Resumo: A forma como vêm se dando às relações escolares nos últimos anos, em virtude das modificações econômicas, sociais e culturais que resultam em novas demandas e desafios na educação e, conseqüentemente, em novas necessidades de um novo perfil de aluno. Destacamos a relevância da existência do profissional de orientação educacional na escola.
Palavras-Chave: Orientador educacional, escola,família, comunidade,aluno.

Baseando–se na importância de atuação do individuo em sua sociedade, o orientador educacional ao longo de sua trajetória, assume como caminho de seu trabalho o comprometimento com o desenvolvimento da sociedade.

Neste sentido, destaca-se a relevância das dimensões pedagógicas e técnicas do O. E. que se revela pela capacidade de relacionar conteúdos e técnicas da área de trabalho, pela capacidade de planejamento e previsão, pela atitude avaliativa, pela preocupação em relacionar conteúdo e metodologia à realidade de vida do aluno, relacionando conteúdos e metodologias que sejam pertinentes ao contexto escolar.

A função do O.E. no decorrer da história se caracteriza desde um processo considerado terapêutico, devido às influências da psicologia, em que o aspecto principal era o ajustamento do aluno à sociedade e à família, até a função preventiva.

Ate chegar ao seu atual momento, a orientação educacional passou por diversos períodos, dos quais segundo Grispun (2001), dividiram-se da seguinte forma:

·Período Implementador (1920 a 1941) foi caracterizado como cenário inicial da educação Brasileira, no qual, a orientação enfatizou os trabalhos de seleção pessoal e escolha profissional.

·Período Institucional (1942 a 1960) determinado por exigir a legalização da orientação educacional nas escolas e dinamizar a criação de cursos que cuidavam da formação dos orientadores educacionais.

·Período Transformador (1961 a 1970) caracterizou a orientação educacional como educativa, neste período as questões psicológicas ganham mais espaço.

·Período Disciplinador (1971 a 1980) marcado pela obrigatoriedade da lei nº 5.692/71, que determinava o aconselhamento vocacional e a obrigatoriedade nas escolas de 1º e 2º graus, mas sem a "legitimidade de seus objetivos e propósitos por parte dos educadores, não garantiu a eficiência de seus resultados".

·Período Questionador (década de 1980) levantou questionamentos sobre a formação dos profissionais da orientação educacional e da pratica por eles exercida.

·Período Orientador (a partir de 1990) supostamente o período de "orientação" para a educação pretendida.

Atualmente, o O.E. vive uma fase considerada crítica e se configura como processo social necessário dentro da escola, para mobilizar os que nela atuam para a formação do homem coletivo.

Portanto, a escola e o O.E. nessa perspectiva constituem-se importantes elementos de mediação da aprendizagem do aluno e da sua formação como um todo. Assim, temos como objetivo geral apresentar à sociedade a importância do trabalho de Orientação Educacional no espaço escolar, como, mediador no processo de ensino-aprendizagem.

E como objetivos específicos: contribuir para a conscientização da necessidade do serviço de Orientação Educacional nas escolas; mostrar a importância do profissional de Orientação Educacional quanto a integração escola/ família e comunidade. Promover discussões acerca do trabalho de Orientação Educacional entre os profissionais da educação.

A Orientação Educacional manteve sempre estreita relação com as tendências pedagógicas, sendo seu trabalho desenvolvido de acordo com o que se esperava nas diversas concepções. Assim como a educação, a orientação está inserida num contexto sociocultural, político e econômico que a caracteriza de uma forma única e específica no momento histórico de sua análise.

A Função do Orientador no Ambiente Escolar.

A dimensão sócio - histórica de nosso país repercute fortemente no trabalho educativo. A divisão de orientação nos faz perceber que as posturas teóricas que os orientadores educacionais assumiram no decorrer dos períodos estava relacionada, em grande parte, ás atividades que deveriam ser desenvolvidas pelo aluno para seu auto - conhecimento".O OE trabalhava exclusivamente para total desenvolvimento do aluno,segundo Grispun (2001):

"Um profissional que possuía alto sentido de autoridade e conhecimento no campo educacional e cuja pratica se estendia, além da orientação ao aluno,á formação de um clima educativo, na escola , para que o educando pudesse ter um bom desempenho nesta instituição."

Possivelmente em uma tentativa de melhorar a qualidade e os resultados das instituições de ensino, o OE viu ao passar do tempo sua pratica ser voltada para o professor e para instituição escolar. O OE utiliza-se de seus conhecimentos para viabilizar um melhor relacionamento entre professore e alunos, aprimorando as condições do processo ensino - aprendizagem. E trabalha desde a realização de matriculas, conhecendo assim a realidade de cada aluno, ate a elaboração dos projetos político – pedagógico a serem desenvolvidos pela escola.

Pode-se observar que todos os enfoques da orientação educacional estão voltados para o pleno desenvolvimento do aluno. De todas as suas atribuições, o aconselhamento, durante um longo período foi reconhecido como a mais importante ação do OE, segundo LUCK (2001):

"A suposição implícita é de que no aluno esta a causa do problema. Tal procedimento não reconhece que, muitas vezes, comportamentos inadequados do educando são causados, dentre outros, por disfunções ambientais como, por exemplo, currículo e programas e condições individuais regulamentos inflexíveis, ou insensibilidade de professores e adultos em geral á individualidade do educando."

A orientação, assim entendida, era vista como uma atividade, de aconselhamento, dentro da escola, que ajudava, facilitando os meios e as condições necessárias para o aluno buscar, discutir, pensar, refletir, problematizar, agir sobre dados e fatos necessários à construção do seu conhecimento, à formação do seu entendimento como cidadão.

Após a década de 1990 iniciou-se a construção de uma nova pratica dos orientadores, os quais procuraram e ainda procuram buscar-nos demais educadores a especificidade de seu trabalho, favorecendo assim as relações entre o desenvolvimento e o aprendizado, entre o desenvolvimento e seu ambiente sócio – cultural".

Uma nova prática dos OEs,esta diretamente relacionadaá função social desenvolvida pela escola. Nesse processo se destaca mais uma importância do trabalho do orientador educacional que é a de promover a integração de todos os profissionais da escola, conscientizando-os da necessidade da sincronicidade no fazer pedagógico, isto é, despertarem que em suas ações, está presente a dimensão política que se revela pela relação ética do educador com a realidade social mais ampla: pela busca de um relacionamento entre o que faz e a realidade do aluno; a dimensão humana - interacional que se caracteriza pela relação sócio-afetiva e cognitiva que o educador busca construir entre ele e o aluno e entre aluno-aluno e pela preocupação em construir o grupo de educadores e educandos, garantindo um trabalho integrado e cooperativo na escola; e a dimensão técnica manifestada pelo conhecimento do educador em relação aos conteúdos e técnicas de sua área de trabalho; pela sua capacidade de planejamento e previsão, pela sua atitude; pela preocupação em relacionar conteúdo e metodologia à realidade de vida do aluno, selecionando conteúdos e metodologias que sejam pertinentes aos interesses da comunidade escolar.

Não esquecendo também a relação do OE com a família do educando, promovendo assim o desenvolvimento de atitudes favoráveis à efetiva participação dos pais na tarefa educativa, orientando os pais para que tenham atitudes corretas e relação ao estudo dos filhos, identificando possíveis influências do ambiente familiar que possam estar prejudicando o desempenho do aluno na escola e atuar sobre elas.

Contribuindo assim, para o processo de integração escola –família - comunidade, atuando como elemento de ligação e comunicação entre todos e identificando possibilidades e disponibilidades de colaboração por parte dos pais, em relação à escola.

Conclusão

A figura do O.E. na maioria das escolas brasileiras, atualmente, tendo em vista as novas transformações nos contextos sociais, econômicos e políticos, estão resultando em novas demandas e desafios na educação e conseqüentemente em novas necessidades e um novo perfil de aluno, percebe-se então a exigência e a relevância do profissional de O.E. no espaço escolar.

Tendo o aluno como seu principal objeto de trabalho, o orientador educacional passa ser um profissional de grande relevância para o resultado final do ensino que é a aprendizagem, conseqüentemente ser comprometido com a formação do cidadão consciente no mundo em que vive, disso, portanto, resulta a sua importância na escola.

Educar, hoje, exige mais do que nunca olhar o sujeito/aluno de forma ampla, um ser que é que constituído de história, crenças e valores, e por isso o Orientador deve, portanto, buscar os meios necessários para que a escola cumpra seu papel de educar.

Referências Bibliográficas

CAMPANHOLE, Hilton Lobo e CAMPANHOLE, Adriano. Profissões Regulamentadas: Leis, Decretos-Leis, Decretos e outros Atos Específicos. Local: ED.Atlas, ano; 2000.

GARCIA. Regina Leite. Orientação Educacional: O Trabalho na Escola. Editora Loyola, São Paulo, 1994.

GRINSPUM, Miriam P. S. Zippin (org). A prática dos Orientadores. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2001.

PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. Formação e prática do educador e do Orientador: confrontos e questionamentos. 2 ed. Campinas – SP: Papirus,1998. www.procampus.com.br/ensino_orientação_atribuições.asp_54k.