O PAA II - Projeto de Aceleração da Aprendizagem II
El PAA II - Proyeto de la Aceleración del Aprendizaje II
Aluna: Maria da Graça Soares
Matrícula : 20091SEDU1611
Professor Orientador: Carlos Roberto Pires Campos
IFES - Instituto Federal de Educação - Rodovia Cachoeiro/Alegre Km 5
Morro Grande - Caixa Postal 527
Cachoeiro de Itapemirim .CEP 29300-970 Tel.: (28) 3526 9000
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Resumo: este ensaio trata de pensar a educação através de projetos educacionais impostos pelo governo de cima para baixo. Pensar as diretrizes da nova LDB a respeito da educação, essencialmente estadual. Em evidência, particularmente o Projetos de Aceleração da Aprendizagem, que foi o pioneiro no Estado do Esp. Santo desde 1999. A partir dele vieram outros, culminando no MULTICURSO de Matemática entre 2008-2009. Mas este não estamos questionando. O PAA II foi um projeto interdisciplinar que abrangeu todas as áreas, todos os conteúdos curriculares. Ainda discutimos e avaliamos as capacitações de professores de acordo com a LDB 9394. Temos como alvo, as escolas estaduais do Município de Mimoso do Sul, tomadas como amostra 4 escolas que pretendemos acompanhar mais de perto a passagem deste Projeto.
Palavras - Chave: projetos educacionais, educação, escolas
Resumen: este ensayo trata de piensar la educación a través de proyectos educacionales impostos por El gobierno de arriba para abajo. Piensar las direcciones de la nueva LDB a respecto de la educación, principalmente la de la província Del Espírito Santo. Ponemos em evidéncia El Proyecto de la Aceleracíon Del Aprendizaje, que fué El primero desde 1999. A partir de El, vinieron otros hasta llegar en El Multicurso de Mathemáticas que sucedió entre médios de 2008 y 2009. Más este, no lo estamos cuestionando. Fué um proyecto interdisciplinar que tuvo la participación de todos los contenidos curriculares. Cuestinamos todavia y haciemos la evaluación de las capácitaciones de profesores em conformidad com la nueva leye de enseñanza: la LDB 9394. Tenemos como alvo, las escuelas de la província de Mimoso do Sul, teniendo como muestras cuatro escuelas que pretendemos acompañar de muy cerca El pasaje Del dicho proyecto.
Palabras Claves: proyectos educacvionales, educación, escuelas.
1. INTRODUÇÃO
A implantação dos Projetos Educacionais pelo Governo na Rede Pública do Estado do Espírito Santo, Brasil, têm sido alvo de discussões polêmicas por parte do corpo docente de todas as escolas, especialmente das escolas do Município de Mimoso do Sul, que fica ao Sul do Esp. Santo, fazendo divisa com o Norte do Estado do Rio de Janeiro. O Município de Mimoso do Sul tem aproximadamente 26.208 habitantes. O Estado do Esp. Santo tem 78 municípios ao todo.
Mimoso do Sul possui 14 escolas entre as de Ensino Fundamental e Médio, sendo a maioria na Zona Rural, relacionadas a seguir, quatro na Sede do Município e as demais na Zona Rural, sendo elas:
ZONA URBANA - SEDE
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Elias Tomasi
Escola Estadual de Ensino Fundamental "Antonio Acha"
Escola Municipal de Ensino Fundamental Monteiro da Silva
Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro José Vieira
ZONA RURAL
Escola Estadual de Ensino Médio ? Elizabeth Nazário Laurentino - Distrito de São José das Torres
Escola Municipal de Ensino Fundamental José Gonçalves Figueira - São José das Torres
Escola Municipal de Ensino Fundamental "Dr. José Nicodemos Cysne" - Patronato
Escola Estadual de Ensino Médio "Antonio Sabatini" - Conceição de Muqui
Escola Municipal de Ensino Fundamental Salvador Astolpho - Conceição de Muqui
Escola Municipal de Ensino Fundamental Antônia Junger P. Da Silva - Conceição de Muqui
Escola Municipal de Ensino Fundamental Catharina Giovanini Faber - São Pedro

 Escola Municipal de Ensino Fundamental Constâncio Vivas - Santo Antonio de Muqui
Escola Municipal de Ensino Fundamental Rosalvo Barboza Terra Lima - Ponte de Itabapoana
Escola Municipal de Ensino Médio Antonia Mattos - Ponte de Itabapoana
O Projeto que será investigado, analisado, avaliado e do qual faremos observações e sugestões é o PAA II - Projeto de Aceleração da Aprendizagem II. Este último teve sua fase de implantação no ano de 1999, em todas as escolas estaduais do Esp. Santo, oriundo do Estado do Paraná e patrocinado pelo Instituto Airton Sena.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 5.692/71, reordena o ensino de 1º e 2º graus vigentes, mas apresenta em seu bojo forte teor acerca da profissionalização, inclusive direcionando para a criação de cursos técnicos profissionalizantes, esbarrando também na escola normal, quando foi definido como uma habilitação no âmbito profissional, pois, cria-se a habilitação específica para o magistério, exigida como formação mínima para o magistério de 1ª à 4ª séries, tal curso de 2º grau, como habilitação específica de três anos de duração.
As habilitações específicas para o magistério não deixou de ser alvo de críticas, ainda no período de vigência da Lei nº 5.692/71, principalmente no tocante as dicotomias existentes em sua prática, conteúdo e metodologia, núcleo comum e parte profissionalizante, enfim, chegando inclusive no fato de muito mal trabalhado o estágio supervisionado e isso leva mais ainda ao descrédito da população.
Ao ser editada em 1996, a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, encontra um cenário montado acerca da formação de professores no Brasil, tanto ao nível médio, como superior em especial às escolas normais de nível médio, inclusive sendo a maioria mantidas pelo poder público.
Percebe-se o empenho do governo brasileiro, no sentido de responder as novas demandas da educação, desde os anos 90 e consequentemente direcionou também a preocupação com a formação de professores, amparados pela legislação educacional, assim como pelas políticas públicas para a educação escolar no Brasil.
A segurança do que se retrata no parágrafo anterior, está fundamentado nas reformulações do Projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a qual se empenhou a destacar a universalização do Ensino Público, carregando em seu bojo a questão do direito de Educação escolar para todos, sem discriminação.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, foi aprovada em 1996, a qual oportunizou uma série de reformas, mesmo que isoladas, ao ensino escolar no país, fator também ocorrido com um novo modelo de formação de professores, porém, a reforma destinada a formação de professores, remete ao entendimento de um plano de governo preocupado com redução de custos aos cofres públicos, tendo em vista a flexibilidade disponibilizada aos cursos aqui enfocados, tornando percursos aligeirados de conclusão e automaticamente contribuindo ao mercantilismo educacional.
A partir da premissa acima, passa a se entender que não é objetivo do plano de governo a formação consistente do profissional docente, mas, descentralizar a formação de professores, inclusive fica claro a questão que regulamenta as Instituições de Ensino Superior. Quando se fala de descentralização, se fala de formação de professores em espaços não universitários e que venham atender realmente os objetivos da universalização da educação escolar. Desta forma, o governo terceiriza responsabilidades, colocando em apreciação a questão da qualidade, preocupando-se com a necessidade quantitativa que o mercado de trabalho exige.
Os estudos remeteram a idéia da definição não completa sobre profissão e profissionalização, e tal situação, mesmo tornando-se impasses, criam entendimento satisfatório no que diz respeito a situação social e ocupacional do professor. Assim, promove ações que se direcionam ao repensar do curso de formação de professores, onde se começa a reestruturá-los, no mínimo ao nível de discussão, os projetos pedagógicos que norteiam tal formação
São várias as dificuldades existentes sobre a profissionalização do professor, onde aqui se podem destacar as mais relevantes: saberes indefinidos, baixos salários, desprestígio social, formação inadequada e por que não dizer fraca, reduzindo-os a tarefeiros. Mas há de se considerar que a sociedade, através de educadores, pesquisadores e adeptos, recentemente começaram a se manifestar no sentido de apresentarem propostas de superação destas questões, evocando idéias que possibilitem a integração da questão profissional fechada na categoria, mas interagindo num processo com os mais variados atores do meio educacional.
O anseio da população, seja ela de qual quer lugar do país, é a formação de uma sociedade, na qual se garanta a formação para o pleno exercício da cidadania, que reconstruirá um meio justo, dotado de princípios de convivência, de ética, do direito de ir e vir. Isso só ocorre com a contribuição de professores capazes de construir esse perfil de ser social, mas somente acontecerá quando da formação consistente do curso de formação de professores. Não há educação, nem sociedade, sem profissionais devidamente preparados.
Os novos rumos surgem a partir de situações que não estão satisfazendo as áreas sociais, pessoais e profissionais, e assim deve ocorrer com a formação de professores, visto que não está atendendo a demanda de forma qualitativa. Para isso, todos os suportes devem ser garantidos ao professor em sua formação e posterior a ela, como a remuneração justa e a formação continuada que necessita. Desta forma, o desafio é suprir as necessidades ainda não satisfeitas.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e tendo como experiência a nossa efetiva participação nos projetos educacionais do Esp. Santo, em especial o PAA II, podemos observar que os objetivos reais destes não é na realidade o desenvolvimento do aluno, mas infelizmente, a adequação destes aos moldes educacionais do governo, que elabora parâmetros a serem seguidos para fazer dos jovens eternos marionetes. Cada vez mais vemos que nossos jovens, têm na sua educação, reflexos da educação familiar sem freios e sem limites, na qual os pais não têm mais autoridade nem consegue impedi-los de cometer atrocidades e outras inconseqüentes atitudes que leva-os a um futuro incerto e desastroso. Nosso jovem, sem perspectiva é jogado nas escolas públicas, com ensino de conteúdo defasado, e um currículo disfarçado de objetivos sociais, que tentam suprir a falta de educação familiar e religiosa, já que a igreja também não consegue frear estes em seus arroubos hormonais.
Presenciamos no cotidiano das escolas públicas, jovens que nem sabem por que estão ali. Se lhes perguntamos o que pretendem fazer após a conclusão do Ensino Médio, eles não sabem. Se lhes perguntamos por que não formam um Grêmio Estudantil, para discutir idéias, organizar eventos escolares e tornar a escola mais agradável, eles dizem encontrar na equipe pedagógica da escola, dificuldades para fundar o Grêmio, já que a escola teme sequer dar-lhes liberdade para tal.
Na escola, nossos alunos estão restritos a chegar na hora determinada, merendar e fazer tarefas pré-estipuladas por professores e por pedagogos. Quando questionam tornam-se inoportunos, são obrigados a calar-se e retroceder em qualquer iniciativa.
As festas são organizadas pela escola, e eles são convidados a comparecer. Tudo na escola está terceirizado e impessoal. Cada vez mais distante da autonomia e da liberdade. Não são estimulados a tomar iniciativa, pois alguns educadores temem dar-lhes liberdade e eles não saberem usar.
Assim tem sido a série de projetos implantados pelo governo nos últimos dez anos. E o mesmo comportamento é usado em relação aos professores e escolas: são projetos impessoais, oriundos de outros estados, de outras realidades, sem a mínima contextualização, aprovados na cúpula da educação estadual e que chegam às salas de aula intempestivamente. Com a mesma rapidez que vêm se vão, e a educação continua a mesma.
O mesmo se pode dizer da maneira com que as escolas acolhem estes projetos: fingem que aceitam suas metodologias, as inspeções fingem que inspecionam, atestam que tudo vai bem, mas na verdade eles nem chegam perto de atingir seus objetivos.
O que fazer para que isto mude? Como implantar projetos reais, para contextos reais, escolas reais, alunos reais, nesta realidade fantasiosa e fugaz? Nossos alunos cada vez mais alienados, despreparados para vestibulares, Olimpíadas de Matemática, PAEBES, PROVA BRASIL, ENEM e outras formas de avaliação. Quanto mais se avalia mais se comprova que nossos alunos estão sem conteúdo, não sabem sequer ler e interpretar textos.
Cremos que a única solução é criar projetos contextualizados com cada comunidade escolar, e capacitar professores cada vez mais. Mas capacitar realmente, com troca de conteúdo, troca de experiências reais, principalmente com as comunidades e com os municípios. Parece cada vez mais que essa troca de experiências leva a uma pressão do governo em relação aos professores e escolas. E nos parece também, que na hora de selecionar profissionais para a educação tem de haver uma rigorosidade maior, pois temos poucos profissionais especializados em áreas como física, química, e matemática. Sem falar em professores de língua portuguesa e estrangeira, que não lêem, nem falam o idioma, mas ensinam a gramática. Já que ensinar é dar exemplo, e é com exemplo que se educa, porque professores lêem tão pouco? Porque na escola, que deveria ser ambiente de estudo e concentração, existe tanto ruído, tanto barulho e tanta invasão de privacidade? Poucos são os momentos de silêncio onde se pode estudar ou conversar sobre assuntos de reais interesses para a cultura.
A farsa que encobre a verdadeira situação de profissionais e cotidianos da educação, das salas de aula, determina um entrave muito grande na evolução da educação.
Pensando nisso, na busca de soluções, precisamos nos unir em favor da verdade. Da verdade acima de tudo, que nem tudo que se diz ou escreve a respeito da educação é verdadeiro, ou justo. Justo seria tirarmos as máscaras e encararmos o fato de que educação é ferramenta de política. Que políticos orientam, direcionam os rumos de nossa educação, e que nós professores somos apenas o veículo desta veiculação errônea de educação, sem objetivos concretos, sem verdade, sem coerência, na qual os alunos são os últimos a serem beneficiados. Que justifica desvios de verbas educacionais, de merenda, de livros para enriquecer autores de obras didáticas que nem sempre são usadas e acabam enchendo as bibliotecas de escolas que nem bibliotecários tem para atender aluno.
Que educação é essa? Se são as perguntas que movem a evolução, fazemos as perguntas. As respostas ficam a cargo de nossa consciência, da consciência de cada um de nós.


4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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