Estima-se que atualmente a maior parte dos estudantes de cursos universitários possui dificuldades de concluir seus cursos, quer por falta de tempo, quer por não poderem se deslocar até o campus universitário. Com o advento da EAD, esta grande parcela dos estudantes, além daqueles que não tinham como estudar pela falta de vagas físicas, contempla a possibilidade de desenvolverem seus próprios horários de estudo.
Tais fatos levam a confirmação de que eventos desta natureza ocorrerão em número maior com o passar do tempo. Os cursos em EAD não são restritos apenas a graduação. Pode-se realizar desde cursos de aperfeiçoamento até pós-graduações neste sistema de ensino. Com perspectivas cada vez maiores de crescimento, o que já foi considerado um sonho, hoje é realidade. E espera-se que em um futuro próximo, todos os cursos sejam se não na totalidade, que ao menos uma parte do curso, seja ministrada de forma virtual.
As instituições ampliam seus negócios e ainda oferecem oportunidade para os moradores das cidades do interior, que podem abrir suas franquias, gerar empregos, e oportunidade para quem não teve a chance ou condições de ir a uma sala de aula. Representando assim, um resgate da educação formal para aqueles que não tiveram essa possibilidade de estudar. Além da menor quantidade de frequentadores por turma melhora a assimilação dos conteúdos ministrados e aumenta a eficiência desta forma de aprendizagem.
A ausência de prática, ponto questionado quando se debate a respeito da EAD, pode ser contornado com fóruns de discussão bem elaborados e acompanhados. A utilização de simuladores e a definição de encontros presenciais precisam ser vistos conforme as características de cada curso. É possível o uso da modalidade em qualquer área do conhecimento, desde que não se abra mão da qualidade e se observe os cuidados necessários. O aluno pode estar distante fisicamente, mas deve ser amparado, para nunca se sentir "só" em um curso a distância.
Durante o 7º Seminário Nacional ABED de Educação a Distância, SENAED, realizado on-line entre 23 e 31 de maio de 2009, pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), discutiu e utilizou algumas das principais novidades disponíveis para o mercado de EAD, como os mundos virtuais, melhores e mais ricos que os tradicionais Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs). Tecnologia que vem para melhoria do sistema de ensino a distância, como a utilização mais ampliada da internet, utilizando-se inclusive meios como o YouTube e o Second Life, para realização de trabalhos e atividades. O uso de blogs, que se tornaram espaços para debates, discussões e anotações de aula, Twitter (um exemplo de mini-blog), o podcast, uma espécie de programa em áudio utilizado para divulgar opiniões, entrevistas, música ou informações pela internet, serve de suporte ao conteúdo escrito do curso. O Facebook e o MySpace, já estão sendo feitas como uma ferramenta para troca de informações, duvidas e melhorar a interação entre alunos e professores. O m-learning (ou mobile learning) surge como uma solução aos altos executivos que precisam de mobilidade alternativa ao notebook. Os fornecedores de plataforma para EAD já correm para achar um padrão compatível para a diversidade de modelos de aparelhos do mercado. (AKAGI, 2008)
A utilização de games interativos do gênero Real Play Game (RPG) vem sendo uma tendência, e ao que parece irreversível. Durante o próprio SENAED, três atividades foram desenvolvidas dentro desta temática. Estas ferramentas foram pedagogicamente utilizadas, mostrando, na teoria e na prática, que é possível fazer EAD de inúmeras formas, possibilitando diferentes tipos de interação entre os participantes, sendo ampliado o leque de mecanismos informais que permitem a criação de ambientes extremamente ricos e interativos.
Em um país de proporções continentais como o Brasil, e de desigualdades tão proporcionais quanto seu tamanho, destaca-se esta modalidade como uma das eficazes soluções para a democratização do ensino.
Holmberg (1985) e Moore e Kearsley (1996) relacionam e conceituam a EAD de formas diferentes, fatos que fomentam a discussão dos pesquisadores da área em torno de alguns termos, como por exemplo: tempo; distância; educação; ensino; entre outros.
Em 2004, o termo Web 2.0 foi apresentado por Tim O?Reilly para definir aplicativos utilizados na rede, na qual os softwares são disponibilizados na internet como um serviço, e a web, como uma plataforma. Esse modelo prima pela interatividade aproveita a inteligência coletiva dos usuários que deixam de ser consumidores e passam a ser também produtores de conteúdo. Enquanto no modelo antigo, denominado desde então de "Web 1.0" aonde o usuário era apenas como um expectador em uma página, na "Web 2.0" ela passa a ser também autor, acrescentando opiniões e conteúdos, pode ler, participando, modificando e recriando conteúdos.
Segundo Scherer (2003), nos tempos atuais de Web 2.0, um professor virtual precisa planejar o ambiente, pensar o design, criar os materiais, dando-lhes vida. Ele deve disponibilizar vários espaços para interagir com seus alunos acerca dos conteúdos a serem discutidos em um curso ou em sua disciplina, espaços como os fóruns e os chats. Além disso, observamos também a educação realizada através do diálogo, pois é neste ponto que o professor contextualiza, interage e indica caminhos na orientação do aluno, até ele achar o caminho da resposta.
Para que os estudos sejam satisfatórios e para que o aluno não desista no meio do caminho é fundamental observar alguns pontos importantes desta jornada. O ensino a distância, EAD, é de certa forma, solitário e, por vezes, cansativo e chato, portanto é natural que os envolvidos se sintam afastados do mundo. Os alunos buscam uma faculdade on-line por diversos motivos, tais como a falta de tempo, qualquer deficiência física que impeça ou dificulte seu acesso ao ensino presencial, à flexibilidade de horários que o EAD oferece, entre outros. Mas é importante frisar que esta flexibilidade precisa vir acompanhada de muita responsabilidade para que não se torne prejudicial. Na concepção não podemos esperar milagres da EAD, pois o ensino e a aprendizagem dependem das instituições, dos professores e dos alunos e, principalmente, de sua relação com as ferramentas utilizadas no Ensino a Distancia. Afirma, ainda, que as duas principais características da EAD, a serem exploradas em projetos pedagógicos, são as capacidades de simulação e as interatividades. A EAD, sempre acompanhada da educação presencial, deve ser combinada com estudos individualizados e interdisciplinaridade, tríade que tende a dominar o cenário da educação nas próximas décadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

AKAGI, André: E-Learning 2.0. Portal WebAula out. 2008. Disponível em <http://portal.webaula.com.br/artigo.aspx?sm=artigos&codartigo=13> : acesso em 14 de Setembro de 2009.


HOLMBERG, B. Educación a Distancia: situación y perspectivas. Buenos Aires: Kapeluz, 1985.

MOORE, M.; KEARSLEY, G.: Distance Education: A Systems View. Belmont: Wadsworth Publishing Co., 1996.

SCHERER, Suely.: O Papel do Professor nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem. CONGRESSO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ? MERCOSUL, 7, 2003, Florianópolis - SC: CTAI-Senai, 2003. p. 270-274.