Farei a introdução com uma citação, que requer atenção especial e análise profunda, de autoria do filósofo e educador Morin[1]: "O papel da educação é de nos ensinar a enfrentar a incerteza da vida; é de nos ensinar o que é o conhecimento, porque nos passam o conhecimento, mas jamais dizem o que é o conhecimento. (…) Em outras palavras, o papel da educação é de instruir o espírito a viver e a enfrentar as dificuldades do mundo". 

Tenho a impressão que o educador do nosso tempo tem um compromisso com a construção das competências sociais, pessoais e tecnológicas dos seus alunos. Precisa criar as condições de conhecimento, consciência e capacidade de pensar que os coloquem frente aos desafios da vida, prontos para decidir de modo complexo, ou seja, pensando em seus interesses imediatos, futuros e também nos interesses coletivos e comunitários.

É necessário que o professor nesta nova perspectiva seja parceiro de seus alunos, estimulando a motivação dos mesmos a serem autônomos, com consciências criticas e participativos, pois é essencial esta troca e a busca de novos conhecimentos.

As tecnologias atuais são vitais para o desenvolvimento humano e auxiliam muito na correria do dia-a-dia, mas é importante que o educador esteja preparado e disposto a proporcionar as duas vertentes desse processo de mudanças, para que os jovens possam ser agentes de sua história e do seu país.

O professor do século XXI devesaber produzir, de forma que haja um constante aprendizado com relação a si e ao aluno, levando os mesmos a buscarem processos de investigação e pesquisa.

Os professores, enquanto intelectuais, precisam ser fomentadores de mudanças, incentivando seus alunos nesta luta contra as injustiças sociais, econômicas e políticas para assim buscar soluções para os problemas da atualidade.

Na educação do século XXI, seu público alvo deve receber a idéia de unidade da espécie humana, sem camuflar as diversidades. Há uma unidade humana, cuja formação não é somente seus traços biológicos da sua existência, assim como há a diversidade marcada por outros traços que não os psicológicos, culturais e sociais. Compreender o ser humano é entendê-lo dentro de sua unidade e de sua diversidade. É necessário conservar a unidade do múltiplo e a multiplicidade do único. A Educação, e esse é o desafio que se coloca para os professores do futuro, deve ilustrar o princípio de unidade e de diversidade em todos os seus domínios, pois Tentar analisar o todo através de uma parte torna os espíritos míopes. É como enxergar apenas uma cor do arco-íris. As conseqüências podem ser irreversíveis.



[1] MORIN, Edgar - Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 3a. Edição. Brasília: Cortez, 2001.