O Papel do FEEDBACK POSITIVO na Ovulação
Publicado em 17 de abril de 2010 por Rafael Pereira de Albuquerque
Por Rafael Pereira de Albuquerque
Os hormônios são substâncias químicas, produzidos por glândulas endócrinas, injetados na corrente sanguínea, atingindo o tecido-alvo que contêm receptores específicos. As principais funções dos hormônios são reprodução, crescimento, desenvolvimento, metabolismo e a modulação do comportamental. O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas responsáveis pela síntese e regulação dos hormônios.
Os órgãos que compõem o Sistema Endócrino são: Hipotálamo, Hipófise, Glândula Tireóide, Paratireóides, Pâncreas endócrino, Glândulas Adrenais, Ovário (na mulher) e Testículos (no homem)
O hipotálamo, localizado no Sistema Nervoso Central, ao nível do centro da visão, está relacionada fisicamente com a hipófise, mediante um estreito canal denominado infundíbulo da hipófise. Esses dois órgãos comandam a síntese de hormônio pelas glândulas do sistema endócrino, através de estímulos de retroalimentação, FEEDBACK, positiva ou negativa, dos hormônios secretados pelas glândulas-alvos, promovendo, desta maneira, o equilíbrio das funções orgânicas.
Neste trabalho, será feita uma breve abordagem da atuação do FEEDBACK POSITIVO, nas funções hormonais do sistema reprodutor feminino.
O ovário é o órgão responsável pela síntese dos hormônios gonadotrópicos e do desenvolvimento de folículos, contendo os gametas femininos. O ovário responde aos estímulos dos hormônios Folículo Estimulante – FSH e Lúteo Estimulante – LH, secretados pela hipófise anterior, para sintetizar os hormônios ESTROGÊNEO E PROGESTERONA, promovendo o amadurecimento dos folículos ovarianos, bem como das características sexuais secundárias individuais. Esses hormônios exercem efeito por retroalimentação sobre o hipotálamo e, também, na hipófise anterior, influenciando os pulsos de liberação de FSH e LH. Esse mecanismo é denominado FEEDBACK.
Quando os níveis séricos do hormônio estradiol estão baixos, ocorre um FEEDBACK POSITIVO sobre a hipófise anterior para liberar FSH, que atuará no ovário, provocando a maturação do folículo dominante, através do desenvolvimento e proliferação das células da granulosa no folículo ovariano. O maior número de receptores de FSH nas células da camada granulosa dos folículos ovarianos mobiliza a enzima AROMATASE, que converte os andrógenos produzidos pelas células da TECA, em ESTRADIOL. O estradiol, por sua vez, provoca aumento das células da granulosa e receptores de FSH. No processo de geração, apenas um folículo primordial consegue alcançar o estágio de maturação, constituindo o folículo dominante, por volta do quinto ou sétimo dia do ciclo. Os folículos que não alcançam a dominância entram em um processo degenerativo denominado ATRESIA folicular. O FSH provoca importantes mutações intrafoliculares, as quais são necessárias a expulsão física do óvulo.
Ao passo em que o folículo se desenvolve, aumenta-se a secreção do hormônio estradiol na circulação sanguínea, o que provoca um FEEDBACK NEGATIVO, sobre a hipófise, inibindo a síntese de FSH e, ao mesmo tempo, emite pulsos de FEEDBACK POSITIVO, que provoca o aumento da secreção do LH, pela adeno-hipófise. O declínio da concentração do FSH induzido pelo FEEDBACK de estradiol não interfere na maturação do folículo dominante, pois os níveis de FSH intrafoliculares são suficientes para o seu crescimento.
Na fase mediana do ciclo, acontece o pico do LH, sob o estímulo do FEEDBACK POSITIVO DO ESTRADIOL sobre a hipófise anterior. Em contrapartida, quando os níveis de estradiol estão baixos, ocorre um feedback negativo sobre a hipófise anterior, que produz uma declínio da síntese de LH. Quando os níveis de estradiol atingem um limiar crítico, o efeito inibitório sobre a secreção de LH converte-se em uma ação estimulante, propiciando uma descarga de LH, pelo sistema porta hipofisário.
O pico do FSH, na fase intermediária do ciclo ovariano, é imprescindível para assegurar uma resposta de LH compatível para a formação do corpo lúteo hábil. Assim, o FEEDBACK POSITIVO DO ESTRADIOL estimula a hipófise anterior a elevar os níveis do hormônio Lúteo Estimulante, no estágio denominado PICO DE LH, promovendo uma acentuada secreção de PROGESTERONA e conseguinte expulsão do óvulo para a fecundação.
João Pessoa
Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, abril de 2010
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*Rafael Pereira de Albuquerque: é estudante de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, Paraibano, nascido em Cajazeiras, morou em Campina Grande e atualmente reside com a família em João Pessoa.