Segundo Gramsci, no mais mecânico e degradante trabalho físico existe um mínimo de atividade intelectual, por isso a afirmação: “todos os homens são intelectuais, mas nem todos os homens tem na sociedade a função de intelectuais”. A escola deveria cumprir o papel de formar indivíduos, capazes de desenvolver de forma equilibrada a capacidade ao trabalho manual e ao trabalho intelectual, como também, assumir a tarefa de elevar os jovens a certo grau de maturidade e capacidade para pensar e saber orientar-se na vida.  A escola além de ensinar ler, escrever, fazer contas, etc., deveria trabalhar de forma relativa “direitos e deveres”, pois ela é espaço importantíssimo para se forjar intelectuais orgânicos. Temos o dever de contribuir para que nossas escolas sejam “escolas vivas”, que tenham o trabalho como principio educativo (trabalho como criação e não como venda de força física).

O sistema capitalista atua no sentido de desconstruir os princípios “vivos” de nossas escolas fazendo com que elas se tornem tradicionais, com ensinamentos de caixinhas, preparando pessoas apenas para o mercado de trabalho, como também gerando e transmitindo valores que legitimam os interesses dominantes. Então a todos que se intitulam “educadores” cabe à tarefa de contribuir para que nossas escolas tenham uma educação fundada no respeito a certos princípios que regem a vida e ajudam a garantir a dignidade do ser humano, uma educação que permita aos nossos alunos e a comunidade a abertura de novos campos do conhecimento, formando cidadãos não de conhecimentos superficiais, mas pessoas capazes de desenvolver qualquer ciência sem se restringir a uma só, pessoas capazes de se organizar e lutar por seus direitos sem deixar de garantir seus deveres.

Nossas escolas devem ser um instrumento para melhorar a vida das pessoas, vinculando-se as questões da realidade, preservando e respeitando saberes, deve ser expressão do trabalho compartilhado, pois só através do trabalho que o homem modifica o espaço onde vive. Os seres humanos são cheios de possibilidades, a escola deve contribuir para que essas possibilidades sejam exploradas e avancem para o novo, respeitando a terra e aos seres.

Referencias Bibliográficas: GRAMSCI, Antonio. Os Intelectuais. O Principio Educativo. Jornalismo. Cadernos do Cárcere, volume 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2000, pp. 15-53.

Eloísa A. Cerino Lima, Graduanda em Licenciatura em Educação do Campo, Área de Linguagens – Universidade de Brasília.