Introdução:

É interessante analisar a temática do "Papel do Pedagogo Multimeios e Informática Educativa na Gestão de Espaços Tecnológicos" devido ao fato de que a habilitação de Pedagogia Multimeios e Informática Educativa (MMIE) é pouco conhecida dentre as demais ênfases da Pedagogia e também, pelo fato de ter havido mudança não estilo de administração para gestão da escola. Isso acontece para um melhor gerenciamento, acompanhamento e entendimento da escola e para que os encaminhamentos e ações se direcionem à qualidade dos serviços escolares.

Sendo assim, vincula-se este Pedagogo, com a gestão e os recursos tecnológicos existentes, a fim de aprofundar estes conhecimentos sobre como este profissional atua gerenciando as mídias.

Desenvolvimento:

No início, as tecnologias foram inseridas no âmbito escolar a fim de serem utilizadas apenas para aprimorar as atividades administrativas. Posteriormente, é que as TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) entraram como apoio aos conteúdos de sala de aula, colocando os computadores como recursos para o ensino e a aprendizagem. Com o passar do tempo, descobriu-se que de nada adiantava ter computadores e softwares nas escolas sem profissionais da área.

Para efetivar esta parceria – computador e educação - foramimplementados os laboratórios de informática, onde quem coordenava eram os técnicos de informática. Com o decorrer do tempo, percebeu-se que este profissional não é o mais adequado para atuar educacionalmente, desenvolvendo projetos de tecnologia educacional e aulas de informática. A necessidade era de um profissional da área educacional, ou seja, um pedagogo, mas qualquer habilitação de pedagogo não obtinha o êxito pretendido.

Então, surge assim, o pedagogo com ênfase em multimeios e informática educativa. A formação deste pedagogo multimeios e informática educativa perspassa pelas áreas de jornalismo, informática e na educação. Portanto, este é o profissional que deve atuar na área educacional ao invés, de um técnico em informática.

Este educador age como mediador, contribuindo para que ocorra o ensino e aprendizado de forma lúdica, tendo como apoio as mídias.

... o educador precisa considerar: o quanto as tecnologias alteram o cotidiano das pessoas possibilitando um outro modo de compreender/interpretar o mundo; as possibilidades de uso destes multimeios através de uma percepção que situa as tecnologias como mediadoras de um processo educacional mais amplo, numa perspectiva de superação da visão tecnicista, instrumental, idéia tal difundida na década de setenta. (MORAIS, 1999, p.38)

Não é suficiente que a escola adquira tecnologias e propor oficinas. O educador tem que ter uma mudança paradigmática perante as TICs. Não se pode negar que as tecnologias influenciam e alteram a vida cotidiana da sala de aula. Em qualquer lugar, nos deparamos com algum tipo de tecnologia, como por exemplo, quando vamos aos bancos e supermercados, entre outros. Não adianta tentarmos fugir deste ciberespaço, até porque senão seremos pessoas alienadas.

Criam-se assim, com a implantação de laboratórios de informática nas escolas, uma nova visão de administração, ou seja, a gestão participativa, encaminhando o ensino para um processo colaborativo, onde há trocas e colaboração entre os alunos e as demais pessoas da escola.

O pedagogo multimeios e informática educativa na gestão de espaços tecnológicos deve identificar e analisar os problemas na sua área de atuação, na escola, no sistema educacional e participar das diferentes comunidades em busca de alternativas para sanar esses problemas. Este pedagogo tem uma nova metodologia que permite fazer com que as tecnologias educacionais contribuam para a melhoria do ensino e da aprendizagem.

Conforme Almeida (2002):

A superação da dicotomia entre pedagógico e o técnico-administrativo, instalada na cultura escolar, encontra eco em concepções educacionais que enfatizam o trabalho em equipe, a gestão de lideranças e a concepção e o desenvolvimento do projeto político-pedagógico da escola tendo em vista a escola como organização viva que aprende empregando todos os recursos disponíveis, entre os quais as TIC.

A gestão não se limita apenas ao pedagógico, mas se reflete entre todos os integrantes da escola. Para que isso aconteça, é preciso que a direção da escola desenvolva um papel de gestão participativa, visando à melhoria no processo de ensino.

Confirma Almeida (2002): "(...) Daí a importância da formação de todos os profissionais que atuam na escola, fortalecendo o papel da direção na gestão das TIC e na busca de condições para seu uso no processo de ensino e aprendizagem.".

O papel do pedagogo-gestor, não é apenas de prover a utilização e o bom funcionamento das mídias, mas implica o todo, tanto pedagógica quanto administrativamente.

Afirma Almeida (2002):

O uso das TIC na gestão escolar permite: registrar e atualizar instantaneamente a sua documentação; criar um sistema de acompanhamento e participação da comunidade interna e externa à escola por meio de ambientes virtuais; definir metodologias de avaliação adequadas e compatíveis com critérios democráticos e participativos; trocar informações e experiências com a comunidade, identificando talentos e potencialidades que possam contribuir com a evolução conjunta de problemáticas tanto da escola como da comunidade; discutir e tomar decisões compartilhadas.

Atuar como gestor na área das TICs, permite um bom gerenciamento também para a direção da escola. Assim, eles terão informações suficientes para identificar as falhas e problemas, onde buscarão as alternativas para solucionar, e, como diz Almeida (2002):

(...) selecionar e articular informações que tragam subsídios à tomada de decisões; acompanhar em nível macro as ações desenvolvidas tanto no âmbito administrativo quanto pedagógico, de modo a adquirir uma visão do todo da escola; identificar e incentivar as ações inovadoras e criar uma rede de comunicação que possa favorecer a constituição da escola como uma comunidade de aprendizagem.

Por fim, o pedagogo multimeios gerenciando espaços tecnológicos, deve também:

·Planejar em parceria com os professores, apoiando os recursos a serem utilizados para a melhor qualidade de ensino.

·Certificar se os softwares e as mídias estão funcionando devidamente.

·Navegar pelos softwares educativos antes de utilizá-los.

·Atualizar-se frequentemente perante as inovações tecnológicas e com ênfase na educação.

·Enfatizar para os professores que o laboratório de informática deve apenas ser a extensão e enriquecimento do que está sendo ensinado na sala de aula convencional.

·Agendar as aulas a serem ministradas nos laboratórios.

·Elaborar e controlar as normas para a utilização do laboratório.

·Organizar os arquivos e materiais disponíveis do laboratório.

·Coordenar a gestão do(s) laboratório(s) de informática e multimeios

Conclusão:

Conclui-se que o profissional formado por esta habilitação de Pedagogia tem capacitação para melhor gerenciar as tecnologias porque a sua formação lhe propicia isso. Sua graduação abrangendo as diferentes áreas, como o jornalismo, a informática e a educação, torna este docente qualificado para atuar no campo das mídias no ensino educacional.

Além de mediador, ou seja, colaborador no processo de aprendizagem dos seus discentes, mostra-se que é apto para identificar e analisar os problemas na sua área de atuação, na escola, no sistema educacional e participar das comunidades em busca de alternativas para sanar os problemas.

Em razão das nossas responsabilidades como educadores, o Pedagogo MMIE precisa conhecer mais profundamente o modo de gerenciar os espaços tecnológicos. Daí a importância de aprimorar o conhecimento sobre o papel do Pedagogo Multimeios e Informática Educativa e as gestões tecnológicas, permitindo assim, que se torne possível à compreensão dessa integração.

Referências

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. (2002). PGM 1 – Gestão escolar e tecnologia. Disponível em: <http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/te/tetxt1.htm>. Acesso em: 01 out. 2007.

MORAIS, Gelcivânia Mota Silva. As tecnologias no contexto escolar: Dois quadros e um desafio. Revista de Educação CEAP, Salvador, ano VII, nº 26. p.38.– set, 1999.