O Papel da Educação a Distância na Área de Filosofia

* Por Daniel Castro do Vale

Educação e filosofia são eternas parceiras e estão intimamente relacionadas. A palavra educação é multifacetária, alguns diriam que engloba ensinar e aprender, outros, que é um fenômeno visto em qualquer sociedade. Pode ser considerada ainda como algo responsável pela manutenção e perpetuação da sociedade a partir da passagem, às gerações que se seguem, dos meios culturais necessários à convivência de um membro na sua sociedade. O que importa na verdade é que há uma semelhança genérica entre todos essas acepções, onde preponderam processos de desenvolvimento de capacidades humanas visando a sua melhor integração individual e social.A filosofia por sua vez, não ensina só a pensar com clareza e autonomia, mas a fundamentar essa cadeia de pensamento. Ainda que não se queira ou não se entenda o que vem a ser filosofia, indubitavelmente ela é vivenciada, seja pelo legado cultural dos pensadores, seja pela busca de uma visão de mundo ou visão de vida no que tange as condutas humanas, conceitos, valores, moral entre outros aspectos ainda que de forma bastante incipiente e/ou inconscientemente em alguns indivíduos. Feito este intróito, pode-se afirmar que a filosofia é a procura amorosa da verdade, como explicita a etimologia do seu próprio nome.Considerando portanto, a inegável importância da educação e da filosofia é que delinearemos a partir de então uma breve análise sobre o ensino da filosofia correlacionando-o com a educação a distância.

Ao se falar em ensino a distância, faz-se necessário analisá-lo sobre um prisma comparativo das formas e metodologias tradicionais (entenda-se ensino presencial) e situá-lo nesse novo contexto compreendido pelo que hoje se convenciona sociedade do conhecimento resultante da aplicação e do desenvolvimento intensivo do uso das tecnologias de informação que promove e sofisticasignificativos diferenciais trazendo múltiplas funcionalidades sequer imaginadas há pouco tempo. A educação a distância, portanto requer pela sua própria característica inovadora uma mudança de paradigmas no desafio do educar visto o surgimento de uma nova cultura sobre esta modalidade de ensino. Para tal desiderato, tais tecnologias implantadas em programas de educação a distância devem necessariamente criar todo um aparato que venha substituir as preleções ao vivo, criando um ambiente amistoso e altamente interativo para que o estudante além de não sentir falta de uma presença física, identifique-se no ambiente virtual e sinta-se estimulado pelo apoio individualizado e personalizado da equipe que lhe dá suporte para que logre efetivo êxitona empreitada do aprendizado filosófico a distância. Para aqueles que encaram a modalidade a distância com vislumbres de incertezas e desconfiança cabe ressaltar que o próprio ensino presencial em muito é falho. A grande questão problema da educação ao meu ver não está na forma, pois as novas tecnologias são facilitadores da mesma transmissão de informações de instruções tradicionais e tal natureza permanecerá a mesma se não for acometida de mudanças que abalem verdadeiramente suas bases, ou seja, concepções e métodos de ensino e aprendizagem.

Saem de campo salas de aulas lotadas, pó de giz e professores por vezes cansados, entram em campo, internet, fóruns, chats, conferências em tempo real, possibilitando uma maior flexibilidade ao estudante de filosofia para que venha a realmente estudar nos momentos em que ele como ser único e individualizado que é, entender como oportuno o seu horário de estudo criando assim um gosto adocicado de um aprendizado intinerante. O estudante de filosofia em tais moldes preconizados será portanto mais autônomo não aprendendo apenas aquilo que seus mestres lhe ensinam.

O ensino da filosofia portanto, seja presencial ou não presencial é essencial para a formação de um ser humano crítico, pois a atitude do filósofo é uma atitude de questionamentoque deságua numimpulso profundo em direção ao conhecimento. Ressalte-se no entanto que no contexto educacional do ensino a distância da filosofia, o baixo custo, o incentivo ao auto-estudo que inevitavelmente engendra uma atmosfera escolar e acadêmica desejosa por novos saberes e habilidades é um grande diferencial dessa modalidade, pois cria um hábito salutar de leitura infelizmente a míngua no Brasil formando e disseminando uma dupla peculiaridade de fatores determinantes para o desenvolvimento de qualquer nação: leitores, e leitores mais críticos. É nessa atmosfera cultural que a filosofia passa a ser um grande aliado do aluno, pois fato notório é que as discurssões, questionamentos, descobertas, inovações e dúvidas estão contaminados de filosofia.

Feitas tais considerações, não permito-me a encerrar um assunto tão vasto e inesgotável, mas sim divagar num exíguo desfecho de caráter simbólico do papel da educação a distância na área da filosofia, que tem como processo de formação a atitudeelementar, e por certo consciente e intencional, do estudante de filosofia na busca de resoluções de problemas da vida real, acoimado dos múltiplos fatores experenciados e aprendidos permitindo assim um aprendizado respaldado por processos reflexivos. Esses fatores correspondem a toda construção de vida do estudante de filosofia alicerçadas em suas capacidades adquiridas. Permito-me derradeiramente a uma singela consideração: o grande recurso da atualidade é o recurso informacional, que por si só de nada vale, de tal forma que na sistemática ora adotada tendo como enfoque o ensino da filosofia na modalidade a distância, a configuração deste ativo tão valioso e intangível requer a habilidade, competências e usos nos momentos oportunos, de modo a prestigiar a utilização plena deste recurso quando o ser humano efetivamente se identificar como agente ativo de seu próprio conhecimento.