partir de documentos contemporâneos ou retrospectivos, considerados cientificamente autênticos. Os documentos como fonte de pesquisa podem ser de ordem primária ou secundária e, ainda, escritas ou não. As fontes primárias são os documentos que gerarão análises para posterior criação de informações: decretos oficiais, fotografias, cartas, artigos, entre outros; já as fontes secundárias são as obras nas quais as informações já foram elaboradas: livros, apostilas, teses, monografias, por exemplo.
Para que fosse possível desenvolver este trabalho, a literatura específica sobre o tema foi de extrema importância, servindo como primeiro passo para sua estruturação.
Desta forma, foi realizada pesquisa essencialmente bibliográfica, sem prejuízo de um cenário dialético em todo o texto, utilizando-se de fontes secundárias.

Considerações finais

Segundo Mendonça (2002) apud Santos (2007, p. 43), a capacidade de aprender a aprender integra a emergência de um novo paradigma em educação, sendo que essa capacidade está diretamente relacionada com as características da sociedade e, caracterizada pela disseminação da informação e pela necessidade de desenvolver competências imprescindíveis à construção do conhecimento.
Doravante, é certo de que quando fala-se em Educação à Distância está-se rompendo as barreiras físicas que o atual processo de ensino aprendizado, isto porque o EaD proporciona a transição do conhecimento independente da localização física bem como rompe a regra de horários pré estabelecidos e definidos.
Necessário é que, para que haja a interatividade aluno-professor/tutor, deve-se ter contato virtual, permanente, entre esses sujeitos, uma vez que, inexiste o ambiente físico de sala de aula convencional.
Ressalta-se também que tanto o aluno adaptou-ser a ser sujeito ativo de seu aprendizado, sendo um ser autônomo, que busca o saber de forma crítica e questionadora, sendo consciente do seu papel ético e social.
Nesse contexto, é imprescindível que os educadores aprimorem seus conhecimentos em torno dessa prática em prol de analisarem questões obsoletas e avanços oportunizando com essa realidade, priorizando os fatores que beneficiarão o processo ensino aprendizagem em prol da mudança do cenário escolar vigente, cedendo espaço à criatividade à interação ao invés da passividade e individualidade.
Assim, um dos grandes desafios do professor/tutor é o de ser capaz de diminuir a distância entre a educação formal e o mundo exterior, em suma, do real e físico para o virtual. Rompendo com o papel tradicional do professor que tem como figura principal ser o pivô centralizador do processo de aprendizado, explicando aos alunos os conteúdos de sua disciplina sendo, esses avaliados através de métodos arcaicos e repetitivos que aferem os conhecimentos memorizados e, não muitas vezes, interiorizado. Já no EaD, o processo de aprendizado é rico em interações práticas e recursos multimídia, o aluno vive as situações, relaciona-as e, naturalmente, transforma muitas delas em aprendizagens significativas que exigem a mudança do papel do professor e dos alunos
Reforçando a mudança e rompimento com o processo educacional pela Educação a Distância Belloni (2001), nos afirma que essencial é a consciência de que o haja uma mudança da mentalidade da "atual" escola uma vez que o mundo está se transformando, através do uso da tecnologia, afetando assim todas as dimensões da vida social e econômica; cabendo ao campo educacional integrá-las e tirar de suas potencialidades comunicacionais e pedagógicas o melhor proveito.
Por fim, cabe às escolas, educadores e alunos ter plena consciência de que é imprescindível a preparação para as mudanças que o ambiente virtual trouxe para a educação, em especial o EaD, motivando os alunos a pesquisa, autogestão, ao conhecimento, a se enxergarem (professores e alunos) como sujeitos do processo educacional, possibilitando, assim, que aconteça uma interação efetiva e eficaz.


Referências bibliográficas

ALTOÉ, A. O computador na escola: o facilitador no Ambiente Logo. Tese de Mestrado São Paulo: Departamento de Supervisão e Currículo da PUC, 1993.

ANDRADE, Adja F. Realidade virtual na escola: um panorama. São Paulo: Ed. Visual Books, 2002.

BARBOSA, M. F. S. O.; REZENDE, F. A prática dos tutores em um programa de formação pedagógica a distância: avanços e desafios Interface - Comunic., Saúde, Educ. Educ. v.10, n.20, pp.473-486, jul/dez 2006.

BELLONI, Maria Luiza. Educação à distância. 2ª ed. São Paulo: Autores Associados, 2001.

BERLO, David K. O processo da comunicação. Rio de Janeiro: Editora Mundo de Cultura, 1963.

BICUDO, Maria Aparecida Viggiani. Pesquisa em educação matemática: concepções e perspectivas. São Paulo: Editora da Unesp, 2003.

______; BORBA, Marcelo de Carvalho. Educação Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2004

BORBA, M.C. Informática e Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

______. Informática e Educação Matemática. Belo Horizonte: Editora autêntica, 2003.

FERREIRA, Oscar Manoel de Castro ? Recursos audiovisuais para o ensino. São Paulo ? EPU; Brasília, INL, 1975.

______; SILVA JÚNIOR, Plínio Dias da ? Recursos audiovisuais no processo Ensino ? Aprendizagem. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1986.

FRANT; TOMAGHI, Transformações possíveis a partir da utilização da Informática na educação. Palestra proferida na Semana da Matemática ? GEPEM/USU, Boletim GEPEM, 1991.

FRANZ, Terezinha Sueli ? Educação para uma Compreensão Crítica da Arte. Florianópolis ? S.C: Letras Contemporâneas, 2003.

GONÇALVES, C. T. F. Quem tem medo do ensino a distância? in Revista Educação a Distância, n.º 7-8, INED/IBASE, 1996.

HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. RS: Ed. Art Méd, 2002.

KRAMER, S. Melhoria da qualidade do ensino: o desafio da formação de professores em serviço. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 1989.

MEDEIROS, Nilza. Seminário analise documental. Disponível em http://www.fclar.unesp.br/poseduesc/cd_disciplina/sem_analise_documental.ppt
Acesso em 09/09/2010.

LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico de Filosofia. 3a edição. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora, 1999.

LAJONQUIÈRE, L. D. A transformação das práticas educativas e a oficina de educadores. Notas introdutórias. Educação e Sociedade. Campinas, 1993

MORAES, R. A. Oficina de Fundamentos: Educação e Informática: por que e para quê? Campinas, Equipe de Apoio do Projeto Eureka, 1993.

OLIVEIRA, Vera Barros. Informática em Psicopedagogia. 2o edição ? São Paulo: Editora SENAC, 1999

PAPERT, S. A máquina das crianças. Trad. S. Costa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

PARRA, Nélio ? Técnicas Audiovisuais de educação. 6a Ed. São Paulo: Pioneira, 1985.

PEREIRA, Andréa; PERUZZA, Ana Paula P. M. Tecnologia da Realidade Virtual Aplicada à Educação Pré ? Escolar In: XIII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, São Leopoldo, R.S. 2002.

PINHO, Márcio; KIRNER, Cláudio. Uma introdução à Realidade Virtual. 2001.

ROSSI, Maria Helena Wagner. Imagens que Falam. São Paulo: Ed. Mediação. 2003

SCHAFF, A Sociedade Informática. São Paulo: Unesp, 1997

SOBRAL, A. A. Internet na Escola: O que e como se faz: Loyola, 2003

TIKHOMIROV, O. K. The Psichlogrcal Consequences of Conputerization (1981) In
VALENTE, J.A. O Professor no Ambiente logo: formação e atuação. Campinas. Gráfica da UNICAMP, 1996.

VALENTE, J.A. Por quê o Computador na Educação? Campinas: Gráfica da Unicamp.educação. Em J. A Valente, (org) Computadores e Conhecimento: repensando a educação. Campinas: Gráfica da UNICAMP, 1993a

VALENTE, J.A. (1993b) Por quê o Computador na Educação? Campinas: Gráfica da Unicamp.educação. Em J. A Valente, (org) Computadores e Conhecimento: repensando a educação. Campinas: Gráfica da UNICAMP, 1993b.

VALENTE, José Armando. O uso inteligente do Computador na Educação. In: XXII Congresso da Sociedade Brasileira de Computação. Florianópolis, SC, 2002.